Artigo: Carta ao homem médio 

A prática social não se reserva aos canteiros da rua, aos largos subdesenvolvidos sem saneamento, aos bares da vida aonde se bebe a cachaça mais ardida e mais barata. Ela se conduz e se realiza mais cruel nas camarinhas dos palácios e em suas salas de jantares elegantes e devidamente asseados, nos drinks elegantes com gosto de sangue doce. Assim bebem e comem e matam os vampiros da bondade e do pretenso bem público.

No nosso estado de coisas, as coisas em si, são muito diferentes do que parecem ser e o homem médio, pobre homem de opinião construída em cima de solo arenoso e movediço constrói seus castelos ideológicos a partir de uma ideologia que não a pertence. Diz-se isso porque aparentemente o Brasil está saindo de uma democracia corruptível, corrupta, para uma democracia de homens de bem e impolutos. Ou seria uma aristocracia dos homens bons? Melhor se assim se determinasse, pois, a diferença estaria exposta legitimamente legalizada; mas não, mais vale a farsa de uma igualdade de desiguais.

A política igualmente a ética não é e nunca será uma ciência, pois ambas são construídas nas práticas sociais em consonância com uma linguagem e sendo assim, de um lugar para outro suas razões de ser diferenciam-se, fazendo-se ora mais assim, ora mais assado. Ora para um lado, ora para outro, mas, sempre com lado definido, mesmo que retoricamente todos estejam de um mesmo lado. O lado do outro, o lado do povo.

Quando hoje se vê homens públicos trabalhando por objetivos privados, percebe-se que a bondade e a preocupação com o bem maior é mera falácia de uma conveniência política com fins nada elevados, nem nacionais. Não existem homens éticos em universalidade, apenas relativamente.

Para quem trabalharão os bons e para quem trabalharam os maus? Não há respostas de pronto. As respostas serão dadas num futuro certo e certamente não serão o que a ingenuidade ou ignorância media do rebanho esclarecido sonha, espera e aguarda. Não se trata de futurologia pessimista. É tudo muito claro, apesar de muito pouco exposto, tudo muito certo, bem ou mal, certo.

A História não é clemente, muito menos, subserviente aos desejos dos que a escrevem ou a fazem escrever pelas mãos dos seus escrivães mais leais. Indefectivelmente ela, a História, se mostrará e invariavelmente o fará de forma implacável logo ali na esquina da vida e do tempo, na prática social.

Tristes desse ignorante homem medio, que se crer não do povo, que se vê palaciano, que sonha um sonho da Casa Grande.

É triste o futuro. Não há lugar a ir, não há outro lugar, há apenas uma repetição do mesmo. Repetição de um processo, de locação de cargos, de governo sem projeto nacional, governo de mimos aos combatentes fiéis, à tropa de choque. Aos oportunos espaços os oportunistas ocupantes, independente das aptidões administrativas. Há apenas o mesmo modo de compartilhar benefícios. Nos homens a ocupar cargos, nomes sagazes, homens gananciosos, nomes de bem.

“Assim, nenhum mortal que o último dia ainda está por ver, não feliciteis antes que sem prova de mágoa chegue ao termo da vida.” 

Geyson Magno, fotógrafo, jornalista e professor de Filosofia.

Bruno Lagos é chamado e ouve população 

  
O pré-candidato a vereador, Bruno Lagos, começa a atender a população nos bairros e a receptividade tem sido favorável ao novo possível nome do legislativo. Bruno, publicou em sua rede social que está fazendo novos amigos e esclarecendo dúvidas da população. Assim o empresário, engenheiro e sociólogo vai ganhando espaço na política caruaruense, sempre muito solicito e simpático.

Governador  do Estado emite nota oficial sobre impeachment 

“A admissibilidade do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff pelo plenário do Senado Federal seguiu as normas constitucionais e o rito estabelecido pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Em que pese essa ser uma medida extremamente traumática.
Como afirmei anteriormente, não é algo singelo e confortável o fato de em um período de apenas 24 anos tenha existido a necessidade de afastar dois presidentes da República.

Precisamos agora apaziguar os ânimos, pois a radicalização política assumiu proporções preocupantes. A pacificação nacional e o diálogo insistente e permanente devem guiar as decisões do presidente Michel Temer. Não é de hoje que prego esse caminho, por acreditar que o desarmamento dos espíritos é fundamental para superar a maior crise econômica desde o início da década de 1930.

