CNI prevê pequeno crescimento para economia e indústria em 2015

Após um ano de 2014 “difícil e duro”, durante o qual o setor industrial teve “desempenho frustrante”, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) prevê leve melhora dos indicadores econômicos em 2015. A expectativa da entidade é que o Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país) cresça timidamente ao longo do próximo ano e que os juros continuem em alta, freando o consumo e os investimentos.

Segundo o Informe Conjuntural Anual, estudo da CNI com previsões sobre a economia, o PIB deve crescer 1% no ano que vem, ou seja, metade dos 2% estimados pelo governo federal. Este ano, pelos cálculos dos economistas da CNI, o crescimento não passará de 0,3%, resultado que indicaria estagnação da economia.

A entidade calcula que os juros terminarão, em 2015, em torno de 12,5% e que a inflação encerrará o próximo ano em 6,2%, quase o limite superior da meta fixada pelo governo de 6,5%. A CNI projeta 6,4% de inflação para este ano.

Para o presidente da entidade, Robson Braga de Andrade, o desafio do país a partir de 2015 será restaurar os fundamentos macroeconômicos e aumentar a competitividade da indústria, tarefa considerada difícil, já que a confederação prevê que o consumo das famílias crescerá 0,7%. Esse aumento contribuirá para que a atividade industrial cresça 1%, mas não criará as condições sustentáveis de um crescimento maior, avalia a CNI.

“Nos últimos anos, observamos uma desaceleração da demanda de consumo das famílias. Isso não é uma característica de 2014, mas demonstra que apenas a alavanca do consumo como mecanismo de recuperação do crescimento não é possível. O desafio é retomar ao crescimento via investimento”, disse o gerente executivo de Políticas Econômicas da CNI, Flávio Castelo Branco.

Segundo a CNI, após uma queda que poderá chegar a 6,7% este ano, os investimentos da indústria ficarão estagnados em 2015. Além disso, a entidade calcula que, em 2014, a indústria registrou retração, com poucos segmentos apresentando resultados positivos – indústria extrativista, farmacêutica, de manutenção e reparação, derivados do petróleo e combustível, informática e eletrônicos, limpeza e perfumaria e bebidas.

“O setor industrial tem sido bastante afetado e tem tido dificuldade de manter o ritmo de crescimento”, disse Castelo Branco. Ele destacou a importância da recuperação da capacidade de investimento da indústria. Segundo ele, nas últimas duas décadas, os anos em que a economia brasileira cresceu com maior vigor foram justamente aqueles em que o setor alavancou os investimentos. “Recuperar a capacidade de investimento da indústria é um desafio”.

No estudo, a CNI conclui que, após atingir o menor nível da última década e apesar da fraca atividade econômica, a taxa de desemprego continuará baixa, ainda que com eve alta em comparação a 2014. Enquanto avalia uma taxa de 4,8% da População Economicamente Ativa (PEA) desempregada neste ano, a entidade prevê que 2015 fechará com 5,2%.

De acordo com a CNI, para retomar o crescimento econômico sustentável, é necessário restaurar os fundamentos macroeconômicos e aumentar a competitividade. Para a entidade, isso depende de um ajuste fiscal nas contas do governo que permita a geração de superávits consistentes e o controle da dívida pública, reequilibrando as contas externas e favorecendo a competitividade dos produtos brasileiros.

A Hora da Verdade

Maurício Assuero, professor e economista

O título acima foi adotado de um livro publicado, inicialmente, por volta dos anos 1988 e reeditado desde então.  O livro retrata a história de um executivo contratado para tirar do “buraco” a empresa área Swissair. A metodologia adotada por este jovem executivo, de nome Jan Carlzon, foi, basicamente, colocar o cliente como a pessoa mais importante da empresa (geralmente os organogramas das empresas começam pelo presidente e ele colocou o presidente como a pessoa menos importante da organização!). Sua proposta era recuperar a empresa, financeiramente, em dois anos e já no primeiro ano de atuação a Swissair já apontava lucro real no seu balanço.

