Deputado destaca momento positivo para exportação

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A alta do dólar traz preocupações para a economia brasileira, mas sempre há o lado positivo: é a hora de aproveitar a valorização da moeda norte-americana e exportar. Pensando nisso, o deputado estadual Lucas Ramos (PSB) discursou nesta quinta-feira (15) no plenário da Assembleia Legislativa de Pernambuco e defendeu o fortalecimento da fruticultura irrigada do Vale do São Francisco de olho em compradores estrangeiros.

“Temos a expectativa de aumentar em 15% o volume de exportação de uva e manga produzidas nos municípios do Sertão do São Francisco e queremos incentivar a cadeia produtiva para aumentar essa participação”, declarou o deputado. Além do dólar favorável, os exportadores apostam na retomada da economia europeia para dar vazão à produção de uva, que deve chegar a 150 mil toneladas nesta safra.

De acordo com o presidente da Associação dos Produtores do Vale do São Francisco, José Gualberto, “os produtores querem voltar ao mercado externo, mas é um processo lento (…), terão que ser reestruturados os canais de exportação”. Uma alternativa defendida pelo deputado Lucas Ramos é a utilização da estrutura oferecida no Porto de Suape, desde que seja facilitada a logística para escoamento da produção e consequente exportação. Equipes da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco avaliam as mudanças necessárias para que Suape seja competitivo na exportação de frutas.

Vinhuva

Na última semana, durante a realização da Vinhuva Fest em Lagoa Grande, o secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Thiago Norões, reforçou a articulação entre os setores produtivos da fruticultura irrigada. Ao lado de empresários, lideranças políticas da região e o apoio do deputado Lucas Ramos, o secretário deu o primeiro passo para uma reaproximação dos exportadores com o Porto de Suape. “Construímos juntos uma agenda de palestras, reuniões, fóruns e visitas técnicas em Petrolina e Lagoa Grande para animar os produtores e estimular o trabalho voltado para a exportação”, comenta o parlamentar, que não compareceu ao evento por estar acompanhando os primeiros dias das filhas gêmeas Mariana e Isabela.

Governo culpa queda de preços externos pela perda de receitas das exportações

Da Agência Brasil

O diretor do Departamento de Estatística e Apoio às Exportações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Herlon Brandão, defendeu ontem (3) o desempenho das exportações brasileiras e disse que o principal motivo para a perda de receitas com as vendas externas é a diminuição do preço das commodities (produtos básicos com cotação internacional).

Apesar do superávit de US$ 2,379 bilhões da balança comercial em julho, o valor em vendas externas caiu 19,5% em relação a julho de 2014, segundo o critério da média diária, que é o volume negociado por dia útil. Nos sete primeiros meses deste ano, a queda foi de 15,5%, também pela média diária. Mas, de acordo com Brandão, considerando-se apenas a quantidade exportada, houve crescimento de 3,2% em julho ante igual mês do ano passado e de 7,2% de janeiro a julho de 2015.

Brandão diz ainda que é o movimento de queda de preço de algumas commodities que provoca a queda dos valores negociados. Segundo dados do ministério, os preços dos itens da pauta de exportações caíram 22% em julho, na comparação a igual mês de 2014, e 20,8% de janeiro a julho deste ano, em relação ao mesmo intervalo de tempo no ano passado. “Isso mostra que a redução do valor das exportações é decorrente da redução dos preços, visto que as quantidades estão crescendo”, afirma Brandão.

O diretor cita como exemplos o minério de ferro, o complexo soja (óleo, farelo e grão) e o petróleo e seus derivados. Segundo ele, os três produtos responderam por 78,8% da queda de US$ 20,7 bilhões no valor absoluto em exportações de janeiro a julho deste ano ante igual período de 2014. No entanto, para Brandão, as quantidades vendidas de petróleo bruto, farelo de soja, soja em grão e minério de ferro foram recorde para o período dos primeiros sete meses do ano. Herlon Brandão diz que, dada a instabilidade internacional, não há expectativa de recuperação dos preços das commodities no curto prazo.

