Cresce o número de deputados acusados de crimes

Do Congresso em Foco

O número de deputados suspeitos ou acusados formalmente de crimes cresceu 12% no Supremo Tribunal Federal (STF) em apenas quatro meses. Saltou de 130, em 1º de julho, para 148, em 19 de novembro. Ou seja, pelo menos dois em cada sete deputados respondem a inquérito (investigação preliminar que procede a abertura de processo) ou ação penal (processo que pode resultar em condenação) no Supremo Tribunal Federal (STF).

Os dados são de levantamento exclusivo do Congresso em Foco. Mas o número pode ser ainda maior, já que alguns ministros do Supremo mantêm em sigilo a existência de alguns inquéritos, impedindo que o cidadão tenha conhecimento das suspeitas que recaem sobre seus representantes no Parlamento. A lista dos delitos atribuídos aos parlamentares é extensa: crimes de responsabilidade, contra a Lei de Licitações, corrupção, lavagem de dinheiro, sonegação de impostos, crimes eleitorais, ambientais, entre outros.

VEJA AQUI A LISTA DOS INVESTIGADOS

O total de investigados supera, por exemplo, a soma das duas maiores bancadas partidárias. Reunidos, PMDB e PT ocupam 126 cadeiras. O ranking das siglas com mais encrencados na Justiça (veja abaixo) é liderado pelo PP. Dos 41 deputados do Partido Progressista, 27 (66%) têm pendências criminais. Entre eles, 18 estão na mira da Operação Lava Jato, como o 1º vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão (MA), e o líder Eduardo da Fonte (PE).

Dono da maior bancada da Casa, o PMDB tem o segundo maior número de deputados sob suspeita: 19 de seus 67 representantes respondem a inquérito ou ação penal no Supremo. Entre eles, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), que pode se tornar réu caso os ministros aceitem a denúncia por corrupção e lavagem de dinheiro feita pela Procuradoria-Geral da República a partir das investigações da Lava Jato. Na sequência, três partidos aparecem empatados com 13 investigados: o PR (que tem 34 representantes na Câmara), o PSDB (com 53 cadeiras) e o PT (que tem 59 deputados).

Os deputados Roberto Góes (PDT-AP) e Veneziano Vital do Rêgo (PMDB-PB) são os campeões em pendências criminais, a exemplo do levantamento anterior. Os ex-prefeitos de Macapá e Campina Grande respondem a 12 inquéritos ou ações penais, de acordo com o levantamento concluído pelo site no último dia 19.

Como mostrou a Revista Congresso em Foco, desde 1988, ano em que a atual Constituição entrou em vigor, mais de 500 parlamentares foram investigados no Supremo Tribunal Federal (STF). A primeira condenação ocorreu apenas em 2010. De lá para cá, apenas 16 congressistas que estavam no exercício do mandato foram condenados por crimes como corrupção, lavagem de dinheiro e desvio de verba pública.

Cinco homens são assassinados em Caruaru

Pedro Augusto

Num intervalo de seis dias, cinco pessoas foram assassinadas em Caruaru. Os crimes foram registrados nos bairros José Carlos de Oliveira e São João da Escócia, bem como na Vila do Juá, na zona rural do município, e na BR-104. O primeiro aconteceu no início da noite da sexta-feira (13). Fernando Felipe da Silva, de 20 anos, foi morto a tiros na rua José Antônio do Nascimento, no bairro José Carlos de Oliveira. De acordo com as informações repassadas pela Polícia Militar, a vítima estava trafegando na sua Yamaha Factor, de cor preta e placa PGH-0241, quando teria sido surpreendida por dois criminosos também em uma motocicleta. Atingido com vários disparos, o jovem acabou morrendo no local, enquanto os executores conseguiram escapar sem serem identificados.

Por supostamente ter praticado um arrombamento no bairro, Fernando teria sido ameaçado de morte. “Um comerciante da comunidade chegou acusá-lo da ação, mas nada foi provado. Ele tinha passagem pela polícia”, disse o cabo da Polícia Militar, Marcionilo Silva. O pai da vítima, o pedreiro Gerson Vieira, comentou sobre a vida pregressa dela. “O Fernando andava com más companhias e praticava coisas erradas. Conselho foi o que não faltou para ele.” O corpo do jovem foi encaminhado ao Instituto de Medicina Legal de Caruaru.

Na madrugada do último domingo (15), mais precisamente às 4h, o adolescente Matheus de Assis Souza, de 15 anos, foi assassinado a tiros na rua Cantor Milton Carlos, no bairro São João da Escócia. De acordo com a tia da vítima, a dona de casa Maria Nazaré, por volta das 2h o menor havia deixado a residência onde mora para encontrar alguns amigos. Ela chegou a escutar os disparos. “Ele gostava de sair tarde da noite para beber”, disse. A investida dos criminosos não se configurou em duplo homicídio, porque o jovem que se encontrava na companhia da vítima conseguiu escapar, embora tenha sido atingido com dois disparos.

