Até 2018, impacto no PIB será de R$ 70 bilhões a menos com interrupção do Minha Casa Minha Vida, alerta Humberto‏

Ainda em maio deste ano, o governo interino de Michel Temer cancelou o programa Minha Casa Minha Vida para as faixas que atendiam a população mais pobre. Com essa medida, o presidente provisório vai deixar de gerar R$ 70 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB) em três anos até 2018. A presidenta Dilma Roussef havia anunciado, no final de março, a construção de 2 milhões de moradias com o início da terceira etapa do programa, criando a faixa 1,5 (que contempla famílias que ganham até R$ 2.350,00). Mas essa faixa foi excluída por Temer e pelo ministro das Cidades, o pernambucano Bruno Araújo (PSDB).
“Isso é um verdadeiro retrocesso e uma perda significativa de recursos para o Brasil. Além de prejudicar milhões de brasileiros que teriam o seu sonho realizado, nosso país deixará de arrecadar R$ 70 bilhões. É muita trapalhada para um governo só”, avaliou o líder do governo Dilma no Senado, Humberto Costa (PT-PE). A suspensão de novas contratações e a paralisia das obras do MCMV atingem 6,1 milhões de famílias, número estimado para os que necessitam de uma moradia digna.
O objetivo do MCMV, criado em 2009 pelo presidente Lula, foi o de combater o déficit habitacional no Brasil. Além de prejudicar a população mais carente, a suspensão dessas duas faixas (1 e 1,5) tem um grande efeito econômico. Segundo o estudo “Perenidade dos programas habitacionais”, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), cerca de 1,3 milhão de empregos deixarão de ser gerados, dos quais 660 mil nas obras de construção das casas e mais 682 mil ao longo da cadeia. Se o governo Temer realmente suspender o Minha Casa Minha Vida, o impacto final seria em torno de R$ 145,7 bilhões no período das obras, estimado em três anos, o que corresponde a 2,5% do PIB.
Apesar de Dilma ter anunciado a construção de 2 milhões de moradias, o governo provisório anunciou que não irá cumprir essa meta. O ministro Bruno Araújo disse recentemente que, em 2016, deverão ser contratadas apenas 400 mil unidades das faixas 2 e 3. “Eu acho engraçado é o governo cancelar as faixas para os mais pobres e anunciar financiamento para compra de imóveis luxuosos de R$ 3 milhões. É realmente uma inversão de prioridades o que esse presidente sem voto está fazendo”, criticou o senador Humberto Costa.

Participação das capitais na formação do PIB cai em três anos

Da Agência Brasil

A participação das capitais brasileiras na formação do Produto Interno Bruto nacional – a soma das riquezas do país – caiu 1,5 ponto percentual em três anos. De acordo com a publicação PIB dos Municípios 2013, divulgada ontem (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a participação das 27 capitais passou de 34,3% em 2010, para 32,8% no ano do levantamento

Os dados confirmam ainda a desigualdade e concentração de renda no país. Um quarto da renda e 13,8% da população brasileira se concentram em apenas sete dos 5.570 municípios do país: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Curitiba, Manaus e Campo dos Goytacazes. Juntos, eles respondiam por aproximadamente 25% do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todas as riquezas produzidas no país.

Entre os 20 municípios que registram participação no PIB acima de 0,5%, estão ainda as capitais Porto Alegre (1,1%), Salvador (1%), Fortaleza (0,9%), Recife (0,9%) e Goiânia (0,8%), além de oito cidades paulistas: Osasco e Campinas (1% cada); Guarulhos e São Bernardo do Campo (0,9% cada); Barueri (0,8%); Jundiaí (0,7%); São José dos Campos e Sorocaba (0,5% cada).

No extremo oposto desse ranking, 1.388 municípios respondem juntos por aproximadamente 1% do PIB nacional e concentram apenas 3,5% da população. Entre esses municípios, 74,6% estão no Piauí; 60,1% na Paraíba; 53,3% no Rio Grande do Norte; e 52,5% no Tocantins.

Para a coordenadora da pesquisa, Sheila Cristina Zana, os resultados confirmam o Brasil como um país profundamente desigual e com a economia centralizada em poucos estados. “Essa concentração fica evidente quando se constata que os sete municípios com os maiores PIB representavam um quarto da economia do país e mais de 13% da população, um quadro que não apresenta alteração significativas desde 2010”.

O levantamento mostra que o Rio de Janeiro é cidade que mais aumentou a participação no PIB, em relação a 2012, com 0,1 ponto percentual. A elevação é atribuída às grandes obras de infraestrutura na cidade, por ocasião de grandes eventos esportivos internacionais.

Em contrapartida, a participação de São Paulo (SP) teve o maior recuo (0,4 ponto percentual), principalmente devido a variações negativas no setor de serviços financeiros, indústria de transformação e comércio de automóveis – setores importantes na economia da capital.

Sheila Zani, ressaltou o fato de que a cidade de São Paulo, vem perdendo participação no PIB nacional há pelo menos três anos, mas ainda é o município com maior destaque no cenário econômico do país. “O PIB da cidade de São Paulo chega a ser maior que o de sete estados do país, principalmente os do Norte e Nordeste”.

A pesquisa, desenvolvida em parceria com órgãos estaduais de estatísticas, secretarias estaduais de governo e a superintendência da Zona Franca de Manaus mostram ainda que, no ano da pesquisa, o PIB do país cresceu 10,6%, na comparação com o ano anterior, em termos nominais (sem considerar a inflação) e 3% em termos reais, chegando a R$ 5,316 trilhões.

Resultado do PIB mostra que governo age na contramão do ajuste, diz Fiesp

Da Agência Brasil

O resultado do desempenho do Produto Interno Bruto (PIB), divulgado ontem (1º), mostra que o governo está agindo na contramão do ajuste econômico. A avaliação é da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), divulgada em nota.

“Mais uma vez reafirmamos que o governo deve acertar suas contas, cortando gastos e melhorando a gestão. O governo tem que ser capaz de fazer mais, com muito menos. No entanto, o que os dados do IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística] mostram é que o governo age na contramão, pois a única rubrica que se expandiu no terceiro trimestre de 2015 foi justamente o consumo do governo”.

O PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país, fechou o terceiro trimestre do ano com queda de 1,7% em relação ao trimestre imediatamente anterior. Os dados das Contas Nacionais foram divulgados hoje pelo IBGE e indicam a maior retração do PIB em terceiros trimestres, desde o início da série histórica em 1996.

Houve recuo na agropecuária (-2,4%), na indústria (-1,3%) e nos serviços (-1%). O consumo das famílias caiu 1,5%. Já o consumo do governo teve variação positiva, cresceu 0,3% em relação ao trimestre anterior.

Para o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), o resultado deverá impactar no mercado da construção. O setor registrou retração de 6% em relação ao trimestre anterior. O sindicato avalia que a crise política está prejudicando a economia do país e precisa ser interrompida.

“A gravidade da recessão não permite que a crise política se prolongue indefinidamente. Executivo e Legislativo precisam dar um encaminhamento para o reequilíbrio futuro das contas públicas, que possibilite a diminuição das incertezas e a retomada dos investimentos”, disse a entidade em nota.

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) ressaltou que o PIB é resultado de uma crise estrutural no país, mas que a solução não passa pelo aumento da carga tributária.

“Reconhece-se que a crise é estrutural, mas até agora as ações concentraram-se em uma inócua tentativa de se aumentar a carga tributária com a volta da CPMF, o que apenas agravaria o quadro recessivo, retirando recursos das famílias e empresas e aumentando ainda mais os preços”.

Carga tributária de 2014 cai para 33,47% do PIB, diz Receita

As desonerações federais e a retração da indústria fizeram a carga tributária – peso da arrecadação de tributos sobre a economia – cair em 2014. De acordo com dados divulgados hoje (29) pela Receita Federal, o Brasil pagou 33,47% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de tudo o que o país produz) em tributos no ano passado, contra 33,74% em 2013.

