Informais também lucram nesta época

Assim como as lojas de vestuários, alguns comerciantes informais de Caruaru estão aproveitando o período para alavancar as suas vendas. Manoel de Souza, que comercializa guarda-chuvas e bonés na Rua 15 de Novembro, é um dos ambulantes a comemorar. “O comércio anda um pouco parado num todo, mas com essas chuvas que vêm caindo nos últimos dias, estou conseguindo faturar bem. Torço para que chova ainda bastante para lucrar ainda mais”, disse.

José Jorge, que comercializa no seu carrinho mungunzá, café e chá, é outro informal de Caruaru a estar lucrando bastante com a chegada da estação mais fria do ano. “Para esquentar o corpo nesta época gelada, nada melhor do que um mungunzá ou um cafezinho, durante a circulação aqui no Centro. Num período deste, por exemplo, chego a vender por dia entre 40 a 50 copos com mungunzá, em contrapartida, num mês considerado quente, no máximo 30. Então, só tenho o que comemorar a chegada do inverno”, disse.

Engana-se quem acredita que o suco de laranja só é procurado em larga escala no verão. Para combater a gripe e o resfriado, muito caruaruense não costuma dispensar o consumo deste líquido também no inverno, o que é muito bom para o pequeno comércio de Thiago Barbosa. Com a sua máquina de fazer suco, ele vem lucrando bastante neste início de inverno. “É claro que a procura costuma ser maior durante o verão, até porque o calor é grande, mas também vendemos muito no inverno. Numa época dessas de frio intenso, o suco de laranja serve como uma verdadeira vitamina para quem está fugindo de doença”, afirmou.

MEC libera R$ 26 milhões para novas turmas em seis estados

Os estados do Acre, Amazonas, Ceará, Paraíba, Pernambuco e Piauí receberão do Ministério da Educação R$ 26 milhões em recursos suplementares para serem utilizados na criação de novas turmas de Educação para Jovens e Adultos (EJA). As unidades federativas contempladas aderiram ao Sistema Integrado de Monitoramento, Execução e Controle deste Ministério (Simec) entre 22 de maio e 3 de junho.

Como as novas turmas não podem receber recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais de Educação (Fundeb), elas funcionarão, neste primeiro ano, com recursos do MEC. A quantia repassada pode ser usada para remuneração e capacitação de professores, aquisição de material escolar, de alimentos e de transporte escolar.

A diretora de Políticas para a Juventude, Alfabetização e Educação de Jovens e Adultos da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) do MEC, Maria das Graças da Silva, diz que esses recursos deverão ser usados prioritariamente para o atendimento de egressos do Programa Brasil Alfabetizado, populações do campo, comunidades quilombolas, povos indígenas e pessoas que cumprem pena em unidades prisionais. “Alfabetizar pessoas que não puderam realizar ou concluir seus estudos está entre as nossas prioridades”, destaca. “Esse é um importante auxílio financeiro que estamos dando para os estados.”.

Os beneficiários da ação Novas Turmas de EJA são pessoas com 15 anos de idade ou mais, que não completaram o ensino fundamental, e com 18 anos ou mais, que não finalizaram o ensino médio. O novo aluno de EJA não pode ser custeado com recursos do Fundeb no ano de sua matrícula inicial, mas no ano seguinte. A coordenação da EJA nos estados deve informar essa matrícula no censo escolar (Educacenso), na data de cadastramento imediatamente posterior ao início das aulas, para que o aluno possa fazer jus aos recursos do Fundeb nos anos subsequentes.

Alegria e diversão no Caruaru Shopping

Diversão não vai faltar no Caruaru Shopping para a garotada que está de férias. De 6 de julho a 4 de agosto, o centro de compras e convivência estará oferecendo uma vasta programação, que inclui pinturas no rosto, jogos, oficinas gourmet, shows infantis e muito mais.

Durante o período, um lounge estará funcionando próximo à agência de viagens, com pinturas no rosto, maquiagem infantil, fantasias e acessórios de super-heróis e princesas. “Será uma ótima oportunidade para que a criançada possa se fantasiar e tirar fotos”, afirmou Walace Carvalho, gerente de Marketing do Caruaru Shopping. Diversos jogos infantis também podem ser encontrados no espaço, que funcionará das 13h às 20h.

Além do lounge, outras atividade nos fins de semana farão a alegria da garotada. Neste domingo, dia 8, por exemplo, haverá a apresentação da banda infantil Super Kids, em frente à Praça de Alimentação Gourmet, a partir das 16h. Nos dias 14, 21 e 28 de julho haverá o Mini Chef, com oficinas gourmet infantil de pizza, frutas no palito, docinho de leite ninho, sanduíches, mini-hambúrguer, cupcake, entre outros. No dia 22 de julho serão realizados pockets shows com princesas e super-heróis.

Já no dia 29 de julho, das 12h às 20h, um grande encontro de quadrinistas, desenhistas e cosplays promete momentos de muita diversão. A programação completa das atividades pode ser conferida no site www.caruarushopping.com

O Caruaru Shopping fica localizado na Avenida Adjar da Silva Casé, 800, no Bairro Indianópolis.

O bom e velho frio que impulsiona a economia

Pedro Augusto

De forma oficial, o inverno 2018 começou no último dia 21 de junho em todo o país, mas, antes mesmo do vivenciar da data, as lojas de vestuários de Caruaru já vinham contabilizando significativa demanda no que se refere a artigos voltados para a época mais fria do ano. Hoje, com a temperatura podendo chegar até aos 14º graus, de acordo com os dados do portal Climatempo, a expectativa é de procura ainda maior no que diz respeito aos casacos, moletons, calças, luvas e cachecóis. Melhor impossível para os estabelecimentos do tipo que enxergam no período de frio a oportunidade ideal de lucrar um pouco mais após o término do Maior e Melhor São João do Mundo – evento tradicionalmente bastante impulsionador das atividades do comércio.

Os festejos juninos se despediram do calendário 2018 no último sábado (30), data em que a temperatura chegou a marcar 17º na Capital do Forró. Com tanto frio ainda previsto para ser sentido – o inverno se estenderá até o próximo dia 22 de setembro -, as lojas de vestuários esperam faturar alto, umas delas até desejando recompensar o desempenho que foi obtido durante o período de São João. A Emanuelle, por exemplo, que neste ano projetava uma lucratividade superior em relação aos festejos de 2017, agora se encontra depositando todas as suas fichas na comercialização de artigos voltados para o inverno.

De acordo com o gerente de vendas, Juraci Ferreira, até o presente momento, a demanda por estes tipos de vestuários está satisfatória. “Infelizmente não comercializamos o esperado durante o período de São João em decorrência da greve dos caminhoneiros, que acabou mexendo com os bolsos de todos os consumidores, bem como devido ao fechamento do varejo durante os jogos do Brasil na Copa, que, inclusive, ainda vem ocorrendo. Mesmo assim, apesar de tudo isso, até agora não estamos tendo do que se queixar em relação à procura específica por esses produtos. Se continuarmos nesse ritmo de vendas até o término do inverno, deveremos obter certa recuperação em relação ao desempenho do último São João”, avaliou.

Na Beijamim Empório, o volume de vendas de moletons, calças, além de outros vestuários bastante utilizados durante esta época do ano, também se encontra em ordem crescente com as constantes quedas de temperaturas. Foi o que confirmou a gerente Ana Camila. “Parece que o frio se encontra ainda mais rigoroso neste ano, tanto é que a procura pelos artigos sazonais está superior na nossa loja em comparação com o mesmo período do ano passado. Do infantil ao adulto, estamos comercializando casacos na casa dos R$ 40 até aos R$ 80 e a procura, pelo menos até agora, tem sido muito boa. Quanto mais as temperaturas caírem, mais produtos deveremos vender, o que é animador”, pontuou.

Atuando no comércio de Caruaru há quase 55 anos, a Chapelaria Brasil é especializada na venda de produtos voltados para o inverno. De acordo com a proprietária Joana Ribeiro, até agora as luvas e os cachecóis têm sido os campeões de venda. “Mas a estação mais fria do ano só está apenas no começo e o nosso quadro de vendas pode mudar. O certo mesmo é que o inverno é um período muito bom para aumentarmos o nosso faturamento e esperamos lucrar ainda mais relação ao mesmo intervalo do ano passado. Além de luvas e cachecóis, contamos com uma vasta linha de toucas, chapéus, guarda-chuvas e sombrinhas”, destacou Joana.

