57,4 milhões de brasileiros têm pelo menos uma doença crônica

Cerca de 40% da população adulta brasileira, o equivalente a 57,4 milhões de pessoas, possui pelo menos uma doença crônica não transmissível (DCNT), segundo dados inéditos da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS). O levantamento, realizado pelo Ministério da Saúde em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela que essas enfermidades atingem principalmente o sexo feminino (44,5%) – são 34,4 milhões de mulheres e 23 milhões de homens (33,4%) portadores de enfermidades crônicas.

As doenças crônicas não transmissíveis são responsáveis por mais de 72% das causas de mortes no Brasil. A hipertensão arterial, o diabetes, a doença crônica de coluna, o colesterol (principal fator de risco para as cardiovasculares) e a depressão são as que apresentam maior prevalência no país. A existência dessas doenças está associada a fatores de risco como tabagismo, consumo abusivo de álcool, excesso de peso, níveis elevados de colesterol, baixo consumo de frutas e verduras e sedentarismo.

O estudo classificou ainda a presença das doenças crônicas por região, mostrando que o Sul e o Sudeste obtiveram os maiores índices – com 47,7% e 39,8%, respectivamente. Em números absolutos, isso significa 10,3 milhões de habitantes do Sul e 25,4 milhões do Sudeste. O Centro-oeste é a terceira região com maior prevalência – 4 milhões de pessoas (37,5%), seguido do Nordeste e o Norte, com 36,3% e 32% dos habitantes – sendo 14 milhões de nordestinos e 3,4 milhões dos que vivem na região Norte. Em todas as regiões as mulheres tiveram maior prevalência quando comparadas aos homens. Isso ocorre pelo fato delas procurarem atendimento em saúde de forma espontânea com mais frequência do que os homens, facilitando assim o diagnóstico de alguma possível doença crônica.

Realizada entre agosto de 2013 a fevereiro de 2014, a PNS tem como objetivo servir de base para que o Ministério da Saúde possa traçar suas políticas públicas para os próximos anos. Durante o levantamento, foram entrevistados 63 mil adultos em domicílio, escolhidos por meio de sorteio entre os moradores da residência para responder ao questionário. Essa é a primeira parte da pesquisa; uma segunda fase trará informações resultadas dos exames de sangue, urina e aferição da pressão arterial dos brasileiros.

Hipertensão e Diabetes – Doenças crônicasde grande magnitude, sendo também as mais graves, a hipertensão e o diabetes foram alvo de profunda investigação da PNS. A pesquisa revelou que a hipertensão atinge31,3 milhões de pessoas acima de 18 anos, o que corresponde a 21,4% da população. Importante fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, a doença aparece mais no sexo feminino, com prevalência em 24,2% das mulheres e 18,3% dos homens.

A proporção de hipertensos no país aumenta com o passar da idade. Entre os jovens, de 18 a 29 anos, o índice é de apenas 2,8%; dentre as pessoas de 30 a 59 anos é de 20,6%, passando para 44,4% entre 60 e 64 anos, 52,7% entre 65 e 74 anos e 55% entre as pessoas com 75 anos ou mais. O acesso à informação também é visto como um fator de proteção. A PNS revela que 31% das pessoas sem instrução ou com fundamental incompleto afirmaram ter a doença. A proporção se reduz quanto maior a escolaridade – caindo para 16,7% entre os com ensino fundamental. No entanto, em relação às pessoas com superior completo o índice é de 18,2%.

O levantamento mostra também que o acompanhamento da Atenção Básica tem sido fundamental para reduzir os desfechos mais graves da doença. De acordo com a PNS, 69,7% dos hipertensos receberam assistência médica no último ano, sendo que 45,9% foram tratados em uma Unidade Básica de Saúde (UBS). Destes, 56,4% afirmaram que o médico que os atendeu na última consulta era o mesmo das anteriores e outros 92% afirmaram que conseguiram realizar todos os exames complementares. Já 87% dos pacientes foram encaminhados para consulta com médico especialista e conseguiram o atendimento.

