Volume de assassinatos cresce a passos largos

Pedro Augusto

Ainda faltam 90 dias para acabar o ano e o número de homicídios registrados em Caruaru já ultrapassou a casa dos 160. Se permanecer neste ritmo, certamente a Capital do Agreste baterá o seu recorde de CVLIs (Crimes Violentos Letais e Intencionais) contabilizados numa única temporada. Em 2015, foram 202 assassinatos computados na cidade – o maior quantitativo da história. Do último sábado (24) até a manhã da quinta-feira (29), cinco pessoas tiveram suas mortes confirmadas no município. Os crimes ocorreram na Vila do Murici, no Loteamento Hozana, bem como nos bairros do Salgado, Santa Rosa e Maurício de Nassau.

Primeira vítima desta mais recente série de mortes, o ex-presidiário Janailson Ferreira da Silva, o “Grilo”, de 31 anos, foi assassinado a tiros no início da noite do sábado (24), na Vila do Murici, na zona rural da cidade. De acordo com informações repassadas pela Polícia Civil, ele estava trafegando a pé na estrada que dá acesso ao local, quando foi surpreendido por criminosos, que acabaram o arrastando para a cena do crime, onde efetuaram três disparos. Atualmente residindo em Gravatá, também no Agreste, Janailson tinha sido preso há poucos anos sob a acusação de homicídio.

Ainda na noite do sábado, mais precisamente por volta das 22h, o adolescente Amauri Batista da Silva, o “Bibi”, de 16 anos, foi morto a tiros na Rua Mário Sette, no Bairro do Salgado. Segundo a Civil, ele também estava trafegando a pé, mas nas proximidades da Igreja Monte Carmelo, quando foi executado com quatro disparos, sendo dois na cabeça, um no braço direito e outro no tórax. A polícia abriu inquérito para investigar se a morte do menor teria alguma ligação com o assassinato de Merison dos Santos Silva, de 25 anos, que era seu primo. Este último foi executado no dia 4 de setembro passado, na Rua da Lata, no Bairro Universitário.

Na noite da última segunda-feira (26), a autônoma Tâmara Gabriele Silva de Barros, de 27 anos, foi assassinada na Rua Manoel Paulo da Silva, no Loteamento Hozana. De acordo com informações repassadas pela Polícia Militar, a vítima teria saído de casa para se encontrar com um amigo, quando acabou sendo surpreendida com a chegada de dois criminosos numa motocicleta, que anunciaram um assalto. Na tentativa de escapar da investida, Tâmara chegou a se trancar no banheiro de casa, porém foi alvejada com nove disparos. Ela tinha sido absolvida há pouco tempo de uma acusação da prática de homicídio.

A onda de violência na cidade prosseguiu na noite da última quarta-feira (28) com o registro de mais duas mortes. O ex-presidiário José Edson Chagas, o “Manteiga”, de 28 anos, acabou levando a pior ao tentar assaltar um policial militar, na Rua Aspicueta Navarro, no Bairro Maurício de Nassau. De acordo com informações repassadas pela Polícia Civil, José Edson juntamente com mais um comparsa aproveitou que o PM encontrava-se com o seu automóvel estacionado na via para anunciar a ação criminosa. Na troca de tiros, ele acabou sendo atingido com disparos na cabeça, enquanto o seu comparsa conseguiu escapar mesmo sendo baleado na barriga. O PM, que permaneceu no local, prestou depoimento e foi liberado.

Poucas horas depois, o também ex-presidiário Belgrasom Galdino da Silva, o “Galego”, de 27 anos, foi morto a tiros na Rua Arrojado de Lisboa, no Bairro Santa Rosa. Segundo informações de populares, a vítima estava bebendo em casa, quando dois homens encapuzados teriam invadido o imóvel e efetuado quatro disparos. Na tentativa de escapar da investida, ele chegou a correr para o quintal, porém acabou sendo alcançado. Belgrasom, de acordo com o levantamento cadavérico do IC, foi alvejado com dois tiros na cabeça, um no braço esquerdo e outro nas nádegas. Até o fechamento desta editoria, já haviam sido computados 162 homicídios na Capital do Agreste.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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