Vários problemas ainda se fazem presentes na PJPS

Pedro Augusto

Na terça-feira passada (23) completou um mês em que a primeira rebelião da história da Penitenciária Juiz Plácido de Souza, no Bairro do Vassoural, em Caruaru, foi registrada. Na ocasião, seis detentos foram mortos, 20 ficaram feridos e ainda houve destruição em massa nos pavilhões da unidade. Passado todo este tempo, o problema de superlotação ainda se faz presente na PJPS com prazo indeterminado para acabar. De acordo com os últimos dados repassados pela Secretaria Estadual de Ressocialização, até a última segunda-feira (22), cerca de 300 reeducandos haviam sido transferidos bem como 55 tinham obtido os alvarás de soltura.

Números estes inexpressivos se comparados ao montante de detentos que se encontrava aglomerado na data em que o motim foi estourado. De acordo também com informações divulgadas pela pasta estadual, no último dia 23 de julho, a Juiz Plácido de Souza encontrava-se comportando pouco mais de 1.900 reeducandos, ou seja, um volume cinco vezes maior em relação a sua capacidade total, em torno dos 380. Além do problema da superlotação, hoje, a unidade prisional, também vem penando pela falta de infraestrutura, que já dava sinais de esgotamento, mas que ficou ainda mais comprometida após a rebelião.

Vídeos enviados para a reportagem VANGUARDA, através grupos de whatsapp, mostraram a circulação de detentos em meio às pedras e outros materiais que servem para serem utilizados justamente nos motins. Somado a todos a estes problemas, ainda hoje o número de agentes penitenciários atuando na PJPS também se encontra restrito vindo de encontro à promessa da Secretaria de Ressocialização que pretende incrementar o quadro de servidores desta área específica. Um concurso para preencher vagas voltadas para a categoria chegou a ser anunciado no mês passado pela pasta, mas ainda não saiu do papel.

Mesmo estando diretamente ligada a todas estas questões referentes à Juiz Plácido de Souza, a Secretaria Estadual de Ressocialização preferiu adotar o silêncio e até o fechamento desta matéria, não havia respondido como se encontrava as ações em prol da reestruturação física da unidade tampouco se mais detentos iriam ser transferidos, se havia novidades a respeito da realização do concurso voltado para os agentes, dentre outros aspectos importantes. De qualquer modo, o VANGUARDA está aberto para conceder na próxima edição o espaço necessário à secretaria caso seja de seu interesse.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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