Chacina deixa quatro mortos em Caruaru

Pedro Augusto

Como há muito tempo já não via tanto na zona urbana como na zona rural, uma chacina acabou sendo computada no início desta semana em Caruaru. De acordo com informações repassadas pela Polícia Civil, os casais Layvison Moura da Silva, de 27 anos, Aldenize Pessoa Olímpio, de 21, bem como Jefferson Daniel de Melo Silva, de 22 anos, e Juliete Pâmela Gomes, de 25, foram impiedosamente assassinados por volta das 23h da segunda-feira (10), na Rua do Contorno, no Bairro Maria Auxiliadora. Eles teriam sido perseguidos por dois criminosos que se encontravam em um automóvel e ao chegarem também em veículos na casa de uma das vítimas acabaram sendo executados com vários disparos de revólveres calibre 38.

Layvison foi atingido com dois tiros nas costas; Aldenize com três, sendo um no peito, um nas costas e outro na cabeça, e Jefferson com sete disparos sendo, quatro na cabeça, dois nas costas e um no pescoço. As três vítimas morreram no local enquanto Juliete acabou falecendo no bloco cirúrgico do Hospital Regional do Agreste, também na Capital do Agreste. Ela foi baleada com dois tiros, sendo um no ombro e outro na cabeça. Em coletiva realizada na manhã da última terça-feira (11), na sede da Delegacia Regional de Caruaru, entre os bairros Boa Vista I e II, o titular da 20ª Delegacia de Homicídios, Márcio Cruz, destrinchou como a chacina teria ocorrido.

“De acordo com o levantamento da equipe do DEA, que realizou um excelente trabalho de investigação, o casal Layvison e Aldenize chegou ao imóvel num automóvel enquanto o outro numa motocicleta. Em menos de 10 segundos, eles foram baleados por dois indivíduos que estavam num carro. Das vítimas, apenas a Juliete foi socorrida para o HRA, já que as demais já se encontravam mortas. Os crimes possuem características de execução, ou seja, descartamos logo de cara a possibilidade de latrocínio (assalto seguido de morte), até porque nenhum pertence delas foi levado”. Segundo as primeiras informações colhidas pela Polícia Militar, a chacina teria sido praticada por um ex-companheiro de Juliete, que a teria a ameaçado de morte.

Ele teria contado com o auxílio de mais um comparsa, entretanto após prestar depoimento na sede da Derepol, o suspeito acabou sendo liberado. “Porém, ainda não podemos isentar a sua participação nos crimes. Reiteramos: até o presente momento só podemos descartar a hipótese de latrocínio”, ressaltou o delegado Márcio Cruz. “Recebemos informações de populares de que este suspeito teria ameaçado a Juliete dias antes da chacina. O conduzimos para a Delegacia, onde ele prestou depoimento e foi liberado”, acrescentou o comandante do 4º BPM, tenente coronel, Roberto Galindo. A Civil não teria obtido elementos suficientes para manter o suspeito preso.

Além da possibilidade de crime passional, a polícia também não está descartando a hipótese da série de mortes ter sido cometida devido à ligação de pelo menos uma vítima com o tráfico de drogas. “Segundo informações extra-oficiais, uma delas seria usuária de drogas. Podemos adiantar que o Jefferson, a Aldenize e a Juliete não possuíam passagem pelo sistema prisional. Quanto ao Layvison, ainda estamos levantando informações haja vista que a sua documentação pessoal não é do estado de Pernambuco, mas sim de São Paulo. Estamos acessando o banco de dados nacional para chegarmos a tal objetivo”, finalizou Márcio Cruz. Denúncias sobre os responsáveis pela chacina podem ser repassadas pelo telefone: 3719-4545 (DD Agreste).

Paralisação

De acordo com o chefe do Núcleo de Homicídios de Caruaru, delegado Bruno Vital, a paralisação por 24 horas dos escrivães e agentes da Polícia Civil, esteve atrapalhando no decorrer da semana o curso das investigações. “Nós delegados demos sequência as elas, porém esta paralisação dos servidores citados acabou prejudicando o nosso trabalho”, justificou. O estado de greve foi cumprido pela categoria na última quinta-feira (13), após o Sinpol-PE (Sindicato dos Policiais Civis do Estado de Pernambuco) ter se desentendido com o Governo do Estado, quanto ao seu Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos. Uma nova assembleia e passeata da categoria estão marcadas para acontecer nesta quinta-feira (20), no Recife, quando os policiais irão decidir se vão paralisar ou não as suas atividades por tempo indeterminado.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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