De folga no trabalho, a vendedora Mireli Silva aproveitou, a manhã da última terça-feira (3), para ir até o centro de Caruaru comprar um artigo. Depois de pesquisar bastante nas lojas, ela conseguiu encontrar o moletom que procurava. “O modelo e o preço estavam bons, então decidi comprar logo. O frio está muito grande e não podemos dar brecha para não ficarmos doentes. Na próxima semana, virei novamente ao comércio para, desta vez, escolher os casacos dos meus dois filhos. É interessante os demais consumidores pesquisarem porque a alternância nos preços é grande”, comentou.

Ministro anuncia liberação de R$ 140,8 milhões para a educação básica do Amazonas

O ministro da Educação, Rossieli Soares, anunciou, na manhã da sexta-feira, 6, em Manaus (AM), a liberação de R$ 140.890.044,62 para investimento na educação básica de municípios do Amazonas. Os recursos serão destinados à construção de 43 escolas, três creches, quatro quadras escolares e aquisição de seis ônibus escolares, além de mobiliários e equipamentos.

“Sou apaixonado pela educação básica”, disse o ministro. “É necessário investir muito nessa área. Não dá para aceitarmos os indicadores que o Brasil tem, com 70% das crianças brasileiras, aqui no Norte e no Nordeste, sem estar alfabetizadas até o final do terceiro ano. Não dá mais para aceitar que 1,5 milhão de jovens abandonem o ensino médio a cada ciclo. Assim, melhorar a infraestrutura é uma parte disso”.

O ministro destacou que o MEC tem feito um grande esforço para melhorar a educação básica do país, especialmente para atender ao estado do Amazonas. “Quando eu assumi, nós tínhamos apenas um município adimplente, em condições de receber recursos. Enviamos aqui para Manaus o FNDE [Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação] e toda a sua equipe para ajudá-los. Agora, 25 municípios estão aptos, e nós, com isso, conseguimos liberar 50 obras no estado e mais a aquisição de mobiliários.”

Do total liberado, R$ 137.265.079,00 são oriundos do FNDE, autarquia vinculada ao MEC. Os outros R$ 3.624.964,21, dos quais R$ 1.087.489,26 já foram transferidos para os municípios, são provenientes do Programa de Apoio à Implementação da Base Nacional Comum Curricular (ProBNCC), cujos recursos são disponibilizados via secretaria estadual de educação. O programa foi criado para apoiar os estados brasileiros no processo de elaboração, revisão e implementação de seus currículos alinhados à BNCC.

Ao todo, 25 municípios amazonenses serão contemplados com os recursos: Anori, Autazes, Barcelos, Boa Vista do Ramos, Boca do Acre, Borba, Careiro, Coari, Eirunepé, Guajará, Humaitá, Iranduba, Itamarati, Juruá, Manacapuru, Manaus, Manicoré, Maués, Novo Airão, Parintins, Santo Antônio do Içá, São Gabriel da Cachoeira, Tapauá, Tefé e Urucurituba.

Presente ao evento, o deputado federal Pauderney Avelino (DEM/AM) destacou o empenho do ministro Rossieli Soares e do governo federal na liberação dessa verba. “Não tenho como agradecer o esforço feito para que os recursos que hoje estão sendo conveniados aqui pudessem chegar ao nosso Amazonas”, disse. “Aqueles municípios que eventualmente ainda não conseguiram sair da inadimplência não vão ficar desatendidos. Nós temos até o fim do ano para atender às demandas das cidades que não foram contempladas agora.”

O senador Omar Aziz (PSD/AM) também ressaltou a importância desses investimentos. “A creche dá dignidade a mãe e à criança”, lembrou. “A mãe vai trabalhar na tranquilidade de que o seu filho está acompanhado ali por pessoas que vão tratá-lo com carinho. São coisas que fazem uma diferença enorme na vida de algumas pessoas. Participar disso nos dar uma satisfação muito grande.”

IFAM – Na oportunidade, o ministro Rossieli Soares também anunciou o início do processo de implementação de duas novas unidades do Instituto Federal do Amazonas (Ifam), o campus Boca do Acre e o campus Manaus Zona Norte. “Tenho certeza que esses campi vão cumprir o seu papel, seja na Zona Norte de Manaus, onde deverão ser criados os cursos técnicos para atender a demandas específicas para a juventude dessa região da cidade, ou em Boca do Acre, onde nós também teremos demandas específicas daquela cidade”, reforçou Pauderney Avelino.

