Aumento da gasolina fez inflação avançar em outubro, diz FGV

A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) encerrou outubro com alta de 0,76%, informou o Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV).

A taxa é 0,09 ponto percentual superior ao resultado do último dia 22 quando a variação atingiu 0,67% e ficou bem acima da taxa do fechamento de setembro (0,42%). No acumulado desde janeiro, o índice teve elevação de 8,48% e, nos últimos 12 meses, a alta atinge 10,01%.

O levantamento mostra que sete dos oito grupos pesquisados tiveram aumento de preços na comparação com a semana terminada em 22 de outubro. O destaque foi o grupo transportes: este índice subiu de 1,57% para 1,92% sob a influência da gasolina. Este combustível avançou de 3,15% para 5,27%.

Em saúde e cuidados pessoais, a variação passou de 0,54% para 0,65% e entre os itens que mais causaram impacto nesta classe de despesa foram os artigos de higiene e cuidado pessoal (de 0,17% para 0,68%). No grupo habitação, o índice aumentou de 0,68% para 0,73% com a elevação, principalmente, dos eletrodomésticos e equipamentos (de 0,19% para 0,7%).

Já os alimentos tiveram altas mais modestas com correções na média de 0,47%, ligeiramente acima da medição passada (0,46%). O que tem ajudado a equilibrar os preços neste grupo são as hortaliças e os legumes, mas estes itens já evidenciam uma tendência de alta. Na média, a cotação desses alimentos indicou queda de 10,13%. Porém, o recuo na apuração anterior foi mais expressivo: 10,91%.

Em despesas diversas, a variação passou de 0,07% para 0,15%, sob o impacto dos serviços em clínica veterinária (de 0,1% para 0,98%). No grupo educação, leitura e recreação , a taxa elevou-se de 0,23% para 0,28%, puxado pelo aumento nos ingressos de salas de espetáculo (de 0,33% para 1,3%). E, em comunicação, houve variação de 0,21% sobre uma alta anterior de 0,18%. Neste caso, a alta foi provocada, principalmente, pela tarifa de telefone móvel (de 0,11% para 0,32%).

O único decréscimo ocorreu em vestuário (de 0,59% para 0,43%) com os preços das roupas subindo mais lentamente (de 0,62% para 0,44%).

As principais influências de alta vieram dos seguintes itens: gasolina (5,27%); etanol (9,21%); gás de bujão (6,60%); tarifa de ônibus urbano (1,67%) e tarifa de eletricidade residencial (1,13%)

Em sentido oposto, os itens que mais ajudaram a segurar os preços foram a cebola (-40,73%); a batata-inglesa (-14,11%); a manga (-11,97%); a banana-prata (-3,60%) e a cenoura (-7,61%).

Produção de gasolina em Suape começa nesta segunda

A Decal Brasil, empresa italiana que possui um terminal de armazenamento de combustíveis no Complexo Industrial Portuário de Suape, vai iniciar a produção de gasolina nesta segunda-feira (27) na planta formuladora em Suape. Inicialmente, a empresa vai produzir 20 mil metros cúbicos do combustível por mês, com previsão de chegar até 100 mil metros cúbicos mensais. A produção vai abastecer o mercado local, podendo ser destinada também aos demais consumidores do Norte e Nordeste. A Decal é o único terminal de combustíveis do país autorizado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustível (ANP) a realizar a fabricação de gasolina, e, no Brasil, o grupo só possui unidade em Suape.

O primeiro lote do combustível deve sair para o mercado pernambucano no início de maio, após certificação expedida por laboratório e de acordo os padrões estabelecidos pela ANP. A agência emitiu autorização em dezembro do ano passado, permitindo que a empresa produza até 3,3 mil metros cúbicos de gasolina tipo A (sem álcool anidro) por dia, a partir do processo conhecido como formulação, que consiste na mistura de hidrocarbonetos (composto orgânico) para produzir derivados de petróleo. Todo o processo acontece em tanques específicos, instalados no terminal da Decal em Suape.

“A formulação de gasolina em terminais marítimos é um marco no suprimento de combustíveis no Brasil. A Decal se orgulha em poder ser a pioneira e de contribuir com o país a partir dessas atividades”, comemora Jorge Lemos, gerente geral da Decal Brasil. Com a fabricação, a expectativa é que Pernambuco passe a ser autossuficiente no fornecimento do combustível. Após a formulação, a gasolina sairá dos tanques para o mercado consumidor via dutovia, passando por outros terminais de armazenamento de líquidos do Porto de Suape. A Decal não realiza a venda direta do produto, o qual é de propriedade da Petrobras.

