Ministro Armando Monteiro critica propostas de ajuste do governo

Da Folha de S. Paulo

O ministro Armando Monteiro (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) criticou as medidas apresentadas pelo governo que atingem o Sistema S e o programa Reintegra.

As propostas fazem parte do pacote fiscal anunciado segunda-feira (14) para tentar reequilibrar as contas públicas.

Após reunião nesta quarta-feira (16) com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, Monteiro disse que as medidas de ajuste que impactam o Sistema S poderiam ter sido feitas de uma maneira mais negociada.

“Embora não tenha participado de forma direta, eu entendo que o melhor desenho seria uma solução negociada. O sistema, por todas as razões, compreende as dificuldades que o país vive, e eu acho que haveria disposição para poder oferecer uma contribuição nessa hora, a partir de um modelo negociado, de parceria”, disse o ministro.

A proposta do governo, que busca formas de reduzir o orçamento deficitário de 2016, planeja destinar parte dos recursos que são pagos pelas empresas e destinadas ao Sistema S (grupo que reúne entidades criadas para aprendizagem, cultura e bem-estar do trabalhador) para a Previdência Social.

Monteiro lembrou das parcerias estabelecidas que envolvem entidades do Sistema S, como o Pronatec, e disse que o modelo de solução negociada é sempre o melhor caminho.

O ministro chamou ainda de “mau sinal” a proposta apresentada pelo governo que reduz os benefícios do programa Reintegra, programa que devolve aos exportadores parte de seus custos. A economia estimada com a redução é de R$ 2 bilhões.

“Na medida em que você instabiliza as regras, e nesse caso é muito importante a previsibilidade das regras, isso afeta o calculo econômico do exportador, e o setor já havia dado uma contribuição quando se negociou a redução de 3% para 1%”, disse o ministro.

Aprovação da CPMF irá provocar mudança de comportamento nos brasileiros

Do Diario de Pernambuco

O governo federal anunciou a proposta de resgatar a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) e quase todo mundo lembra: ninguém escapa dela. O tributo incide sobre todas as movimentações financeiras e isso inclui uma compra no débito em conta, na padaria e até a matéria-prima pela indústria. A aprovação do novo imposto vai provocar um mudança no comportamento do brasileiro, que vai precisar considerar o novo peso do tributo no dia a dia. O motivo do governo foi claro: precisa arrecadar R$ 32,5 bilhões em 2016 para cobrir o rombo da Previdência Social. Por enquanto, a alíquota proposta é de 0,20%, sendo todo o montante arrecadado para o Tesouro, mas pode chegar a 0,38% caso os governos estaduais queiram esse “excedente de arrecadação”. Nas duas possibilidades, qualquer “mexida” na conta bancária vai sofrer a incidência da CPMF sobre o valor movimentado.

Mas não é só isso. Trata-se de um peso novo pode desdobrar em mais desaquecimento do mercado. Para vigorar, é preciso passar por aprovação no Senado e na Câmara, mas o texto da Proposta de Emenda à Consticuição (PEC) ainda não chegou ao Congresso nem foi detalhado.

“A nova tributação incide sobre todos os débitos na conta em questão, qualquer saída de dinheiro ou relação de compra e venda. Saques, compras comuns no cartão de débito, pagamento de boletos no caixa eletrônico, cheque, ou seja, tudo que todo mundo faz sempre, todos os dias”, lembrou o vice-presidente do Conselho Regional de Economia de Pernambuco (Corecon-PE), Fernando Aquino, citando que o olhar da CPMF não se limita a pessoa física. “A grande problemática é o setor produtivo.

As empresas realizam muitas negociações de compra de matéria-prima, insumos, componentes. A indústria é um exemplo claro de toda essa montagem de produção. Sobre cada compra vai haver incidência da CPMF. Isso vai provocar um aumento de custo, que pode ser repassado no preço.”

O professor de direito tributário da Faculdade dos Guararapes (FG), Fábio Silveira, acrescenta que atingir o setor produtivo é atacar a atividade econômica no geral e atingir o consumo representa o uso e tributo que marca um cenário de injustiça social. “Quando o maior atingido é o consumo, é injusto porque os maiores consumidores são as rendas mais baixas, que deveriam ser protegidas”, resume. “Quando se aplica mais carga sobre os setores produtivos, o caminho é o mesmo, aumento de preço, desaquecimento de mercado, baixa na economia e consequente desemprego”, resume.