Precisamos recuperar a confiança na economia do Brasil, retomar os investimentos, enfrentar aquela que é a maior chaga da atual crise: o desemprego de milhões de brasileiras e brasileiros. Estou à disposição do presidente Temer para ajudar no que for necessário na construção desse entendimento, da mesma forma que me coloquei para a presidente Dilma Rousseff. Sem diálogo amplo, não haverá solução fácil para os desafios existentes.

O meu partido, o PSB, em decisão tomada pela maioria da Executiva Nacional, decidiu não indicar e nem chancelar nomes para o novo Ministério. No entanto, o PSB ajudará em todas aqueles propostas que estão sintonizadas com a agenda do partido para o Brasil, tornadas públicas por ocasião das eleições presidenciais de 2014, primeiro pelo saudoso Eduardo Campos e, posteriormente, por Marina Silva. O PSB nunca vai desistir do Brasil”.

Academia de Cordel com nova diretoria 

Academia de Cordel empossa nova diretoria. Evento será marcado por poesia e música, na manhã deste sábado, no Museu do Barro de Caruaru.

Poesia, música e arte. Esses ingredientes farão parte da posse da nova diretoria da Academia Caruaruense de Literatura de Cordel (ACLC). O evento ocorrerá neste sábado, dia 14, a partir das 10h da manhã, no Museu do Barro de Caruaru (Mubac), localizado no Pátio de Eventos Luiz Gonzaga.

Além da solenidade de posse, haverá um recital com os poetas da ACLC e apresentações musicais, com Carlos Alves e Artur Motta. Na ocasião, a poetisa Geovania Alexandre lançará o cordel ‘As encantadas em meu caminho’. Ademais, o evento integra as comemorações de 11 anos da instituição.

Com mandato de 02 anos, a nova gestão da entidade apresentará a seguinte formação: Presidente: Jénerson Alves; Vice-presidente: Nerisvaldo Alves; Primeiro Secretário: Nelson Lima; Segundo Secretário: Carlos Soares; Primeiro Tesoureiro: Val Tabosa; Segundo Tesoureiro: Wilson China. A eleição da diretoria ocorreu na última reunião ordinária da Academia, em abril.

O presidente eleito, Jénerson Alves, afirma que o objetivo é fortalecer a literatura de cordel como instrumento de identidade cultural e ferramenta educativa. “Nossa visão é promover um trabalho engajado, que não fique restrito à questão da arte pela arte. O cordel pode e deve ser entendido como uma forma lúdica de participação no debate público”, declara.

Histórico
A Academia Caruaruense de Literatura de Cordel (ACLC) foi fundada no dia 18 de maio de 2005. Com ela, nasceu também o desejo de valorizar ainda mais o cordel, o repente, a xilogravura e artes afins, promovendo uma maior descoberta sobre a identidade do município por meio da cultura.

Através da ACLC, surgiu o Projeto Cordel nas Escolas – que funciona em Caruaru desde 2006 –, destacando a arte regional em salas de aula. Eventos como o Maior Cordel do Mundo e o Festival Literário Arrasta Cordel também fazem parte da história da Academia, bem como a execução da tradicional ‘Noite da Academia’, integrando os festejos juninos de Caruaru, onde funciona o Polo do Repente. Ademais, os integrantes da Academia costumam se apresentar em escolas, entidades e produzir cordéis, sobretudo de caráter educativo. Atualmente, a ACLC funciona em conjunto com a Casa do Artista, no Polo Cultural da Estação Ferroviária, mas a previsão é que a partir do segundo semestre a entidade passe a funcionar em sede própria, também em uma das ‘casas culturais’ do Polo Cultural de Caruaru.

Humberto Costa diz que PT vai para a oposição, mas voltará pela porta da frente

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O líder do governo no Senado, o pernambucano Humberto Costa (PT), afirmou, em discurso na votação da admissibilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), que o Partido dos Trabalhadores vai para a oposição, mas que voltará ao Palácio do Planalto pela rampa da frente. Humberto foi o 64º a falar, já na madrugada desta quinta-feira (12), após mais de 16 horas de sessão no Senado.

“Nem as barbaridades a que ela (Dilma) se sujeitou foram capazes de fazê-la acreditar que vale a pena deixar de lutar pelo País. Mais uma vez na sua vida, Dilma Rousseff está sendo vítima de um julgamento injusto e mais uma vez a cabeça dessa mulher está erguida”, disse, após mostrar uma foto da petista na ditadura militar, quando ela foi presa e vítima de tortura. Humberto também comparou o início do regime, em 1964, ao período atual. “Estão substituindo a UDN e os militares pelo PMDB”, disse.

Humberto foi um dos que se mantiveram fiéis à presidente nos últimos meses. Mais cedo, ele já havia afirmado que, com a saída de Dilma, o PT “será o maior partido de oposição do Brasil”. O discurso foi retomado na tribuna. “Nós, do PT, voltaremos a ser o maior partido de oposição do Brasil e não o maior partido de oposição ao Brasil, como tem sido a prática do PSDB e do DEM, patrocinadores de pautas-bomba nesse Congresso Nacional”, disparou. “Irresponsáveis foram aqueles que votaram aqui e lá (na Câmara) pela pauta-bomba do senhor Eduardo Cunha”, acrescentou. “Isso é o que se chama a plena hipocrisia.”

De acordo com Humberto, o PT vai questionar, junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), o mérito do crime de responsabilidade que teria sido cometido pela presidente e que justificaria o processo de impeachment e o eventual afastamento dela do cargo.

“É uma farsa o crime de responsabilidade que tentam lhe imputar. A aliança que reuniu a grande mídia, a oposição, elementos do poder Judiciário e do Ministério Público decidiu: Dilma é criminosa. Agora, depois de decidir também a pena, que é o impeachment, foram buscar o crime.” Foi assim que Humberto iniciou a sua fala de 15 minutos.

O líder do governo no Senado ainda afirmou que o impeachment abre um “gravíssimo precedente”, discurso que já havia sido usado pelo também pernambucano Armando Monteiro Neto (PTB). “Estamos pervertendo a Constituição Federal por meio de uma quartelada civil para que os derrotados de 2014 cheguem ao poder”, atacou.

Humberto ainda criticou a negociação de cargos para um eventual governo Temer, afirmando que o vice transformou o Palácio do Jaburu em um “balcão de feira da República”. “Logo eles que acusavam o PT de fisiologismo, de aparelhamento da máquina pública, têm ministros polivalentes que podem assumir três, quatro ministérios de uma vez. Podem travestir tudo isso do que quiserem, mas não adianta. Me desculpem os ouvidos sensíveis, mas isso é golpe. É um processo ilegítimo.”

Retomando o discurso usado pelos aliados de Dilma nos últimos dias, Humberto Costa preconizou que Temer acabaria com conquistas e programas sociais, como o Bolsa Família. “Se acredita na casa grande e se julga o resto dos brasileiros como se na senzala estivessem. Continua se achando que a democracia é um instrumento para a manutenção dos seus interesses”, alfinetou.

O petista foi o sucessor de Delcídio do Amaral (sem partido-MS) na liderança do governo. Delcídio foi cassado pelo Senado nessa terça-feira (10); em bastidores se comenta que a votação do afastamento dele, que fica inelegível até 2027, foi a pedido de Dilma, para não tê-lo como algoz. Delcídio foi preso após acusado de obstrução de Justiça ao tentar interferir na delação premiada de Nestor Cerveró na Operação Lava Jato.

Esplanada recebe 12,5% do público esperado para manifestações

Do Congresso em Foco

Na mais otimista previsão da secretaria de Segurança, 40 mil manifestantes chegaram a ser esperados na Esplanada dos Ministérios para acompanhar a votação da admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma no Senado. O número de pessoas presentes, porém, segundo a Polícia Militar, foi de cinco mil pessoas – 4 mil contra o impeachment e mil a favor.

Durante grande parte do dia, o lado esquerdo da Esplanada, reservado aos manifestantes contra o impeachment, esteve mais cheio. A estrutura contava com um telão e um trio elétrico para animar os manifestantes, que já esperavam o resultado desforável ao final da votação. “Viemos para mostrar que o povo brasileiro não concorda com este processo. Lutamos contra aquele show da Xuxa que vimos no dia 17″, disse a atriz Luaa Gabanini, do grupo Arte Pela Democracia, que, mesmo assumindo a derrota, fizeram uma performance na Esplanada contra o impeachment.