Com os preços do petróleo e derivados em queda no exterior, a conta-petróleo registrou recuo tanto nas exportações quanto importações e, em razão disso, conseguiu reduzir seu déficit em relação a 2014. De US$ 9,9 bilhões de janeiro a julho de 2014, o déficit caiu para US$ 3,8 bilhões este ano. A conta-petróleo foi um dos principais motivos do déficit de US$ 3,9 bilhões da balança em 2014. Foi a primeira vez que a balança comercial encerrou um ano com déficit desde 2000.

O diretor comentou, ainda, o fato de analistas estarem prevendo, para 2015, um superávit da balança comercial que deve ser baseado em queda de importações. O valor das compras do Brasil no exterior recuou 24,8% em julho deste ano ante o mesmo mês de 2014, e 19,5% de janeiro a julho de 2015 ante igual período de 2014.
As quantidades importadas também estão caindo. Brandão diz que a economia desaquecida é o principal fator de influência para a queda das compras do Brasil no exterior: “São vários fatores, mas o que é mais determinante é a atividade econômica”, explica, ressaltando que ainda não há como mensurar o impacto do dólar valorizado no fenômeno.

Para o diretor, no entanto, um superávit deve ser comemorado mesmo se vinculado ao fato de a queda de importações superar a de exportações. “Um saldo positivo é sempre bom para o país, para as contas externas”, opina. O diretor informa que a expectativa para fechamento da balança este ano é a já informada pelo ministro do Desenvolvimento, Armando Monteiro, ou seja, superávit de US$ 8 a US$ 10 bilhões.

Brasil terá superávit sustentado por queda de importações, preveem analistas

Da Agência Brasil

Apesar das exportações em queda em relação a 2014, a previsão do governo e do setor privado é que a balança comercial encerrará 2015 com superávit. Para analistas de comércio exterior, isso ocorrerá porque as importações também estão caindo, e em ritmo mais intenso do que as vendas externas. Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior mostram que, de janeiro a junho deste ano, houve queda de 14,6% das exportações em comparação com igual período de 2014. Do lado das importações, a queda no mesmo período de comparação foi mais acentuada, de 18,5%.

“Se você olhar o desempenho no primeiro semestre, você vê tanto queda de exportação quanto de importação. Isso [queda das importações] deve ajudar a fazer superávit”, diz Welber Barral, da Barral M Jorge Consultoria em Comércio Exterior. Segundo ele, a contração na economia é a responsável pelo fato de o Brasil estar importando menos. “[O motivo para a queda das importações] é a queda da atividade e do investimento em capital produtivo”, diz. De acordo com Barral há ainda a queda na importação de bens de consumo, que são aqueles usados por indivíduos ou famílias. “Há uma queda de capacidade de compra no Brasil. Um dos setores que mais tiveram queda [nas importações] é o de automóveis. Você tem uma postergação da decisão de compra [pelo consumidor]”, destaca.

O presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, faz avaliação semelhante. A entidade prevê superávit de US$ 8 bilhões para a balança este ano, “Claramente, só haverá superávit por isso [importações]. Pela nossa previsão, as exportações vão cair 15% este ano. Como as importações devem cair 20%, elas é que devem gerar superávit. Esse ano vamos ter um ‘superávit negativo’, que não é gerado por fatores positivos, como aumento de exportação”, ressalta.

VALORIZAÇÃO DO DÓLAR

Castro atribui a diminuição das importações, em primeiro lugar, à retração econômica, e, em segundo, ao dólar valorizado. “Até maio [o motivo das importações menores] era a retração econômica. A partir daí, teve a taxa de câmbio”, afirma, ressaltando que há uma demora entre a valorização da moeda norte-americana e seu impacto nas importações. “Quem já fez a encomenda vai receber o produto [importado]. Mas, a partir do momento em que o cenário vai piorando [com o dólar mais caro], deixa de fazer a encomenda”, explica.

A economista Lia Valls, pesquisadora da Fundação Getulio Vargas (FGV), também considera a contração da economia a principal razão para a retração das importações em 2015. “ Está despencando a compra de bens intermediários e a de bens de capital, feita pela indústria”, comenta. Para ela, o efeito do dólar valorizado é secundário.