Oposição e Simepe denunciam colapso da Saúde

Os cortes no orçamento do Estado, ainda não detalhados pelo Governo de Pernambuco, atingiram os serviços prestados à população, como a Saúde, embora o secretário da Fazenda, Márcio Stefani, incumbido da missão de anunciar a ampliação dos cortes em R$ 600 milhões, no último dia 24 de agosto, ter garantido que as áreas essenciais à população seriam preservadas.

Levantamento realizado pelo Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), recebido pela Bancada de Oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco, faz um raio-X da saúde pública do Estado. “Segundo o relatório, 60% das cirurgias eletivas estão sendo suspensas por falta de fios, materiais cirúrgicos e antibióticos. Isso reforça a necessidade urgente de se encontrar saída para a área de saúde”, destacou líder da Bancada de Oposição, Silvio Costa Filho (PTB).

O parlamentar ocupou, na tarde desta terça-feira (15), mais uma vez a tribuna do plenário da Alepe para denunciar o descaso do Governo com a saúde do Estado e cobrar a apresentação de medidas concretas para solucionar a situação enfrentada pela população. “Diante desse quadro, não dá para apenas repassar as responsabilidades para o Governo Federal. Devemos evitar esse debate inócuo e procurar alternativas. Se é pra se corta verba, que se corte de uma obra, que pode esperar mais um ano, e não de uma cirurgia ou do atendimento à população”, criticou.

Embora o Governo do Estado atribua a crise na saúde do Estado ao corte nos repasses da União, o presidente do Simepe, Mário Jorge Lobo, afirma que não está claro se essa situação se deve, de fato, aos cortes do Governo Federal ou ao Governo do Estado. Lobo cita como exemplo o Hospital Regional de Palmares, que atrasou o pagamento aos profissionais de saúde embora os repasses da União estejam sendo feitos. “Nesse caso, o problema é a falta de repasse do Estado ao gestor do hospital, o Hospital Maria Lucinda. Quando foi para inaugurar, não faltou quem quisesse assumir a paternidade das obras. Agora, que faltam recursos, a culpa é sempre do outro”, comparou.

Para o deputado Edilson Silva (Psol), o que o relatório do Simepe deixa claro é que falta gestão política ao Governo do Estado. Área em que o governador Paulo Câmara já demostrou ser completamente inábil. “Temos exemplos de problemas em várias áreas, mas quando falamos na saúde a situação é sempre mais preocupante”, reforçou.

Os dados apresentados pelo Simepe revelam ainda demissões de médicos nas UPAs da Imbiribeira e do Cabo, além de expectativa de futuras demissões nas unidades do Torrões e Sotave, em Jaboatão. As restrições financeiras também resultaram no fechamento das pediatrias das UPAs do Cabo, Imbiribeira, Jaboatão, Olinda e Torrões.

Segundo a deputada Teresa Leitão (PT), o que chama a atenção nesses dados é o fato de o Simepe ter respaldado o programa de saúde do Estado nos dois governos de Eduardo Campos. “O fato de as críticas terem chegado a esse ponto mostra que a saúde do Estado está, mesmo, a caminho da UTI”, afirmou.

O estudo também revela, como fato preocupante, o fechamento de diversas UTIs nos hospitais pernambucanos, a exemplo da UTI 2 do Hospital Getúlio Vargas; UTI Coronariana do Hospital Agamenon Magalhães; UTI 3 do Hospital Metropolitano Miguel Arraes; além de dez leitos de UTI adulta no Hospital Barão de Lucena. Vale lembrar que estes hospitais atendem à população não só do Recife e Região Metropolitana, mas também de todo o interior do Estado.

No Hospital Miguel Arraes, uma das marcas do Governo Eduardo Campos, houve ainda a demissão de sete radiologistas do plantão noturno e redução do plantão desses profissionais de 24 horas para 12 horas diurnas. “Infelizmente estamos assistido a uma situação de calamidade e, se nada for feito, até o fim do ano vamos sofrer com o colapso da saúde do Estado. Além de não apresentar nada novo, o governador Paulo Câmara não está conseguindo sequer, manter os serviços herdados de seu padrinho político”, avaliou Costa Filho.

Governo terá de negociar para aprovar medidas, avalia Humberto

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), declarou nesta terça-feira (15) que o Governo terá de aprofundar o diálogo com o Congresso Nacional e com a sociedade para aprovar o pacote de medidas anunciado ontem pela equipe econômica para garantir o equilíbrio das contas públicas e a retomada do crescimento do país.

Segundo o parlamentar, que vai se reunir nesta tarde com a presidenta Dilma Rousseff no Palácio do Planalto, os senadores e deputados têm de reconhecer, agora, que o Governo tomou a iniciativa de cortar ainda mais recursos do seu orçamento e de que é preciso gerar novas fontes.

“Se o Congresso entender que essas medidas não são adequadas, ele tem de produzir outras que levem ao mesmo efeito. Se não é uma nova CPMF, o que é que será no seu lugar para buscar o equilíbrio fiscal?”, questiona o senador.

Humberto avalia que muitos temas terão grandes embates no Congresso, como a ideia de postergar o reajuste dos servidores públicos para agosto de 2016. De acordo com o senador, esse é um assunto delicado para o PT tratar, principalmente porque várias categorias do funcionalismo estavam em negociação salarial com o Governo.

“Precisamos ter uma discussão e um entendimento para se chegar a um acordo com os servidores. O problema não é apenas a pressão que o Governo vai sofrer. Na verdade, esses segmentos estão negociando e tinham a expectativa de ter ao menos uma reposição da inflação futura”, ressalta.

Humberto acredita que a suspensão temporária dos reajustes pode até ser feita no atual momento, desde que seja objeto de entendimento com os setores envolvidos. Ele reconhece que ninguém gosta de dar má noticia ou propor medidas que interferem na vida das pessoas, mas que elas são necessárias agora para diminuir as incertezas do mercado e garantir objetivos fiscais para a segurança do país.

“Claro que essas medidas têm um peso negativo. Ninguém gostaria que tivesse corte de investimentos ou aumento de impostos. Porém, a iniciativa é necessária. Em suma, o Governo vai ter de fazer grande movimento de diálogo com o Congresso e as entidades da sociedade se quiser aprovar essas medidas”, resumiu.

Nessa segunda-feira, os ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa, anunciaram um pacote de medidas com o objetivo de reverter o quadro econômico do país que inclui cortes de R$ 26 bilhões nas despesas previstas do Orçamento de 2016 e aumento de receitas que totalizam R$ 40,2 bilhões. A recriação da CPMF é uma das ideias.

A maioria das medidas anunciadas pela equipe econômica da presidenta Dilma precisa de aprovação no Congresso Nacional. “Os parlamentares foram chamados à responsabilidade. É preciso, antes de tudo, reconhecer que o Governo está fazendo o esforço nas suas próprias contas como muitos pediam”, comentou Humberto.

Cortes nas despesas do governo devem ficar entre R$ 20 bi e R$ 25 bi

Da Folha de S. Paulo

A presidente Dilma Rousseff prepara um corte entre R$ 20 bilhões e R$ 25 bilhões nas despesas do governo como forma de evitar o agravamento da crise.

O número final ainda passa por pequenos ajustes. É possível que haja uma nova reunião na manhã desta segunda-feira (14) para calibrar a lista dos cortes.

Além de reduzir despesas com alguns programas sociais, a União venderá terrenos e imóveis, fará leilão de apartamentos funcionais, revisará contratos, diminuirá secretarias, diretorias e cargos comissionados. A área econômica também deve propor ao Congresso a redução de despesas obrigatórias, como gastos com a Previdência e com o funcionalismo público.

A reforma ministerial, outra frente no esforço de Dilma para tentar debelar a crise, deve ficar apenas para a semana que vem, pois a presidente ainda não teve tempo para conversar com todos os ministros cotados para deixar a Esplanada. O Executivo promete eliminar dez pastas – algumas delas, porém, apenas perderão seu status ministerial.

Nos últimos dias, empresários de diferentes ramos da economia cobraram que o Palácio do Planalto promova um corte adicional de despesas para reduzir o deficit de R$ 30,5 bilhões enviado por Dilma Rousseff ao Legislativo em sua proposta orçamentária para 2016.

Se o corte chegar a R$ 25 bilhões, a diferença para chegar aos R$ 30,5 bilhões seria complementada por elevação de tributos.

O rombo, somado à instabilidade política, fez com que o Brasil tivesse sua nota de crédito rebaixada pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s, tirando o selo de bom pagador do país.

A pressão fez com que a área econômica estudasse soluções para tirar as contas do vermelho, buscando manter apoio entre setores empresariais.

Dilma e ministros voltam a se reunir no Palácio da Alvorada

Da Agência Brasil

A presidente Dilma Rousseff voltou a se reunir hoje (13) com os ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e da Casa Civil, Aloizio Mercadante, no Palácio da Alvorada. Levy chegou por volta das 15h30 e ainda não deixou a residência oficial. Já Mercadante saiu do palácio por volta das 17h45. A assessoria de imprensa não confirma se outros ministros participam da reunião.

Também não foi divulgada a pauta do encontro, que ocorre em meio a discussões de medidas para demonstrar compromisso do governo com o corte de gastos, desde o rebaixamento da nota de crédito do Brasil pela agência de classificação de risco Standard&Poor’s (S&P), na última quarta-feira (9).

Ontem (12), a presidente convocou reunião para discutir uma reforma administrativa, com redução de despesas nos ministérios. No sábado, participaram os ministros da Casa Civil, Aloizio Mercadante; da Justiça, José Eduardo Cardozo; da Agricultura, Kátia Abreu; da Ciência e Tecnologia, Aldo Rabelo; das Cidades, Gilberto Kassab; da Integração Nacional, Gilberto Occhi; da Previdência Social, Carlos Gabas; do Esporte, George Hilton; das Comunicações, Ricardo Berzoini; e dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues.

Resta pouco tempo para o Planalto reagir, afirmam empresários

Da Folha de S. Paulo

Empresários fizeram chegar ao governo a avaliação de que, com a perda do grau de investimento do país, a presidente Dilma Rousseff precisa agir rapidamente e mostrar resultados até outubro. Caso contrário, afirmaram, ficará difícil manter o apoio do setor empresarial, um dos últimos lastros do governo petista.

A conjectura foi transmitida a interlocutores da presidente como um alerta para a necessidade da petista ser firme na definição de medidas para reequilibrar as contas públicas, a despeito de críticas ao ajuste de setores do PT e do ex-presidente Lula.

Segundo relato à Folha feito por dois empresários envolvidos nas últimas articulações para ajudar a segurar Joaquim Levy (Fazenda) no cargo, o setor empresarial ainda prefere que Dilma reaja e se mantenha no governo.

Para eles, um processo de saída da presidente seria ainda mais traumático para a economia brasileira, porque geraria um cenário de maior incerteza a curto prazo, sem falar em reações imprevisíveis de movimentos sociais que apoiam o governo.

Mas duas semanas já se passaram sem que Dilma tenha iniciado seus prometidos cortes adicionais para cobrir o deficit de R$ 30,5 bilhões, exigência dos “barões do PIB” (Produto Interno Bruto) para seguir apoiando seu governo.

CARDÁPIO

Empresários elaboraram um cardápio com sugestões para reduzir o rombo. Ele começa com a necessidade de manter três vetos presidenciais: à extensão do reajuste do salário mínimo para aposentados, à flexibilização das regras para a aposentadoria instituída pelo fator 85/95 e ao reajuste do Judiciário que, para algumas carreiras, pode chegar a um patamar de 76%.

Outro item dessa “agenda de curto prazo” é a redução de despesas obrigatórias.

“Nas próximas cinco ou seis semanas, é preciso encontrar uma forma de compor o Orçamento. Óbvio que não dá para reformar todas as despesas obrigatórias, mas é preciso reformar algumas”, disse um empresário, sob condição do anonimato.

O setor privado propõe, ainda, a reforma do PIS/Cofins (em estudo pelo Ministério da Fazenda), o aumento da contribuição previdenciária do funcionalismo de 11% para 12%, além da instituição de algum imposto sobre herança –desde que não recaia sobre o patrimônio.

“Querendo ou não, ela foi eleita, não há nada contra ela juridicamente. Então, sua saída seria mais política. Isso poderia gerar um período de imensas turbulências a curto prazo”, disse um empresário reservadamente à Folha.

Um interlocutor da presidente Dilma diz que o Palácio do Planalto conta com essa avaliação para sobreviver à atual crise. Segundo ele, o empresariado não quer aventuras, mas também não quer ver o país “desmanchar”.

No setor privado, a avaliação é que o governo precisa definir logo os cortes de gastos e aumento de receitas e garantir, até outubro, que o pacote seja implementado.