O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, foi mais um a enaltecer a importância de ter o campus na Zona Norte da cidade. “Manaus está muito honrada por receber os recursos para se construir esse campus do Ifam”, declarou.

Mais Alfabetização – O Amazonas já recebeu R$ 2.890.395,00 (60%, referentes à primeira parcela), oriundos do Programa Mais Alfabetização. No total, 894 escolas já aderiram ao programa, sendo 141 estaduais e 753 municipais, em 51 cidades. Pelo programa, 89.495 alunos são atendidos, com 78.710 (88%) na área urbana e 10.785 (12%) na área rural.

Educação Conectada – O estado amazonense já foi contemplado com R$ 1.277.249,00 do programa Educação Conectada. No total, 353 escolas, sendo 87 estaduais e 266 municipais, foram beneficiadas. São 239.643 matrículas registradas.

Mais duelos de gigantes pelas quartas de final

As fortes emoções provocadas pela Copa do Mundo da Rússia estão garantidas neste sábado (07), com a sequência das quartas de final. Logo às 11h (horário de Brasília), Suécia e Inglaterra se enfrentam em Samara, já a partir das 15h, Rússia e Croácia medem forças em Sochi. Os vencedores dos duelos disputarão a vaga para a grande final nesta quarta-feira (11), a partir das 15h, em Moscou. Confira a seguir, os diferenciais apresentados pelas quatro seleções até esta fase decisiva do torneio.

Suécia

A Suécia está de volta ao grupo das oito melhores seleções de uma Copa do Mundo, depois de 24 anos de ausência. A campanha surpreendente até agora em 2018, pode ser explicada de várias formas. Mas um fator pode talvez ser considerado o principal para os resultados alcançados na Rússia: se desgastar menos. Ou melhor, compactação.

Inglaterra

Após superar seus primeiros desafios no Mundial, a Inglaterra tem mais um tabu para quebrar neste sábado. De suas 14 participações no torneio, foram seis eliminações nas quartas. A expectativa de uma campanha superior em 2018 vem da aposta no trabalho do técnico Gareth Southgate, que assumiu a equipe após o fiasco da mesma na Eurocopa de 2016, e não decepcionou, bem como do faro de gol apurado por parte de seu sistema ofensivo.

Rússia

O segredo para a Rússia chegar até as quartas não está apenas na estratégia defensiva bem montada. De acordo com o zagueiro Kutepov, um dos principais fatores para o sucesso da equipe é a união dos jogadores e de todos que trabalham em prol da seleção russa. “Nós todos somos um, somos como uma grande família. Isso trouxe os resultados”, disse Kutepov.

Croácia

A seleção russa tem muitos motivos para se preocupar com a Croácia. A equipe do astro Modric é uma das gratas surpresas do Mundial por diferentes motivos. Os jogadores croatas têm uma característica solidária, dividindo responsabilidades e funções. O meio-campo é formado por atletas extremamente produtivos e, além disso, a movimentação ofensiva vem sendo um diferencial, com agilidade.

Caruaru vence partida do Campeonato Pernambucano de Handebol

A Seleção Caruaruense de Handebol Masculino conquistou uma vitória importante no Campeonato Pernambucano de Handebol na noite da quinta-feira (05), contra a seleção de Quipapá. O jogo aconteceu no Ginásio Municipal de Caruaru com o placar de 25 x 23 para Caruaru. A equipe foi comandada pelo técnico Hemerson Meneses. O próximo compromisso da seleção caruaruense será na quarta-feira (11) na cidade do Recife, quando joga contra o Sport Club do Recife. A Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos de Caruaru, apoia o fomento esportivo do município através da Gerência de Esporte e Lazer.

Fim do sonho: Brasil cai diante da promissora Bélgica

Folhape

A Copa do Mundo da Rússia acabou para o Brasil. Diante do primeiro adversário perigoso, a Canarinho sofreu com a força física e o talento da promissora Bélgica e foi eliminada nas quartas de final por 2×1. O sonho do hexa acabou em um jogo com emoção até os últimos minutos.