O que queremos externar com esse relato é a capacidade de ação diante da adversidade. Muitas empresas sucumbem as forças do mercado, muito pela falta de uma administração arrojada, desafiadora e inovadora.  Se formos analisar o comportamento de algumas empresas a gente vai ficar com o sentimento de que a empresa “está nos fazendo um favor em nos vender”. Cito um caso recente: uma pessoa procurou uma concessionária para financiar um veículo e dela foi solicitado três últimos contracheques e comprovante de residência. Como seu contracheque é disponibilizado via sistema, ele baixou os contracheques de maio, junho e julho e depois de escanear a conta do telefone celular enviou tudo para o email do vendedor. Em troca recebeu um email dizendo que a conta do celular não servia porque o banco exigia uma conta de consumo da casa (água, telefone fixo, luz). Ele entrou no site da Celpe e baixou uma conta de luz. Bom: os contracheques não foram aceitos porque o mês de maio era mês de férias; a conta de luz não foi aceita porque era segunda via! Bastante aborrecido ele pediu cancelamento e foi multado em R$ 1 mil pela desistência (ele deu uma entrada de 20% do valor do veículo e deste montante subtraíram R$ 1 mil!). Resultado: o caso foi parar na justiça.

Algumas empresas continuam arraigadas a procedimentos burocráticos sem o menor sentido em tempos de internet. O cliente quer ser atendido, valorizado, quer ter comodidade e não esbarrar num sem número de exigências tolas. Num momento em que o mercado tende a se enfraquecer por questões econômicas, não basta apenas promoções, liquidações, servir cafezinho, colocar dançarinas em roupas sumárias ou mesmo um promotor com um megafone incomodando os passantes. É preciso agir com consciência de que está propondo e implantando uma nova metodologia de atendimento.  Um exemplo real: fui fazer uma compra com cartão e o sistema estava fora. Eu não tinha tempo para esperar e ia para outra loja quando a vendedora disse que eu poderia levar o produto. Pediu meu telefone para me avisar quando o sistema voltasse. Jan Carlzon autorizou a viagem de um passageiro que tinha esquecido o bilhete de embarque baseado apenas no fato de que seu nome estava no sistema. Esse passageiro tornou-se cliente da Swissair. Assim como me tornei cliente da loja. Ah! O livro “A Hora da Verdade” custa uns R$ 25,00, muito mais barato do que outras ações inócuas…entendeu?

 

Economia brasileira cresce 0,1% no terceiro trimestre

O Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, cresceu 0,1% no terceiro trimestre deste ano, na comparação com o período anterior. A soma do PIB no trimestre correspondeu a R$ 1,29 trilhão. No segundo trimestre, a economia brasileira caiu 0,6%. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, a economia brasileira recuou 0,2%. No ano, o PIB acumula alta de 0,2%. Já no período de 12 meses, a taxa acumulada de crescimento é de 0,7%.

Na comparação do terceiro com o segundo trimestre deste ano, entre os setores produtivos da economia, a principal alta foi observada na indústria:  1,7%. Os serviços também tiveram crescimento (0,5%). Por outro lado, a agropecuária recuou 1,9%.

Pelo lado da demanda, o crescimento de 0,1% foi puxado pela formação bruta de capital fixo, ou seja, os investimentos, e pela despesa de consumo do governo, ambos com alta de 1,3%. O consumo das famílias caiu 0,3%. No setor externo, as exportações tiveram um crescimento menor (1%) do que as importações (2,4%).

Agência Brasil

Com pagamento do 13º salário aos servidores, Governo de Pernambuco aquece economia local e garante injeção de R$ 2,18 bilhões neste final de ano

A economia pernambucana ganhou um novo ânimo neste final de ano. Trata-se do impulso proporcionado pelo pagamento do 13º salário dos servidores públicos estaduais, entre ativos, inativos e pensionistas, além do pagamento da folha salarial de novembro e da antecipação da folha de dezembro. O Governo de Pernambuco garante uma injeção, em menos um mês, de R$ 2,180 bilhões na economia local, onde grande parte deverá ser investida principalmente no comércio.
O cronograma foi liberado, nesta terça-feira (25/11), pelo governador João Lyra Neto, durante cerimônia no Palácio do Campo das Princesas, sede do Governo de Pernambuco, que fica no Recife. Para Lyra Neto, o pagamento do 13º e a antecipação da folha de dezembro, além de uma demonstração de respeito com os servidores públicos, também ratificam a saúde financeira da atual gestão. 
 
De acordo com a programação, o 13º salário (que equivale a um montante de R$ 710 milhões) será pago de uma só vez, nos dias 11 e 12 de dezembro, sendo a primeira data para os aposentados e pensionistas, e a segunda para os servidores ativos. Já a folha de dezembro, no valor de R$ 740 milhões, será antecipada para os dias 22, 23 e 24 do mesmo mês, seguindo o calendário de pagamento implantado ainda no início da gestão, em 2007.
O calendário estabelece que no dia 22, recebem os aposentados e pensionistas; no dia 23, os servidores ativos da Secretaria de Educação; e no último dia os servidores ativos da administração direta e indireta. No calendário divulgado em janeiro, a previsão para os pagamentos da folha de dezembro seria para os dias 26, 29 e 30, respectivamente.
 
O governador João Lyra Neto explicou também que, para que o Estado consiga honrar com os compromissos do mês de dezembro, é necessário começar a planejar em março. “É preciso reservar cerca de 10% a 12%  da receita mensal”, completou o chefe do Executivo pernambucano, lembrando que a folha é composta por 225 mil servidores.
 
O secretário de Administração, José Francisco Neto, lembrou que a soma das três folhas (13º salário e os meses de novembro e dezembro) vai garantir a manutenção da economia. “Nós temos que considerar o comprometimento do governador com o planejamento fiscal do Estado, pois atualmente 17 estados estão com a folha comprometida e Pernambuco continua antecipando pagamentos”, destacou José Neto, ainda durante a solenidade.
Já o secretário da Fazenda, Décio Padilha, ressaltou que o Estado tem uma saúde financeira estável, considerando que o crescimento ainda se mantém acima da média nacional. “O governador João Lyra Neto, além de político, foi um excelente técnico, e vai deixar um Estado estável”, afirmou Padilha. “Nos últimos anos, nós garantimos o crescimento e sem aumentar impostos. Além de atrair grandes investimentos, nós reduzimos a carga tributária em diversos segmentos”, completou o governador.PSS 2511

Black Friday está marcada para a próxima sexta-feira (28)

Diante do enfraquecimento das vendas, varejistas do comércio eletrônico e também de lojas físicas apostam na Black Friday, a mega-liquidação que copia o evento do varejo americano, para antecipar a receita do Natal. A expectativa é de que na 4ª edição do evento, marcada para sexta-feira, dia 28, a receita de vendas só das lojas online atinja R$ 1,2 bilhão em um único dia, segundo a E-bit, empresa especializada em informações do comércio eletrônico.

Se a projeção se confirmar, o resultado será 56% maior em relação ao da megaliquidação de 2013. O que deve impulsionar o faturamento é o maior número de ofertas porque o enfraquecimento das vendas elevou estoques no varejo. As lojas da rede de supermercados Walmart, por exemplo, ampliaram o sortimento de produtos para a Black Friday em quantidade e variedade, conta a vice-presidente comercial, Patricia Alves Nina. A rede incluiu até alimentos no rol de itens em oferta.

“As empresas vão aproveitar para rifar os estoques. O consumidor vai ter boas surpresas”, prevê Pedro Eugênio, fundador do site Busca Descontos, que trouxe a Black Friday para o País. Segundo ele, o desconto médio nos preços no evento de 2013 variou entre 20% e 30% e, em alguns itens, chegou a 60%.

Além do maior número de produtos em oferta, é esperado para este ano um aumento na quantidades de lojas participantes, tanto no varejo físico quanto no virtual. No comércio eletrônico, a estimativa é que mais de 20 mil estabelecimentos participem da Black Friday, segundo o presidente do conselho de e-commerce da Fecomércio/SP, Pedro Guasti.

Entre as empresas estreantes este ano está a Kalunga, rede especializada materiais de escritório e informática. “Decidimos participar porque no ano passado tivemos um aumento do movimento no dia sem estarmos na Black Friday”, conta o gerente de e-commerce da rede, Felipe Algazi. A Kalunga vai colocar itens com promoções idênticas no site e nas lojas físicas. Também criou uma ferramenta no site que mostra a evolução dos preços desses itens para comprovar que o desconto é real.

Um ponto que chama atenção na megaliquidação deste ano é o fato de as empresas participantes tentarem antecipar a própria Black Friday, que já é um evento de antecipação de vendas do Natal.

“A Black Friday esvazia parte das vendas do Natal”, diz o consultor Marcos Gouvêa de Souza, sócio da GS&MD. Nas contas da consultoria, o evento pode trazer para novembro quase 5% da receita do Natal e das liquidações pós-natal.

Folhape

Conta de luz pressiona a inflação

O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) teve alta de 0,01 ponto percentual, na segunda prévia do mês, com variação de 0,5% ante 0,49% da primeira prévia. O resultado foi influenciado, principalmente, pelo grupo habitação: os preços subiram de 0,51% para 0,63% puxados pela tarifa de energia elétrica residencial (de 0,44% para 1,53%).

O IPC-S integra o sistema de índices de preços ao consumidor da FGV, que inclui: IPC-DI, IPC-M, IPC-10, IPC-3i e IPC-C1. Apesar de a coleta ser semanal, a apuração das taxas de variação leva em conta a média dos preços coletados nas quatro últimas semanas até a data de fechamento. O intervalo entre o fim da coleta e sua divulgação é de um dia, sendo um dos mais curtos, inclusive para padrões internacionais. O IPC-S permite detectar com agilidade mudanças de curso na trajetória dos preços.

O levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre- FGV) indica que quatro dos oito grupos pesquisados nas sete principais capitais do país tiveram acréscimos em comparação à primeira prévia do mês. Além de habitação, houve alta em transportes (de 0,19% para 0,30%), com destaque para a correção de preço da gasolina (de 0,04% para 0,45%).

Também pesaram mais no bolso dos consumidores as despesas em educação, leitura e recreação (de 0,35% para 0,63%) com a passagem aérea mais cara (de -4,54% para 8,95%). Em comunicação, foi constatada ligeira elevação (de 0,22% para 0,23%) com reflexo da mensalidade para internet (de 0,58% para 0,96%).

Nos demais grupos, os aumentos ocorreram com menos intensidade. Em alimentação os preços subiram em média 0,52% ante 0,65% e entre os principais produtos que ajudaram a evitar que a taxa crescesse em ritmo acima da pesquisa anterior foram os laticínios que, na média ficaram 1,6% mais baratos ante uma queda de 0,95.

No grupo saúde e cuidados pessoais, o índice passou de 0,59% para 0,48% e entre os itens que mais contribuíram estão os artigos de higiene e cuidado pessoal (de 0,98% para 0,68%). Em vestuário, a taxa subiu bem menos do que na pesquisa passada (de 0,92% para 0,62%), com os preços das roupas na média em 0,44% ante 0,86%.

E, em despesas diversas, o IPC-S ficou em 0,22% ante 0,24% com expressiva queda no ritmo de correções do serviço religioso e funerário (de 0,54% para 0,20%).

Os principais itens de pressão inflacionária foram: tarifa de eletricidade residencial (1,53%); batata-inglesa (28,91%); aluguel residencial (0,79%); refeições em bares e restaurantes (0,40%) e plano e seguro de saúde (0,69%).

Em sentido oposto os que mais ajudaram a minimizar a alta foram: leite tipo longa vida (-3,82%); cebola (-15,51%); manga (-17,66%); banana-prata (-3,25%) e automóvel usado (-0,43%).

Diversificação e flexibilidade

Por Maurício Assuero, economista e professor

Um desenho de estrutura funcional de empresas é a formação de grupos econômicos. Geralmente, tem-se uma empresa tradicional, sólida no mercado, que começa expandir suas ações, não no sentido de abertura de filiais, mas no sentido de diversificação dos negócios. A vantagem nítida é a diluição dos riscos. O erro mais comum é correlacionar a atividade de uma empresa com outra ou de uma forma mais direta: abrir uma empresa para prestar serviços a outra empresa do grupo. Numa primeira visão pode-se pensar que retira-se dinheiro de um bolso para colocar no noutro, no entanto, se formos olhar mais criteriosamente quem perde são os acionistas não controladores. Essa prática, se não bem administrada pode ocasionar desastres financeiros sem proporções, afetando empresas centenárias, lideres de mercado, etc. O erro mais comum é quando uma empresa sólida busca ajudar financeiramente outra empresa do grupo. Os exemplos mostram que, na maioria das vezes, a pior empresa puxa, para baixo, a empresa melhor. Então ao invés de duas empresas boas, ter-se-á duas empresas problemáticas.

