Prefeitura de Caruaru responde declarações de Tony Gel

A Prefeitura de Caruaru divulgou nota para se defender das declarações do deputado estadual Tony Gel (PMDB). Ontem, ao comentar a instalação da CPI das Casas Inacabadas, o peemedebista afirmou que a bancada governista na Câmara de Vereadores é pautada pelo Executivo.

“Os vereadores não são e não serão pautados pelo Poder Executivo. A bancada da situação apenas cumpre as funções de base de apoio ao governo, na condição de maioria eleita pela população de Caruaru. Isso só pode causar incômodo a quem não aprecia ou não quer respeitar a democracia”, anotou a prefeitura.

A nota informou ainda que o Palácio Jaime Nejaim recebeu, no dia 3 de outubro, um ofício da Justiça Federal intimando o governo a participar de ação de improbidade administrativa contra Tony Gel, com base em relatório da CGU, de 2006, e manifestação do Ministério Público Federal que destaca conluio, fraude em licitação pública e direcionamento da concorrência como um dos itens principais.

“O mesmo se aplica à segunda CPI, constituída para investigar para onde foram os recursos, de mais de R$ 1,6 milhão, repassados pela Caixa Econômica Federal para a construção de 150 casas populares no Cedro. O tema é constante no relatório da CGU, de 2011, e também foi denunciado ao Ministério Público Federal. Ele se refere à administração do hoje deputado estadual Antônio Geraldo Rodrigues”, disse a prefeitura.

‘A medida não passa de uma manobra regimental’, diz Tony Gel

Em nota divulgada nesta sexta-feira (11), o deputado estadual Tony Gel (PMDB) classificou a instalação da CPI das Casas Inacabadas, que vai apurar supostas irregularidades na construção de moradias quando o parlamentar era prefeito de Caruaru, como uma “manobra regimental”.

Segundo ele, o Legislativo está sendo “claramente pautado” pelo prefeito José Queiroz (PDT). “Na verdade, a medida não passa de uma manobra regimental, comandada pelo Poder Executivo, que está tentando fazer da Câmara um poder subalterno”, afirmou o peemedebista.

Tony Gel disse ainda que está tranquilo e sem medo de qualquer investigação. “Ao contrário do atual prefeito, que, através de manobras de bastidores, conseguiu vetar a CPI que investigaria o relatório da CGU, responsável por apontar má aplicação de recursos federais e desvio milionário de verbas”, declarou.

Leia a nota na íntegra:

“Lamentavelmente, Caruaru passa por uma fase muito triste no que concerne ao Poder Legislativo, que a exemplo dos últimos acontecimentos, está sendo claramente pautado pelo prefeito José Queiroz. Com receio de ter sua administração fiscalizada, o Chefe do Executivo intimou os vereadores a comparecerem a uma reunião em que impôs dois temas, ordenando que os mesmos colhessem assinaturas entre si e apresentassem requerimentos para instaurar duas CPIs, sem fatos determinados. Apenas no intuito de obstruir o Legislativo Municipal e impedir que a oposição requeira a CPI da saúde, por exemplo, tendo em vista que o regimento interno da Casa Jornalista José Carlos Florêncio determina que apenas duas Comissões de Investigação podem funcionar na Câmara Municipal, no período de um ano.

Na verdade, a medida não passa de uma manobra regimental, comandada pelo Executivo, que está tentando fazer da Câmara um poder subalterno.

O deputado estadual Tony Gel está tranquilo e sem medo de qualquer investigação, ao contrário do atual prefeito, que através de manobras de bastidores, conseguiu vetar a CPI que investigaria o relatório da Controladoria Geral da União (CGU), responsável por apontar má aplicação de recursos federais e desvio milionário de verbas na gestão José Queiroz. O deputado também se coloca à disposição para quaisquer outros esclarecimentos”.

Câmara de Vereadores aprova CPI das Casas Inacabadas

A Câmara de Vereadores de Caruaru aprovou, ontem, a instalação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar irregularidades apontadas pela CGU (Controladoria-Geral da União) na construção de casas populares no bairro do Cedro durante a gestão do ex-prefeito Tony Gel (PMDB). De acordo com o relatório da CGU, o Poder Executivo não concluiu, à época, as obras de 150 moradias que seriam destinadas à população.

A verba para construção foi um repasse da Caixa Econômica Federal no valor de R$ 1.056.861,00, com contrapartida do município de R$ 314.000,00. No entanto, conforme as denúncias da CGU, apenas 13,06% das obras foram executadas.

A criação da CPI das Casas Inacabadas foi um requerimento de Gilberto de Dora (PSB) e teve a assinatura de outros 17 vereadores. “Na época desse escândalo, eu tentei investigar, mas minha bancada era minoria”, explicou.

Os parlamentares que farão parte da comissão ainda serão nomeados pela presidência da Câmara. O prazo para conclusão das investigações é de 60 dias.

Para enterrar CPI, Queiroz conversa com vereadores ‘rebeldes’

O prefeito de Caruaru, José Queiroz (PDT), se reuniu, nesta segunda-feira (19), com vereadores da base considerados “rebeldes” – aqueles que não votaram alguns projetos de interesse do Executivo neste ano. Estiveram no Palácio Jaime Nejaim Cecílio Pedro e Ranílson Enfermeiro (ambos do PTB), Pastor Jadiel (PRTB), Sivaldo Oliveira (PP) e Val da Rendeiras (PRTB).

A conversa, articulada pelo secretário Marco Casé (Relações Institucionais), veio num momento em que a oposição tenta articular a abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Investigação) para apurar denúncias de irregularidades apontadas pela CGU (Controladoria-Geral da União) no governo Queiroz.

Até o momento, os oposicionistas contam com seis das oito assinaturas necessárias para instalar a comissão. Como o prefeito convocou os “rebeldes”, é pouco provável que a CPI tenha sucesso.

Jajá pede que vereadores apoiem instalação de CPI

O vereador Jajá (PPS) criticou, durante a sessão da Câmara desta quinta-feira (15), a falta de adesão ao projeto do colega Evandro Silva (PMDB), que sugere a instalação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Investigação) para averiguar as recentes denúncias da CGU (Controladoria-Geral da União) sobre irregularidades administrativas em Caruaru.

“O que não pode é um projeto tão simples como esse (abertura da CPI pelo Legislativo) estar sendo motivo de desconforto aqui na Câmara. Quem não deve não teme. Se realmente não há nenhuma irregularidade, então que os vereadores da base apoiem a iniciativa, para que tudo seja esclarecido para a população”, argumentou o pós-socialista.

Durante a sessão, ele e outros parlamentares chamaram atenção para um exemplo de gestão municipal no Estado que passa pela mesma situação: a de Petrolina, onde o prefeito Julio Lóssio (PMDB) deixou os vereadores da base livres para decidir se apoiariam ou não a instalação de uma CPI. Lá, a investigação deve apontar se houve ou não superfaturamento no São João 2013.