Uso de medicamentos durante a gravidez

Uma gravidez dura, em média, 280 dias. É um longo período para gestantes que já possuem uma doença crônica ou necessitam de algum tipo de tratamento durante a gravidez. Muitas dúvidas surgem ao longo desse período. A correta orientação médica e o planejamento antes de engravidar podem proteger as vidas de mãe e filho.

Logo na primeira consulta, é importante conversar abertamente com o médico e explicar os tratamentos em curso, uma vez que não existem medicamentos 100% seguro. “Somente um profissional poderá orientar corretamente o tratamento indicado para cada caso. É possível avaliar se o remédio é necessário e se pode ser usado com cautela”, explica o médico obstetra Eugênio Pita, da clínica especialista em medicina fetal Biofeto.

Existem casos em que a gestante não pode ficar sem remédio. Por exemplo, pessoas com problemas como hipertensão, convulsão, diabetes e asma. Existe elevado risco para o bebê e faz-se necessário o uso de medicamento. É importante que o médico procure um tratamento que ofereça o menor risco para o feto em formação.

As mulheres que usam antidepressivos podem engravidar, mas é importante que se faça um planejamento com o obstetra que deverá explicar como será conduzido seu tratamento. Os medicamentos antidepressivos podem causar malformações no bebê. Por outro lado, os distúrbios de ansiedade e depressão podem comprometer o desenvolvimento do sistema nervoso do feto. O obstetra deverá avaliar o grau de depressão e qual o tratamento mais adequado, que pode ser uma terapia ou mesmo o uso de medicação.

Nos três primeiros meses de gestação, há um maior risco, podendo ocorrer malformações congênitas. Durante o segundo e o terceiro trimestre, os remédios podem afetar o crescimento, o desenvolvimento funcional ou ter outros efeitos mais graves. Já próximo ao parto, medicamentos podem apresentar efeitos no trabalho de parto e no bebê.

Além dos remédios alopáticos, as grávidas também precisam observar a homeopatia, alguns cosméticos e as plantas medicinais. Florais e fitoterápicos também precisam de orientação médica. Perguntas como “posso pintar meu cabelo?” ou “tem problema tomar anestesia no dentista?” são comuns. Segundo o médico Eugênio Pita, não existe contraindicação para uso de anestesia no dentista, inclusive com adrenalina, mas é necessário avisar ao profissional responsável pelo tratamento. Já a tintura de cabelo, a gestante observar os componentes do produto junto ao médico obstetra antes de usá-la.

TALIDOMIDA – Trata-se de um medicamento lançado nos anos 50, que era utilizado por gestantes como um sedativo para evitar enjoos. Esse remédio causa malformação e os bebês nasciam com braços e pernas curtos ou sem os membros. O remédio foi banido nos anos 60. O produto foi retirado do mercado e hoje é prescrito para tratar tuberculose e alguns tipos de câncer.

CUIDADOS ANTES DE ENGRAVIDAR – No planejamento da gravidez, é importante que a futura gestante faça um check-up da saúde e atualize o calendário de vacinação. Um exame clínico geral, de sangue (com grupo sanguíneo e RH), urina e fezes, além de uma avaliação ginecológica e das mamas devem fazer parte, bem como as reações sorológicas para sífilis, AIDS, toxoplasmose, rubéola, pesquisa de hepatites, entre outros exames.

Natural do Rio de Janeiro, é jornalista formado pela Favip. Desde 1990 é repórter do Jornal VANGUARDA, onde atua na editoria de política. Já foi correspondente do Jornal do Commercio, Jornal do Brasil, Folha de S. Paulo e Portal Terra.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *