Deficientes auditivos enfrentam dificuldades para se inserirem no trânsito

Buzinas, ruído dos motores e do atrito entre pneu e asfalto compõe uma “sinfonia do trânsito” que, para muitos, gera estresse e aflição. Porém, para alguns, dirigir é uma atividade silenciosa e não é por opção. A estes, a principal barreira quando o assunto é trânsito não são os buracos na via ou os congestionamentos, mas envolve a comunicação com os demais usuários. A Perkons ouviu especialistas que atuam com a inclusão de deficientes auditivos no trânsito para conhecer quais os avanços e obstáculos ainda a superar para que condutores e pedestres surdos se desloquem com segurança.

O olhar impaciente dos outros motoristas denuncia o desconhecimento em relação à surdez do prof. Neivaldo Zovico, diretor regional da Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos de São Paulo (FENEIS) e coordenador nacional de Acessibilidade para Surdos. Depois de instantes sem entender o que acontecia, ele verifica pelo retrovisor a luz que indica a sirene ligada de uma ambulância que aguardava passagem. Recorrentes, episódios como esses colocam quem os vivenciam em uma posição embaraçosa. “As pessoas acham que somos mal-educados”, lamenta.

A experiência em uma instituição que reivindica os direitos dos surdos, somada a mais de três décadas de condução, fazem Zovico não ter dúvidas sobre o principal entrave para a inclusão dos surdos no trânsito. “O grande problema é que nem todas as autoescolas têm intérprete da Língua Brasileira de Sinais (Libras). Como ela é o primeiro idioma dos surdos, antes mesmo do português, a falta de intérpretes e de provas adaptadas gera dificuldade de compreensão e entendimento por parte dos alunos surdos”,  pontua.

As dificuldades, entretanto, extrapolam o processo de obtenção da carteira e adentram a esfera da interação com motoristas não surdos, contratempo que ocasiona incidentes como o vivido por Zovico. Para conter estes casos, a Lei 8.160/1991 sugere o uso do Símbolo Internacional de Surdez adesivado na traseira dos veículos conduzidos por surdos como uma alternativa para indicar aos demais condutores que aquele motorista não irá responder a ruídos de sirenes ou buzinas, sendo a sinalização por faróis o recurso mais apropriado. A lei, contudo, não foi regulamentada e sua aplicação é, portanto, facultativa.

Com cidades mais acessíveis todos ganham

A legislação, porém, não é o único elemento a definir a rotina no trânsito dos deficientes auditivos. Seja como condutor ou pedestre, o surdo depende dos investimentos do Estado para uma infraestrutura acessível. Envolvido com propostas para acessibilidade, o estado de São Paulo, através da integração do Detran com o programa de Atenção à Acessibilidade, facilita o acesso de pessoas com deficiência no processo de habilitação. Com o projeto, apenas no período entre janeiro e abril de 2015, 18 mil candidatos surdos foram aprovados no exame. Em outubro do mesmo ano, a prova teórica passou a ser aplicada a esses candidatos com mediação online de um intérprete. “Essa é uma ação pioneira no país. Vale ressaltar que a função do intérprete não é ajudar o candidato a responder as questões, mas mediar a compreensão das perguntas”, declara a assessoria de imprensa do órgão, que afirma ainda que há, atualmente, registro de cerca de 310 mil CNHs para condutores com algum tipo de deficiência em todo o estado, condição sinalizada no verso da carteira depois de comprovada por médico credenciado pelo Detran.

A assessoria do órgão informa ainda que o candidato com deficiência auditiva não é obrigado a fazer as provas com um intérprete, porém, caso tenha preferência por este intermédio e a autoescola não disponha de instrutores habilitados em Libras, é possível fazer as aulas com acompanhamento de um intérprete particular ou parente próximo. “Em São Paulo, o Detran disponibiliza a aplicação dos exames teórico e prático com o acompanhamento de um intérprete em todo o Estado”, garante.

Outra cidade que tem encabeçado ações e projetos para atender usuários com algum tipo de deficiência no trânsito é Curitiba. “Contamos com inúmeras ações na área de acessibilidade e mobilidade urbana, como os semáforos sonoros e de aumento de tempo em travessias”, enumera a secretária dos Direitos da Pessoa com Deficiência de Curitiba, Mirella Prosdócimo. Um dos exemplos destinado especialmente a pedestres com mobilidade reduzida, como idosos e cadeirantes, é o Cartão Respeito,adotado em 31 semáforos para aumentar em até 50% o tempo disponível para travessia.

Assaí Atacadista abre seleção para pessoas com deficiência em Caruaru

O Assaí Atacadista está com diversas vagas para os cargos de operador de caixa, operador de loja (repositor de mercadorias) e empacotadores. As oportunidades são exclusivas para pessoas com deficiência. A seleção dos candidatos acontecerá no dia 02/08/2016, terça-feira, às 9h e às 14h.

Ao todo são 18 vagas disponíveis para as lojas de Pernambuco: Camaragibe (10 vagas), Imbiribeira (6 vagas), Jaboatão (1 vaga) e Caruaru (1 vaga).
Para participar do processo de seleção, os interessados deverão dirigir-se à loja do Assaí mais próxima de sua residência (verificar os endereços das lojas em www.assai.com.br/nossas-lojas), levando carteira profissional, RG, CPF e laudo médico.

Aumenta o valor da multa para quem estacionar em vaga de deficiente

O valor da multa para quem estacionar em vagas exclusivas para idosos e deficientes aumentou. De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, a infração que antes era considerada leve, passa a ser grave, com valor de R$ 127,69 para o uso indevido de vagas de estacionamento para idosos e deficientes físicos, além de cinco pontos na carteira.

