Vereadores envolvidos na Operação Ponto Final 2 são condenados

O juiz da IV Vara Criminal, José Francisco Morais Júnior, condenou os cinco vereadores envolvidos na Operação Ponto Final 2 pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa e corrupção passiva. Eles foram acusados pelo Ministério Público de pagar e receber propina para aprovar a CPI da CGU, que investigaria irregularidades na administração de José Queiroz (PDT). Os legisladores pegaram penas diferentes e, de acordo com a sentença, alguns tiveram mais culpabilidade, como foi o caso de Evandro Silva (PMDB), que pegou pena superior a oito anos.

Na época, em meados de 2013, um relatório da Controladoria-Geral da União havia apontado possíveis irregularidades na aplicação de verbas do Fundeb pela prefeitura. Segundo a Polícia Civil, Val das Rendeiras e Pastor Jadiel (ambos do Pros) receberam R$ 30 mil para aprovar a referida CPI. O dinheiro, segundo as investigações, foi pago pelo então líder da oposição, Val (DEM), Neto (PMN) e Evandro Silva (PMDB), este último também autor da propositura que criou a comissão.

A sentença foi divulgada no final da tarde desta sexta-feira (19). Veja abaixo a pena dos cinco parlamentares condenados – todos vão poder recorrer em liberdade:

Evandro Silva – condenado a oito anos, seis meses e 20 dias de reclusão e 233 dias-multa (o valor gira em torno de R$ 33 mil).

Val – condenado a sete anos, nove meses e dez dias de reclusão e 185 dias-multa.

Neto – condenado a sete anos, nove meses e dez dias de reclusão, além de 185 dias-multa.

Pastor Jadiel – condenado a seis anos, oito meses e 160 dias-multa (cerca de R$ 20 mil).

Val das Rendeiras – condenado a sete anos e quatro meses, além de 200 dias-multa.

Advogados da Ponto Final são processados pelo Ministério Público

Enquanto não sai a sentença da Operação Ponto Final 2, já que todas as fases processuais foram cumpridas há mais de duas semanas, um fato novo surge envolvendo os vereadores de Caruaru: novas acusações apresentadas pelo Ministério Público em que a grande surpresa é a presença dos advogados de defesa entre os denunciados.

Segundo o MP, os advogados Émerson Leônidas, Francisco Alberto de Lucena, Saulo Amazonas, além dos irmãos Marcelo e Marcílio Cumaru, e nove dos dez legisladores teriam cometido crime de injúria, calúnia e difamação contra o delegado Erick Lessa, que conduziu as duas operações que culminaram no afastamento dos parlamentares e na prisão deles, em dezembro de 2013. O Ministério Público tomou como base uma entrevista coletiva concedida depois que os vereadores foram soltos.

A equipe do blog teve acesso exclusivo ao material protocolado pela central de inquérito com o número 1745373/2014. De acordo com o MP, os advogados e nove vereadores – Evandro Silva (PMDB), Neto (PMN), Val de Cachoeira Seca (DEM), Louro do Juá (SD), Jajá (sem partido), Val das Rendeiras (Pros), Cecílio Pedro (PTB), Sivaldo Oliveira (PP) – teriam usado meios de comunicação de massa (rádio, TV e blogs) para imputar ofensas e acusações contra o delegado (funcionário público) no exercício de sua função.

No trecho da denúncia, o Ministério Público apresenta algumas reportagens que teriam sido publicadas em dois blogs. Em um dos trechos, o advogado Émerson Leônidas fala em “armação”, em uma “trama sórdida” da polícia para prejudicar os vereadores. Na época, alguns vereadores foram entrevistados e deram declarações parecidas.

A denúncia do MP tem 18 páginas e causou indignação entre os advogados que compõem a bancada de defesa. Apenas Gilberto Santos não foi denunciado. “Realmente me causa muita surpresa essa atitude do Ministério Público. Estamos defendendo nossos clientes e somos processados?”, indagou Émerson Leônidas, ao tomar conhecimento do processo.

Os irmãos Marcelo e Marcílio Cumaru também mostraram-se indignados com o fato, mas preferiram não falar até serem citados pela Justiça. “Não posso falar do que não estou sabendo”, disse Marcílio. “Não vou me pronunciar sem saber o conteúdo da denúncia”, completou Marcelo.