Outro importante dado apontado pela PNS é a obtenção do medicamento para o tratamento. No Brasil, 35,9% afirmaram obter pelo menos um medicamento para hipertensão por meio do Programa Farmácia Popular. Além disso, 91,1% receberam recomendações médicas para reduzir a ingestão de sal; 87,4% para a realização de acompanhamento regular; 88,4% para a manutenção de uma alimentação saudável e 84,7% para a manutenção do peso adequado.

O sudeste é aregião com maior prevalência da hipertensão arterial (23,3%), seguida pelo Sul e o Centro-Oeste, com 22,9% e 21,2%. Nordeste e Norte têm as menores prevalências, registrando índices de 19,4% e 14,5% da população. Somente 3% dos entrevistados afirmaram nunca terem aferido a pressão arterial.

Já o diabetes, transtorno metabólico causado pela elevação da glicose no sangue,atinge9 milhões de brasileiros – o que corresponde a 6,2% da população adulta. As mulheres (7%), mais uma vez, apresentaram maior proporção da doença do que os homens (5,4%) – 5,4 milhões de mulheres contra 3,6 milhões de homens. Assim como no caso da hipertensão, quanto maior a faixa etária maior a prevalência da doença: 0,6% entre 18 a 29 anos; 5% de 30 a 59 anos; 14,5% entre 60 e 64 anos e 19,9% entre 65 e 74 anos. Para aqueles que tinham 75 anos ou mais de idade, o percentual foi de 19,6%.

Em relação à escolaridade, percebe-se que as pessoas sem instrução e com fundamental incompleto apresentaram maior predominância do diabetes (9,6%). Já as com superior completo apresentaram apenas 4,2% de prevalência. O Sudeste é a regiãocom a maior proporção de diagnósticos médicos (7,1%), com 4,5 milhões de habitantes diabéticos. O Centro-Oeste aparece em segundo lugar (6,5%), com 696 mil pessoas, seguido pelo Sul – com 1,3 milhão de doentes (6,2%). Nordeste e Norte são as regiões com menor prevalência – 2 milhões de nordestinos (5,4%) e 464 mil habitantes do Norte (4,3%).

A Unidade Básica de Saúde (UBS) também foi o principal local mencionado pelos entrevistados com diabetes que receberam assistência médica nos últimos 12 meses – 47% da população com a doença, ou seja, 3,7 milhões de pessoas foram atendidas na Atenção Básica. Destes, 65,2% dos portadores da enfermidade entrevistados foram atendidos pelo mesmo médico, 95,3% conseguiram fazer todos os exames solicitados e 83,3% foram consultados com especialistas após encaminhamento.

O Programa Farmácia Popular também foi citado por 4,2 milhões de pessoas (57,4%) como a principal forma de obtenção do tratamento para o diabetes. Já a recomendação médica mais frequente para pacientes foi ter alimentação saudável (94,9%), seguida por manter o peso ideal (91,8%) e não beber em excesso (87,8%). Quanto se trata das complicações de saúde mais comuns entre os que disseram ter a doença – tanto para os com mais ou menos de 10 anos de diagnóstico – destacam-se problemas de vista, os circulatórios e nos rins.

Problema Crônico de Coluna e Colesterol chamam a atenção

A Pesquisa Nacional de Saúde traz, pela primeira vez, o percentual de brasileiros que afirmam ter um diagnóstico médico de problema crônico de coluna. Atualmente, 27 milhões de adultos no país são acometidos pela doença, o que corresponde a 18,5% da população. Os problemas lombares são os mais comuns e a prevalência também é maior entre as mulheres (21%), contra 15% dos homens.

A doença crônica de coluna está diretamente ligada ao avançar da idade, atingindo 8,7% dos jovens de 18 a 29 anos, indicador que aumenta para 26,6% das pessoas acima de 60 anos ou mais. No grupo com mais de 65 anos as proporções são ainda maiores, atingindo 28,9% deles. Um destaque levantado pela PNS está no fato de que 53,6% das pessoas que dizem ter a doença garantiram fazer tratamento. A maioria, 40% desse grupo, fez referência ao uso de medicamentos ou injeção, enquanto outros 18,9% praticam exercício físico ou fazem fisioterapia.