Segundo a Receita, a redução da carga deve-se inteiramente aos tributos federais. Em 2014, os tributos da União responderam por 22,91% do PIB, queda de 0,35% ponto percentual em relação a 2013. Os tributos estaduais somaram 8,48%, queda de 0,03 p.p., e os tributos municipais totalizaram 2,07%, com alta de 0,11 p.p.

Conforme a Receita Federal, a queda da carga pode ser explicada, em parte, pelos efeitos das desonerações concedidas em 2014, que fez a União deixar de arrecadar R$ 103,8 bilhões. Em 2013, as reduções de tributos tinham feito o governo federal deixar de arrecadar R$ 75,9 bilhões.

Outra parte do recuo do indicador deve-se à retração da indústria e no comércio ao longo do ano passado.

Os principais tributos responsáveis pela queda da carga tributária foram o Programa de Integração Social (PIS), a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), o Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). A arrecadação dos quatro tributos caiu 0,56 p.p. do PIB no ano passado.

O PIS e a Cofins incidem sobre o faturamento e estão diretamente relacionados ao consumo. Segundo a Receita, a queda da arrecadação desses tributos foi provocada pela retração do comércio varejista, mais as atividades de veículos, motos, autopeças e material de construção, que caíram 1,7% em 2014.

Também interferiu na queda a exclusão do PIS/Cofins da base de cálculo do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) dos produtos importados, determinada pelo Supremo Tribunal Federal em 2013 e revertida pelo Congresso Nacional neste ano.

A queda no IRPJ e na CSLL está associada à redução dos lucros das empresas. Apesar da retração da indústria no ano passado, a arrecadação de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) subiu 0,06 p.p. do PIB por causa da reversão das desonerações para o setor automotivo e da elevação das alíquotas do setor de fumo.

Apesar de o país pagar cerca de um terço do que produz em tributos, a Receita destaca que a carga tributária é menor que a de outros países e está abaixo da média da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), grupo dos países mais industrializados, que corresponde a 35% do PIB.

Em relação aos principais países da América Latina, no entanto, o Brasil lidera o indicador, à frente da Argentina (31,2%), Bolívia (27,6%) e Uruguai (27,1%).

Governo prevê queda de 2,44% no PIB e inflação de 9,29% em 2015

Da Agência Brasil

O governo federal prevê, para este ano, uma queda maior do PIB (Produto Interno Bruto, soma dos bens e riquezas produzidos em um país) do que anteriormente. Em lugar da retração de 1,49%, a equipe econômica trabalha com uma possível contração de 2,44%. A previsão de inflação para 2015 também foi alterada de 9% para 9,29%.

As mudanças estão no Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas do quarto bimestre, divulgado ontem (22) pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. O relatório, publicado a cada dois meses, traz atualização das previsões de arrecadação, gastos e metas do governo, além de revisão das projeções para os principais indicadores econômicos.

O documento é encaminhado ao Congresso Nacional e passa a servir de base para o acompanhamento da execução do Orçamento.

As projeções do mercado financeiro para os indicadores econômicos em 2015 são mais pessimistas que as do governo. Analistas e investidores preveem queda de 2,7% do PIB e inflação em 9,34% ao fim deste ano. As previsões estão no mais recente boletim Focus, pesquisa semanal do Banco Central junto a instituições financeiras do país.

Instituições financeiras acreditam em queda da economia também em 2016

Da Agência Brasil

Instituições financeiras passaram a acreditar em queda da economia não só neste ano, mas também em 2016. A informação consta do boletim Focus, publicação semanal elaborada pelo Banco Central (BC), com base em projeções de instituições financeiras para os principais indicadores da economia.

Na semana passada, a expectativa era estabilidade para o Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, em 2016. Agora, a projeção é que haja queda de 0,15% no PIB, no próximo ano.

Para este ano, a projeção continua piorando: a estimativa de queda passou de 1,97% para 2,01%, no quinto ajuste seguido.

Na avaliação do mercado financeiro, a produção industrial deve apresentar retração de 5%, este ano, contra 5,21% previstos na semana passada. Em 2016, há expectativa de recuperação do setor, com crescimento de 1%, ante a previsão anterior de 1,15%.

