“Vestir ainda mais a camisa está entre as dicas”, diz consultor

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Se a crise econômica vem estimulando o número de demissões no território nacional, o mesmo também pode ser dito em relação ao quantitativo de companhias fechadas. De acordo com o último levantamento da Boa Vista SCPC, no intervalo de janeiro a abril deste ano, o volume de falências decretadas no país cresceu 30,8% no comparativo com os quatro primeiros meses de 2014. Em entrevista ao Blog do Wagner Gil, o consultor e palestrante empresarial, Eugênio Sales, recomendou uma série de medidas que devem ser colocadas em prática pelas empresas no intuito de espantarem a crise.

Pedro Augusto

Dicas

“Ao longo dos anos, o brasileiro sempre teve de superar algumas crises no país, entretanto todas elas são diferentes. A atual vem causando diversos efeitos negativos, em todos os setores econômicos, porém não é o momento de se desesperar. Ministro várias palestras para as empresas do setor varejista local e recomendaria a elas a uma dose a mais de injeção de ânimo. Não adianta tratar o funcionário mal, tampouco assustá-lo com a possibilidade de demissão, já que isso não vai levar a nada. O que tem de se fazer mesmo é estimulá-lo ainda mais para que ele o ajude a superar da melhor maneira possível essa situação.”

Investimentos

“Essa crise está forte e demorará certo tempo para acabar. Sendo assim, é importante que os comerciantes procurem adotar algumas ações que possibilitem o acréscimo nas suas lucratividades. Uma das formas mais eficazes se refere à realização de treinamentos, até porque na medida em que os trabalhadores são estimulados através do repasse de mais conhecimento, eles tendem a render ainda mais. Promoção de encontros motivacionais e a estipulação de metas mensuráveis também costumam ajudar. Em paralelo, o atender bem ao cliente continua sendo uma das principais armas para o comerciante obter êxito em sua atividade.”

Projeções

“Não adianta cortar tudo, ou seja, realizar demissões, não investir em novos produtos, deixar de fazer campanhas de marketing, pois os resultados não irão surgir. Para se obter resultados diferentes, necessita-se ter atitudes diferentes. O Brasil retomou um pouco do fôlego após o primeiro balanço da Petrobras e deve colher saldos mais animadores neste segundo semestre. Desta forma, é importante que os lojistas mantenham o foco em todos os aspectos já citados e continuem de mãos dadas com os seus funcionários. Até porque, mesmo com a crise, observamos que várias empresas têm faturado alto no cenário local, enquanto que outras estão à beira da falência. Isso porque, estas últimas não têm tentado fazer o diferencial.”

Trabalhadores

“Tivemos a oportunidade de recomendar algumas dicas às empresas, agora faremos o mesmo com os funcionários. Neste momento de turbulência, o ‘vestir a camisa’ está exercendo um papel ainda mais importante. Atender bem o cliente, manter o bom relacionamento com os demais colegas e tentar sempre manter-se otimista são outros aspectos que precisam ser adotados. De forma alguma se pode abaixar a cabeça.

Palestras

Como o cenário está difícil em todo o país, atualmente estamos rodando por todas as regiões, com palestras para tentar superar a crise. Uma delas corresponde ao “Atendimento de Alto Impacto”, que visa demonstrar a importância do cliente para o sucesso da empresa. Todos os proprietários e funcionários precisam respirar as suas necessidades. Quem tiver interesse de contratar os nossos serviços deverá entrar em contato pelos telefones (081) 3723-8256, 99936-7126 ou 99417-0454.

Documentos de consultor reforçam acusação contra cartel na Lava Jato

Do Blog da Folha

A Operação Lava Jato encontrou contratos e notas fiscais de consultoria que envolvem sete empreiteiras acusadas de cartel e corrupção na Petrobras firmados com a Riomarine Oil e Gas, que pertence a Mário Frederico de Mendonça Góes. Preso desde o dia 8. ele é acusado de ser um dos 11 operadores de propina na Diretoria de Serviços da estatal e carregador de malas de dinheiro para o ex-diretor da estatal Renato Duque.

Os documentos reforçam a acusação contra as empreiteiras citadas na operação, na visão dos investigadores. A força-tarefa da Lava Jato encontrou 31 notas fiscais da Riomarine emitidas para a Andrade Gutierrez que totalizam R$ 5,3 milhões, e 14 notas para a UTC no total de R$ 9,7 milhões referentes a seis contratos – um deles uma parceria com a Odebrecht no valor de R$ 1,5 milhão.

Há ainda seis notas para a OAS, no valor total de R$ 10,2 milhões; dez notas para a MPE (R$ 9,3 milhões) e outras 22 notas que totalizam R$ 5,1 milhões para o Consórcio Mendes Junior/MPE/Setal. As notas encontradas somam R$ 39,7 milhões.

Mário Góes, como é conhecido, foi um dos principais alvos da nona fase da Lava Jato, chamada de My Way. Único a ter prisão preventiva decretada na ocasião, há fortes indícios de que ele continuou atuando até novembro de 2014, segundo os investigadores, mesmo após deflagrada a operação. O fato foi considerado “perturbador” pelo juiz federal Sérgio Moro, que conduz os processos do caso.

A suspeita dos investigadores é de que foram firmados contratos fictícios de consultoria para encobrir o pagamento de propina. De acordo com o juiz, faltam detalhes do trabalho feito e a contratação de funcionários para realizá-lo.

A ação de Góes no esquema de corrupção da Petrobras teria sido similar a do doleiro Alberto Youssef, que entregava dinheiro e cuidava da movimentação dos valores em contas no exterior. Seu papel seria o de “um intermediador profissional do pagamento de propinas por empresas privadas a dirigentes ou empregados da Petrobras”, segundo o despacho.

Segundo os investigadores, o consultor era representante de empreiteiras no esquema montado na Diretoria de Serviços e na BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras no setor de postos. Seu nome surgiu a partir do depoimento do ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, que fez acordo de delação premiada.

Mário Góes, em seu depoimento à polícia, manteve-se calado diante da maior parte das perguntas dos delegados. As empreiteiras que aparecem nos documentos apreendidos têm negado envolvimento com as irregularidades e afirmaram que não iriam se manifestar sobre a investigação em andamento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.