Trabalho formal tem queda de 1,7% no Brasil, diz IBGE

Akemi Nitahara – Repórter da Agência Brasil
Trabalhadores à procura de emprego - Foto TV Brasil/Arquivo Agência Brasil
Trabalhadores com carteira assinada eram 33,296 milhões em janeiro deste ano. Número é estável em relação ao trimestre móvel anterior – de agosto a outubro de 2017 -, mas apresenta queda de 1,7%TV Brasil/Agência Brasil

O nível de formalidade no mercado está caindo e a quantidade de trabalhadores com carteira assinada chegou a 33,296 milhões no trimestre móvel terminado em janeiro de 2018. O número é estável em relação ao trimestre móvel anterior – de agosto a outubro de 2017 -, mas apresenta queda de 1,7% em relação ao período de novembro de 2016 a janeiro de 2017.

Os dados estão na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) e foram divulgados hoje (28), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os números apontam estabilidade do desemprego na comparação trimestral, com taxa de 12,2% no trimestre móvel e 12,7 milhões de pessoas desocupadas no país.

Segundo o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, a estabilidade na taxa de desocupação do mercado de trabalho brasileiro é normal para o período por conta da sazonalidade referente às festas de fim de ano, quando ocorre a dispensa de trabalhadores temporários. Ele destaca que, na comparação anual, houve redução de 562 mil trabalhadores com carteira assinada, o que corresponde a 1,7%.

Carteira de trabalho

“Embora essa redução na carteira tenha acontecido, o percentual de trabalhadores perdendo a carteira assinada é inferior ao que estávamos observando nos trimestres anteriores. Isso nos leva a constatar que nós temos uma desaceleração na queda da carteira de trabalho assinada. Não temos ainda geração de carteira, mas temos desaceleração na queda”, argumenta.

Azeredo explica que a baixa no número de trabalhadores com carteira assinada não é o recorde da série histórica, iniciada em 2012. A maior baixa ocorreu no trimestre móvel terminado em abril de 2017, com 33,286 milhões de pessoas. Essa diferença de 10 mil trabalhadores, segundo o coordenador, não é relevante estatisticamente. Ele salienta que, em três anos, foram perdidos 3,5 milhões de postos de trabalho com carteira assinada, número ainda não foi recuperado.

Com isso, Azeredo diz que houve um “avanço expressivo” da informalidade na comparação anual. “Ou seja, aumentou o número de pessoas trabalhando sem carteira no serviço doméstico, como trabalhador familiar auxiliar, como pequeno empregador e, o principal deles, que gerou aproximadamente um milhão de postos de trabalho, que são aquelas pessoas que trabalham como conta própria”.

Natural do Rio de Janeiro, é jornalista formado pela Favip. Desde 1990 é repórter do Jornal VANGUARDA, onde atua na editoria de política. Já foi correspondente do Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo e Portal Terra.

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