Uma mãezona de fato e de direito

Tassiana (7)

Pedro Augusto

A cada Natal nos pegamos pensando no que fizemos durante o ano, no que podemos melhorar e no que ainda está por vir nas nossas vidas. A época em que é comemoramos o nascimento de Jesus Cristo também acaba nos inspirando a fazer tudo aquilo que o Filho de Deus deixou como lição durante a sua passagem na terra. Em paralelo à tentativa de encher os pulmões de muita paz, esperança e, por que não de bastante prosperidade, que tal neste período natalino, também não se deixar ser tomado pelo espírito do amor ao próximo? Se tem uma mulher em Caruaru que pode servir como exemplo e de inspiração para aquelas pessoas que desejam praticar uma das atitudes mais nobres do ser humano é a empresária Tassiana Luna.

Na vida dela, exercer o amor ao próximo não vem se limitando apenas à época de Natal, mas sim, a cada raiar do dia. Através do sistema de adoção, ela se tornou mãe, há mais de três anos, de dois meninos de passados difíceis, mas agora, com os futuros garantidos. “Engana-se redondamente aquele que acredita que estar adotando é estar apenas praticando um ato de caridade. Adotar é muito mais do que isso. Adotar é amor! E quando eu e meu marido recebemos a ligação da Vara da Infância e da Juventude de Caruaru de que teríamos preenchido todos os critérios necessários para sermos pais adotivos foi como se os nossos filhos tivessem nascido naquela data. Um amor, somado, a uma emoção tão grande que até hoje não conseguimos descrever!”.

Tassiana tinha vontade de adotar desde a época de infância. Após oito anos tentando engravidar sem sucesso, inclusive recorrendo à inseminação artificial, ela decidiu realizar o desejo de menina. Enfrentou todo o processo burocrático, mas necessário, dando preferência à adoção tardia – direcionada para os pequenos com idades acima dos três anos – passando a ser mãe de fato e de direito dos irmãos DL e CL, hoje, respectivamente, com oito e sete anos. “Não sei como explicar esse desejo, mas sempre tive vontade de adotar muito antes de saber que não poderia ter filhos de forma natural. Hoje, nas suas companhias, me sinto plena, feliz, realizada e com muito amor para dar aos dois. As chegadas do DL e do CL também modificaram para melhor as vidas de meus familiares. Todos são apaixonados por eles”, acrescentou Tassiana.

Cem por cento satisfeita de ser mãe, ela ainda planeja adotar, futuramente, mais uma criança, desta vez, uma menina. “Gosto de casa cheia, com filhos, cachorros, ou seja, um ambiente harmonioso e com bastante alegria. A adoção foi um dos fatores a me proporcionar tudo isso, até porque me deu a possibilidade de praticar e também de receber doses diárias de muito amor ao próximo, atitude esta, tão pedida, clamada e lembrada pelo Senhor Jesus. É claro que nem tudo são flores na vida de mãe, até porque possuímos bastante responsabilidades, mas todo empenho acaba sendo satisfatório. É um sentimento indescritível!”, comentou Tassiana Luna.

Experiente quando o assunto se trata de adoção de crianças, Tassiana deixou algumas recomendações para quem está querendo enveredar pelo mesmo caminho. “Ainda percebo certo egoísmo por parte do ser humano é tem de ver o seu gene em uma criança. Em muitos casos, conforme ocorreu comigo, isso não é possível. Quem se encontra querendo adotar é importante, primeiro, que busque conversar bastante sobre o tema com outras pessoas que já passaram por esse processo. Aqui em Caruaru existem grupos de apoio que falam e incentivam a adoção, inclusive, a tardia. Além disso, é imprescindível visitar a Vara da Infância para obter mais informações sobre o assunto, para evitar, por exemplo, a devolução das crianças, que costumam ser bastante doídas por elas”, explicou.

Para finalizar, a mãe de DL e de CL chamou a atenção para a importância de se praticar a adoção tardia. “A realidade das crianças que se encontram nos abrigos é bastante difícil. Ainda mais em se tratando daquelas que possuem idades maiores, haja vista que há uma predileção por parte das pessoas no que diz respeito aos recém-nascidos. Algumas delas, por exemplo, chegam até a questionar, porque se encontram há mais tempo nesses espaços e não são escolhidos rapidamente para terem um novo lar. Isso é muito doloroso! Então é imprescindível que essa questão da adoção tardia seja um pouco mais divulgada, debatida e incentivada, até porque grande parte dos pequenos que estão hoje à espera de pais tem acima dos três anos. Só tenho a agradecer a Deus pela oportunidade de ter passado pelo processo da adoção tardia. Meus filhos são tudo na minha vida!”, finalizou Tassiana.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *