Comerciantes informais lucram com o calor

Pedro Augusto

Na teoria, a estação atual do ano ainda tem correspondido à primavera, mas, na prática, o que os caruaruenses vêm sentindo mesmo na pele é o clima de verão. Com temperaturas máximas oscilando na casa do 32 a 34 graus, segundo os dados do CPTEC (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos), hoje está cada vez mais difícil circular pelas ruas da Capital do Agreste sem o auxílio de um bom óculos escuro ou de uma água mineral bem gelada. Quem está lucrando bastante com essa intensificação do calor são alguns informais da rua 15 de Novembro, no Centro.

Dotados dos mais variados tipos de produtos – do sorvetinho com casquinha aos protetores solares -, eles vêm encontrando, embaixo do sol escaldante, a saída para driblarem a crise econômica. Que o diga a ambulante Shirley Targino. Com a venda de salada de frutas e água mineral, ela tem contabilizado faturamento à altura de um final de ano. “Atualmente, o calor encontra-se numa proporção tão grande, que os clientes estão tendo de comprar os nossos produtos para suportar o ritmo das compras. Desde o início deste mês que tenho vendido redobrado”, comemorou.

Apesar de estar exercendo há pouco tempo a função, a vendedora Cássia Ferreira também já notou um acréscimo considerável na demanda por produtos refrescantes. Em um dia de pouco movimento, ela tem comercializado cerca de 100 sorvetes. “Isso quando o sol não está tão escaldante, porque quando a temperatura começa a subir mesmo, o número de vendas chega até a ser maior. Com o pagamento da primeira parcela do 13º, a expectativa é que mais clientes circulem por aqui e a procura aumente ainda mais”, avaliou.

Quem também não está tendo do que reclamar de temperaturas elevadas é o ambulante Bruno Ferreira. Especializado em venda de óculos, ele tem vendido um número significativo de unidades. “Com essa crise, os consumidores vêm dando aquela choradinha nos preços, mas não estão deixando de comprar. Pelo menos para os meus negócios, esse calor insuportável está sendo excelente. E quando o verão chegar, aí é que lucrarei ainda mais.” A estação mais quente do ano iniciará oficialmente no próximo dia 21.

IPA realiza 1ª colheita de tomate tolerante a vírus e calor

O Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) iniciou a 1ª colheita de
sementes da variedade de tomate “Ferraz IPA 8”, na Estação Experimental de
Belém do São Francisco, localizada no Sertão de Itaparica, a 475
quilômetros do Recife. Desenvolvida pelo pesquisador Edinardo Ferraz, essa
variedade de tomate é mais alongada, firme, possui um vermelho intenso e
uniforme. No entanto, a principal característica é a resistência deste
fruto ao calor e a dois vírus predominantes no Nordeste, o vira-cabeça e o
geminivírus.

Dentro de um ciclo de 120 dias, esse tomate leva apenas 4 pulverizações.
Para ter uma ideia, algumas variedades de tomate recebem remédio (quase)
todos os dias. É um avanço para o meio ambiente, a saúde dos agricultores e
dos consumidores. Em uma área de meio hectare, a estimativa é colher cerca
de 14 toneladas de tomate, que resultará em seis quilos de sementes,
aproximadamente.

Outro diferencial no plantio é a técnica usada. Ao invés de ser em
vara, a plantação DSC_0056é rasteira, contribuindo para o meio ambiente tanto por não haver
desmatamento como no controle da água, já que o gotejamento propicia
irrigação contínua e controlada. As folhas que nascem em cima do fruto
também merecem destaque, já que torna o tomate mais resistente ao calor. “É
um filtro solar natural”, compara Ferraz, que iniciou a pesquisa na década
de 90, por meio de cruzamento genético. Após a colheita, o próximo passo é
multiplicar a semente para que depois ela seja comercializada.

Calor intenso e umidade podem causar doenças ginecológicas

A estação mais esperada do ano, o Verão, também pode ser um grande vilão para a saúde feminina, devido à alta temperatura. Neste período de férias e recessos, é comum que as pessoas escolham piscinas e praias para aproveitar o calor intenso. Mas, a especialista em ginecologia, obstetrícia e medicina fetal, do Centro Médico São José, de Cerquilho (SP), Dra. Daniele Peev, alerta as mulheres para redobrar os cuidados nesta época do ano, principalmente, em relação à saúde íntima. “A umidade e o aumento da temperatura podem trazer consigo inflamações, coceiras e corrimentos”, ressalta a médica.

Segundo a especialista, a doença mais comum durante o período é a candidíase, que é causada pelo fungo “Cândida Albicans”. Os sintomas são coceira e dor para urinar e durante o ato sexual, além de corrimento. “Associada à candidíase podem, ainda, aparecer as vulvovaginites, outro tipo de doença causado por inúmeros protozoários e bactérias”, completa a Dra. Daniele, do Centro Médico São José.

A candidíase tem cura e o tratamento, geralmente, é feito com antifúngico e creme para a região íntima. O tempo de recuperação varia de acordo com a paciente. A doença pode, contudo, ser evitada com alguns pequenos atos, como: evitar o uso prolongado de peças úmidas e roupas com tecidos sintéticos, que aumentam a umidade e a temperatura na região genital.

“Devemos, sempre que possível, trocar o biquíni molhado por peça seca, além de optar por tecidos menos sintéticos, que deixam as partes íntimas respirarem. Desta forma, evitamos um ambiente propício para a proliferação dos fungos”, explica a especialista do Centro Médico São José.

A atenção com os lugares para sentar-se durante as férias também deve ser redobrada, alerta Dra. Daniele, evitando, assim, a proximidade com os fungos. “Evitar contato direto com a areia, escolhendo uma cadeira para se sentar, é a melhor opção. Pois a areia está infectada de micro-organismos, que podem causar infecções vaginais”, lembra a médica.

Outra questão importante é a higienização da parte íntima, que deve ser feita com frequência e de maneira correta. “A higiene na região íntima é muito importante e deve ser feita sempre com água corrente limpa, sabonete neutro de glicerina, de coco ou específico íntimo, indicado pelo ginecologista. Além disto, é preciso lembrar-se, sempre, de lavar as mãos”, salienta. Lavar peças íntimas durante o banho e as deixar secando no box também é uma grande oportunidade para as bactérias, já que o local é úmido. “O ideal é que a secagem ocorra em um lugar ventilado e, logo após, seja usado o ferro de passar, evitando a umidade e, consequentemente, a contaminação”, enfatiza Dra. Daniele.

O uso incorreto do absorvente diário, durante o Verão, também pode auxiliar na proliferação de fungos e bactérias, já que existe um abafamento na região íntima, que modifica a acidez da vagina, aumentando a incidência de infecções. “No caso do absorvente interno, por exemplo, ele serve como barreira para alguns micro-organismos, mas devem ser trocados a cada 3 horas. Pois, o uso prolongado pode fazer com que as bactérias cheguem à parte superior do útero, causando infecção em proporções maiores”, alerta.

Confira algumas dicas para curtir o Verão com saúde e bem-estar:

1) Evitar uso prolongado de peças úmidas (trocar a cada 5 ou 6 horas);

2)  Usar sempre roupas leves e ventiladas;

3) Fazer a higiene íntima adequada;

4) Evitar compartilhar roupas íntimas e toalhas;

5) Utilizar sempre camisinha;

6) Agendar consultas com frequência ao ginecologista.