Uma das maiores redes varejistas de armas dos EUA deixa de vender fuzis

Da Agência EFE

 

Edward Stack, presidente-executivo da Dick's Sporting Goods
Edward Stack, presidente-executivo da Dick’s Sporting GoodsABC News/Divulgação

A empresa de equipamentos esportivos Dick’s Sporting Goods, a maior loja de varejo de armas nos Estados Unidos, deixará de vender fuzis de assalto e restringirá as vendas de armamentos para menores de 21 anos, disse nesta quarta-feira (28) Edward Stack, presidente-executivo da companhia. A informação é da agência EFE.

Além disso, a Dick’s Sporting Goods optou por retirar também de suas prateleiras os cartuchos de munição de grande capacidade, segundo o próprio Stack, que tomou esta decisão como resposta ao debate nacional surgido por causa do trágico tiroteio ocorrido há duas semanas em uma escola da Flórida, que deixou 17 mortos.

“Somos decididos defensores da Segunda Emenda (da Constituição dos EUA, que garante o direito à posse de armas). Eu mesmo sou proprietário de armas, mas não queremos ser parte desta história (de massacres e tiroteios) e eliminamos estas armas de maneira permanente”, apontou Stack em uma entrevista ao prestigiado programa “Good Morning America”, transmitido pela rede ABC.

Passo adiante

Com este passo adiante, o executivo disse que espera que “mais políticos” se somem ao debate e elaborem uma reforma legislativa sobre armas, aumentando a idade mínima de compra para 21 anos e proibindo a venda de fuzis de assalto.

A Dick’s Sporting Goods conta com mais de 700 lojas em todo país e é a primeira grande rede de venda varejista a limitar o acesso às armas bélicas no país.A decisão da empresa, aplaudida pelos setores mais progressistas do país, ocorreu depois que numerosas companhias decidiram cortar seus laços na semana passada com a Associação Nacional do Rifle (NRA, na sigla em inglês).

Entre outras, as empresas aéreas Delta e United Airlines, além da seguradora MetLife e empresas de aluguel de veículos como Hertz, Avis e Enterprise, rescindiram seus contratos de descontos com a NRA, cuja férrea postura a favor das armas causou múltiplas queixas e protestos no país.

“Bump stocks”

Esta não é a primeira vez que a rede faz mudanças em sua política de vendas após um tiroteio em uma escola. Em 2012, após o massacre na escola Sandy Hook, em Newrtown (Connecticut), que deixou 20 meninos e 6 professores mortos, a Dick’s eliminou a venda de fuzis de assalto de suas lojas.

No entanto, meses mais tarde, a empresa começou a vender esse tipo de armas em sua rede especializada em caça Field & Stream.

O presidente americano, Donald Trump, abriu a possibilidade na semana passada de proibir a venda de aceleradores de disparos, os chamados “bump stocks”, dispositivos que podem ser conectados a armas não automáticas para aumentar a frequência dos tiros, e pediu que idade legal para adquirir armas passe de 18 para 21 anos.

Trump deve se reunir na tarde de hoje (28) com parlamentares na Casa Branca para discutir mudanças nas leis sobre armas. A reunião acontece 15 dias depois do massacre numa escola de ensino médio em Parkland, Flórida, que deixou 17 mortes, devido ao tiroteio provocado pelo ex-aluno Nikolas Cruz, de 19 anos.

Natural do Rio de Janeiro, é jornalista formado pela Favip. Desde 1990 é repórter do Jornal VANGUARDA, onde atua na editoria de política. Já foi correspondente do Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo e Portal Terra.

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