Ao contrário das demais doenças crônicas alvo da pesquisa, essa foi a única em que a prevalência foi menor na área urbana do que na rural – com percentuais de 18% e 21,3%, respectivamente. As proporções para Norte, Sudeste e Centro-Oeste, estão no mesmo patamar, com prevalência de 16,9%. O Nordeste apresentou prevalência de 19,2% e a região Sul foi identificada como a que possui os maiores índices de problemas de coluna, com 23,3% da população.

No caso do colesterol, a PNS identificou que 18,4 milhões de brasileiros com mais de 18 anos apresentam colesterol alto, o que representa 12,5% da população adulta. Sendo 15,1% das mulheres e 9,7% dos homens, diferença considerada significativa. Esse fator de risco também está mais associado à população mais velha. Ou seja, 25,9% das pessoas com mais de 60 anos apresentam altas taxas de colesterol. Enquanto apenas 2,8% dos jovens com idade entre 18 e 29 anos dizem ter esse problema de saúde. 

Já a depressão, distúrbio afetivo que ocasiona queda do humor, atualmente atinge 11,2 milhões de pessoas com 18 anos ou mais no país.  O diagnóstico da doença corresponde 7,6% da população – sendo que a prevalência é de 10,9% entre as mulheres e 3,9% nos homens. A doença é mais comum entre os idosos – 11,1% entre os acima de 60 anos, enquanto 3,9% dos jovens de 18 a 29 anos relataram ter depressão. Do total dos que afirmaram receber o diagnóstico, 52% disseram usar medicamentos, 16,4% fazem psicoterapia e 46,4% receberam assistência médica nos últimos 12 meses. Em relação ao local de atendimento, 47,7% mencionaram que foram atendidas em algum serviço da rede pública – sendo 33,2% em Unidades Básicas de Saúde, 9,2% em hospitais públicos e 5,3% em Centros de Atenção Psicossocial (Caps). Apresentaram maior prevalência desse os habitantes da região Sul (12,6%) e o Sudeste (8,4%). O alto índice pode ser explicado pelo fato de essas regiões concentrarem maior população de idosos.
Ministério da Saúde atua na prevenção e no combate de doenças crônicas 

As Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT) se caracterizam como um grande problema de saúde dos brasileiros, conforme comprova a PNS. São importante causa de mortalidade no país, além causarem outras enfermidades que afetam a capacidade e a qualidade de vida da população adulta.

Por isso, o Ministério da Saúde (MS) lançou, em 2011, o Plano de Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis no Brasil, com metas e ações previstas até 2022. Nesse contexto estão previstas a redução da mortalidade por DCNT em 25%, do consumo de sal em 30%, do tabaco em 30%, do álcool abusivo em 10%, da inatividade física em 10%, além do aumento da ingestão de frutas, legumes e verduras em 10% – com a expectativa de reduzir a hipertensão em 25% e frear o crescimento do diabetes e da obesidade.

Ainda com enfoque na prevenção e combate das doenças crônicas, o Ministério da Saúde tem investido no atendimento oferecido pela Atenção Básica, por meio da Estratégia Saúde da Família (ESF). O monitoramentorealizado pelo Ministério permitiu concluir que quanto maior a cobertura da (ESF) menor é a proporção de internações por condições sensíveis à atenção básica, como diabetes e hipertensão. A cobertura da estratégia, que era de 49,2% em 2008, subiu para 55,3% em 2012. Já o número de internações por condições sensíveis à atenção básica, que era de 35,8% em 2008, caiu para 33,2% em 2012.

Nesse sentido, o Programa Mais Médicos levou mais de 14 mil profissionais para cerca de 3,7 mil municípios, beneficiando mais de 50 milhões de brasileiros em todo o país. Somente com esses médicos, o número geral de consultas realizadas em Unidades de Básicas de Saúde (UBS) cresceu quase 35% entre janeiro de 2013 e janeiro de 2014. Entre esses atendimentos, tiveram destaque os de pessoas com diabetes, que aumentaram cerca de 45%, e os de pacientes com hipertensão arterial, que aumentaram 5%. O encaminhamento a hospitais diminuiu em 20%, o que mostra um maior grau de resolubilidade da Atenção Básica.