Os dois gols do adversário saíram logo no primeiro tempo. Aos 12 minutos, em cobrança de escanteio, Fernandinho – em tarde irreconhecível – desviou contra as próprias redes. Ficaria ainda pior. Aos 30 minutos, em rápido contra-ataque, De Bruyne fez um belo gol em chute de longe.

No segundo tempo, o Brasil voltou com Douglas Costa no lugar de Willian. A cara do time mudou consideravelmente. Com mais velocidade, a equipe verde-amarela passou a tomar conta do jogo e pressionar o oponente.

Com a entrada de Renato Augusto, a Seleção Brasileira ficou ainda melhor. Aos 30 minutos, Coutinho levantou na área e o próprio Renato Augusto, infiltrado, desviou de cabeça para o gol.

Nos minutos seguintes, os brasileiros seguiram superiores. Roberto Firmino quase marcou. Renato Augusto teve outra grande chance, mas mandou para fora. Depois, em contra-ataque, Neymar deixou Coutinho na boa, mas o meia perdeu chance incrível e isolou a bola.

No finalzinho, já nos acréscimos, Neymar acertou chute colocado, no ângulo, e Courtois fez linda defesa. Foi o último lance de efeito do Brasil em uma melancólica despedida dos gramados russos. A Bélgica agora pega a França na semifinal da Copa da Rússia.

Brasil: um país prioritariamente rodoviário

O transporte rodoviário é o principal meio para o deslocamento de cargas dentro do país. Apesar dos investimentos em outros modais, esse meio ainda é o responsável por quase 63% de tudo que é transportado no Brasil, atrás vem o ferroviário com 21,7%, o arquaviário com 11,7%, o dutoviário com 3,8% e por último o aéreo com apenas 0,1%. Diante da última greve dos caminhoneiros – a qual parou o país e gerou uma das maiores crises de abastecimentos dos últimos anos – a discussão sobre os modelos logísticos adotados pelo governo voltam à tona.

Para a Mariana Canto, advogada especialista em logística do departamento Societário do escritório Andersen Ballão, o modal rodoviário possui características próprias que são bastante determinantes para a sua posição de destaque na matriz de transporte de cargas do Brasil. “Estudos apresentados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), mostram que no Brasil, só o modal ferroviário se mostra competitivo em relação à rodovia em se tratando de volumes de carga a partir de 350 mil toneladas mensais”, explica.

Além disso, o transporte rodoviário é versátil e isso se revela na flexibilidade de rotas, nos volumes transportados e até mesmo na forma de embalagem dos produtos transportados. Essas características fazem com que o modal rodoviário seja o único capaz de atender determinadas cargas e cadeias logísticas. “Veja, até mesmo as concessionárias de ferrovia precisam das rodovias para interligar determinados trechos com os terminais ferroviários e é essa intermodalidade que muitas vezes viabiliza a utilização da ferrovia”, avalia Mariana.

O modal rodoviário, sem dúvida, é um grande aliado nos processos logísticos. Porém ele traz graves consequências, segundo a especialista. O desgaste nas rodovias e nos veículos, o aumento do consumo de combustíveis e dos gastos com saúde por acidentes aumentam os custos de vida de uma maneira geral e isso penaliza a todos. Adicionalmente, a preferência pelo modal rodoviário anda na contramão do desenvolvimento sustentável, além de congestionar o trânsito nas grandes cidades em razão da deficiência de contornos intermunicipais, é também o que mais polui. Para transportar 100 contêineres de carga são necessários 100 caminhões, que emitem 73 toneladas de CO². A mesma quantidade de carga demanda apenas duas locomotivas, que emitem apenas cinco toneladas de CO² para o mesmo resultado.

Outro aspecto importante a ser analisado segundo Mariana, está em nossa dependência desse modelo de transporte, o que traz consequências como as da última paralisação. “As paralizações recentes revelaram a dependência que nosso país tem em relação ao modal rodoviário. Essa condição é péssima para a concorrência do mercado e expõe os cidadãos à distorção de políticas públicas para o atendimento emergencial da categoria. A insegurança jurídica instalada ainda repercutirá por muito tempo no setor produtivo e como consequência indissociável nos consumidores. Os reflexos do acordo de contenção do preço do diesel ainda não são passíveis de mensuração, mas timidamente (ou não) já estão sendo percebidos por meio de alterações tributárias”, complementa.

