ARTIGO — Um giro pelo mundo

Por Maurício Assuero

Enquanto a economia brasileira é bombardeada pela presença de um presidente fraco e de um congresso hipócrita que dá sustentação a um presidente com 3% de aprovação popular por uma mera questão de troca de favores financeiros, em última instância pagos pelo povo, em diversos países movimentos populares e separatistas estão pondo em risco algumas economias que funcionam relativamente bem. Vejamos o exemplo da Espanha.

Em meados da década passada, a Espanha atravessou uma das piores crises da sua história com taxa de desemprego superior a 20%. Esse fato afetou a economia da comunidade europeia como um todo, colocou Portugal num “fio da navalha” elevando o risco do país assustadoramente, mas não ficou somente por aí porque a Grécia e Chipre. Agora, a Catulunha resolveu declarar-se independente em relação à Espanha. Com todo respeito ao povo da Catalunha, trata-se de uma medida suicida. Primeiro porque 58% da população não compareceram as urnas, logo, a legitimidade vai pelo ralo e segundo porque a maioria desses 58% votaria contra a separação. Adicionalmente, empresas localizadas na região estão se mudando para Madri. Obviamente, os empresários enxergaram que a região não sobreviveria economicamente e suas empresas iriam à falência. Esse tipo de ação é fruto de pessoas que colocam seus interesses pessoais acima dos interesses coletivos. Quando observar alguém “lutando” pela criação de municípios, pode associar a este fato: puro interesse pessoal.

Na mesma linha de atuação a Inglaterra anunciou sua saída da União Europeia, o chamado BREXIT. Até o momento não se concretizou esta mudança e ela decorre muito mais do sentimento de soberania nacional do que de uma questão econômica. A dúvida é se o país suporta tal separação quando lá também ocorreu um plebiscito na Escócia para definir a separação do Reino Unido. Alguns escoceses famosos gravaram pedidos contra a separação alegando que a Escócia não sobreviveria isoladamente.

Esse tipo de ação requer, mais do que o envolvimento, o comprometimento de todos e não pode ser feito à luz dos interesses pessoais. Se não for bem estruturada a forma de funcionamento da economia, não há quem sobreviva e os falsos líderes dificilmente levam em conta os interesses econômicos. Eles querem projetar seus nomes na história como os responsáveis por uma liberdade questionável. Confesso que não sei até que ponto vale a pena ter soberania sem comida em casa, sem emprego e ficar totalmente dependendo do governo para manutenção da existência. O que isso significa? A exportação do exemplo do Bolsa Família?

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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