PVPE retoma projeto social Recife bom para viver

Passadas as festividades de Carnaval, o Partido Verde de Pernambuco – PVPE retomou no último sábado (13) o projeto social Recife bom para viver. Durante a 13ª etapa do projeto, que cobriu a microrregião foi a 4.3, o grupo percorreu os bairros da Várzea, Caxangá e Cidade Universitária e incluem as comunidades Brasilit e UR-7.

O encontro dos simpatizantes do PV aconteceu na Praça Pinto Damásio, mais conhecida como Praça da Várzea. Dali o grupo saiu em caminhada pelo bairro que abriga imóveis históricos da época colonial, quando a classe burguesa migrou do bairro da Boa Vista para bairros mais afastados do Centro da capital.

Um fato inusitado e pura coincidência é que a caminhada ocorreu no mesmo Dia de Mobilização para Combate ao Aedes Aegypti. No percurso o grupo verde encontrou diversos militares do Exército Brasileiro atuando no combate aos focos.
Uma das situações mais críticas que o projeto Recife Bom para Viver encontrou foi na Rua 6 de Março. A estreita viela abriga casas coladas umas às outras e, segundo relato dos moradores, quase todo mundo já teve alguma doença relacionada ao mosquito.

A razão disso é fácil de entender. Há esgotos e buracos abertos ao longo da via, onde água parada em lugares escuros e abrigados do sol são esconderijos perfeitos para depósitos de larvas do mosquito. “É a triste realidade do Recife e do Brasil como um todo”, avalia o presidente do PVPE, Carlos Augusto. “A falta de saneamento na cidade e no país é a causa de doenças diversas”.

Nesta rua, o grupo encontrou uma das cenas mais comoventes na casa de dona Maria José Gomes da Silva. A casa humilde de número 55 A, da Rua 6 de Março está rachada e corre risco de desabar. “Como engenheiro posso afirmar que esta família corre risco. Vou tentar ajudar essas pessoas”, lamentou Carlos Augusto ao visitar a casa de dona Maria José.

A idosa vive com o filho Rubens Barbosa da Silva, que apresenta alguns problemas de saúde como uma filariose na perna. A irmã dele, Sineide, vive numa casa conjugada com a filha. Eles pedem ajuda e deixaram o telefone caso as autoridades se interessem (81) 9.8721.9515.

PVPE efetiva metade do projeto Recife Bom Para Viver

No último sábado (12), o presidente do Partido Verde (PVPE), Carlos Augusto, comandou a nona rodada do projeto Recife Bom para Viver, no qual percorre as microrregiões do Recife em busca de aprofundar um olhar sobre a cidade e colher as impressões dos moradores que a cohabitam. A visita se estendeu à Microrregião 3.2 que incluiu os bairros de Mangabeira, Alto José do Pinho, Alto José Bonifácio e Vasco da Gama e Morro da Conceição.

O Projeto está na metade de sua meta de realizar 18 caminhadas pelas microrregiões do Recife. Iniciado em setembro o projeto se estenderá até março e já rendeu alguns debates sobre temas que foram observados durante as caminhadas como a gestão de lixo e a questão de segurança pública. Uma intervenção direta também foi realizada na comunidade de Santa Luzia, no Cordeiro, quando um grupo de voluntários do PVPE realizou a requalificação da área com remoção de lixo, plantio de árvores e inserção de equipamentos com material reciclável.

Durante a caminhada de ontem, o grupo percorreu a área, recortada por morros e com presença constante de escadarias de acesso aos centros urbanos dos bairros. Na Praça do Alto José do Pinho, o entorno que abriga comércios e o terminal de ônibus esconde uma ameaça contemporânea: a presença efetiva do crack nas comunidades. “Não existe um trabalho de prevenção contra drogas aqui”, reclama João Dias, dono de uma academia de ginástica próximo ao terminal. “Até um posto com uma tenda nos fins de semana já ajudava”, ele sugere.

A droga também foi o tema também de um encontro triste e revelador, no bairro da Mangabeira, onde Maria da Conceição, 35 anos, vive há quase dez anos em situação de rua por causa do vício. Tem um filho adulto, fruto de casamento que durou oito anos. “Perdi tudo por causa do crack”, desabafa, em lágrimas, a moradora de rua, que se abriga sob uma tenda armada em uma calçada na beira do canal e onde é vítima constante de violência.

Segundo Maria da Conceição, o filho aparece de vez em quando para tentar ajudar. “Mainha, vamos pra casa”, são as palavras que o filho adulto, que trabalha e vive com o pai, diz quando vai vê-la. Mas ela não consegue sair dali. “Eu não consigo dizer não à droga. É uma química muito forte. Já pedi até para me acorrentarem”, ela admite.
Sentada num banco da calçada ao lado do presidente do Partido Verde de Pernambuco, Carlos Augusto Costa, Maria faz o apelo: “Queria ir para uma clínica de recuperação para me desintoxicar”. Maria da Conceição não permitiu fotos, mas é fácil encontrá-la no mesmo lugar onde o PV a encontrou, à beira do Canal do Arruda, perpendicular à Estrada Velha de Água Fria, onde tem comércio de ferro velho no entorno.

Para arrematar a nona etapa de caminhadas, o grupo foi prestar homenagens à Nossa Senhora da Conceição, onde pôde comprovar o grande potencial que a área tem para o turismo religioso e também cultural. Diversas atrações poderiam ser melhor divulgadas e apoiadas para gerar mais emprego e renda para a população do Morro da Conceição e reforçar a já tradicional missa no santuário no final da tarde, como por exemplo: aulas de capoeira, ensaios de grupos musicais e da escola de samba Galeria do Ritmo,restaurantes com comidas típicas, como os Bares da Geralda e do Lula e até mesmo um bar temático – o bar do Raul, homenagem a Raul Seixas.