Paulo Câmara: “Não encontraremos um Estado fácil”

Do Blog da Folha

Apesar de sempre enaltecer o desenvolvimento econômico de Pernambuco, o governador eleito Paulo Câmara (PSB) disse que não encontrará “um Estado fácil” no próximo ano. Em entrevista à Folha de Pernambuco e ao Blog da Folha, o socialista confessou que “as coisas sempre foram apertadas”.

“Nós vamos começar 2015 sem nenhum tipo de projeção, não tem ninguém que está se arriscando a dizer exatamente o que vai acontecer. Há realmente uma instabilidade, uma incerteza. Isso vai levar a um planejamento muito mais bem feito do que normalmente é”, explicou Câmara, que foi secretário da Fazenda do Estado no governo de Eduardo Campos.

Segundo o socialista, a falta de recursos também foi um dos empecilhos para o término de algumas obras que foram prometidas para este ano. “Um dos problemas desse ano é que o repasse ainda não foi assinado. Então isso gera uma instabilidade que você não sabe com o que vai contar de recursos”, disse.

“O que está em andamento nós vamos cobrar do Governo Federal. Óbvio que já são obras contratualizadas, mas a gente tem que ir junto ao Governo Federal para investir. Vamos dar início às obras que as nossas condições financeiras permitirem, que vão ser muitas. E vamos fazer projetos, com o projeto é que a gente sabe o custo e com os projetos é que a gente vai buscar as alternativas de financiamento”, completou.

De acordo com o futuro gestor, mesmo com as dificuldades financeiras é possível realizar o que foi prometido durante a campanha eleitoral. Entre as promessas de Câmara estão o aumento do salário dos professores e de investimento.

“A gente vai fazer o dever de casa também. Vamos fazer os ajustes nas áreas que podem ser ajustadas. Foi mostrado nos últimos anos que é sempre possível economizar. Eu tenho compromisso com os próximos quatro anos. Vou preparar, no primeiro ano, os alicerces para que a gente possa concluir tudo nos próximos seis anos”, explicou o socialista.

‘‘A presidente precisa reordenar economia’’

Escolhida pelos eleitores para governar o país nos próximos quatro anos, a presidente Dilma Rousseff terá vários desafios pela frente em termos econômicos. Com o objetivo de esclarecer os leitores a respeito do assunto, Blog do Wagner Gil traz nesta edição uma entrevista com a economista e professora do Unifavip, Eliane Alves. Nela, a especialista analisa a política externa do país, bem como comenta sobre o perfil do novo ministro da Fazenda.

Blog do Wagner Gil – Que impactos a reeleição da presidente Dilma deverá provocar na economia brasileira?

Eliane Alves – Nesse primeiro momento não conseguiremos ver grandes mudanças, tendo em vista que os mercados estão na expectativa dos rumos reais que o Brasil tomará a partir de 2015. É um período de muita especulação. A partir das escolhas dos próximos ministros, das mudanças em alguns ministérios, é que o mercado começará a ter uma noção mais aproximada da realidade acerca das medidas que serão tomadas.

BWG- Quais são os principais desafios da presidente a serem superados a partir de janeiro de 2015?

EA – Reordenar a economia, trazendo a inflação para o centro da meta, e uma reforma política. Uma das questões mais importantes neste momento é a de recuperar a confiança do mercado, para que possa haver uma retomada no crescimento dos investimentos. Sem investimento, não há crescimento econômico, não há aumento do nível de emprego, o que, por sua vez, compromete o nível de renda e consumo da economia. Por outro lado, a reforma política exigirá, acredito, mais tempo para sua efetivação, tendo em vista a necessidade de muito diálogo, alianças para se chegar a um denominador comum, o que não será fácil. Vimos nas eleições deste ano que a pulverização do Congresso Nacional ficou ainda maior e a própria bancada do governo sofreu reduções significativas. Isso tornará os diálogos ainda mais difíceis.

BWG — Em sua opinião, as finanças do Estado tendem a perder ou a ganhar com a reeleição da presidente?

EA – Eu não diria perder ou ganhar, eu diria que há necessidade de um ajuste fiscal, o que passaria por uma redução de gastos e/ou crescimento das receitas via aumento dos tributos, o que não seria o ideal, tendo em vista a retração maior que poderia provocar nos investimentos privados. O Brasil passou nos últimos anos por uma expansão fiscal, que se deu, sobretudo, através do aumento dos gastos públicos, associado à redução de alguns tributos, como foi o caso do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). Foram medidas necessárias diante das turbulências das crises internacionais, que provocaram queda das nossas exportações. E a saída encontrada continuou sendo a do estímulo ao consumo interno via redução do IPI e aumento da renda real. Só que percebe-se que nos últimos anos o efeito não tem sido o mesmo de quando se utilizou esse modelo no período do segundo mandato do ex-presidente Lula. Precisamos levar em consideração que o consumo elevado de bens duráveis (como eletrodomésticos, automóveis e casas), que exigem um comprometimento maior da renda das famílias, acaba por gerar uma renda disponível menor por um período de tempo, o que acaba por comprometer o consumo futuro. Outra coisa: nos últimos anos houve uma redução da meta de superávit primário, em razão do aumento dos gastos dos governos, e isso acaba não sendo bom para a imagem do país diante dos investidores estrangeiros, fazendo com que a economia fique mais vulnerável.

BWG – E quanto às políticas econômicas externas? Elas precisam melhorar para que o país alcance patamares ainda melhores nos próximos anos?
EA – Temos observado alguns fatores que vêm comprometendo as nossas exportações que não dizem respeito, necessariamente, à nossa política externa e, sim, à situação econômica mundial, que são a dificuldade de recuperação da economia europeia, o que compromete a demanda; a própria economia dos Estados Unidos, que vem se recuperando, mas que ainda passa por incertezas quanto ao tempo certo de reduzir os estímulos ao mercado; e a volta da elevação dos juros, bem como também a própria economia chinesa, que neste ano tem apresentado uma pequena retração no crescimento; e, somada a tudo isso, a cotação do dólar. Então, podemos perguntar: o que isso tem a ver com a nossa economia? Tem e muito. Se a Europa freia e continua com o consumo em baixa, comprará menos produtos importados. Se os Estados Unidos aumentam a sua taxa de juros, acabam atraindo investidores que hoje estão investindo na nossa bolsa e isso provocaria uma alta na cotação do dólar. Seria bom para as exportações, mas ruim para os demais setores da economia, pois poderia elevar ainda mais a inflação. E, por fim, se a China cresce menos, compra menos, reduzindo, assim, o volume das nossas exportações.

BWG – Diante da provável saída de Guido Mantega, hoje que perfil seria o mais indicado para a escolha do novo ministro da Fazenda?

EA – Na verdade, eu não diria que há um perfil específico para assumir o Ministério da Fazenda neste momento. O que há, na verdade, é uma necessidade de ter pulso forte para fazer os ajustes necessários para que a economia volte aos trilhos, já que as medidas que precisam ser tomadas são medidas um tanto impopulares, como, por exemplo, uma redução dos gastos do governo, que podem segurar a expansão do volume destinado aos programas sociais. Ou seja, teremos um ano difícil, mas necessário para que o Brasil possa avançar para um novo ciclo de crescimento e desenvolvimento econômico.

Raquel Lyra concede entrevista na Rádio Cultura de Caruaru

A deputada estadual Raquel Lyra (PSB) participou nesta sexta-feira (17) do programa Mesa Redonda, na Rádio Cultura do Nordeste, de Caruaru. “Minha palavra é de agradecimento ao povo de Caruaru e de Pernambuco pela expressiva votação”, comentou. Durante duas horas ela respondeu perguntas dos jornalistas César Lucena e Rosoni Santos, além dos ouvintes através das redes sociais. “Continuamos com nosso projeto de mudança para o Brasil. Infelizmente não foi possível com Eduardo e esta mudança agora é representada por Aécio”, disse sobre o segundo turno.

Acompanhada nos estúdios por diversas lideranças, vereadores e suplentes, Raquel Lyra foi questionada sobre as eleições de 2016 e comentou que ainda era muito cedo para tratar do assunto. “Ainda estamos no segundo turno de uma eleição e já falando na próxima. Inclusive defendo uma reforma política, com unificação das eleições, para que de cinco em cinco anos a gente vá a urnas e escolha todos os cargos”, afirmou. A deputada estadual ainda listou diversas obras do Governo do Estado em Caruaru, bem como projetos que desenvolveu na Secretaria da Criança e da Juventude e na Assembleia Legislativa.RAQUELRADIOCULTURA

João Lyra diz que Pernambuco vai investir menos da metade do previsto, mas não acredita em retaliação do PT

Do Blog do Jamildo

O governador João Lyra Neto (PSB) revelou, no final da manhã desta quinta-feira (16), em entrevista à Rádio Jornal, que o Estado de Pernambuco vai investir menos da metade dos R$ 3.07 bilhões que estavam previstos para 2014, em função do atraso na liberação de empréstimos porque o governo federal ainda não renovou o Programa de Ajustamento Fiscal (PAF) pernambucano. Para conseguir a liberação dos empréstimos, o Estado precisa estar com o PAF renovado.