Já do lado pró-impeachment, os manifestantes improvisaram uma caixa de som ligada a um computador que transmitia para acompanhar a sessão do plenário do Senado. Levaram inúmeras faixas criticando o governo e apoiando o juiz Sérgio Moro. Para comemorar, espumante e coxinha. “Temos orgulho de sermos coxinha”, disse Rodrigues Paiva, um dos manifestantes que estourava champagne no momento em que o 41º senador expressou o voto a favor da saída de Dilma.

Após o resultado, ainda que não oficial da votação, fogos de artifício do lado verde amarelo iluminavam a Esplanada. Enquanto do lado vermelho, garis recolhiam o lixo deixado pelos manifestantes contra impeachment.

Ocorrências

Por volta das 20 horas, manifestantes do lado contrário ao afastamento se exaltaram. Eles começaram a jogar pedras, pedaços de mastro de bandeiras e outros objetos contra os policiais militares que fazem a segurança em torno do Congresso. Os servidores de segurança usaram gás de pimenta para controlar as pessoas que avançavam em direção à proteção que limita o espaço de manifestações, na Alameda das Bandeiras. A Polícia Militar prendeu um homem que ultrapassou o bloqueio.

Em coletiva de imprensa pouco antes das 22 horas, o chefe da Comunicação Social da PM, coronel Antônio Carlos Freitas, informou ainda que duas pessoas passaram mal e foram encaminhadas ao Hospital de Base. Segundo ele, a reação da polícia militar foi a mais pacífica possível diante da ação dos manifestantes.

Como os senadores votaram no impeachment de Dilma

Nos links, os parlamentares investigados no STF:

Acir Gurgacz (PDT-RO) – Sim
Aécio Neves (PSDB-MG) – Sim
Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) – Sim
Alvaro Dias (PV-PR)- Sim
Ana Amélia (PP-RS) – Sim
Angela Portela (PT-RR) – Não
Antonio Anastasia (PSDB-MG) – Sim (relator)
Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) – Sim
Armando Monteiro (PTB-PE) – Não
Ataídes Oliveira (PSDB-TO) – Sim
Benedito de Lira (PP-AL) – Sim
Blairo Maggi (PR-MT) – Sim
Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) – Sim
Ciro Nogueira (PP-PI) – Sim
Cristovam Buarque (PPS-DF)- Sim
Dalirio Beber (PSDB-SC) – Sim
Dário Berger (PSDB-SC) – Sim
Davi Alcolumbre (DEM-AP) – Sim
Donizeti Nogueira (PT-TO) – Não
Edison Lobão (PMDB-MA) – Sim
Eduardo Amorim (PSC-SE) – Sim
Elmano Férrer (PTB-PI) – Não
Eunício Oliveira (PMDB-CE) -Sim
Fátima Bezerra (PT-RN) – Não
Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) – Sim
Fernando Collor (PTC-AL) – Sim
Flexa Ribeiro (PSDB-PA)- Sim
Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN)- Sim
Gladson Cameli (PP-AC) – Sim
Gleisi Hoffmann (PT-PR) – Não
Hélio José (PMDB-DF) – Sim
Humberto Costa (PT-PE) – Não
Ivo Cassol (PP-RO) – Sim
João Alberto Souza (PMDB-MA) – Não
João Capiberibe (PSB-AP) – Não
Jorge Viana (PT-AC) – Não
José Agripino (DEM-RN) – Sim
José Maranhão (PMDB-PB) – Sim
José Medeiros (PSD-MT) – Sim
José Pimentel (PT-CE) – Não
José Serra (PSDB-SP) – Sim
Lasier Martins (PDT-RS) – Sim
Lídice da Mata (PSB-BA) – Não
Lindbergh Farias (PT-RJ) – Não
Lúcia Vânia (PSB-GO)- Sim
Magno Malta (PR-ES)- Sim
Marcelo Crivella (PRB-RJ) – Sim
Maria do Carmo Alves (DEM-SE)- Sim
Marta Suplicy (PMDB-SP) – Sim
Omar Aziz (PSD-AM) – Sim
Otto Alencar (PSD-BA) – Não
Paulo Bauer (PSDB-SC) – Sim
Paulo Paim (PT-RS) – Não
Paulo Rocha (PT-PA) – Não
Raimundo Lira (PMDB-PB) – Sim (presidente da comissão do impeachment)
Randolfe Rodrigues (Rede-AP) – Não
Regina Sousa (PT-PI) – Não
Reguffe (Sem partido-DF) – Sim
Ricardo Ferraço (PMDB-ES) – Sim
Roberto Requião (PMDB-PR) – Não
Roberto Rocha (PSB-MA) -Sim
Romário (PSB-RJ)- Sim
Romero Jucá (PMDB-RR) – Sim
Ronaldo Caiado (DEM-GO) – Sim
Rose de Freitas (PMDB-ES) – Sim
Sérgio Petecão (PSD-AC) – Sim
Simone Tebet (PMDB-MS) – Sim
Tasso Jereissati (PSDB-CE) – Sim
Telmário Mota (PDT-RR) – Não
Valdir Raupp (PMDB-RO) – Sim
Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) – Não
Vicentinho Alves (PR-TO) – Sim
Waldemir Moka (PMDB-MS) – Sim
Walter Pinheiro (Sem partido-BA) – Não
Wellington Fagundes (PR-MT) – Sim
Wilder Morais (PP-GO)- Sim
Zezé Perrella (PDT-MG) – Sim

