Manifestantes pró e contra governo ganham as ruas

Por ANDERSON BANDEIRA
Da Folha de Pernambuco

No momento em que o tensionamento entre o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional começa a ficar cada vez mais acirrado e o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) volta a ser um tema recorrente nos círculos políticos e conversas de populares, duas mobilizações prometem agitar agosto.

A primeira será realizada no próximo dia 16, em todo o Brasil, e tem um tom contrário ao governo da petista e está sendo organizada pelo movimento Vem Pra Rua. O grupo tem usado as redes sociais para divulgar a ação e aposta na participação maciça da população. Na pauta, o pedido do fim do governo petista e o repúdio ao projeto de ajuste fiscal elaborado pelo governo.

“É o Brasil inteiro e unido, contra o abuso do PT. Ninguém vai ficar de fora, todos estão convocados para irem para a rua!”, conclamam os militantes do movimento num post no Facebook. Até a última sexta-feira mais de 100 mil pessoas em todo País haviam confirmado presença no ato através da rede social.

O Movimento Brasil Livre (MBL) também encabeçará as manifestações contra o Governo Federal nas principais capitais do País. Em Pernambuco, a mobilização acontecerá na Avenida Boa Viagem, na zona Sul da cidade, a partir das 9h30. Essa é a terceira vez que a manifestação acontecerá na capital pernambucana, desde que a presidente Dilma foi reconduzida ao Palácio da Alvorada, em 2014.

“A pauta é fora corruptos, fora Dilma. O sentimento é muito positivo. As pessoas têm se envolvido cada vez mais e isso já dá um indicativo de que a mobilização vai ser muito boa”, avaliou Gustavo Gesteira, representante do movimento Vem Pra Rua em Pernambuco. Tentando capitalizar votos da população contrária ao governo petista, o PSDB também vem conclamando a população para ir as ruas. Diferentemente das primeiras mobilizações quando pediram o impeachment da chefe do Executivo federal, o mote dos tucanos, desta vez, será defender a renúncia de Dilma e a imediata convocação de novas eleições.

Já no dia 20 de agosto, será a vez dos movimentos (sociais e populares) simpáticos ao Governo Federal irem às ruas, em defesa da gestão petista. Entre as organizações que já confirmaram participação estão o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem terra (MST), a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a União dos Estudantes do Brasil (UNE). A ideia, segundo os movimentos pró-governo, é dar uma resposta aos protestos do dia 16. Mas apesar de defender a gestão de Dilma, as críticas ao ajuste fiscal terão espaço na pauta da mobilização.

A mobilização ocorrerá na proximidades do parque 13 de maio, área central do Recife. A expectativa é de que a concentração aconteça a partir das 15h para, em seguida, percorrer as principais ruas do centro da cidade. Diversas caravanas do interior e cidades da Região Metropolitana do Recife são esperadas, assim como ocorreu no início do ano, quando outra mobilização deste tipo foi realizada.

Dilma Rousseff antecipa para hoje reunião com ministros

Do G1

A presidente Dilma Rousseff convocou para a noite deste domingo (9) uma reunião com a coordenação política do seu governo para avaliar o cenário político e definir estratégias para enfrentar a crise. O encontro com grupo integrado pelos ministros mais próximos está marcado para as 19h no Palácio da Alvorada, sua residência oficial, em Brasília.

Normalmente, essa reunião ocorre às segundas-feiras, mas foi antecipada porque na segunda (10) a presidente tem compromisso em São Luís (MA), onde entregará unidades habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida e participará da inauguração do Terminal de Grãos do Maranhão, no Porto de Itaqui.

Na pauta do encontro, a relação tensa com o Congresso, especialmente a Câmara, onde Dilma sofreu uma derrota na última semana e viu aliados como o PDT e o PTB se afastarem, deverá ser uma das prioridades. O governo luta para reunificar a base aliada, que se pulverizou e não é mais garantia para aprovação de matérias na Câmara e no Senado.