Sem a liberação federal, o Estado deixou de captar R$ 500 milhões com o Banco Mundial e outros R$ 629 milhões do BNDES. Outros R$ 400 milhões restantes de um outro empréstimo do BNDES também atrasou por causa de questões burocráticas e só devem ser liberados em novembro. Os recursos devem ficar em caixa para a gestão do governador eleito Paulo Câmara (PSB).

Apesar da dificuldade de liberação federal, Lyra não credita o impasse à uma possível retaliação política pelo fato de o PSB ter migrado para a oposição e lançado a candidatura do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, falecido em agosto, para disputar contra a presidente Dilma Rousseff (PT).

“Isso não foi uma política descriminatória com Pernambuco”, garantiu o governador, ao ser questionado sobre o assunto. Um dia antes, o secretário estadual de Planejamento, Décio Padilha, afirmou, durante uma audiência na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), que a falta de dinheiro é o preço pago pela saída do PSB da base aliada da presidente Dilma Rousseff (PT).

Para João Lyra, porém, o problema de contenção de recursos federais ocorreu em todo o Brasil, não só em Pernambuco, por causa da dificuldade de arrecadação no Planalto. Lyra disse ter conversado com outros cinco governadores de diversos partidos e regiões do País e nenhum deles teve o PAF renovado.

“Percebi claramente que era uma dificuldade de recursos do Tesouro Nacional, não uma retaliação”, afirmou o governador pernambucano. A meta para a renovação do PAF é até o dia 31 deste mês.

TRANSIÇÃO – João Lyra comentou ainda o processo de transição da sua gestão para a de Paulo Câmara, que vai iniciar a partir da próxima segunda-feira (20), com a instalação do escritório para a transição. Lyra, que ainda não anunciou quem serão os três representantes do governo atual que irão compor a equipe, acredita que o processo será totalmente pacífico.

“Paulo Câmara conhece a máquina do governo tanto quanto eu”, afirmou. “Não vou deixar nenhum pepino para ele”, garantiu.

Aécio Neves tem condições de unir o Brasil, afirma João Lyra

Do Blog do Jamildo

Numa tentativa de neutralizar o discurso petista de que a candidatura do senador Aécio Neves (PSDB) não é boa para o Nordeste, o governador de Pernambuco João Lyra Neto (PSB) afirmou, no final da manhã desta quinta-feira (16), em entrevista à Rádio Jornal, que ele não será o presidente de uma única região, mas de todo o País. “Não pode haver preconceito com o Nordeste, o Norte. O presidente não é presidente de uma região”, afirmou.

“Eu acho que Aécio tem a oportunidade de se tornar um grande estadista brasileiro. Porque se não acontecer isso, ele eleito sendo, então vai ser muito difícil ele ir na rua”, avaliou Lyra, que foi a primeira liderança do PSB a anunciar publicamente o apoio a Aécio no segundo turno da eleição presidencial.

“Eu acredito nas pessoas e eu acho que ele merece a nossa confiança. O que ele está se comprometendo, não só com o PSB, não só com Marina, não só com o Nordeste, mas com o Brasil”, deixou claro o governador.

Lyra também rejeitou a estratégia de comparar os governos do ex-presidente Lula (PT) e da presidente Dilma Rousseff (PT) com a gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

“Fernando Henrique não é candidato. O candidato é Aécio Neves. São momentos políticos diferentes”, afirmou. Lyra também disse que as críticas à gestão FHC são uma injustiça com o tucano, que fez muito pelo País.

Ele também defendeu presidenciável das críticas de não ter sido um bom gestor em Minas Gerais. “O que estão dizendo por aí, no guia eleitoral, que Aécio não fez um bom governo, é mentira”, garantiu.

O governador também defendeu a aliança do PSB com o PSDB, lembrando que o desejo do ex-governador Eduardo Campos, que disputou a Presidência da República, era apresentar uma alternativa ao governo da presidente Dilma Rousseff.

