Tucanos descartam abrir mão de vaga em prol do Solidariedade

Folhape

Em meio ao debate na oposição que envolve a hipótese de ingresso do Solidariedade na aliança Pernambuco Vai Mudar, o sinal amarelo acendeu no ninho tucano. No PSDB, não passa batida a relação do presidente estadual do SD, Augusto Coutinho, com o deputado federal e pré-candidato ao Senado, Mendonça Filho. Apesar de estar na base de Paulo Câmara, Augusto já declarou voto no democrata, que é seu cunhado e concorrerá ao Senado pela oposição. Nas hostes do PSDB, não se cogita abrir espaço para o Solidariedade na chapa majoritária e pesa, para isso, nos bastidores, a seguinte conta: “Augusto já tem o cunhado candidato ao Senado, a cunhada vai concorrer à Assembleia Legislativa, o sobrinho concorre à Câmara Federal e ele também. Querem colocar o genro na vice?”. O alerta se estende ao fato de o único prefeito do DEM, Maviael Cavalcanti, votar no governador Paulo Câmara e não em Armando Monteiro Neto. “O PSDB é Madre Teresa de Calcutá?”, questiona um membro do ninho tucano em reserva. O PSDB é o partido com maior tempo de TV da aliança e tem articulado para que prefeitos que nutrem dificuldades políticas com o pré-candidato a governador votem nele. Nesse cálculo, entram Joaquim Neto (Gravatá) e Edson Vieira (Santa Cruz do Capibaribe). Armando fez dois acenos ontem, durante o evento em que o clã Ferreira anunciou apoio à oposição. Um deles foi ao PSDB. Enalteceu “o papel construtivo” que o presidente da sigla, Bruno Araújo, tem desempenhado “sem personalismos estreitos”, “sempre querendo ajudar nessa construção”. O outro gesto foi à família Ferreira: “Quando me perguntam quando vamos fechar a chapa, quais os nomes, eu tenho dito que, agora, vocês estarão dentro dessa frente e vão construir conosco essa solução”. A despeito disso, não ficou cravado que André Ferreira estará na vaga do Senado. Ficou certo que, em relação à distribuição das vagas restantes na majoritária, não tem nada certo.

Na máquina e alvo da máquina
Durante seu discurso, o prefeito Anderson Ferreira emitiu “recados” ao Governo do Estado. Entre eles: “Não tenho medo de máquina”. Indagado pela coluna se citaria exemplos de quando foi alvo, devolveu: “Na minha reeleição para deputado, na minha candidatura a prefeito de Jaboatão”. Registra que foram usados “todos os artifícios” contra ele.

Desde…> Anderson diz não guardar mágoas. “Não são mágoas. Apenas relembramos o compromisso que ele tem com nosso grupo. A gente não pode caminhar com um grupo que não enxerga o tamanho que esse grupo tem, ao contrário dos que, hoje, estão aqui, independente de decisão que eu tive que tomar há dois anos atrás”.

…2016 > Anderson arremata: “Eles entenderam o projeto e vieram me ajudar. Caminharam comigo: Armando, Fernando Bezerra, Mendonça. Mesmo eu estando na base do governo. Sempre reconheceram o tamanho que nós temos”.

Permuta > Um vez que participou do ato em horário de expediente, Anderson, à coluna, justificou: “Eu compenso com trabalho. Pode me procurar, agora (próximo das 12h), lá (no complexo administrativo) que eu troquei pelo horário do almoço”.

Presente > Irmão do ex-governador Eduardo Campos, Antônio Campos, filiado ao Podemos, marcou presença no ato da oposição.

Ausculta > Paulo Câmara embarca, hoje, para Brasília, onde haverá reunião dos governadores do PSB, às 18h, na sede da sigla.

No pé > O presidenciável Ciro Gomes torceu o pé e ao passar pelo Palácio das Princesas, ontem, estava usando uma bota ortopédica.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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