64% dos brasileiros vão se auto presentear neste Natal, revela pesquisa inédita do SPC

Para a maior parte dos consumidores brasileiros comprar um presente para si mesmo é algo bastante comum. De acordo com uma pesquisa de Natal realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito e pelo portal de Educação Financeira Meu Bolso Feliz, seis em cada dez brasileiros (64%) vão se auto presentear neste Natal. Este percentual aumenta para 67%, quando analisados somente os consumidores das classes C, D e E e para 69%, quando analisadas apenas as intenções das mulheres. Para chegar a estes e outros resultados, os pesquisadores entrevistaram 624 consumidores de ambos os sexos, nas 27 capitais brasileiras. A margem de erro é de 3,7 pontos percentuais.

Eu mereço

O estudo também buscou saber por que as pessoas se auto presenteiam tanto. A maioria (61%) dos entrevistados dizem que merecem e que trabalharam muito ao longo do ano. Já 54% (as respostas eram múltiplas) alegam que apenas aproveitam essa época do ano para comprar coisas que estão precisando mesmo. Outros 33% justificam a prática dizendo que normalmente já sentem prazer em fazer compras e que só aproveitam a oportunidade que o Natal lhes proporciona para consumir mais.

Na avaliação do Educador Financeiro do Portal Meu Bolso Feliz, José Vignoli, o Natal oferece às pessoas uma ocasião perfeita para a auto gratificação, uma forma de recompensa pelas duras jornadas de trabalho e pelas dificuldades enfrentadas ao longo do ano. “O Natal também permite que as pessoas libertem-se da culpa do consumismo excessivo, deixando-as à vontade quer seja para priorizarem a si mesmas ou para demonstrarem apreço por amigos e parentes, explica Vignoli.

Média de dois presentes por pessoa

De acordo com o estudo, cada consumidor deve se presentear, em média, com dois presentes ― levando em consideração apenas os entrevistados que disseram que vão se auto presentear. Já o número de presentes comprados para as outras pessoas ― familiares e amigos ― deve ser o dobro: uma média de 4,3 por pessoa.

Presentes mais procurados

Os produtos mais procurados por quem pretende comprar presentes para si mesmo são roupas (65%), calçados (58%), perfumes e cosméticos (32%). Segundo o educador financeiro, o curioso é que esses são exatamente os presentes mais desejados, quando os entrevistados respondem sobre o que mais gostariam de ganhar dos outros. “Isso só reforça a hipótese de que o auto presenteado quer mesmo é acertar no presente e ganhar o que está precisando”, afirma Vignoli.

Os pesquisadores também procuraram saber se o consumidor acredita que também será presenteado por outras pessoas nesse Natal. De acordo com o estudo, 81% dos brasileiros acreditam que serão lembrados neste fim de ano. A principal razão é o fato de que eles se sentem queridos, resposta dada por 70% dos que esperam ser presenteados.

Projeto de Humberto garante pensão a ex-combatentes brasileiros

Os brasileiros que integraram o chamado Batalhão de Suez, força de paz internacional instituída nos anos 50 e 60 na região do Oriente Médio, poderão ser contemplados com benefício financeiro. Proposta de autoria do líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), aprovada em caráter terminativo na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) da Casa no fim de outubro, assegura o pagamento de pensão especial vitalícia aos ex-integrantes da tropa. O Projeto de Lei n° 332/2011 deve começar a tramitar na Câmara dos Deputados a partir de agora.

Os militares brasileiros fizeram parte da Força Internacional de Emergência, instituída pela Resolução da Assembleia-Geral da ONU em novembro de 1956, cujo objetivo era manter a paz e a segurança internacional na região de conflito compreendida entre o Canal de Suez e a linha de armistício entre Israel e Egito.

O Batalhão de Suez era composto por cerca de 6,3 mil integrantes e o Brasil chegou a exercer o comando das operações, realizadas entre 1957 e 1967, durante dois anos. A missão brasileira consistia em manter a segurança na Faixa de Gaza e no controle de demarcação do armistício, que resultou do cessar fogo após o desfecho da crise do Canal do Suez, com a consequente retirada das tropas britânicas, francesas e israelenses.