Vereadores acompanham entrevista de Eduardo Campos

fotoPor Pedro Augusto, especial para o Blog

Durante a primeira meia hora da sessão ordinária desta terça-feira (12), o plenário da Câmara Municipal de Vereadores ficou praticamente vazio. Grande parte dos legisladores não se encontrava em reunião tampouco se concentravam em seus gabinetes.

Eles estavam mesmo com as suas atenções voltadas para a entrevista do presidenciável Eduardo Campos (PSB) ao Jornal Nacional, da Rede Globo. No espaço destinado aos órgãos de imprensa, os edis se somaram
aos funcionários da Casa bem como aos jornalistas que cobrem semanalmente as sessões.

Após a sabatina dos jornalistas William Bonner e Patrícia Poeta, eles
comentaram o desempenho do socialista. “Em minha opinião, ele se saiu muito bem, apesar de a maioria das perguntas ter sido apenas voltadas para o lado pessoal. Acredito que questões mais importantes do país deveriam ter sido abordadas”, elogiou Romildo Oscar (PTN).

Já com todas as bancadas completas, a sessão seguiu normalmente com a
apresentação e aprovação de requerimentos.

“Vamos dedicar mais tempo e ação na cidade”, afirma Demóstenes Veras

demostenes-veras2Do Jornal Vanguarda

Este ano, Caruaru terá vários postulantes a uma cadeira na Assembleia Legislativa, entre eles o vereador Demóstenes Veras (Pros). Ex-líder do governo José Queiroz (PDT), ele está em um partido que apoia a eleição de Paulo Câmara (PSB) para o Governo do Estado, mas irá votar em Armando Monteiro (PTB). Veras, que é médico cardiologista, abre a série de entrevistas que faremos com todos os candidatos da cidade a deputado estadual. Ele faz uma avaliação dos governos Federal, Estadual e Municipal e fala de suas expectativas em relação ao pleito de 2014.

Jornal VANGUARDA – Como o senhor analisa sua candidatura em Caruaru, já que a cidade conta com três deputados estaduais que tentarão a reeleição apoiados por grupos fortes? O senhor acha que o município tem votos suficientes para eleger mais um?
Demóstenes Veras – Caruaru já teve no passado, em uma legislatura, seis deputados. A cidade cresceu. Tem hoje mais de 200 mil eleitores. Há, sim, espaço para mais deputados. E se você está falando em apoio de grupos fortes, não esqueça que conto com o apoio de um deles, que é o grupo do prefeito José Queiroz. Além do mais, quero colocar todo o meu passado como médico e político dessa região por mais de 20 anos, para que o povo julgue minha trajetória de seriedade, de honestidade e de compromissos. Por isso, tenho certeza do sucesso dessa candidatura.

JV – Hoje o senhor faz parte do grupo do prefeito José Queiroz ou do suplente de senador Douglas Cintra? Nesta eleição eles estarão em lados opostos.
DV – Estarão em lados opostos na disputa estadual. No âmbito municipal, estamos juntos, fazendo parte de um mesmo grupo. Sem falar que Queiroz me apoia para deputado estadual. Eu apoio Wolney para federal e Douglas apoia a mim e a Wolney. Então, de certa forma, estamos juntos.

JV – O senhor pretende se licenciar durante a campanha e abrir uma oportunidade de seu suplente atuar no Legislativo?
DV – Não. Continuarei exercendo o meu mandato na Câmara.

JV – Como o senhor analisa esses episódios que a Câmara de Vereadores foi envolvida devido às operações Ponto Final I e II?
DV – Ruim para a cidade, ruim para a Casa e ruim para a classe política, que já está tão desgastada perante a opinião pública. Mas essa é uma questão que a Justiça resolverá.

JV – Faltou diálogo do governo com os vereadores, já que, além de todos os membros da oposição, quatro da base também foram acusados nas operações?
DV – Não vejo ligação do Executivo com o caso em questão. Dos 23 vereadores, dez foram envolvidos, incluindo gente da oposição e da situação. Não é questão de diálogo. É questão de conduta.

