Produto Interno Bruto da agropecuária deve ser de R$ 1,1 trilhão

O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio em 2014 representa entre 22,0% e 23,0% do PIB total da economia brasileira, com cerca de R$ 1,1 trilhão. As atividades agrícolas representam 70% e a pecuária, cerca de 30% do valor produzido no ano. Segundo a Assessoria de Gestão Estratégica do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (AGE/Mapa), esse resultado mostra que houve expansão, não apenas da produção das lavouras e da pecuária, mas também do setor de insumos, como fertilizantes, defensivos, máquinas e equipamentos.

O aumento da produção de grãos e carnes foi um dos fatores responsáveis por esses resultados do PIB e do Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP). Tanto a safra de grãos, quanto a produção de carnes, foram as maiores obtidas até hoje no Brasil. Para os grãos a safra é estimada em 193,5 milhões de toneladas, e para as carnes, 25,9 milhões de toneladas.

A estimativa de faturamento da agropecuária expressa em VBP em 2014 é de R$ 461,6 bilhões, 2,5 % superior ao obtido em 2013, que foi de R$ 450,3 bilhões. A pecuária teve um melhor desempenho do que as lavouras, apresentando um crescimento real de 10,3 % em relação a 2013. Já as lavouras tiveram um decréscimo de 1,6 %.

Os preços mais baixos este ano para atividades relevantes como cana-de-açúcar, milho, cacau, feijão, soja e trigo, foram responsáveis pela redução do VBP das lavouras. Já na pecuária, o aumento no faturamento, em especial das carnes bovina, suína e de frango, deve-se ao comportamento favorável do mercado internacional quanto à demanda de preços.

Segundo a AGE, pesquisas mostram que 90% do crescimento do produto agropecuário deve-se aos ganhos de produtividade e 10% ao aumento no uso de insumos. Mesmo com impactos climáticos fortes em algumas regiões como, por exemplo, o excesso de chuvas, secas ou geadas, a produtividade tem tido aumento contínuo no tempo, o que é essencial para garantir o crescimento do setor em prazo mais longo.

Previsões 2015

Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a safra de grãos em 2015 é estimada em cerca de 202 milhões de toneladas. A previsão é que haja um crescimento de 4,2% na produção, e aumento de área de 1,5%.

O faturamento expresso em VBP para 2015 deve ser semelhante ao desse ano e deve girar em torno de R$ 462 bilhões. Não há indicação de que os preços previstos para as principais grãos serão mais baixos do que os atuais. Além disso, o clima e as condições de outros mercados, especialmente no que se refere a expectativas de produção e as condições de demanda por produtos brasileiros, são decisivos no resultado a ser obtido.

PIB de Pernambuco cresce 2,7% no terceiro trimestre deste ano

O Produto Interno Bruto (PIB) de Pernambuco teve um aumento de 2,7% no terceiro trimestre deste ano, segundo informações da Agência Estadual de Planejamento e Pesquisas de Pernambuco – CONDEPE/FIDEM. Já o PIB do Brasil caminhou na contramão do crescimento do Estado, apresentando queda de 0,2% no mesmo período. Em termos correntes, Pernambuco aumentou suas riquezas, passando de 33 bilhões, no segundo trimestre, para os atuais 35,5 bilhões. Nos últimos nove meses, a soma das riquezas de Pernambuco cresceu 2,8%, enquanto o Brasil ficou com saldo positivo de 0,2%. Pernambuco está em 10° lugar no ranking das maiores economias do Brasil. A expectativa da CONDEPE/FIDEM é fechar 2014 com o PIB estadual em torno de 3% de crescimento.

Segundo os componentes que constituem o PIB pernambucano, destaque para a Agropecuária que cresceu, no trimestre, 8,7% impulsionada pelas lavouras temporárias, principalmente no cultivo do milho que, em parte, se recuperou dos efeitos da seca no Estado e cresceu 192,5%. Os cultivos do feijão e da mandioca também contribuíram para o segmento com, respectivamente, crescimentos de 80,2% e 15,3%.  Na Pecuária, os destaques ficaram com a produção de leite e criação de aves e suínos que cresceram, respectivamente, 5,9%, 2,8% e 2,6%. No acumulado dos últimos nove meses deste ano, a taxa de crescimento total da Agropecuária chegou a 18,4%.