Absteve-se por estar no exercício da Presidência do Senado:

Renan Calheiros (PMDB-AL)

Ausentes:

Eduardo Braga (PMDB-AM)
Jader Barbalho (PMDB-PA)

A lista acima tem apenas 80 senadores, e não 81, porque o suplente de Delcídio do Amaral (MS), cassado na terça-feira, ainda não tomou posse. Saiba mais sobre Pedro Chaves.

Afastada, Dilma mantém salário, Alvorada, avião e assessores

Do Congresso em Foco

Mesmo com o afastamento consumado pelo Plenário do Senado nesta quinta-feira (12), a presidente Dilma continuará recebendo salário de R$ 31 mil. O anúncio foi feito pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ao final da votação onde 55 senadores votaram pelo afastamento de Dilma e 22 contra.

Segundo Renan, a presidente continuará morando no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência. Também terá direito a transporte aéreo presidencial, equipe a serviço do gabinete pessoal, apoio à saúde, carros e motoristas.

De acordo com a legislação, Dilma ficará afastada do cargo por até 180 dias, período em que o julgamento definitivo deve ser realizado pelos senadores. Nesse intervalo de tempo, assume o vice-presidente Michel Temer.

A partir de agora, o julgamento será comandado pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandoski. Sua presença no julgamento só é absolutamente necessária no dia da votação final. Mesmo que não haja uma definição em seis meses, Dilma retorna ao Planalto para esperar a decisão dos senadores. Acredita-se, portanto, que o futuro dela deve ser decidido antes do prazo protocolar.

Pela jurisprudência do STF, na ausência de Temer, quem assume o cargo é Renan Calheiros. Já que o atual presidente da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), não é o titular do cargo.

Compesa investe no aproveitamento do esgoto para a geração de energia

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A Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) está desenvolvendo estudos para transformar as Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) em unidades sustentáveis em relação à geração de energia. Na última terça (10), representantes da Compesa, da Odebrecht Ambiental e das universidades estadual e federal de Pernambuco, UPE e UFPE, discutiram possibilidades para que o lodo gerado no tratamento de efluentes seja usado como insumo para a produção e aproveitamento de biogás como fonte de energia. Como resultado, foi criado um Plano de Trabalho com quatro ações que devem ser executadas pela Compesa.

A discussão aconteceu durante o Workshop Produção e Aproveitamento Energético do Biogás nas ETEs da Compesa, no auditório da Escola Politécnica de Pernambuco (Poli/UPE), no Benfica, Recife. Na ocasião, o diretor Técnico de Engenharia da Compesa, Rômulo Aurélio Souza, e o de Novos Negócios, Ricardo Barretto, reafirmaram o interesse da companhia em investir em unidades de tratamento de esgoto que façam o reaproveitamento do lodo para fins ambientalmente corretos, como é a produção do biogás.