“Diante dos relatos impactantes e do reconhecimento oficial de instituições e organismos internacionais, estamos convictos de que a concessão desse beneficio representará um resgate moral e material da dívida que o nosso país tem com esses verdadeiros heróis nacionais”, avalia Humberto.

Pelo texto, só receberá o benefício o ex-combatente que comprove renda mensal não superior a dois salários mínimos ou que não possua meios para prover a sua subsistência e de sua família.

“Esses homens prestaram um valoroso serviço militar naquela região, que foi reconhecido pelo governo de então como ‘serviço nacional relevante’. Porém, infelizmente, o reconhecimento oficial limitou-se a isso”, ressalta o senador.
Ele lembra que os ex-integrantes do Batalhão de Suez estiveram comprovadamente em área de guerra e receberam, juntamente com forças de paz de outros países, o Prêmio Nobel da Paz em 1988 e a Medalha da Força de Emergência das Nações Unidas.

“Apesar disso, ao chegar no Brasil, esses homens foram excluídos do Exército sem exame de junta médica e sem quarentena, mesmo tendo permanecido por mais de um ano, quase todos eles, em uma das regiões mais violentas e endêmicas do mundo. Muitos já falecidos, outros já estão idosos e doentes”, observa.

Os pedidos de concessão do benefício deverão ser protocolados junto ao Ministério da Previdência Social e têm de ser respaldados por provas materiais para a garantia do pagamento. A pasta terá 45 dias para analisar as solicitações e os pagamentos deverão ser efetuados em, no máximo, um mês.

O relator do projeto na CRE, senador Eduardo Suplicy (PT-SP), fez quatro emendas ao projeto. Ele estabeleceu o valor de dois salários mínimos para a pensão especial, que no texto original era de R$ 600, e retirou a possibilidade do benefício ser transferido à viúva ou aos filhos.

87% dos brasileiros pretendem presentear neste Natal, revela estudo do SPC Brasil

Uma pesquisa nacional encomendada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) revela um cenário positivo para o comércio varejista: neste ano, mais brasileiros devem ir às compras e gastar mais com os presentes de Natal em relação ao ano passado. De acordo com o levantamento, 87% dos consumidores entrevistados têm a intenção de comprar pelo menos um presente este ano, o que representa um aumento de 20 pontos percentuais na comparação com 2013 (67%). Apenas 3% disseram que não vão comprar nada para dar de presente e outros 10% ainda estão na dúvida ou não souberam responder. Além disso, o valor médio gasto com cada presente deve saltar de R$ 86,59 no Natal passado para R$122,40 em 2014, o que significa um aumento real superior a 30%.

O estudo do SPC Brasil constata ainda que, em média, cada consumidor deverá comprar quatro presentes neste fim de ano – mesma quantidade observada no Natal de 2013. Apesar de demonstrarem a intenção de adquirir o mesmo número de presentes que no ano passado e o ticket médio ser superior para este ano, parcela significativa dos entrevistados afirma querer gastar menos com os presentes de Natal. Se em 2013 o percentual dos que queriam diminuir os gastos com os presentes era de 13%, em 2014, eles passam a corresponder a 33% dos entrevistados. Outros 40% pretendem gastar a mesma quantia que no ano passado e apenas 27% dos consumidores ouvidos estão dispostos a desembolsar mais neste ano do que no Natal de 2013.

“Esses números podem indicar que os entrevistados estão receosos com as despesas de Natal, em virtude da queda da confiança do consumidor, que é consequência direta da piora na geração de empregos, do menor crescimento dos rendimentos dos trabalhadores, além da atividade econômica mais fraca. O consumidor quer presentear, mas sabe que o momento é de cautela e os gastos devem ser mais bem pensados”, afirma a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

Entre aqueles que pretendem gastar mais neste fim de ano do que em 2013, sobressai a intenção de dar um presente melhor ou mais presentes (29%) – sobretudo entre as mulheres (34%) e entrevistados de 18 a 24 anos (45%). Outros motivos citados foram o aumento da renda  (20%) e o recebimento do 13º salário (16%). Já entre os que querem diminuir as despesas com presentes de Natal, 35% alegaram estar endividados, 18% disseram estar desempregados e 17% pretendem economizar para outras finalidades.