VACILO

Nas palavras de um executivo, a presidente não pode vacilar mais porque, do contrário, haverá um agravamento da crise política e econômica até o final do ano, fazendo com que empresários que ainda estão com o governo e representam boa parte do PIB brasileiro percam a paciência com o Palácio do Planalto.

No setor empresarial, a avaliação é que a presidente subestimou a reação do mercado à decisão de enviar ao Congresso um Orçamento com previsão de deficit primário no próximo ano.

Agora, segundo executivos, ela terá de correr contra o tempo para não perder também o grau de investimento concedido pelas agências Moody’s e Fitch, depois de ter perdido o da mais importante delas, a Standard & Poor’s.

Governo entrega 604 unidades do Minha Casa, Minha Vida em Pernambuco

O Governo de Pernambuco, dentro da Operação Reconstrução, entregou neste sábado (12) 604 casas nos municípios de Xexéu (300 unidades) e Jurema (304 unidades). Acompanhado do ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, o governador Paulo Câmara foi às duas cidades, na Mata Sul e no Agreste, respectivamente, para realizar as entregas.

O investimento total na parceria foi de R$ 46,3 milhões, sendo R$ 22,1 milhões do Estado e outros R$ 24,2 milhões da Caixa Econômica Federal. Em Xexéu, primeira parada, as unidades habitacionais ficam no distrito de Campos Frios; em Jurema, no distrito de Queimadas. Cada casa possui 41,30 metros quadrados, com dois quartos, banheiro, cozinha, sala e área de serviço. As moradias contam ainda no seu entorno com equipamentos de lazer, praças, quadras poliesportivas e playground.

O governador destacou a importância dos empreendimentos para a dinâmica dos moradores de Xexéu e Jurema. “É um sentimento forte, que nos emociona ao ver as pessoas felizes. Muita gente ainda precisa de casa e, para isso, estamos fazendo as parcerias necessárias com o governo federal e com a Caixa Econômica. Vamos trabalhar para que as pessoas tenham qualidade de vida e dignidade. A Operação Reconstrução está fazendo com que as cidades voltem a funcionar como eram antes”, pontuou Paulo Câmara.

Ainda estão garantidas, dentro da intervenção, a pavimentação das vias, drenagem de águas pluviais, sistema de esgotamento sanitário com estação de tratamento de esgoto, sistema de abastecimento de água com reservatório elevado, energia e iluminação pública.

AÇÃO

As enchentes deixaram um rastro de destruição estrutural e conjuntural na vida das pessoas e na dinâmica de 68 cidades no Estado. O Governo de Pernambuco, por meio da Secretaria da Casa Militar, já entregou com a Operação Reconstrução 11 mil unidades habitacionais. São mais de 45 mil pessoas beneficiadas com a entrega de novas moradias em 18 municípios.

O secretário-chefe da Casa Militar, coronel Mário Cavalcanti, afirmou que o trabalho é incansável. “É dessa forma, com as casas, que o Estado vai avançando; depois, com a construção das barragens que estão em andamento, além dos hospitais e pontes reconstruídos. Temos mais de 300 obras feitas na Zona da Mata”, enfatizou.

Em parceria com a Caixa Econômica Federal, o Governo do Estado já entregou em Pernambuco 96 mil unidades habitacionais dentro do programa Minha Casa, Minha Vida. “Queria pedir que vocês cuidem das suas casas”, comentou o ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, durante o ato.

“É preciso oferecer um ambiente saudável aos pernambucanos para que possam usufruir, também, de um padrão de urbanização com saneamento, habitação de qualidade, calçamento, espaços públicos. Enfim, todo o conjunto necessário, transformando áreas degradadas em espaços públicos de uso coletivo que promovam a autoestima das pessoas e uma real perspectiva de melhoria na qualidade de vida”, salientou o secretário de Habitação, Marcos Baptista.

*Post atualizado às 15h11

Dilma reúne equipe econômica e ministro da Justiça no Palácio da Alvorada

Da Agência Brasil

A presidente Dilma Rousseff convocou hoje (12) ministros para mais uma reunião no Palácio da Alvorada em um fim de semana. Participam do encontro os titulares da Fazenda, Joaquim Levy; do Planejamento, Nelson Barbosa; da Casa Civil, Aloizio Mercadante – que formam a Junta Orçamentária –, e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.

Os secretários do Tesouro Nacional, Marcelo Saintive; e da Receita Federal, Jorge Rachid, também estão na residência oficial da presidente. A reunião não estava prevista na agenda oficial de Dilma.