JV – O senhor já foi candidato a deputado estadual uma vez e quase chegou. Quais serão suas estratégias para a eleição deste ano, que parece ser mais concorrida ainda?
DV – Em 2002, tive 23 mil votos, dos quais 9 mil em Caruaru, portanto menos da metade do total. Este ano vamos dedicar mais tempo e ação na cidade, que conhece o meu trabalho, sobretudo na saúde. E eu citaria a minha luta pela reabertura do Hospital São Sebastião. Como Caruaru é uma cidade polo, esse trabalho se irradia para a região, e as cidades vizinhas vão saber que posso fazer por elas, como deputado, aquilo que faço em Caruaru como vereador.

JV – O senhor está montando base em quantas cidades?
DV – Além de Caruaru, que será minha base, faremos um trabalho em 15 cidades do Agreste e no Recife, onde, em 2002, tive 5.500 votos. Também visitarei o Sertão. Lá, tenho familiares que me deram 700 votos na eleição passada.

JV – Existe algum prefeito lhe apoiando?
DV – O de Caruaru, José Queiroz, e estamos em articulação com um outro da região do Agreste, que prefiro não adiantar agora. Mas também alguns vereadores, ex-prefeitos, ex-vice-prefeitos e suplentes de vereador.

JV – Para federal, o senhor vota em Wolney Queiroz. E para o Senado?
DV – João Paulo.

JV – Como o senhor avalia o governo de Eduardo Campos?
DV – Bom. Soube aproveitar os recursos federais trazidos por Lula e Dilma e fez uma gestão que foi bem avaliada pelos pernambucanos. Um estado como Pernambuco não se administra sem a ajuda do Governo Federal.

JV – E o governo de José Queiroz?
DV – Igualmente bom. Queiroz é um gestor sério, além disso tem sabido contar com recursos estaduais, mas, principalmente, federais, pois em cada obra desta cidade tem a presença dos governos de Lula e Dilma. E eu não tenho dúvidas que, ao final do seu mandato, terá o reconhecimento da população. Claro que a cidade tem muitas demandas e não se pode fazer tudo que ela precisa. Ninguém nunca fará tudo. Acho que ele precisa olhar mais para a periferia, trabalhar mais nos bairros, e tenho certeza que ele fará isso.

JV – Na sua opinião, como tem sido a atuação de João Lyra Neto como governador?
DV – É difícil avaliar um governo com apenas três meses de gestão. Prefiro fazer um elogio a sua atuação frente à greve dos policiais militares, quando pediu ajuda ao Governo Federal. Também quero fazer, respeitosamente, uma cobrança em relação ao início do funcionamento do Hospital São Sebastião.

JV – O senhor avalia o governo de Dilma Rousseff de que forma?
DV – A presidente Dilma tem mantido os programas sociais do governo Lula e tem avançado com sua marca pessoal em ações como o Minha Casa, Minha Vida e o Mais Médicos, apesar deste último ter, na minha visão pessoal, erros que precisam ser consertados.

‘Pernambuco tem 25 deputados, mas Caruaru tem um só dela’, diz Wolney

O Blog do Wagner Gil reproduz, neste sábado (28), entrevista concedida pelo deputado federal Wolney Queiroz (PDT) ao Jornal VANGUARDA. Na conversa, ele fala sobre a “saia justa” que vai passar nas eleições deste ano, quando votará em Paulo Câmara (PSB) para governador, enquanto que a sua sigla vai para o palanque de Armando Monteiro (PTB). O parlamentar também diz acreditar que, para ser eleito, terá que obter, no mínimo, 85 mil votos. Leia a seguir:

Jornal VANGUARDA – Como o senhor avalia essa “queda de braço” entre a direção nacional com o PDT de Pernambuco em relação ao apoio à candidatura de Paulo Câmara?
Wolney Queiroz – Na verdade, ainda não entendi as razões que levaram o presidente Carlos Lupi a fazer essa intervenção em Pernambuco. Ele contrariou a vontade da esmagadora maioria do partido e, a cada vez que era perguntado, alegava uma razão diferente para fazê-lo. Os critérios foram obscuros.

JV – É verdade que 95% do partido no Estado quer caminhar com a Frente Popular?
WQ – Sim. Além disso, posso afirmar que os nomes que têm liderança e voto no partido estão todos com Paulo Câmara e Fernando Bezerra Coelho.

JV – Com o apoio a Armando, vocês ficarão numa “saia justa”?
WQ – Não posso negar que cria um certo desconforto, afinal não poderei produzir material de propaganda e impressos com os meus candidatos a governador e presidente. Também não poderei pedir votos para eles no rádio e na TV.