Um dos suspeitos de terem praticado o assassinato foi preso ainda em flagrante. Trata-se de Everton Tavares da Silva, de idade não informada. Quanto ao comparsa, que não teve o nome divulgado, não havia sido preso até o fechamento desta edição. “Estava bebendo em frente à casa do Matheus, quando eles chegaram atirando. Consegui correr, mas ele (Matheus) acabou sendo atingido. Por sorte, conversei com um dos bandidos que decidiu me balear nas pernas”, relatou o amigo da vítima, Fábio José da Silva, de 20 anos. Matheus Souza foi alvejado com seis disparos.

O terceiro homicídio foi contabilizado na tarde da última segunda-feira (16), na Vila do Juá, na zona rural do município. O corpo do desempregado Marcos Vinícius Gonçalves, de 31 anos, foi encontrado na rua do Campo com várias marcas de tiros. Ele teria sido executado na noite anterior. “Populares informaram que a vítima teria bebido durante toda a manhã e tarde do domingo e morrido à noite. Ele era uma pessoa boa, seu único vício era a bebida”, comentou, ainda na cena do crime, o cabo da Polícia Militar, Cláudio.

Já na manhã da última terça-feira (17), às 11h30, o ex-presidiário Carlos José da Silva, de 27 anos, o “Carlinhos”, foi morto a tiros na rua da Lata II, no bairro São João da Escócia. De acordo com informações repassadas pela Polícia Civil, ele encontrava-se trafegando em seu Gol, de cor branca e placas KFM-5715, quando parou no local para conversar com um amigo. Em seguida, um criminoso teria saído de um matagal e o baleado na cabeça. A vítima, que estava na companhia da esposa, acelerou o veículo, mas acabou perdendo o controle e caiu num córrego. O executor ainda encontrou tempo para efetuar mais disparos contra ele. Já a esposa, por pouco, não foi atingida. Carlinhos havia cumprido pena por assalto.

Na noite da última quarta-feira (18), o carroceiro José Carlos Barbosa da Silva, de 39 anos, foi assassinado em plena BR-104. Ele estava trafegando em sua moto na companhia do amigo Manoel Roberto da Silva, de 42, quando dois homens em outra motocicleta teriam se aproximado e efetuado vários disparos de arma de fogo.
De acordo com a Polícia Civil, mesmo ferido, Manoel conseguiu fugir e conduzir o veículo até a residência de parentes, no bairro Pinheirópolis. Lá, ele foi socorrido por parentes para o Hospital Regional do Agreste (HRA). A outra vítima foi levada pelo Samu para a mesma unidade, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no local. Até o fechamento desta edição, a polícia já havia registrado 40 homicídios neste ano na Capital do Agreste.

Crimes ambientais cometidos em Caruaru serão punidos

A Superintendência de Meio Ambiente da Prefeitura de Caruaru realizou na
manhã desta segunda (15), uma vistoria em dois diferentes pontos da cidade para
investigar denúncias de crimes ambientais cometidos contra árvores, nos
bairros Maurício de Nassau e Salgado.

Em campo, as equipes identificaram que uma árvore da espécie Acácia foi
sacrificada devido a um corte irregular na Rua Padre Antônio Tomás, s/n, em
frente a academia HI. O outro caso ocorreu na rua Cônego Júlio Cabral, nas
proximidades do Posto  Vasconcelos, no bairro do Salgado, onde três outras
árvores sendo duas da espécie Fícus e uma da espécie Acácia, sofreram o
mesmo crime.

Nos dois casos, os responsáveis serão intimados para prestar
esclarecimentos e deverão comparecer a sede da Prefeitura de Caruaru no
prazo de 48 horas. Caso constatado a responsabilidade pelo crime, os
intimados poderão ser multados no valor de até R$ 2.700.00, além da
compensação ambiental estabelecida pelo órgão.

A Superintendência lembra ainda que essas condutas são crimes ambientais
previstos por lei, nº (4.071), e os responsáveis estarão passiveis de
multas, sob pena de inscrição do débito na dívida ativa Municipal. Em caso
de reincidência a multa será imposta em dobro.

Crimes vão além da Petrobras, afirma juiz da Lava Jato

O juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações da Operação Lava Jato, considera que existem indícios de que os crimes de corrupção e propinas “transcenderam a Petrobras”. Ele demonstra perplexidade com a planilha de dados sobre cerca de 750 obras públicas, “nos mais diversos setores de infraestrutura, que foi apreendida com Alberto Youssef”.

Doleiro e alvo central da Lava Jato, Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa fizeram delação premiada e relataram a ação do cartel das empreiteiras na estatal petrolífera. A planilha que incomoda o juiz da Lava Jato foi apreendida no dia 15 de março, quando a operação saiu à caça dos investigados.

Na terça-feira, em Brasília, durante sessão da CPI mista da Petrobras, Costa afirmou que o esquema de propinas é generalizado no País. Funciona, segundo o delator, “nas rodovias portos, ferrovias e aeroportos”.