A formação de um grupo com alta correlação entre suas empresas foi a principal estratégia usada por Eike Batista no grupo X e deu no que deu: quando uma empresa começou a dar problemas saiu derrubando as outras, tal como as pedras de um dominó. Eike, provavelmente, acreditou que botaria por terra a teoria do Select portfolio de Harry Marcowitz publicada em 1952 (e que deu Marcowitz um prêmio Nobel). Cabe lembrar que a derrocada desse grupo ocorreu mesmo com a presença de um competente conselho administrativo do qual participava, inclusive, um ex-ministro da fazenda.

Qualquer que seja a atividade, qualquer que seja o investimento, a orientação mais básica que se faz é diversificar a carteira com o intuito de minimizar perdas. Esta diversificação não é feita de modo intempestivo ou sem uma análise prévia dos retornos, mas calcada em premissas aceitas largamente no mercado financeiro, uma delas: a composição da carteira deve conter títulos que estejam correlacionados negativamente. Esse cuidado vai ficar mais acurado em momentos de incerteza econômica – como este que estamos passando agora – e a rota de fuga para a maioria das pessoas é o investimento em ativos reais. Por exemplo: num cenário de dúvida econômico um investidor opta por adquirir imóveis e passa a demandar tal produto, mas o que ele faz, na verdade, é contribuir para a formação de uma bolha. Passado a perturbação, o mercado volta ao seu nível inicial. O mercado imobiliário viveu este sentimento e muita gente comprou imóvel por preços acima do preço de equilíbrio do mercado.

Assim, se pensa em formar um grupo, o caminho é árduo e os resultados, geralmente, são de médio ou longo prazo, mas tenha em mente que suas ações deverão estar sintonizadas com o ciclo do mercado, isto é, você precisa ser capaz de perceber o que vai gerar lucro no curto prazo. Acumular e investir para a etapa seguinte.

Começa alta demanda por materiais

Foto: Pedro Augusto

Foto: Pedro Augusto

Num ano em que o comércio obteve desempenho abaixo do esperado, a chegada do último bimestre está servindo como uma espécie de alívio para as empresas de materiais de construção. Com estoques abarrotados e promoções em vigor, elas já têm observado crescimento nas vendas em relação aos meses anteriores. De acordo com os lojistas entrevistados pelo Blog, neste intervalo específico a procura por materiais vem se concentrando em grande parte nas prateleiras de cerâmicas, tintas e revestimentos. Produtos estes que são costumeiramente utilizados na finalização de pequenas obras.

Para dar conta da alta demanda, a Comercial Batista precisou contratar mais sete profissionais para o setor de vendas. Até agora, o investimento tem sido satisfatório. “Eles vêm dando conta do recado e serão imprescindíveis para as próximas semanas, afinal o movimento será redobrado. Apesar do ano não ter sido muito bom para todo o comércio, estamos trabalhando com acréscimo nas vendas não só em relação ao meses anteriores como também em comparação ao fim de ano passado”, avaliou o gerente Josivan Bezerra.

Assim como a concorrente, a Cazanova Construção também está projetando crescimento nas vendas em relação ao último bimestre. “É claro que por conta da crise em todo o país não deveremos atingir o volume de vendas estimado para este ano. Porém, mesmo assim, apostamos num crescimento entre 3,5% e 4% em relação ao fim de ano passado. No intuito de atrairmos ainda mais essa tradicional clientela, que geralmente é observada nos meses de novembro e dezembro, temos oferecido condições especiais”, destacou o gerente Eraldo Santos.

Com uma pequena construção prestes a acabar, a cabeleireira Maria José aproveitou a manhã da última segunda-feira (10) para pesquisar os melhores preços. Após ‘bater’ muita perna, ela encontrou o que procurava. “Estava em busca de uma boa cerâmica para colocar no meu novo salão. Embora hoje em dia esteja tudo muito caro no comércio, acabei levando a melhor opção. Deu até para comprar também a tinta”, comentou.