Preços mais elevados

Mais da metade dos entrevistados (51%) relata a impressão de que os preços estão mais caros este ano. Entre aqueles que consideram ter havido alta de preços em relação ao ano passado, a sensação de inflação elevada é o principal motivo apontado pelos entrevistados (70%). Essa percepção é ainda mais disseminada entre os consumidores das classes C, D e E (78%).

Para seis em cada dez (63%) consumidores, o preço é o fator determinante no momento de escolher o local onde os presentes serão comprados. A localização (36%), as promoções (36%), a diversidade de produtos (33%) e a segurança do local (22%) também influenciam na decisão sobre o estabelecimento. A maioria (86%) dos consumidores revela disposição para pesquisar melhores condições de pagamento e valores mais em conta.

Quatro em cada dez (45%) entrevistados disseram que planejam fazer algum bico ou trabalho extra para comprar presentes de Natal. Ainda assim, mais da metade dos entrevistados (59%) afirmaram à pesquisa que sua vida financeira melhorou nos últimos 12 meses, principalmente por conta do aumento da renda ou porque se sentem mais seguros no emprego atual.

“Mesmo diante de um cenário mais adverso para o comércio varejista, os dados comprovam que o Natal exerce uma forte influência no estímulo ao consumo, principalmente pelo significado que a data representa nas relações sociais e emocionais dos brasileiros”, explica a economista Marcela Kawauti.

De acordo com o levantamento, razões culturais e de ordem subjetiva despontam entre os argumentos que justificam a vontade de celebrar o Natal com presentes. O prazer em presentear é citado por 67% dos entrevistados e a importância dada ao hábito de trocar presentes, por outros 66%. Dentre as mulheres, destaque para as que presenteiam porque gostam do presenteado (73%), ao passo que a força do hábito (77%) é a resposta mais citada pelos homens. Além disso, mais da metade dos entrevistados (56%) afirma a intenção de participar de “amigo secreto/oculto”.

Lista de presentes e perfil do presenteado

A lista de preferência dos consumidores considerando os itens a serem comprados traz as roupas na primeira posição, com 77%, seguidas dos calçados (50%) e perfumes/cosméticos(45%). Na comparação entre 2013 e 2014, percebe-se o crescimento do interesse em produtos como calçados (de 38% para 50%), perfumes e outros cosméticos (de 33% para 45%) e smartphones (de 12% para 20%). Há uma predominância maior de mulheres que presenteiam calçados (55%) e de homens que presenteiam smarthphones (24%). Quem decide presentear alguém leva em conta, principalmente, o perfil do presenteado (47%), o desejo de quem ganha (20%) e o preço do presente (11%).

A pesquisa identificou que as mães aparecem em primeiro lugar na relação dos mais presenteados (56%), seguidos pelos filhos/filhas (53%), cônjuges (52%), pai (36%), amigos (22%) e namorados/namoradas (20%).

Forma de pagamento e local da compra

As formas de pagamento mais utilizadas nas lojas brasileiras, segundo os entrevistados, serão o dinheiro (50%), o cartão de crédito parcelado (27%) e o cartão de crédito à vista (10%). Para quem vai parcelar os presentes, a média é de cinco prestações por compra. Houve um crescimento significativo de consumidores que pretendem parcelas as compras no cartão. No Natal do ano passado o percentual era de 16% e subiu para 27% neste ano.

Já os locais preferidos para as compras devem ser os shopping centers (62%), seguidos pelas lojas virtuais (40%) e pelas lojas de rua (39%). De todos os presentes que serão vendidos no Natal deste ano, cerca de 20% serão provenientes da internet. “A preferência pelos shoppings deve-se à facilidade de estacionamento e à segurança que estes locais oferecem.

Além disso, esses estabelecimentos concentram uma grande variedade de lojas em um único lugar. Já a significativa presença das vendas online deve-se muito à praticidade da rede, que acaba atraindo o interesse das pessoas. Mas é preciso ter cuidado. O ideal é fazer os pedidos com alguma antecedência para que os presentes cheguem a tempo das festas. O atraso na entrega de encomendas é um problema que os consumidores costumam enfrentar nesta época do ano”, alerta Marcela Kawauti.