Nos últimos dias, a Decal recebeu as primeiras cargas de nafta, matéria-prima utilizada na formulação da gasolina. Dois navios atracaram no Píer de Granéis Líquidos 2 do Porto de Suape trazendo 28 mil metros cúbicos do produto, que foram enviados para os tanques da Decal por dutovia. Na terça-feira (21), o navio Livramento, de bandeira nacional, concluiu a descarga de 13 mil metros cúbicos de nafta craqueada e, no sábado (18), a embarcação Challenge Passage, de origem panamenha, desembarcou 15 mil metros cúbicos de nafta petroquímica.

A produção de gasolina em Suape é um marco nas atividades portuárias que envolvem os granéis líquidos (álcoois, gases, petróleo e seus derivados) no Porto. “Desde 1985, quando o parque de tancagem do Porto do Recife foi transferido para cá, os combustíveis que abastecem o mercado local chegam por Suape. Sessenta e nove por cento da nossa movimentação de cargas no primeiro bimestre deste ano correspondeu aos granéis líquidos. Isso representa mais de 2,19 milhões de toneladas e um crescimento de 43% em relação aos dois primeiros meses de 2014”, explicou Paulo Coimbra, diretor de Gestão Portuária de Suape.

A unidade da Decal em Suape tem capacidade para armazenar 156 mil metros cúbicos de combustíveis nos 12 tanques que possui. Além da gasolina, a ANP também autorizou a produção de diesel nos mesmos moldes e limites. O terminal iniciou suas operações em 2005.

Com informações da Logoweb

Suape vai produzir gasolina

O Complexo Industrial Portuário de Suape sai na frente mais uma vez. A partir deste mês, a empresa italiana Decal, instalada no Complexo Industrial Portuário de Suape, passará a produzir gasolina através de um processo conhecido como formulação. Pioneiro no Estado, o processo consiste na mistura de hidrocarbonetos (composto orgânico) para produzir derivados de petróleo. Com a fabricação, Pernambuco deve passar a ser autossuficiente no fornecimento do combustível.

Segundo o gerente geral da Decal, Jorge de Oliveira Lemos, a empresa é a única companhia que pode realizar este procedimento, cuja autorização para realizar a atividade foi concedida em dezembro do ano passado, pela Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustível (ANP). A Decal tem capacidade para estocar 156 mil metros cúbicos de granéis líquidos. A expectativa é ampliar a capacidade de armazenamento para 400 mil metros cúbicos, o que representa um crescimento de 150%, num período de até cinco anos.

Proporção certa entre álcool e gasolina pode gerar economia no bolso do consumidor

Invenção brasileira para aproveitar o potencial de etanol que o país tem, a tecnologia flex foi desenvolvida em 2003 para que os veículos pudessem ter rendimento com álcool ou gasolina ou a mistura entre eles. Boa parte da população já dispõe de veículos com esse sistema. Em 2014, dos carros licenciados até outubro, 88,1% dispunha da tecnologia flex, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA).

No entanto, ainda há dúvidas sobre como proceder ao abastecer o carro, se existe uma proporção certa ao misturar os combustíveis que proporcione economia, qual deles tem melhor rendimento ou desgasta menos o veículo. A Perkons entrevistou o consultor automotivo Marcus Romaro para esclarecer alguns questionamentos:

Perkons: Sabe-se que a gasolina lubrifica e o álcool desgasta o motor. Se eu abastecer somente com álcool, estou danificando o motor do meu carro?

Romaro: Nos atuais veículos ‘flex’, ao contrário dos movidos exclusivamente a álcool de antigamente, todos os componentes foram desenvolvidos com materiais mais nobres e/ou tratados quimicamente para que sejam resistentes à ação do álcool e mantenham a durabilidade esperada e definida em projeto. Por isso, o motorista pode encher o tanque do veículo somente com álcool sem problemas, especialmente porque a gasolina já possui uma porcentagem de 22% de álcool hidratado em sua composição estabelecida por lei.

Perkons: Existe uma proporção de mistura entre os dois combustíveis que melhora o rendimento do motor flex?