Desemprego caiu mais entre mulheres e no Nordeste

A taxa de desocupação entre as mulheres brasileiras teve uma queda mais acentuada em relação a dos homens, quando comparado o resultado do segundo trimestre de 2014 com o mesmo período do ano passado e com os primeiros três meses deste ano. Apesar disso, a taxa de desemprego feminina continua acima da masculina, com 8,2% contra 5,8%.

No primeiro trimestre deste ano, a taxa de desemprego entre os homens ficou em 5,9% e recuou 0,1 ponto percentual no segundo trimestre. Entre as mulheres, essa queda foi 0,5 ponto percentual, de 8,7% para 8,2%.

Se comparada ao segundo trimestre do ano passado, a taxa de desocupação entre as mulheres ficou 1,1 ponto percentual atrás dos 9,3% registrados, enquanto, para os homens, a redução foi 0,2 ponto percentual, de 6% para 5,8%.

A maior taxa de desocupação, entre as mulheres, é registrada na Região Nordeste: 10,4%. Na outra ponta está o Sul, com percentual de 5,1%. Em relação aos homens, a taxa mais baixa de desemprego também está no Sul (3,3%), e a mais alta, no Nordeste (7,7%).

Sem levar em consideração o sexo do pesquisado, a região com maior taxa de desocupação é o Nordeste, com 8,8%. Em seguida, aparecem o Norte, com 7,2%, o Sudeste, com 6,9%, o Centro-Oeste, com 5,6%, e o Sul, com 4,1%.

As maiores quedas em relação ao primeiro trimestre ocorreram nas regiões com as taxas mais altas. Norte e Nordeste tiveram redução de 0,5 ponto percentual. O mesmo ocorre na comparação com o mesmo período do ano passado. Em relação a 2013, a desocupação caiu 1,1 ponto percentual no Norte e 1,2 ponto percentual no Nordeste.

A pesquisa produz informações contínuas sobre a inserção da população no mercado de trabalho e suas características, tais como idade, sexo e nível de instrução, permitindo, o estudo do desenvolvimento socioeconômico do país. A cada trimestre, a Pnad Contínua investiga 211.344 domicílios particulares permanentes em aproximadamente 16 mil setores censitários, distribuídos em aproximadamente 3,5 mil municípios.

Agência Brasil

Reabertura do Refis vai dinamizar a economia, diz Humberto

O Senado aprovou, na noite dessa quarta-feira (29), um pacote de medidas que vai dinamizar a economia brasileira, na avaliação do líder do PT na Casa, Humberto Costa (PE). O senador mobilizou a bancada que lidera para que o Projeto de Lei de Conversão (PVL) n° 15/2014, decorrente da Medida Provisória (MP) nº 651/2014, fosse aprovado pelo plenário.

A proposta, enviada pela presidenta Dilma Rousseff ao Congresso em junho, trata da desoneração da folha de pagamento de cerca de 60 setores da economia e da abertura de uma nova etapa do Refis da Crise – programa em que empresas e pessoas físicas podem parcelar débitos tributários.

“A medida é muito importante para dinamizar a economia brasileira. As desonerações previstas para os diversos segmentos são muito positivas para quem investe e faz girar a nossa economia. É uma ótima medida em favor do empreendedor brasileiro, mais um compromisso honrado pela presidenta Dilma”, afirmou Humberto.

Assim que a lei for promulgada, os contribuintes terão mais 15 dias para se beneficiar das condições previstas no Programa de Recuperação Fiscal (Refis), como o parcelamento em 180 meses. O prazo havia se encerrado no dia 25 de agosto. A medida ajudará a União a aumentar a arrecadação nos próximos meses e, assim, cumprir as metas fiscais estipuladas para o ano.

A MP prevê ainda outras medidas que podem aliviar o caixa do governo, como a que autoriza o Ministério da Fazenda a renegociar prazos e taxas de juros dos empréstimos concedidos pelo Tesouro Nacional ao BNDES. Isso permitirá ao governo conceder mais prazo ao banco para quitar sua dívida com a União.

Em relação ao texto da medida, o governo já se comprometeu a vetar uma emenda, inserida pelos deputados, que prevê o parcelamento de dívidas decorrentes de improbidade administrativa, inclusive com possibilidade de redução do valor devido. Alguns senadores questionaram a iniciativa.