Também poderão ser discutidas uma eventual redução de ministérios e uma reforma ministerial. Na quinta-feira (6) à noite, Dilma recebeu o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para uma conversa, onde ele voltou a defender o enxugamento da máquina estatal.

Além de dificuldades na política, Dilma enfrenta um momento delicado na economia do país, com reflexos na sua popularidade, que vive o pior momento. Segundo o instituto Datafolha, o governo Dilma tem o maior índice de reprovação (71%) desde a redemocratização do país.

Impeachment: sem a pressão das ruas não sai

Por DENISE ROTHENBURG
Do Correio Braziliense

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, tem feito as contas sobre os votos para o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Descobriu que hoje não tem os dois terços (343) necessários para abertura de processo contra ela.

Se não houver uma pressão popular forte, como foi a de 1992 contra Fernando Collor, o impeachment não sai. Geraldo Alckmin é contra, assim como, nos bastidores, o próprio Aécio Neves. Afinal, ninguém despreza a habilidade de Michel Temer em construir um governo de união nacional e conquistar apoios para o futuro.

O governo vai tentar ganhar tempo para a votação das contas de 2014 no TCU. A ideia é a de que algum ministro peça vistas ao processo, adiando o parecer final da Corte para meados de setembro. Assim, Dilma teria tempo para tentar recompor alguma musculatura, ver os efeitos da reforma ministerial que pretende colocar em curso e mais prazo para verificar os desdobramentos da Lava-Jato. Ou seja, saber se vem aí algo mais contundente contra o homem que conta os votos pró-impeachment.

Lula recomenda que Dilma faça reforma ministerial

Do Congresso em Foco

O ex-presidente Lula se reuniu com os ministros da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e da Comunicação Social, Edinho Silva, para defender que a presidente Dilma Rousseff promova uma reforma ministerial e viaje pelo país para combater a crise. Lula argumentou que viajar não será suficiente para a recuperação de Dilma, mas é fundamental para esfriar a temperatura política do país. As informações são da Folha de S.Paulo.

“Dilma precisa sair dali”, rebateu o ex-presidente ante das ponderações dos ministros às possíveis viagens. Lula ainda defendeu que uma eventual reforma ministerial aloque políticos mais representativos dos partidos, com força política para influenciar suas bancadas no Congresso.

O encontro foi no Instituto Lula, nesta sexta-feira (7), depois de cerca de 400 pessoas, entre petistas e militantes de movimentos sociais, protestarem contra “o ódio e a intolerância” e darem um abraço simbólico no edifício. O instituto foi alvo de uma bomba caseira na quinta (30).

Na tarde de ontem, quando Lula chegou ao instituto junto do presidente do PT, Rui Falcão, da ex-primeira-dama Marisa Letícia, e do presidente de seu instituto, Paulo Okamotto, ele foi ovacionado aos gritos de: “Lula, guerreiro do povo brasileiro” e “Olê, olê, olá, Lula, Lula”.

Atos do dia 16 terão slogans ‘Lula Nunca Mais’ e ‘Fora Corruptos’

Do Blog da Folha

As manifestações que estão marcadas para o dia 16 de agosto não serão centradas unicamente na presidente Dilma Rousseff (PT). Organizador dos atos, o Vem Pra Rua vai utilizar os lemas “Fora Corruptos” e “Lula Nunca Mais” nos eventos. As informações são da coluna Painel, da Folha de S. Paulo.

Na ocasião, o movimento dirá que há corruptos não só na base do governo, mas também na oposição. Desta vez, parlamentares investigados na Operação Lava Jato devem ser alvos dos discursos. “A corrupção não está ligada só ao PT e a Dilma, embora tenha explodido nesses 13 anos”, afirmou Rogério Chequer, que é porta-voz do grupo.

Além disso, afirma a coluna, o movimento também passou a considerar, segundo Chequer, que, em vez do impeachment, a renúncia da presidente seria o processo “mais eficiente” para que o governo e a economia do País sejam recuperados.

