Por FERNANDINO NETO
Da Central de Jornalismo Liberdade
A última reunião ordinária da Câmara de Vereadores de Caruaru fugiu às regras enfadonhas do Legislativo. Através de estratégia do presidente da Casa, Leonardo Chaves (PSD), os vereadores aprovaram em primeira discussão e por unanimidade 19 projetos. A sessão antecipada para as 15h teve início meia hora depois e durou em torno de 45 minutos.
A rapidez com que os projetos eram votados chamou a atenção dos presentes e foi motivo de risos. A ideia era apressar o máximo possível as votações para evitar protestos, sobretudo dos professores. Apenas o vereador Val (DEM) utilizou a tribuna e foi aparteado pelos vereadores Louro do Juá (DEM), Gilberto de Dora (PSB) e Jajá (MD). Este último não chegou a usar a tribuna para comentar a desavença com o vereador Romildo Oscar (PTN), mas reclamou pelo fato de um projeto de sua autoria voltado para a educação não ter sido incluído na pauta da reunião.
Apenas o vereador Edmilson do Salgado (PCdoB) faltou à sessão. Sindicatos e entidades chegaram a tempo de acompanhar a reunião. Representantes do Sismuc, ATEC e Sindecc estavam nas galerias. Além de integrantes do Coletivo de Ação e Resistência Popular (CARP), grupo formado por estudantes universitários.
Assim que a sessão terminou, os vereadores se retiraram rapidamente do plenário. A plateia ficou revoltada e começou a insultá-los. Palavras como “covardes” e “vagabundos” eram gritadas pelos manifestantes. “Para votar projetos contra o povo, vocês entram pela madrugada”, gritou Fred Santiago, presidente da ATEC. Em seguida, os vereadores se reuniram a portas fechadas na sala da presidência. Do lado de fora, era possível ouvir as reclamações dos parlamentares que estavam revoltados por ter sido chamado de vagabundos.