JV – Exceto por esses fatores, a campanha será tocada normalmente. O senhor concorda que o PDT fechado com Armando, sua reeleição será mais fácil?
WQ – Não concordo e também nunca fiz essa conta. Mas pelas limitações impostas, às quais me referi antes, a campanha será diferente de todas as outras que disputei. Ela terá contornos um pouco mais difíceis.

JV – Nos seus cálculos, quantos votos serão necessários para eleger um deputado federal na Frente Popular e na coligação “Pernambuco Vai Mais Longe”?
WQ – Nas duas coligações, o último a ser eleito deverá ter cerca de 85 mil votos.

JV – Como o senhor avaliou a última pesquisa para governador?
WQ – Não há campanha nas ruas e não há interesse do eleitor com as eleições, portanto não há como medir isso agora. Os indicadores só serão confiáveis a partir do início de agosto. Pelo tempo de estrada de Armando e pelo chamado “recall” da eleição de senador, é natural que ele esteja muito à frente nessas primeiras pesquisas. Paulo Câmara é absolutamente desconhecido do eleitor e muitos acham que Armando é apoiado por Eduardo Campos. Veja que confusão.

JV – Como o senhor avalia o quadro da Frente Popular estar tão amplo em Caruaru, incluindo aí a presença de adversários históricos no mesmo palanque? Me refiro a Miriam Lacerda e Tony Gel, que agora fazem parte da Frente Popular. Isso pode mexer com a cabeça do eleitorado em Caruaru?
WQ – Olha, isso pode mexer na cabeça do eleitor deles. No nosso, nada mudará. Estamos onde sempre estivemos, do mesmo lado, com o mesmo discurso.

JV – Na eleição passada, o senhor foi apoiado pelos três candidatos da Frente Popular. Este ano, como serão seus apoios em Caruaru?
WQ – Para este ano, já contamos com os apoios do vereador Demóstenes, da deputada Laura Gomes e do Pastor Carlos. Para mim será importante receber o apoio também da deputada Raquel Lyra. E não vejo motivos para que isso não ocorra. Ainda que o apoio de João Lyra e Raquel tenha nos faltado na eleição de 2012 – quando enfrentamos e vencemos o grupo de Tony Gel – não vejo problema em estarmos juntos este ano.

JV – Mas o apoio do PDT a Armando não poderia dificultar a aliança com o grupo Lyra?
WQ – Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Nosso grupo vota e apóia publicamente Paulo Câmara e Fernando Bezerra. A prova de que isso não interfere é a própria Raquel, que é votada pelo prefeito de São Caetano, Dr. Neves, que é do PTB e apóia Armando Monteiro. Nem por isso Raquel desprezou o apoio dele.

JV – Como o senhor avalia a volta dos dez vereadores envolvidos nas Operações Ponto Final I e II? O prefeito terá mais dificuldades em aprovar os projetos?
WQ – Nunca dei uma palavra sobre esse assunto, mas é evidente que o prefeito José Queiroz terá mais dificuldades na Câmara. E quem deve estar preocupado com isso não é só ele, mas sim todo cidadão caruaruense. Afinal, quando um projeto importante para a cidade for derrotado, quem perderá será a cidade e não José Queiroz.

JV – O senhor é contra ou a favor da CPI da Petrobras?
WQ – Eu assinei em favor da CPI da Petrobras. O PDT decidiu que todos os seus deputados deveriam assiná-la.

JV – Como o senhor avalia o governo de Dilma?
WQ – Não seria possível fazer uma análise em profundidade num espaço tão pequeno, mas em relação aos meus pleitos, não tenho do que reclamar. Tenho conseguido trazer muita coisa do Governo Federal para Caruaru nesses últimos quatro anos. Dilma esteve aqui duas vezes, a meu convite. Uma como candidata e outra como presidenta, portanto não posso dizer que não houve atenção dela comigo e com a cidade. Um ponto negativo tem sido a concentração de recursos em poder da União. Isso tem dificultado a vida dos prefeitos de todo Brasil. Escuto isso de gente de todos os estados da Federação.

JV – E o governo Eduardo Campos?
WQ – Um governo excelente. Avançou em todas as áreas e teve sensibilidade para construir uma “paz política” que nunca foi vista em Pernambuco.

JV – E o de João Lyra?
WQ – Temos menos de três meses de governo. Vamos aguardar mais um pouco.