O encolhimento da economia vem acompanhado de inflação acima da meta (4,5%, com limite superior de 6,5%). Mas, pela primeira vez depois de 17 semanas seguidas, a projeção parou de subir. A estimativa das instituições financeiras para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), este ano, foi mantida em 9,32%. Para o próximo ano, a projeção passou de 5,43% para 5,44%.

Para tentar trazer a inflação para a meta, o BC elevou a taxa básica de juros, a Selic, por sete vezes seguidas. Mas a promessa do BC é entregar a inflação na meta somente em 2016. O BC indicou que não deve elevar a Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em setembro. Segundo o BC, os efeitos de elevação da Selic levam tempo para aparecer.

Para as instituições financeiras, a Selic deve permanecer em 14,25% ao ano até o fim de 2015 e ser reduzida em 2016. A projeção mediana (desconsidera os extremos da estimativa) para o fim do próximo ano passou de 12% para 11,88% ao ano.

A taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve como referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o BC contém o excesso de demanda que pressiona os preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando reduz os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas alivia o controle sobre a inflação.

A pesquisa do BC também traz a projeção para a inflação medida pelo Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI), que passou de 7,66% para 7,67%, este ano. Para o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M), a estimativa subiu de 7,69% para 7,74%, em 2015. A estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe) passou de 9,17% para 9,23%, este ano.

A projeção para a cotação do dólar, ao final este ano, subiu pela quarta vez seguida, ao passar de R$ 3,40 para R$ 3,48. Para o fim de 2016, na terceira alta seguida, a projeção passou de R$ 3,50 para R$ 3,60.

Governo reduz meta de superávit deste ano para 0,15% do PIB

Da Agência Brasil

A queda na arrecadação federal provocada pela retração na economia levou a equipe econômica a diminuir para R$ 8,747 bilhões – 0,15% do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país) a meta de superávit primário do setor público para este ano. O indicador mede a economia de recursos para pagar os juros da dívida pública.

A nova meta consta do Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas, divulgado hoje (22) pelo Ministério do Planejamento, e foi anunciada há pouco pelos ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa. Lançado a cada dois meses, o documento atualiza os parâmetros oficiais da economia e as previsões de arrecadação, de gastos e de cortes no Orçamento e serve de base para a edição de um decreto com limites de gastos para cada ministério.

Segundo o ministro Joaquim Levy, a nova meta ajuda a reduzir as incertezas em torno da economia ao aumentar a transparência das contas públicas. “Damos uma informação importante, e isso ajuda a orientar as decisões importantes dos agentes econômicos. As incertezas das mais diversas fontes têm afetado não só a economia, mas a arrecadação. A Constituição e a Lei de Responsabilidade Fiscal nos dão um mecanismo precioso para isso. Tentar reduzir a incerteza e dar uma orientação clara de qual é a nossa estratégia”, declarou.

Até agora, a meta de esforço fiscal para União, estados, municípios e estatais correspondia a R$ 66,3 bilhões (1,1% do PIB) para este ano. Desse total, R$ 55,3 bilhões correspondiam ao Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) e R$ 10 bilhões para os governos locais. As metas para 2016, 2017 e 2018, que estavam em 2% do PIB, foram reduzidas para 0,7% no próximo ano e 1,3% em 2017. A nova meta será distribuída da seguinte forma. A economia do Governo Central ficará em R$ 5,8 bilhões (0,1% do PIB) e em R$ 2,9 bilhões para estados e municípios (0,05% do PIB).

A alteração tem de ser ratificada pelo Congresso Nacional, que precisará aprovar emendas à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2015 e ao projeto da LDO do próximo ano. Ontem (21), o senador Romero Jucá (PMDB-RJ) havia proposto emendas para reduzir a meta de superávit primário para 2015 e 2016, mas admitiu que os números seriam revistos conforme o relatório do Planejamento.

