Apesar da crise, haverá contratações temporárias

Pedro Augusto

Para quem foi demitido durante a crise, o momento atual não deve ser vivenciado com desânimo, mas sim com esperança de dias melhores. Haja vista que o calendário já marca o último bimestre do ano e nele milhares de oportunidades de empregos temporários deverão ser oferecidas nos principais setores econômicos de Caruaru. De acordo com a estimativa da Agência Regional do Ministério do Trabalho e Emprego, aproximadamente quatro mil postos de trabalho deverão ser abertos deste mês de outubro até o próximo mês de dezembro na Capital do Agreste. O número divulgado é igual ao que foi computado no mesmo intervalo de 2015.

“Estamos trabalhando com uma perspectiva de manutenção ao que foi contabilizado no último fim de ano, até porque a economia brasileira já está dando sinais claros de recuperação. O processo de recrutamento dos candidatos às vagas, inclusive, já foi iniciado nas indústrias, principalmente do segmento da confecção, e deverá ser intensificado no próximo mês nos setores do comércio e de serviços”, analisou o auditor fiscal do MTE, Francisco Reginaldo. Assim como nos anos anteriores, em 2016 o comércio deverá ser o setor que mais assimilará mão de obra temporária em Caruaru, correspondendo a 45% do total das contratações.

Na sequência, segundo também a projeção da Agência do Ministério do Trabalho, virão os serviços (alimentação, hotelaria e entretenimento), sendo responsável por 30% da abertura das vagas e a indústria com 25% do quantitativo de contratações. Por conta da crise e o consequente aumento do desemprego em Caruaru – somente nos últimos 12 meses foram desativados 4.600 postos de trabalho na cidade -, neste fim de ano a concorrência por uma das vagas temporárias estará mais acirrada em relação às temporadas anteriores.

Foi o que também ressaltou Francisco Reginaldo. “Sem dúvidas, o número de candidatos aos postos será maior neste ano, bem como as exigências das empresas também, haja vista que a crise vem afunilando as oportunidades do mercado de trabalho. Sendo assim, é importante que os trabalhadores temporários apresentem algumas características diferenciadas e se dediquem ao máximo ao serem inseridos novamente no mercado se quiserem ser efetivados ao término dos contratos temporários. Além de terem de demonstrar capacitação e experiência profissional, os temporários ainda precisam apresentar produtividade, assiduidade, pontualidade, interesse pelo cargo e bom relacionamento para com os seus colegas.”

O auditor do Ministério do Trabalho ainda utilizou o espaço para relembrar os direitos trabalhistas garantidos aos temporários pela Constituição. “Via de regra, esses colaboradores possuem os mesmos direitos dos efetivos, dentre eles carteira de trabalho assinada, FGTS, salários iguais aos dos efetivos desde que exerçam a mesma função nas empresas, vale-transporte, 13º salário, jornada diária de 8h e 44 semanais, dentre outros. Em contrapartida, eles não têm direito ao aviso prévio, ao seguro-desemprego e à multa dos 40% do FGTS. É importante eles ficarem atentos a todos esses aspectos.”

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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