O interesse se estende para as unidades da Região Metropolitana do Recife (RMR), área atendida pelo Programa Cidade Saneada, parceria público-privada entre a Compesa e a Odebrecht Ambiental. “Estamos em busca de soluções ambientalmente sustentáveis e que possam reduzir despesas fixas, como a conta de energia. O workshop apresentou alguns caminhos que podemos seguir nessa área de eficiência energética”, resumiu o diretor Rômulo Aurélio.

No Plano de Trabalho traçado no workshop, foi estabelecido que a Compesa vai elaborar um documento para estudo de viabilidade técnica e financeira para produção e aproveitamento energético de biogás; verificar as adequações necessárias (civis, elétricas, mecânicas e de segurança) nas ETEs existentes e a possibilidade de implantação nas novas unidades; e levantar as ETEs com potencial de produção e aproveitamento energético a partir do estudo de viabilidade técnica e financeira.

Em paralelo, será feito um esforço para executar o projeto de geração e aproveitamento de biogás que já está pronto para acontecer na ETE Caruaru, no Agreste. A previsão da Compesa é conseguir realizar esse projeto no segundo semestre deste ano, um investimento estimado em R$ 1 milhão. Da vazão de 100 litros de esgoto por segundo, seria possível gerar 200 KW de energia por dia, o que representaria uma economia de R$ 10 mil por mês para a Compesa na conta de luz da ETE Caruaru.

Esse projeto é resultado de um convênio entre a Celpe, Compesa, Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Universidade de Pernambuco, tendo a Celpe como proponente do projeto e financiadora de maior parte do investimento. O convênio nasceu a partir da chamada 014/2012 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que trata dos arranjos técnicos e comerciais para a inserção da geração de energia elétrica a partir de biogás oriundo de resíduos e efluentes líquidos na matriz energética brasileira. O projeto é classificado como estratégico de Pesquisa e Desenvolvimento.

Na RMR, a ETE Cabanga, no Recife, poderá ser a próxima a passar por essas adaptações. “Temos muitas obras de implementação de esgotamento e vamos começar a adequação no Cabanga, no valor de R$ 90 milhões, dentro do Programa Cidade Saneada. A gente sabe que, na Região Metropolitana, temos muita capacidade de desenvolver projetos desse tipo. A ideia é que, neste encontro, as equipes de projeto, manutenção e operação aprofundem os conhecimentos sobre essa tecnologia para aproveitar para os projetos que virão”, afirmou diretor.

Tecnologia – A ideia do corpo técnico da Compesa é viabilizar o aproveitamento do lodo como uma fonte geradora de energia. Isso seria feito a partir do esgoto puro, que é aquele que ainda será tratado antes de ser devolvido aos cursos d’água. Parte dele iria para um UASB, sigla em inglês que significa Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente. Nesse reator, seria possível extrair o Metano (CH4) e o Dióxido de Carbono (CO2), gases que são maioria na composição do biogás.

O biogás produzido na ETE pode ser usado como fonte de energia complementar à fornecida pela concessionária de energia elétrica. Uma possibilidade seria usá-lo de forma sistemática, nos horários de pico, quando esse insumo é mais caro. A outra seria em momentos de emergência, quando há suspensão no fornecimento, os chamados apagões de energia. Poderia, ainda, ser armazenado e utilizado para alimentar unidades menores da Compesa ou estruturas que consomem pouco, como na iluminação de prédios e áreas externas.

Aécio se diz surpreso com ato de Paulo Câmara

Em conversa, há pouco, com este blogueiro em Brasília, o presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, se apresentou surpreso com a decisão do governador Paulo Câmara de afastar os tucanos que ocupam cargos em seu Governo. “Isso, para mim, é uma grande surpresa. Não sei o que levou o governador a reagir dessa forma. Estou atônito”, afirmou Aécio. Sobre o processo sucessório no Recife, o dirigente tucano nem negou nem tampouco confirmou a candidatura de Daniel Coelho. “Estou deixando as definições locais com os diretórios”, saiu pela tangente.

Aécio disse, ainda, que não tratou de sucessão no Recife nos últimos dias com o governador nem com o prefeito Geraldo Júlio. O que o blog apurou, entretanto, é que Câmara teria falado com Aécio ontem na sua passagem por Brasília.