Apesar de ser uma doença antiga, ela ainda é responsável por milhões de mortes anualmente em todo o mundo. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), só no Brasil, cerca de 5 mil pessoas morrem por ano, vítimas da doença. Pernambuco registra por ano uma média de 4,5 mil novos casos de tuberculose, com uma média de 350 mortes. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES), no ano passado o estado registrou 4.692 casos da doença.
O pneumologista Guilherme Costa, do Hospital Jayme da Fonte, explica que se trata de uma doença infectocontagiosa que afeta principalmente os pulmões, mas que também pode se apresentar em outras partes do corpo. 24 de março é o Dia Mundial de Combate à Tuberculose e tem como objetivo conscientizar a população sobre a prevenção e o tratamento da doença, que está atrás apenas do HIV/AIDS em casos de fatalidade causada por um único agente infeccioso.
Ela é causada por uma bactéria, o bacilo de Koch, que é transmitido pelo ar. “Quando alguém infectado tosse, fala ou espirra, ela expele gotículas de saliva com aerossóis contendo os bacilos. A transmissão acontece quando pessoas sadias respiram o ar contaminado, de forma íntima e frequente”, detalha o médico. A aglomeração de pessoas é um grande fator de transmissão. Pessoas com baixa imunidade também estão mais propensas a adquirir tuberculose, como os pacientes em uso de corticoide, quimioterapia ou portadores do HIV.
A gravidade do problema vem porque muitos pacientes não apresentam sintomas e outros ignoram os sinais: tosse contínua acompanhada de secreção por mais de quatro semanas, cansaço excessivo, sudorese noturna, palidez, falta de apetite, febre baixa, emagrecimento acentuado. Em alguns casos mais graves, pode haver dificuldade na respiração, eliminação de grande quantidade de sangue ao tossir, e até dor torácica. Existem vários tipos de tuberculose, mas a pulmonar é a forma mais freqüente e generalizada da doença.
Dr. Guilherme explica que o diagnóstico clínico é suspeitado pela análise dos sintomas e radiografia do tórax. “Exames como a baciloscopia de escarro e a cultura são importantes para confirmar o diagnóstico, afirma o pneumologista. O tratamento é feito com o uso de antibióticos, dura por seis meses na maioria dos casos e leva à cura da doença. Mas é muito importante não interromper o tratamento. Alguns pacientes param de tomar a medicação porque não apresentam mais sintomas, mas a tuberculose ainda pode não ter sido curada. “Isto faz com que os microrganismos fiquem ainda mais resistentes, agravando a doença”, afirma Dr. Guilherme.
A tuberculose é uma das maiores preocupações da OMS, que já declarou a doença como emergência mundial por seu caráter contagioso e suas complicações. No Brasil, apesar de estar sob controle, em 2013, foram notificados quase 70 mil novos casos. Em 2014, só no Recife foram registrados 131 casos de tuberculose, e este ano cinco novos casos já foram notificados. “Por este motivo, é muito importante ficar atento aos sintomas e também ao tratamento”, finaliza o médico.