JV – Qual a sua avaliação do governo de José Queiroz?
WQ – A administração do prefeito José Queiroz será melhor compreendida no futuro. Ele é um gestor experiente, sério e que dedica sua vida a Caruaru. Duvido que haja outro político que ame tanto a cidade como ele. A cidade está mais bonita, mais bem cuidada. A saúde tem novos equipamentos e não faltam médicos nas unidades. Tudo isso foi construído com a participação da prefeitura. O governo inova com políticas para a mulher e no quesito “participação social” somos pioneiros. As políticas sociais desenvolvidas pela prefeitura são de um alcance extraordinário e pouco conhecida pelos chamados formadores de opinião. Para ficar apenas nesses exemplos, mas teria dezenas de páginas para preencher com as realizações dessa gestão. Agora, Caruaru é uma cidade exigente e quer sempre mais. Além disso, é uma cidade muito politizada e qualquer assunto tende a virar polêmica. O que vai ficar para o futuro, como legado dessa gestão, é o conjunto de obras, ações e programas que mais uma vez mudaram a face da cidade e da zona rural.

JV – O prefeito tem dito que o senhor é o deputado que mais trouxe recursos para a cidade. O senhor tem ideia desse montante?
WQ – Eu costumo dizer que Pernambuco tem 25 deputados federais, mas Caruaru tem um deputado federal só dela. Como grande parte da minha votação foi obtida em Caruaru, posso dedicar a quase totalidade do tempo do meu mandato às questões e projetos daqui. Posso garantir que o volume de dinheiro que eu consegui para Caruaru é algo inédito e dificilmente será repetido por qualquer outro deputado. Foram recursos para quase todas as áreas, principalmente para infraestrutura urbana. Estou fazendo um levantamento detalhado para apresentar durante a campanha, mas acredito que nesses oito anos já destinei e viabilizei mais 300 milhões de reais para Caruaru. Se somarmos a isso os valores que serão trazidos pelos empréstimos do BNDES, o montante ultrapassará 500 milhões de reais.

JV – E a verba para asfaltar a zona rural? Esse projeto terá início ainda este ano ou o senhor está sofrendo retaliações pelo apoio a Eduardo Campos?
WQ – Essas coisas são demoradas mesmo. Há um rito que precisa ser cumprido. É uma burocracia enorme. Espero que as obras comecem antes das eleições, mas se isso não acontecer, não tem problema. O que realmente importa é fazer, é tornar esse projeto realidade e isso vai acontecer.

Raquel Lyra é entrevistada na Rádio Cultura do Nordeste

O tradicional programa “Mesa Redonda”, da Rádio Cultura do Nordeste, de Caruaru, contou com a participação, nesta sexta-feira (13), da deputada estadual Raquel Lyra (PSB). Entre os assuntos abordados, sua atuação na Assembleia Legislativa de Pernambuco, as ações do Governo do Estado, São João, Feira da Sulanca, Zona Rural, além, das articulações para as eleições.

“Nosso papel é aproximar a população da política, fazer esta interação. Os jovens visitam a Alepe, o Palácio do Campo das Princesas e outros equipamentos, além de conhecer os mecanismos de participação popular”, citou. Raquel Lyra disse inda que esteve ano contará com o apoio de diversos prefeitos, vereadores e lideranças da região.

Raquel Lyra comentou que apesar das divergências, a relação administrativa com o prefeito José Queiroz vai bem. “Não somos adversários, temos divergências. Apesar disso, temos trabalhado muito. O governador João Lyra Neto recebeu o prefeito José Queiroz, que apresentou uma série de reivindicações.

Muitas já estavam no planejamento do governador, que é de Caruaru e sabe que tem que trabalhar pela nossa cidade”, citou. No tema educação, a socialista fez uma referência ao avô, João Lyra Filho, para mostrar como educação, pode, mesmo, ser prioridade. “Ele foi quem mais construiu escolas em Caruaru, foram mais de 100”, lembrou.

Campos poupa Lula e diz que Dilma “se enrolou no novelo da velha política”

Do Portal UOL

Em entrevista nesta segunda-feira (26) ao “Roda Viva” da TV Cultura, o pré-candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, fez ataques à presidente Dilma Rousseff, associando-a à “velha política”, mas poupou de críticas o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Ele teve a responsabilidade de manter políticas na economia e de aprofundar mudanças que beneficiaram 40 milhões de pessoas”, disse Campos. “Tínhamos a expectativa de que a Dilma corrigisse as falhas e promovesse avanços (…) mas ela se enrolou no novelo da velha política.”