DILMA

Assessores do Planalto defendem que a petista não passe a semana que antecede as manifestações isolada no Palácio. Para eles, Dilma deveria fazer um ato para “bater bumbo” sobre a Medida Provisória do Futebol. A MP 671 foi sancionada, com vetos, na última quarta-feira (5) e já é lei.

Dilma recebe estudo reduzindo dez ministérios

Por ILIMAR FRANCO
De O Globo

A presidente Dilma deve receber amanhã um estudo para acabar com 10 ministérios. Um integrante do governo, que é petista, revela que uma dessas sugestões dá mais poder à Casa Civil, que assumiria a Secretaria de Relações Institucionais. Pelo menos essa proposta é polêmica, porque fortalecer o ministro Aloizio Mercadante implica demitir o vice Michel Temer da coordenação política.

MINISTÉRIOS TEMÁTICOS NA MIRA

A Casa Civil fazia a coordenação política e administrativa no início do primeiro governo Lula. Isso mudou quando o poderoso José Dirceu foi abatido no mensalão. Mas essa mudança, depois da recente conversa entra a presidente Dilma e seu vice, Michel Temer, virou manobra arriscada. O estudo prevê tirar status de ministério das pastas: Pesca, Portos, Aviação Civil, Mulheres, Direitos Humanos, Igualdade Racial, Micro/Pequena Empresa e Assuntos Estratégicos. Além disso, perderiam o status o Gabinete de Segurança Institucional e o BC. O estudo é visto com ceticismo. Teria o aval da opinião pública, mas geraria conflitos na base.

Presidente confirma indicação de Janot para novo mandato na PGR

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Atual procurador-geral da República ficará mais dois anos à frente do Ministério Público Federal (Foto: ABr)

Da Agência Brasil

A presidente Dilma Rousseff confirmou neste sábado (8) a indicação do atual procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para um novo mandato de dois anos à frente do Ministério Público Federal (MPF).

Após participar de reunião com Dilma e o próprio Janot no Palácio da Alvorada, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, avaliou que a escolha da presidente reflete respeito pela autonomia do MPF, que já havia aprovado a recondução do procurador-geral ao cargo.

Sobre as críticas de alguns investigados à atuação de Janot na condução da Operação Lava Jato, Cardozo voltou a defender a autonomia do MPF e ressaltou que a Constituição garante liberdade investigatória aos que atuam nessa área.

“É evidente que nós não podemos jamais condenar pessoas sem que lhes seja assegurado o direito ao contraditório e à ampla defesa, também estabelecidos na Constituição. Mas as instituições do Brasil, na medida em que a Constituição estabelece essas prerrogativas, devem funcionar e funcionar com eficiência. E a autonomia é o que está assegurado na Constituição Federal.”

Paulo Câmara se dispõe a ajudar Dilma a sair da crise

Do Diario de Pernambuco

Diante do cenário de incertezas e sem que o governo federal consiga controlar sua base parlamentar para evitar a aprovação de pautas-bomba, o governador Paulo Câmara (PSB) voltou a se colocar ontem à disposição da presidente Dilma Rousseff (PT) para ajudar a petista a sair da crise, apesar de seu partido estar na oposição. O socialista lembrou que, na semana passada, os demais governadores já se colocaram à disposição do governo federal e que o momento é de buscar união. A entrevista foi concedida ontem, no Palácio do Campo das Princesas, durante evento com alunos da rede estadual de ensino que se destacaram no Enem.

No cargo de vice-presidente nacional do PSB, Câmara disse que tem conversado com lideranças políticas locais e nacionais e que está aberto para dialogar e ajudar. “Estamos abertos ao diálogo. Me coloco à disposição para ajudar no que for preciso como tenho feito como vice-presidente nacional do PSB. Tenho conversado com muita gente e me colocado à disposição, oferecendo minhas ideias”, disse.