Metodologia

O SPC Brasil entrevistou 624 consumidores de ambos os sexos e de todas as idades e classes sociais nas 27 capitais brasileiras. A margem de erro é de no máximo 3,7 pontos percentuais para um intervalo de confiança a 95%. Isso significa que em 100 levantamentos com a mesma metodologia, os resultados estarão dentro da margem de erro em 95 ocasiões.

O objetivo da pesquisa foi avaliar a intenção de compras no Natal de 2014, mapeando as preferencias e percepções dos consumidores em relação aos produtos, preços, forma de pagamentos e locais de compra.

Três em cada dez brasileiros já fizeram empréstimos consignados, revela pesquisa

Uma pesquisa realizada pelo Portal Meu Bolso Feliz, uma iniciativa de Educação Financeira do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), revela que três em cada dez brasileiros (34%) já fizeram empréstimos consignados. Com a taxa de empregabilidade brasileira estável, esse tipo de empréstimo é cada vez mais utilizado no país. Entenda porque essa modalidade de crédito é uma das mais baratas do mercado, saiba quem pode ter acesso a ela e em quais situações recomenda-se contratá-la.

O crédito consignado nada mais é que um tipo de empréstimo que é cobrado do salário ou da aposentadoria antes mesmo que o trabalhador ou o aposentado possa por as mãos nesse dinheiro. Como o risco de calote para quem empresta o dinheiro é muito baixo — já que as parcelas da dívida são descontadas diretamente do rendimento da pessoa que toma o dinheiro emprestado — essa modalidade de crédito é uma das mais baratas e mais populares do mercado.

“O empréstimo consignado oferece a vantagem de pegar dinheiro emprestado a juros muito baixos. Por outro lado, a pessoa que toma esse tipo de crédito precisa aprender a conviver com um salário ou renda menor”, alerta o educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli.

Outra informação fundamental diz respeito ao limite máximo que essa linha de empréstimo admite. É que de acordo com as determinações do Banco Central, o valor da parcela do empréstimo não pode ser maior do que 30% do salário ou da aposentadoria da pessoa que toma emprestado. Sendo assim, se um trabalhador ganha R$ 1,8 mil por mês, o valor de cada parcela não pode ser maior do que R$ 600.

Em qual situação contratá-lo?

A pesquisa do Portal Meu Bolso Feliz perguntou para os consumidores sobre a situação em que eles contrataram o empréstimo consignado. “Pagar dívidas de outros empréstimos como as do cartão de crédito” aparecem em primeiro lugar, com 47% das respostas, seguidas de “comprar eletrodomésticos e móveis”, com 15% e “pagar contas como aluguel, condomínio, luz, telefone, escola”, com 14% das respostas.

“O crédito consignado deve ser acionado em situações de sufoco como pagar uma dívida muito cara como, por exemplo, o rotativo do cartão de crédito, que cobra um dos juros mais caros do mercado ou em situações de emergência quando o consumidor se sente naquela situação em que o teto da casa cai”, orienta José Vignolli.

Por outro lado, segundo o orientador financeiro, pagar contas ou comprar eletrodomésticos são situações que devem ser programadas com antecedência e podem perfeitamente ser encaixadas no orçamento da família.

“O crédito foi criado para ser usado e para realizar sonhos importantes, em situações em que muitas vezes não poderiam ser concretizadas de imediato. Porém, precisa ser utilizado com sabedoria e planejamento para que o sonho não se torne uma dívida”, diz o educador.

Quem pode pedir esse empréstimo?

Basicamente os trabalhadores com carteira assinada (desde que o empregador tenha convênio com o banco), os funcionários públicos, os pensionistas e os aposentados. Os bancos em geral tendem a dar condições melhores aos funcionários públicos e aos aposentados por conta da estabilidade nos recebimentosque em média esse tipo de pessoa tem.

“O fator mais determinante para calcular o custo do juro é o risco de calote de quem empresta o dinheiro. Por exemplo: como um trabalhador de empresa privada tem maiores chances de ser demitido do que um servidor público, é natural que o servidor, por conta da sua estabilidade, consiga empréstimos em melhores condições do que o trabalhador de empresa privada”, explica Vignoli.