A meta teve de ser reduzida por causa da diminuição da estimativa de receita líquida neste ano. O relatório reduziu em R$ 46,7 bilhões a projeção de receitas em 2015. Além disso, as medidas de corte de gastos do governo enviadas ao Congresso nos últimos meses foram reduzidas, como as restrições ao seguro-desemprego e ao abono salarial. Projetos para ampliar as receitas, como a redução da desoneração da folha de pagamento e a repatriação de recursos do exterior, aguardam votação.

Prévia do PIB mostra economia estagnada em maio

A economia brasileira ficou praticamente estagnada em maio, indicam números divulgados nesta sexta-feira (17) pelo Banco Central. O chamado Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), calculado pelo BC e que busca ser uma espécie de “prévia” do Produto Interno Bruto (PIB), registrou um alta de 0,03% no mês. Em abril, o indicador teve queda de 0,88%, segundo números revisados.

Em maio, segundo o IBGE, a produção industrial nacional recuou 8,8% ante o mesmo mês de 2014, enquanto que as vendas do comércio varejista brasileiro tiveram queda de 0,9%, a maior queda para maio desde 2001. O setor de serviços, por sua vez, cresceu 1,1%, na segunda menor alta de toda a série, iniciada em 2012.

O Produto Interno Bruto é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, e serve para medir a evolução da economia. Para todo este ano, o mercado financeiro acredita que a economia brasileira terá uma retração de 1,5%, o que, se confirmado, será a maior queda em 25 anos, ou seja, desde 1990 – quando foi registrada uma queda de 4,35%.

Os números do BC indicam que a economia brasileira poderá entrar em recessão neste ano. Após o encolhimento do PIB de 0,2% nos três primeiros meses deste ano, de acordo com o IBGE, nova queda do nível de atividade no segundo trimestre indicaria uma “recessão técnica”.

Parcial do ano e acumulado em doze meses

No acumulado de janeiro a maio deste ano, ainda segundo informações do BC, o nível de atividade da economia brasileira, observado por meio do IBC-Br, teve queda de 2,78%.

Neste caso, o índice foi calculado antes de ajuste sazonal, uma vez que considera períodos iguais. E, no acumulado em 12 meses até abril, o indicador (dessazonalizado) registrou contração de 1,68%, segundo números do BC.

Resultados do IBC-Br x PIB

O IBC-Br foi criado para tentar ser um “antecedente” do PIB. O índice do BC incorpora estimativas para a agropecuária, a indústria e o setor de serviços, além dos impostos. Os últimos resultados do IBC-Br, porém, não têm mostrado proximidade com os dados oficiais do PIB, divulgados pelo IBGE.

Em 2013, o BC acertou. Previu uma alta de 2,5% – que foi depois confirmada com as revisão feita pelo IBGE. Em 2014, porém, o BC estimava uma retração de 0,15% no PIB, mas os dados oficiais mostraram uma alta de 0,1% no ano passado. No primeiro trimestre deste ano, o IBC-Br indicou uma contração de 0,81%, mas o PIB oficial teve uma queda menor: de 0,2%.

O Banco Central já informou, em 2013, que o IBC-Br não seria uma medida do PIB, mesmo que tenha sido criado para tentar antecipar o resultado, mas apenas “um indicador útil” para o BC e para o setor privado.

Definição dos juros

O IBC-Br é uma das ferramentas usadas pelo BC para definir a taxa básica de juros (Selic) do país. Com o menor crescimento da economia, por exemplo, teoricamente haveria menos pressão inflacionária. Atualmente, os juros básicos estão em 13,75% ao ano – o maior patamar em quase nove anos – e a expectativa do mercado, até o momento, é que ela chegue ao final do ano em 14,5%.

Pelo sistema de metas de inflação que vigora no Brasil, o BC precisa calibrar os juros para atingir as metas preestabelecidas. Quanto maiores as taxas, menos pessoas e empresas dispostas a consumir, o que tende a fazer com que os preços baixem ou fiquem estáveis.

Para 2015 e 2016, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Desse modo, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país e medida pelo IBGE, pode ficar entre 2,5% e 6,5%, sem que a meta seja formalmente descumprida.