A medida passou a valer no dia 07 de janeiro e também vale para quem estacionar nas vagas especiais dentro de estabelecimentos comerciais.

Atualmente, Caruaru possui 28 vagas destinadas a idosos e 22 vagas para deficientes, esses números serão ampliados ainda neste semestre. As novas regras visam gerar mais consciência, segurança e organização nas áreas reservadas.

Grupo Bonanza reforça vagas de empregos para pessoas com deficiência

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José Anailson de Carvalho é de São Caetano. Ele trabalha como embalador em uma loja dos Supermercados Bonanza, em Caruaru, há 8 anos. É um profissional exemplar. Tem um ótimo relacionamento com os colegas e o respeito e a admiração de todos. A única diferença é que José Anailson é uma pessoa com deficiência auditiva e se comunica com os colegas por meio da Linguagem de Sinais.

Anailson explica que antes de trabalhar no Grupo Bonanza teve muita dificuldade de arranjar um emprego. Mas, foi graças à indicação feita por um amigo que já trabalhava na empresa que ele conquistou um lugar no mercado de trabalho e começou a mudar de vida. Feliz com o trabalho, o embalador aconselha outros PCDs a saírem de casa, deixar de dependerem de outras pessoas e buscarem sua liberdade financeira.

O Grupo Bonanza é uma empresa que se preocupa com a inclusão de PCDs. Por isso, dispõe de vagas para alguns setores em lojas espalhadas por Pernambuco e Paraíba. São vagas para balconista de frios, balconista de carnes, operador de caixa, ajudante de depósito, auxiliar de RH, promotor, vendedor e supervisor de vendas. Os interessados podem enviar currículo para clearh@bonanza.com.br.

Tony Gel solicita equipe para atender pessoas com deficiência em Ciretran

O deputado estadual Tony Gel (PMDB) solicitou ao presidente do Detran-PE, Charles Ribeiro, esforços no sentido de encaminhar periodicamente para a Ciretran de Caruaru uma equipe com toda estrutura necessária, como também veículos adaptados, para atender às pessoas com deficiência e que estão encontrando dificuldades para tirar e renovar a carteira de habilitação.

Tony Gel destacou também que algumas pessoas com deficiência selecionadas para o programa CNH Popular perderam o benefício por falta de condições financeiras para se deslocarem ao Recife, visto que a unidade da Ciretran de Caruaru não dispõe de estrutura adequada para atendê-los, por exemplo, com uma junta médica e um veículo adaptado.

Para ele, atendendo a solicitação, o Detran estará cumprindo com o seu papel de inclusão social e facilitando a vida não só de pessoas com deficiência da Capital do Agreste, mas também de uma região.

Deficientes podem se aposentar até dez anos mais cedo

A Lei Complementar 142, que garante as pessoas com deficiência a concessão de aposentadoria especial, completará um ano no próximo mês de dezembro. Trata-se da lei que determina que os segurados com algum tipo de deficiência e filiados ao Regime Geral da Previdência Social (RGPS) têm a possibilidade de se aposentar até 10 anos mais cedo, dependendo do grau de sua deficiência.

Para ter direito a este benefício, o segurado tem que ser enquadrado como deficiente físico, pessoa com limitações física, mental, intelectual (dificuldade para aprender, entender e realizar atividades comuns para as outras pessoas). Ou sensorial (surdez, cegueira, déficit de tato, déficit de olfato, déficit de paladar), de acordo com o art. 2o da Lei Complementar 142/2013, devendo ser comprovado através de laudos médicos, atestados, prontuários, exames.

“O principal efeito da lei é que o tempo de contribuição para a concessão da aposentadoria diminuiu em média, de cinco anos de contribuição” afirmou o Dr. Willi Fernandes, advogado da APABESP – Associação Paulista dos Beneficiários e Previdência.

Os graus de deficiência são comprovados mediante a realização de perícia médica, psicológica e social, que tem o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar com médicos peritos, terapeutas ocupacionais e assistentes sociais.

“Para a nova lei, os requisitos de carência necessários para a concessão da aposentadoria, serão avaliados de acordo com o grau de deficiência, que para cada um deles terão um numero específico de contribuições ”apontou Dr. Willi Fernandes.

Veja o quadro abaixo:

GRAVE Homem – 25 anos de contribuição Mulher – 20 anos de contribuição
MODERADA Homem – 29 anos de contribuição Mulher – 24 anos de contribuição
LEVE Homem – 33 anos de contribuição Mulher – 28 anos de contribuição

Para contar com o benefício especial, os segurados terão de comprovar a deficiência durante todo o período de contribuição. Para aqueles que contraíram a deficiência após a filiação ao RGPS, o tempo para aposentadoria será reduzido proporcionalmente ao número de anos em que o trabalhador exerceu atividade com deficiência.

Cartão da Destra para pessoas com deficiência só tem validade até o dia 31

A Destra reforça mais uma vez que a partir do dia 1º de agosto o cartão
LEVA para pessoas com deficiência será a única identificação válida para
gratuidade. A carteira destinada ao público, que anteriormente era emitida
pela Destra, não terá mais validade.

Os usuários têm até o dia 31 de julho para comparecer ao posto de
atendimento do cartão LEVA, no 3º piso do Shopping Difusora, com as cópias
da seguinte documentação: carteira de identidade, comprovante de
residência, laudo médico recente e a carteira de pessoa com deficiência
emitida pela Destra.

Este é o terceiro e último prazo oferecido para a realização do processo. O
cartão LEVA para pessoas com deficiência já disponibilizou outras duas
prorrogações: a primeira foi o recadastramento, entre novembro e dezembro
de 2013, e a segunda foi até o final de maio deste ano.