Existem outros modais que para Mariana, funcionariam bem no Brasil e trariam benefícios como o ferroviário. “O Brasil é um país que tem sua base agrícola, por isso é importante que haja investimento no modal ferroviário para manter a competitividade internacional. Ampliando os corredores de exportação que integram o interior produtivo do país aos portos, assim como facilitar a intermodalidade de transportes, seria o início de um ciclo virtuoso”.

Para finalizar a especialista lembra que esse é um processo lento, que requer investimento, estudos adequados e muito trabalho. “É bem verdade que estes são projetos de longa maturação e não basta apenas investir, é preciso saber tomar decisões estratégias, como o emprego de materiais que ainda que demandem maior investimento inicial, geram menos custos de manutenção e menos reparos no futuro, investir mais tempo e dinheiro em projetos para evitar aditivos contratuais e processos infindáveis de reequilíbrio econômico-financeiro de contratos. Precisamos desenvolver projetos sólidos de longo prazo na área de infraestrutura, além de compreender a segurança jurídica e as políticas públicas como pilares do desenvolvimento. As reformas legislativas e a consciência da necessidade de controle da corrupção são certamente grandes aliados para atingirmos essas condições”.

A malha viária brasileira

O Brasil, a terceira mais extensa malha rodoviária do mundo, mas apenas 12% dela é pavimentada. O Mapeamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) de Obras Rodoviárias, que estudou os gargalos e deficiências das rodovias nacionais, identificou a necessidade de investirmos mais de R$ 183 bilhões para sanar problemas e torná-las eficientes.

Esses dados mostram ainda que mais de 80% da malha pavimentada está sob gestão pública e deste percentual apenas 37% é avaliada com qualidade boa ou ótima, sendo que os outros 63% estão entre regulares e péssimas. Essa condição se deve a inúmeros fatores, mas especialmente a falta de planejamento e decisões de investimento de curto prazo, e custos elevados de manutenção que acabam se convolando em deficiências sistêmicas.

Mais de 1.2 mil indígenas e quilombolas pediram inclusão

Desde 18 de junho, 1.228 estudantes indígenas e quilombolas matriculados em cursos de graduação em instituições federais solicitaram a inclusão no Programa de Bolsa Permanência (PBP). Desse total, 430 já tiveram o cadastro autorizado pelas instituições públicas federais. O prazo para as inscrições é 31 de agosto.

Atualmente, são pagas 10 mil bolsas permanência para indígenas e quilombolas, sendo 7 mil para o primeiro grupo e 3 mil para o segundo, o que totaliza um investimento de R$ 7 milhões mensais. Quem ainda não se inscreveu tem prazo até 31 de agosto para pleitear o benefício pelo Sistema de Gestão da Bolsa Permanência (SISBP). Atualmente, 87 instituições de ensino estão cadastradas no Programa de Bolsa Permanência.

“Esse é um compromisso que temos com as etnias historicamente excluídas do ensino superior. Muitas vezes é a única oportunidade que os estudantes dessas etnias têm para se manter em uma instituição pública e concluír a sua formação ”, destacou o ministro da Educação, Rossieli Soares.

O Programa de Bolsa Permanência é um auxílio financeiro pago para estudantes de instituições federais de ensino superior em situação de vulnerabilidade socioeconômica. O Ministério da Educação paga um valor de R$ 900, em razão das especificidades da organização social de suas comunidades, condição geográfica, costumes, línguas, crenças e tradições. O recurso é pago diretamente ao estudante por meio de um cartão de benefício.

Para ter direito ao benefício, o aluno deve possuir uma renda familiar per capita de no máximo um salário mínimo e meio, não ultrapassar dois semestres do tempo regulamentar do curso de graduação em que estiver matriculado para se diplomar, ter assinado termo de compromisso e ter seu cadastro devidamente aprovado e mensalmente homologado pela instituição federal de ensino superior de que faz parte.

Os candidatos também precisam anexar toda a documentação solicitada para a comprovação do seu pertencimento a comunidades indígenas ou quilombolas – registros que podem ser obtidos, respectivamente, na Fundação Nacional do Índio (Funai) e na Fundação Cultural Palmares.