PIB e a segunda Revolução Verde

Por :Eduardo Daher

Ao se festejar a recuperação da economia em 2013,
é oportuno refletir sobre o papel decisivo da produção agropecuária
para crescimento do País.

No ano passado, a economia brasileira cresceu 2,3%. O anúncio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, nesta quinta-feira, 27, deram imediato combustível para declarações entusiasmadas das autoridades governamentais e, de outro lado, considerações mais cautelosas de líderes da oposição.

Como lembrou bem a nota oficial da Central Única dos Trabalhadores, o resultado superou o desempenho de países desenvolvidos em 2013, como Estados Unidos e do Reino Unido, que cresceram 1,9%; maior do que o crescimento do PIB da Alemanha, que ficou em 0,4%, maior do que o do Japão, que cresceu 1,6%, e bem melhor do que nos países da Zona do Euro, onde a economia encolheu 0,4%. Já na leitura do senador Aécio Neves (MG), presidente nacional do PSDB, “o desempenho brasileiro é, no acumulado de três anos, o menor entre as principais economias emergentes”. De todo modo, o fato que qualquer das frentes políticas hão de concordar é a participação vital para a economia do País, do seu competitivo agronegócio.
Entre os setores da economia que contribuíram para a alta, o destaque foi, mais uma vez, a agropecuária, com a impressionante alta de 7% sobre o ano passado. O setor de Serviços teve alta de 2% e a Indústria 1,3%. O crescimento em volume do valor adicionado da agropecuária decorreu do comportamento de várias culturas importantes da lavoura que registraram aumento na estimativa anual de produção e ganhos de produtividade, com destaque para soja (24,3%), cana de açúcar (10%), milho (13%) e trigo (30,4%).

Em 2012, o país não resistiu mais aos efeitos deletérios da recessão, e amargou o magro PIB de 0,9%. Se a economia brasileira praticamente estagnou, 2012 foi mais um ano em que o agronegócio carregou nos ombros a balança comercial do País. Em 2013, alavancou a possível retomada do crescimento.

Na verdade, a contribuição do campo é expressiva mesmo quando se traça uma linha do tempo bem mais longa. Entre 1992 e 2011, por exemplo, o saldo comercial do agronegócio cresceu 574%; o superávit continuou expressivo mesmo entre 1995 e 2000, quando o conjunto dos demais setores foi deficitário. Portanto, ao se festejar a recuperação da economia em 2013, é necessário reafirmar, com políticas estratégicas e duradouras, o papel decisivo da produção agropecuária para crescimento do País.

Resta, aos líderes dentro do governo, e na sociedade civil como um todo, pensarem os rumos econômicos do país de modo a remover antigos entraves que ainda prejudicam a agropecuária de modo a estimular investimentos no setor – dos produtores, das instituições de pesquisa e empresas. De seu lado, esses elos do agronegócio que vêm protagonizando a segunda Revolução Verde continuarão a provar que o crescimento sustentado brasileiro passa, necessariamente, pelas modernas e competitivas lavouras do País afora.

EDUARDO DAHER é economista pela FEA-USP, pós-graduado em administração de empresas pela FGV-SP e diretor-executivo da Associação Nacional de Defesa Vegetal, Andef.

Armando Monteiro defende 10% do PIB para a educação

O projeto de lei que institui o PNE (Plano Nacional de Educação) foi aprovado ontem pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado, com o apoio do senador Armando Monteiro (PTB).

O texto, que exige a destinação de pelo menos 10% do PIB (Produto Interno Bruto) para a educação ao longo de uma década, será examinado agora na Comissão de Educação, Cultura e Esporte, última etapa antes da votação no plenário do Senado.

A proposta apresentada pelo governo tem 14 artigos e 20 metas. Entre as diretrizes para investimentos na educação, estão a erradicação do analfabetismo e a garantia de acesso à escola.