Em se tratando das exportações, o principal motivo para o Brasil estar capitalizando menos é a queda de preços das commodities (produtos primários com cotação internacional), fenômeno em curso desde 2014. “A maior parte da pauta são commodities e os preços continuam caindo. O preço do minério, do petróleo, despencou. Aí a gente fica dependendo dos manufaturados, que têm como principal mercado o argentino, mas a Argentina está em crise. Tem também os Estados Unidos, mas lá já temos uma concorrência ” comenta Lia Valls.

Na avaliação de Welber Barral os produtos manufaturados brasileiros podem estar mais competitivos no mercado externo em 2016 por influência do dólar alto. Isso, diz, deve garantir, também no ano que vem uma balança superavitária. Mas, para ele, os superávits neste ano e no próximo, se acontecerem, não podem ser classificados como sustentáveis. ” O Brasil não é competitivo. Simplesmente uma redução do valor das commodities ou uma elevação do dólar não é suficiente, porque o custo de produção no Brasil é muito alto. Dá para dizer que o superávit que nós vamos não é sustentável”, avalia.

O consultor ressalta que o Brasil tem problemas tradicionais que diminuem a competitividade das exportações. Ele destaca que, além do custo de produção, a infraestrutura é deficiente para o escoamento. Para ele, o Plano Nacional de Exportações, lançado em junho pelo governo, é um passo válido. “É importante para coordenar as ações do governo e dar indicações para o setor privado. Tem partes interessantes no que se refere a medidas de facilitação de comércio e desburocratização. O que faltam são medidas na área tributária, o que não vai acontecer este ano, até por causa das restrições [medidas de] ajuste fiscais”.

Armando busca ampliar exportações do setor sucroalcooleiro

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, recebeu nesta terça-feira (28) produtores de açúcar de Pernambuco, Alagoas, Paraíba e outros Estados do Nordeste. Na ocasião, os empresários entregaram ao ministro documento que formaliza a proposta que busca viabilizar as cotas de exportação de açúcar para os Estados Unidos e países da União Europeia.

De acordo com o documento, os produtores teriam acesso ao financiamento privado e contariam com o seguro de crédito no âmbito do FGE (Fundo de Garantia às Exportações). Segundo o ministro, a proposta está em consonância com as diretrizes do Plano Nacional de Exportações e representaria um alívio financeiro para o setor, viabilizando a produção e as exportações para os próximos anos.

Ministro Armando Monteiro lança Plano Nacional de Exportações

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, apresentou nesta quarta-feira (24) o Plano Nacional de Exportações, projeto que unifica, pela primeira vez, todas as ações e estratégias do governo para exportação de bens e serviços.

A cerimônia oficial foi realizada pela manhã, no Palácio do Planalto, e contou com a participação da presidente Dilma Rousseff, do ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, do presidente do BNDES, Luciano Coutinho, além de parlamentares e empresários.

O plano nasceu de amplo debate com o setor privado e busca conferir um novo status ao comércio exterior, com ações estruturais que vão além de uma visão de curto prazo. O objetivo principal do plano é fomentar a cultura exportadora no país, com diversificação da pauta, foco nos produtos de maior densidade tecnológica e aumento da base de empresas exportadoras, com destaque para ações que promovam uma maior regionalização das vendas ao exterior.

Armando prepara um plano nacional para impulsionar as exportações

Com dois auditórios lotados, a presença de 16 ministros, dezenas de deputados federais e senadores, quatro governadores e de uma grande representação de prefeitos e lideranças de Pernambuco, o senador Armando Monteiro Neto recebeu nesta quarta-feira (7) do mineiro Mauro Borges o cargo de ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Ao tomar posse solenemente, anunciou que a prioridade da pasta é ampliar as exportações para garantir mais crescimento econômico e geração de empregos.

“Vamos conferir um novo status ao comércio exterior. O ministério apresentará, nos próximos dias, um arrojado plano nacional de exportação, com ampla participação do setor privado e indispensável visão integradora das diversas regiões do país”, antecipou o novo ministro, durante seu pronunciamento.