Na avaliação do governador, o país precisa retomar a confiança e superar as questões políticas para voltar a ter perspectiva de futuro. “Temos que ter capacidade de diálogo, abrir portas para chegar a um caminho para que as coisas voltem a funcionar. Se não houver capacidade de diálogo, de liderança, vamos viver momentos difíceis. O momento é de buscar união para superar as questões”, destacou. O governador informou que seu governo está trabalhando e buscando parcerias com as prefeituras para evitar que os municípios sofram cada vez mais com a crise.

Crise política e econômica muda ministério

Por CRISTIANA LÔBO
Do G1

Em mais uma contradição com o discurso da campanha, a presidente Dilma Rousseff avalia, agora, promover uma ampla reforma administrativa de modo a reduzir significativamente o número de ministérios – que, atualmente, são 38 – e estabelecer critérios de mérito para o preenchimento de parcela dos mais de 22 mil cargos de confiança na administração federal.

A proposta está sendo preparada pelo Ministério do Planejamento, por ordem da presidente, e, se houver condições políticas para ser adotada, poderá ser anunciada nos primeiros dias depois da reabertura dos trabalhos do Congresso Nacional, que acontece nesta semana.

A redução do número de ministérios, porém, colide com interesses dos partidos aliados que, neste momento, estão em disputa por indicação de mais cargos de segundo e terceiro escalões na administração pública federal. A tarefa de distribuição dos cargos está com o PMDB, sob o comando do vice-presidente Michel Temer, e com planilhas que estão sendo feitas pelo ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha.

Se de um lado colide com as pretensões dos aliados, de outro, vai ao encontro de proposta do próprio PMDB de reduzir para 20 o número de ministérios na administração federal. Projeto nesse sentido foi lançado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e apresentado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em momento de rusgas – anteriores à citação dos dois na Operação Lava Jato – com o Palácio do Planalto.

Esta proposta de reforma administrativa tem o objetivo de mostrar à sociedade que, neste momento de ajuste fiscal, o governo é capaz de cortar na própria carne, mas, ao mesmo tempo, fazer alguma economia. A redução de gastos não seria significativa, mas teria grande simbologia, entendem auxiliares da presidente.

Dilma diz que pediu colaboração a governadores para país voltar a crescer

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Presidente propôs aos Estados uma união para enfrentar problemas e vencer crise (Foto: Ichiro Guerra/PR)

Da Agência Brasil

Três dias depois de se reunir com governadores de todos os estados do país, a presidente Dilma Rousseff avaliou neste domingo (2) o encontro, destacou que, assim com ela, os representantes dos estados foram eleitos democraticamente para mandatos de quatro anos e defendeu a necessidade de colaboração entre o governo federal e os estados para o país voltar a crescer.

“Gostei muito da reunião com os governadores. Apresentaram posições, sugestões e encaminhamentos importantes para o País. Nós temos em comum a eleição pelo voto popular majoritário e a responsabilidade de cumprir, no mandato de quatro anos, nosso programa de governo”, escreveu Dilma em sua conta na rede social.

É a primeira avaliação da presidente sobre o encontro com os governadores, na última quinta-feira (30), no Palácio da Alvorada. Na reunião, Dilma explicou aos governadores as causas da queda da arrecadação e propôs aos estados uma parceria para enfrentar problemas e superar crise.

Em resposta, os governadores comprometeram-se a ajudar o governo a evitar a aprovação de projetos da chamada pauta-bomba, em tramitação no Congresso Nacional que, segundo o Executivo, podem gerar gastos adicionais, comprometendo o ajuste fiscal.

“É nossa obrigação, mesmo com as diferenças partidárias, dialogar para que o país saia com rapidez de suas dificuldades. Para que volte a crescer, com equilíbrio fiscal, inflação sob controle, gerando empregos e prosperidade para os cidadãos e suas famílias”, avaliou Dilma, pelo Twitter.