Neste ano, tanto o mercado financeiro quanto o governo, e até mesmo o Banco Central, acreditam que inflação oficial ficará acima do teto de 6,5% do sistema de metas. O mercado estima um IPCA de 9,12% para 2015. O governo vê a inflação deste ano em 8,2% e a autoridade monetária em 7,9%. O Banco Central tem dito que trabalha para trazer a inflação para o centro da meta, de 4,5%, em 2016.

Do G1

Economia brasileira cresceu à taxa média anual de 3,7% entre 2000 e 2011

O crescimento econômico médio anual do Brasil entre 2000 e 2011 ficou em 3,7%, segundo revisão divulgada ontem (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O IBGE revisou as taxas de crescimento desde 2000 devido à adoção de uma nova metodologia de cálculo do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país.

A taxa média calculada pela metodologia anterior era de 3,5%, ou seja, 0,2 ponto percentual abaixo da média calculada de acordo com a nova metodologia. As mudanças seguem recomendações do Manual Internacional de Contas Nacionais (SNA 2008), da Comissão Europeia, do Fundo Monetário Internacional, da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), da Organização das Nações Unidas (ONU) e do Banco Mundial.

“Em 2011, nós iniciamos um processo de revisão do sistema de contas nacionais, baseado no novo manual. Todos os países iriam se empenhar na sua implementação para que os sistemas de contas nacionais do mundo pudesse ser comparável. Hoje, finalmente, damos início à divulgação da nova série de contas nacionais”, disse a presidenta do IBGE, Wasmália Bivar.

Com a revisão, a taxa de crescimento do PIB em 2011, por exemplo, passou de 2,7% para 3,9%. A de 2010 passou de 7,5% para 7,6%.

A nova metodologia de cálculo considera classificações de diversos produtos e serviços, dados do Censo Agropecuário de 2006, da Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008/2009, do Censo Demográfico de 2010 e a atualização da estrutura de impostos.

Os novos cálculos também provocaram uma mudança na participação das atividades econômicas no Produto Interno Bruto (PIB). A agropecuária, por exemplo, que em 2011 respondia por 5,5% do setor produtivo nacional, passou a representar 5,1%. A indústria também teve queda em sua participação em 2011, ao passar de 27,5% para 27,2% na nova série. Os serviços ganharam participação, ao passar de 67% para 67,7%.

Sob a ótica da demanda, o consumo das famílias e do governo passou a representar 79% em 2011, segundo a nova série. Na série antiga, eles respondiam por 81%. Os investimentos, que em 2011 tinham 19,7% de participação, passaram para 21,8%. As exportações passaram de 11,9% para 11,5%, enquanto as importações caíram de 12,6% para 12,2%.

Investidores esperam queda de 0,5% no PIB de 2015

Os investidores e analistas do mercado financeiro esperam retração de 0,5% no Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e riquezas produzidos em um país) em 2015. A expectativa piorou em relação à semana anterior, quando era prevista queda de 0,42%. Para 2016, é esperado que a economia volte a crescer, com elevação de 1,5% do PIB.

Os dados, divulgados hoje (23) pelo Banco Central (BC), estão no boletim Focus, pesquisa semanal feita com instituições financeiras. Os analistas também estão mais pessimistas em relação à inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O mercado espera que ela encerre 2015 em 7,33% contra 7,27% da projeção anterior. O teto da meta estabelecido pela equipe econômica é 6,5%. Para os preços administrados, que são regulados pelo governo, a estimativa é que haja alta de 10,4%. A projeção anterior era 10%.

Com relação à taxa básica de juros, a Selic, a previsão é que feche 2015 em 12,75% ao ano. A projeção de câmbio pemanece R$ 2,90. A estimativa da dívida líquida do setor público ficou em 37,9% do PIB. A produção industrial deve recuar 0,35% na avaliação do mercado financeiro.

A projeção do déficit em conta-corrente, que mede a qualidade das contas externas, ficou em US$ 78,4 bilhões – aumento em relação aos US$ 78 bilhões da semana anterior. O saldo projetado para a balança comercial caiu de US$ 5 bilhões para US$ 4,4 bilhões. Os investimentos estrangeiros estimados são US$ 60 bilhões.