Patrimônio cultural de Pernambuco tem novo Conselho

Com um pacote de três ações, o Governo do Estado deu mais um passo para preservação e valorização do patrimônio cultural de Pernambuco. O governador Paulo Câmara empossou, na última terça (29), o novo Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural, além de lançar o Prêmio Ayrton de Almeida Carvalho de Preservação do Patrimônio Cultural de Pernambuco e o Prêmio Ariano Suassuna de Cultura e Dramaturgia. Juntos, eles contabilizam R$ 211 mil em premiações. O ato aconteceu no Palácio no Campo das Princesas, sede do Executivo estadual, ao som da orquestra de frevo do Clube de Alegoria e Crítica Homem da Meia-Noite, tradicional troça carnavalesca de Olinda.

Diante de representantes dos mais diversos segmentos do setor, o governador Paulo Câmara destacou a importância de manter a política cultural mais “viva” e “atuante” no Estado. “A cultura precisa estar muito bem trabalhada, pensando uma política que não seja só do agora. Mas uma política que preserve o antes, garanta o presente, mas, acima de tudo, que pense fundamentalmente o futuro. Para que ela fique viva para as novas gerações e esteja presente no cotidiano da população de Pernambuco e do Brasil”, defendeu o governador.

Composto por 14 membros, sendo sete representantes da sociedade civil e sete designados pelo Governo (ver lista completa abaixo), o Conselho tem entre suas atribuições a missão de deliberar sobre tombamentos de patrimônios, eleição para novos patrimônios vivos, além de outros assuntos relacionados à política para o setor. O processo que culminou na nova formatação, com uma composição paritária, teve inicio em 2013 quando o ex-governador Eduardo Campos determinou a adesão de Pernambuco ao Sistema Nacional de Cultura (SNC), que orientou as gestões estaduais e municipais a comporem um conselho neste formato.

O chefe do Executivo pernambucano enalteceu a qualificação dos membros que integram o Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural. “São pessoas experimentadas, com um currículo invejável. Muitos deles já nos ajudam, há muito tempo, a pensar a política de cultura do nosso Estado. Estamos confiantes de poder continuar trilhando o caminho de valorização do nosso patrimônio, de pensar o futuro da difusão da nossa cultura e de estar mais junto dos movimentos culturais”, afirmou Paulo.

Eleito para compor o conselho no segmento Movimentos sociais de urbanismo e meio-ambiente, o arqueólogo Plínio Victor classificou o ato como uma “conquista histórica”. “A questão da preservação no Brasil é muito séria. Você tem grandes monumentos ou partes interessantes das capitais ou das cidades mais importantes, mas é como se o cidadão que mora no Interior ou mesmo nas cidades grandes não percebesse isso. O estabelecimento desse Conselho é uma conquista histórica. Daqui para frente teremos mais conquistas com certeza”, comemorou.

À frente da pasta de Cultura, o secretário Marcelino Granja ressaltou que o ato é a culminância de um processo de luta de expressiva parte da sociedade civil pernambucana, que vem ajudando o Governo de Pernambuco na construção das políticas públicas voltadas para a cultura. “Esse processo de integração do desejo da sociedade civil com o Governo do Estado, a partir da gestão de Eduardo (Campos), fez com que a política cultural passasse para um outro patamar, tanto em relação aos recursos, quanto também em relação ao processo de pactuar com a sociedade a distribuição e aplicação dos recursos da política cultura”, arrematou Granja.

PRÊMIO AYRTON DE ALMEIDA – Instituído com o objetivo de reconhecer as ações voltadas à preservação, sobretudo, da memória cultural do estado de Pernambuco, com a ênfase na preservação dos patrimônios culturais tangíveis (materiais) e intangíveis (imateriais) do Estado, a iniciativa contabiliza R$ 60 mil em prêmios que contemplarão três categorias: Formação (ações educativas), Promoção e Difusão (comunicação e midi), além de acervos documentais e memória cultural.

Podem concorrer à premiação iniciativas consideradas bem sucedidas da sociedade civil, portadoras ou não de personalidade jurídica, voltadas à valorização, preservação e difusão dos patrimônios culturais de Pernambuco, por meio de diferentes técnicas, instrumentos metodologia, e que tenham sido desenvolvidas ou estejam em desenvolvimento no Estado até o ano corrente do certame.

As inscrições podem ser realizadas até o dia 31 de março de 2016. Mais informações podem ser obtidas junto a Gerência de Preservação Cultural da Fundarpe, de segunda a sexta-feira, das 9h às 15h, ou através dos telefones (81) 3184-3061/3062/3068 ou do endereço eletrônicopremioaacarvalho@gmail.com.

Patrimônio Cultural de Caruaru em foco na UNIFAVIP

A UNIFAVIP | DeVry recebe a VII Semana do Patrimônio Cultural de Pernambuco entre os dias 18 e 19 de agosto, evento realizado pela primeira vez em Caruaru. Com o tema “Seminário Patrimônio Cultural: Limites, Caminhos e Inovações”, o objetivo do evento é proporcionar o debate sobre o patrimônio da cidade e os limites que enfrenta, os caminhos para sua proteção, além de discutir ações que inovem os bens imóveis destruí-los. O evento continua nos dias 20 e 21 em Recife.

Em Caruaru haverá uma semana de atividades pré-evento. No dia 13, a FUNDARPE realiza uma oficina com os gestores das prefeituras da região sob o tema Patrimônio e sua Legalização”, no auditório da UNIFAVIP. Haverá ainda uma oficina fotográfica, nos dias 13 e 14, com tema “Caruaru Ontem e Hoje”, onde serão expostas fotos antigas da cidade (acervo da UNIFAVIP) em contraposição a fotos recentes no mesmo angulo e lugar, mostrando como a cidade se desenvolveu.

A programação do evento oficial conta com visitas técnicas à Catedral de Caruaru, às casas de Câmara e Cadeia de Brejo da Madre de Deus e de Pesqueira e a Fabrica Rosa, também em Pesqueira, que está em processo de tombamento.

Haverá também oficinas sobre a percepção do patrimônio de Caruaru e Pernambuco e uma homenagem aos patrimônios vivos de Caruaru, o artesão Manuel Eudocio e o grupo Teatro Experimental, fundado em 1969, na biblioteca da UNIFAVIP. Para a noite dos dois dias, um seminário no auditório da ACIC debate o patrimônio material e imaterial, com foco na Feira de Caruaru e no Alto do Moura, com a presença do IPHAN e da FUNDARPE.