Romaro: Sim, mas não propriamente o rendimento do motor e/ou consumo de combustível em termos absolutos, especificamente pela relação valor gasto versus quilometragem percorrida. Estima-se que uma proporção, entre 10% e 20% de álcool no tanque com o restante de gasolina, possa ocasionar uma economia final em reais – gasta-se um pouco mais para encher o tanque, mas também se roda mais, e há alguma economia na relação – dependendo sempre do tipo do motor e qualidade dos combustíveis utilizados.

Perkons: Se estiver com metade do tanque com gasolina, devo esperar acabar para trocar para álcool?

Romaro: Não. Os motores dos veículos flex são calibrados para funcionarem com qualquer relação de mistura entre álcool e gasolina. A diferenciação é feita praticamente em tempo real pela sonda lambda – dispositivo que envia sinal elétrico à injeção eletrônica do veículo e controla a quantidade de combustível para enviar ao motor –, que através da análise dos gases de combustão envia a informação à central de comado da injeção eletrônica e esta providencia o ajuste do motor automaticamente.

Perkons: Ao trocar de combustível, é preciso rodar um pouco antes de desligar o motor?

Romaro: Não. Entretanto, é importante manter o reservatório de partida a frio sempre cheio com gasolina aditivada de preferência, para não correr o risco de não conseguir se ligar o veículo em dias frios, caso o carro fora abastecido exclusivamente com álcool.

Proporção certa entre álcool e gasolina pode gerar economia no bolso do consumidor

Invenção brasileira para aproveitar o potencial de etanol que o país tem, a tecnologia flex foi desenvolvida em 2003 para que os veículos pudessem ter rendimento com álcool ou gasolina ou a mistura entre eles. Boa parte da população já dispõe de veículos com esse sistema. Em 2014, dos carros licenciados até outubro, 88,1% dispunha da tecnologia flex, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA).

No entanto, ainda há dúvidas sobre como proceder ao abastecer o carro, se existe uma proporção certa ao misturar os combustíveis que proporcione economia, qual deles tem melhor rendimento ou desgasta menos o veículo. A Perkons entrevistou o consultor automotivo Marcus Romaro para esclarecer alguns questionamentos:

Perkons: Sabe-se que a gasolina lubrifica e o álcool desgasta o motor. Se eu abastecer somente com álcool, estou danificando o motor do meu carro?

Romaro: Nos atuais veículos ‘flex’, ao contrário dos movidos exclusivamente a álcool de antigamente, todos os componentes foram desenvolvidos com materiais mais nobres e/ou tratados quimicamente para que sejam resistentes à ação do álcool e mantenham a durabilidade esperada e definida em projeto. Por isso, o motorista pode encher o tanque do veículo somente com álcool sem problemas, especialmente porque a gasolina já possui uma porcentagem de 22% de álcool hidratado em sua composição estabelecida por lei.

Perkons: Existe uma proporção de mistura entre os dois combustíveis que melhora o rendimento do motor flex?

Romaro: Sim, mas não propriamente o rendimento do motor e/ou consumo de combustível em termos absolutos, especificamente pela relação valor gasto versus quilometragem percorrida. Estima-se que uma proporção, entre 10% e 20% de álcool no tanque com o restante de gasolina, possa ocasionar uma economia final em reais – gasta-se um pouco mais para encher o tanque, mas também se roda mais, e há alguma economia na relação – dependendo sempre do tipo do motor e qualidade dos combustíveis utilizados.

Perkons: Se estiver com metade do tanque com gasolina, devo esperar acabar para trocar para álcool?

Romaro: Não. Os motores dos veículos flex são calibrados para funcionarem com qualquer relação de mistura entre álcool e gasolina. A diferenciação é feita praticamente em tempo real pela sonda lambda – dispositivo que envia sinal elétrico à injeção eletrônica do veículo e controla a quantidade de combustível para enviar ao motor –, que através da análise dos gases de combustão envia a informação à central de comado da injeção eletrônica e esta providencia o ajuste do motor automaticamente.

Perkons: Ao trocar de combustível, é preciso rodar um pouco antes de desligar o motor?

Romaro: Não. Entretanto, é importante manter o reservatório de partida a frio sempre cheio com gasolina aditivada de preferência, para não correr o risco de não conseguir se ligar o veículo em dias frios, caso o carro fora abastecido exclusivamente com álcool.