Questionado sobre recente declaração de Lula, na qual o ex-presidente o teria comparado a Fernando Collor , o socialista afirmou: “Ele desmentiu, eu aceitei o desmentido. O assessor de imprensa dele ligou para o meu e depois ele [Lula] desmentiu publicamente.”

Campos foi indagado sobre o apoio que recebe do ex-deputado Severino Cavalcanti, do PP, expoente do conservadorismo e do que o próprio socialista chama de velha política. E citou a influência do senador José Sarney (PMDB-AP) nas gestões petistas, sem, novamente, responsabilizar Lula pela aliança com o maranhense. “Fiz um governo que não teve no centro das decisões Severino Cavalcanti, como hoje o atual governo tem Sarney no centro das decisões.”

O pré-candidato do PSB acusou Dilma de não ter enfrentado a corrupção e disse que a mandatária não fez jus à imagem “durona” propagada nas eleições de 2010. “A gestora não entregou a gestão. A durona não comandou o enfrentamento à corrupção”, afirmou. “[Dilma] passou a ser madrinha da inflação, madrinha dos problemas do setor elétrico, dos problemas na Petrobras.”

Quando perguntado se retiraria a candidatura caso Lula seja escolhido para disputar a Presidência, Campos disse que sua adversária é Dilma. “A nossa disputa é com a presidenta Dilma, não é com o presidente Lula. O presidente Lula não é candidato.”

Campos disse que, se eleito, não irá fazer aliança com setores “fisiológicos” da política e espera que a população os “aposente” nas urnas. “Os que não forem aposentados pelo povo, eu acho que a gente tem que ter a coragem de colocar na oposição.”

Aécio “passa medo”

O socialista afirmou que a pré-candidatura do senador Aécio Neves (PSDB-MG) gera temor entre a parcela da população beneficiada com as políticas sociais do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

A afirmação foi feita quando Campos respondia a uma pergunta sobre quais seriam as diferenças entre ele e Aécio. “A diferença é óbvia. A origem política do Aécio é mais conservadora do que a minha. Aécio participou do ciclo do Fernando Henrique, eu participei do ciclo de Lula”, afirmou. “Eu reconheço os avanços que FHC fez para o Brasil e não fico só apontado os erros. E o Aécio, os tucanos, tem uma dificuldade enorme de reconhecer os acertos. E aí passa um medo enorme para as áreas do Brasil que viram a importância do presidente Lula.”

Maconha, aborto e privatizações

O ex-governador de Pernambuco afirmou que suas posições sobre a descriminalização do aborto e da legalização da maconha já são conhecidas e que ele não irá mudar de opinião por conta das eleições.

“Não se trata de posicionamento eleitoral, porque sobre todos esses temas eu já tinha uma posição pública, não é o caso de mudar de posição”, disse. “São posições conhecidas. Acho que a legislação atual que o aborto tem é suficiente. Como cidadão, não como presidente, sou cristão, pai de cinco filhos e não sou favorável ao aborto. Tenho essa posição e não é de hoje.”

Quando à legalização da maconha, Campos afirmou este não deve ser o foco do debate sobre as drogas “num país que vive uma epidemia” de usuários de crack.
Campos afirmou que não tem “preconceito com privatizações” e concessões de rodovias, mas que não vê necessidade de privatizar qualquer estatal brasileira neste momento.

Pesquisas recentes

Na última pesquisa Ibope, divulgada na quinta-feira (22), Campos apareceu com 11% das intenções de voto , contra 40% de Dilma e 20% de Aécio. Na pesquisa anterior, divulgada em 17 de abril, o socialista tinha 6% das intenções. Já na última pesquisa Datafolha, divulgada em 9 de maio, o pernambucano também obteve 11% das intenções, contra 10% na sondagem feita no início de abril. Na mesma pesquisa, Dilma alcançou 37% da preferência, e Aécio, 20%.

Embora tenham evitado críticas mútuas e focado os ataques à Dilma, Aécio e Campos têm buscado, conforme as eleições de aproximam, tentar expor as diferenças entre as duas candidaturas. Segundo as pesquisas, apenas um dos dois deve ir ao segundo turno contra Dilma.