O promotor que assinou a petição foi Flávio Henrique Souza dos Santos. O advogado Émerson Leônidas disse ainda ao blog, por telefone, que a OAB já repudiou esse inquérito quando ele foi instaurado. “Nós vamos mobilizar o conselho da Ordem. Estamos defendendo o direito de nossos clientes”, finalizou Leônidas.

Já Saulo Amazonas, que foi presidente da OAB-Caruaru, por vários anos também se surpreendeu ao ser denunciado pelo MP. “Realmente não esperava isso. Nosso trabalho é para defender nossos clientes e as convicções que temos. Quando eu for citado, poderei me pronunciar melhor. É lamentável esse fato”, disse Amazonas.

Ministério Público pede condenação de vereadores acusados na Ponto Final 2

O blog teve acesso com exclusividade às alegações finais do Ministério Público no que diz respeito à Operação Ponto Final 2, na qual dois vereadores foram acusados de corrupção passiva – Jadiel Nascimento e Val das Rendeiras (ambos do Pros) – e três de corrupção ativa – Evandro Silva (PMDB), Neto (PMN) e Val (DEM) – para aprovar a CPI da CGU na Câmara e investigar possíveis irregularidades na aplicação de verbas federais da educação. O processo, de número 915-31.2014, está na 4ª Vara Criminal.

Um dos fatores que complicam a vida dos envolvidos é que a petição está assinada por seis promotores e pede a condenação dos legisladores, além da perda do cargo. Foi um trabalho longo, desenvolvido pela equipe do MP, em que muitas provas que estavam nos autos foram analisadas, como interceptações telefônicas e escutas ambientais. Os promotores que assinam as alegações finais são George Diógenes Pessoa, Flávio Henrique Souza dos Santos, Keyller Toscano de Almeida, Luiz Gustavo Simões Valença de Melo, Sérgio Tenório de França e Henrique Ramos Rodrigues.

Segundo o Ministério Público, houve prática de crimes previstos na legislação penal brasileira em razão de um esquema de captação de votos para a instauração de uma CPI. Segundo os seis promotores, ficaram comprovadas a autoria e a materialidade dos fatos narrados na denúncia. O MP acusa Val, Neto e Evandro Silva de serem responsáveis pela “captação ilícita dos votos dos vereadores Pastor Jadiel e Val das Rendeiras, mediante pagamento de R$ 30 mil a cada”.

O MP evidencia ainda que foi comprovado nos autos o recebimento da quantia em questão e que na casa de Val das Rendeiras foram encontrados R$ 15 mil. A defesa e o vereador negam e afirmam que o dinheiro pertence a uma filha e seu noivo. O casal estava fazendo economias para comprar uma casa, segundo foi relatado na defesa. O Ministério Público, porém, afirma que não encontrou documentos que comprovassem tal movimentação financeira que justificasse essa quantia em casa.

Uma das teses da defesa dos vereadores é que existe uma cultura de empréstimo entre os vereadores e que “se tratava apenas de um empréstimo”, não de pagamento, para aprovar a CPI. Empréstimos são fato comum há vários anos na Casa Jornalista José Carlos Florêncio. Essa tese, contudo, foi rechaçada pelo MP que aponta trechos das escutas ambientais e depoimento de testemunhas, entre elas do próprio Jadiel, que no primeiro momento (na fase de inquérito policial) afirmou que teria recebido o dinheiro e depois negado quando o processo chegou à Justiça.

“Conforme se observa os termos da escuta ambiental, os envolvidos pretendiam utilizar a mencionada CPI para coagir o gestor municipal a lhes pagar para que a CPI não fosse à frente, inclusive iriam descontar de tal valor recebido o suposto empréstimo feito ao acusado Jadiel”, disse o Ministério Público em suas alegações. 

No trecho de várias páginas, o Ministério Público especifica uma a uma as participações no caso, sempre transcrevendo escutas ambientais ou interceptações, além do depoimento que foi feito ao delegado Erick Lessa, que tocou a Ponto Final 2. O MP pede a condenação de Val, Neto, Evandro Silva, Val das Rendeiras e Pastor Jadiel e a perda de seus mandatos.

Operação Ponto Final 2: TJPE mantém afastamento de vereadores

O TJPE (Tribunal de Justiça de Pernambuco) julgou, na tarde desta terça-feira (4), recurso dos vereadores envolvidos na Operação Ponto Final 2. O tribunal manteve decisão da 4ª Vara Criminal de Caruaru que afasta cinco legisladores do cargo. Os parlamentares são acusados de corrupção ativa e passiva para aprovar a CPI da CGU, que investigaria as contas do governo de José Queiroz (PDT) no que diz respeito à aplicação de verbas federais.

Na época, em dezembro do ano passado, um relatório da CGU (Controladoria-Geral da União) havia apontado possíveis irregularidades na aplicação de verbas do Fundeb, fato que levou a oposição a tentar criar a CPI. A comissão chegou a ser aprovada com votos de vereadores da base governista, mas os trabalhos não foram sequer iniciados, porque no final de 2013 foi deflagrada a Operação Ponto Final.

De acordo com a polícia, Pastor Jadiel e Val das Rendeiras (ambos do Pros) teriam recebido suborno de R$ 30 mil para votar pela aprovação da CPI em plenário. Os corruptores, segundo as investigações, seriam o líder da oposição, Val de Cachoeira Seca (DEM), Neto (PMN) e Evandro Silva (PMDB).

O blog ouviu o advogado criminalista Emerson Leônidas sobre a derrota da defesa no TJPE. “Realmente perdemos por 2 votos a 1, mas iremos recorrer assim que essa decisão for publicada. É uma matéria que cabe recurso no STJ (Superior Tribunal de Justiça)”, disse. Ele informou ainda que este mês haverá audiência sobre a Operação Ponto Final 2. “Nossa expectativa é que esse processo seja extinto tão logo comecem as audiências aqui em Caruaru”, completou.

As audiências alusivas à Operação Ponto Final 2 estão marcadas para os dias 27 e 28 de novembro.

Operação Ponto Final 2: publicado afastamento de cinco vereadores

O Diário de Justiça do Estado de Pernambuco publicou hoje o afastamento dos cinco vereadores envolvidos na Operação Ponto Final 2. São eles: Neto (PMN), Val de Cachoeira Seca (DEM), Evandro Silva (PMDB), Pastor Jadiel e Val das Rendeiras (ambos do Pros).

O afastamento foi decidido pelo TJPE (Tribunal de Justiça de Pernambuco) no dia 25 de agosto, mas só agora foi divulgado e publicado. O blog entrou, há pouco, em contato com o setor jurídico da Câmara de Vereadores, que informou estar aguardando a presença do presidente Leonardo Chaves (PSD) para cumprimento da determinação.

Os parlamentares são acusados de corrupção ativa (Neto, Val de Cachoeira Seca e Evandro Silva) e passiva (Val das Rendeiras e Pastor Jadiel). Segundo a Polícia Civil, Val das Rendeiras e o Pastor Jadiel teriam recebido R$ 30 mil para votar pela aprovação da CPI da CGU, que tinha como foco investigar a administração de José Queiroz (PDT) em relação à aplicação de verbas do Fundeb (Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica).

Na época, a CGU (Controladoria-Geral da União) havia detectado possíveis irregularidades na ordem de R$ 17 milhões.

Polícia Civil marca coletiva da Operação Ponto Final 2 para sexta-feira

O delegado da Polícia Civil, Erick Lessa, marcou para sexta-feira (14) uma coletiva de imprensa para apresentar a conclusão do inquérito da Operação Ponto Final 2, que apura o envolvimento de vereadores em um suposto esquema de recebimento de propina para instalação da CPI da CGU.

A entrevista está agendada para as 8h, na Delegacia Regional, localizada na avenida Caruaru, no bairro Boa Vista.

Operação Ponto Final 2: Polícia Civil inicia novas investigações

Do Blog do Mário Flávio

A Polícia Civil de Pernambuco deflagrou nesta quarta-feira (29) a Operação Ponto Final 2 e conduziu a Gerência de Policia do Agreste I os vereadores Val das Rendeiras (Pros) e Evandro Silva (PMDB). Segundo as primeiras informações, apenas esses dois parlamentares devem prestar esclarecimentos e em seguida irão ser encaminhados a Penitenciária Juiz Plácido de Souza.

A prisão de ambos tem relação direta com a CPI da CGU, que foi criada após muita polêmica na Câmara Municipal da cidade. Ainda hoje mais o informações sobre o caso.