José Eduardo Cardozo deixou o Palácio da Alvorada no começo da tarde, sem falar com a imprensa. De acordo com a assessoria do Ministério da Justiça, o ministro se reuniu com a presidente para despachar sobre assuntos de rotina.

O governo discute o anúncio de medidas para mostrar compromisso com o corte de gastos desde o rebaixamento da nota de crédito do Brasil pela agência de classificação de risco Standard&Poor’s (S&P), na última quarta-feira (9).

Após o rebaixamento, os ministros Levy e Barbosa deram entrevistas reafirmando a estratégia do governo de reduzir despesas e estudar a criação de receitas e o líder do governo no Senado, Delcídio Amaral, disse que anúncio de novas medidas seria feito na sexta-feira, o que não aconteceu.

O primeiro anúncio, segundo Delcídio, será a redução de custeio dos ministérios, que serão reestruturados e terão contratos de prestação de serviço revistos para cortar gastos. A medida faz parte da reforma administrativa que vai cortar dez dos 39 ministérios do governo Dilma e deve ser anunciada até o fim de setembro.

Diante da pressão por reforma, PT resiste a entregar a Casa Civil

Da Folha de S. Paulo

Na reformulação da equipe do Palácio do Planalto em estudo pela presidente Dilma Rousseff, o PT não quer perder o comando da Casa Civil, hoje nas mãos do petista Aloizio Mercadante.

Segundo a Folha apurou, o partido da presidente aceita e até estimula a troca de Mercadante, mas quer ver no seu lugar o ministro da Defesa, Jaques Wagner, nome preferido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Conforme a Folha revelou na sexta-feira (11), Dilma estuda até um nome de fora do PT para ocupar a Casa Civil.

Um nome que é visto com simpatia entre aliados é o da ministra da Agricultura, Kátia Abreu (PMDB-TO). É uma opção que poderia sinalizar um apelo de paz na direção dos peemedebistas.

Oficialmente, o Palácio do Planalto divulgou nota negando com “veemência” que a presidente pretenda trocar Mercadante, mas a Folha ouviu relato de interlocutores de Dilma em que ela manifestou abertamente sua intenção de ceder às pressões, tanto de peemedebistas como de petistas, e mudar o comando da Casa Civil.

Jaques Wagner esteve cotado para assumir a Casa Civil por sugestão do ex-presidente Lula no início do segundo mandato de Dilma.

Mercadante colecionou ao longo dos últimos meses atritos com o PMDB, principalmente com o vice-presidente, Michel Temer.

O petista acabou virando alvo de pressões de aliados, que passaram a defender sua saída como solução para a crise política. Seus críticos o consideram abrasivo no trato e centralizador na tomada de decisões.

PROXIMIDADE

Dentro do PMDB, uma ala do partido, ligada ao vice-presidente, acredita que um correligionário no comando da Casa Civil poderia reaproximar os peemedebistas do Palácio do Planalto.

Kátia Abreu, contudo, não conta com o apoio integral do partido.

Seu nome como candidata ao posto de Mercadante foi citado durante jantar de governadores do PMDB com Temer, os presidentes do Senado, Renan Calheiros (AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), e os líderes da sigla no Congresso.

Os presentes ponderaram que, embora não seja um quadro tradicional da legenda, a peemedebista é próxima à presidente Dilma, que foi madrinha de seu casamento no início deste ano, e também de Temer.

Kátia seria como um “ombro amigo” para Dilma, que se fortaleceria com alguém de sua confiança por perto.

As resistências internas no próprio PMDB a seu nome e, principalmente, no PT, tornam, porém, seu caminho em direção à Casa Civil complicado.

NOTA

Uma nota da Presidência sobre o caso afirma que “o governo federal desmente com veemência a manchete da Folha desta sexta (11), sobre a busca por um substituto para Mercadante. Afirma que “a reportagem não condiz com a realidade”.

O texto traz elogios a Mercadante, afirmando que o ministro da Casa Civil faz um “trabalho fundamental para a gestão”, que “tem colaborado para a construção da estabilidade política”. Segundo a nota, a reportagem “serve apenas para fomentar especulações desnecessárias”.

A Folha mantém a informação publicada, apurada com três interlocutores da presidente e reiterada por um quarto na manhã desta sexta.

A negativa do governo reflete a irritação da presidente Dilma Rousseff com o vazamento de suas intenções.