Brasil decide entrar em aliança internacional por vacina contra Covid-19

O governo brasileiro informou nesta sexta-feira (18) que decidiu fazer parte da Covax Facility, uma iniciativa global para facilitar o acesso de países a vacinas contra Covid-19.

“O governo brasileiro, após tratativas com a Aliança Gavi, confirma a intenção de aderir à Covax Facility, iniciativa inédita que tem como objetivo acelerar o desenvolvimento e proporcionar mundialmente o acesso equitativo a vacinas contra a Covid-19”, informou o Palácio do Planalto em nota que diz ainda que “a aquisição de uma vacina segura e eficaz é prioridade do governo federal”.

O prazo divulgado pela OMS (Organização Mundial de Saúde) para que países informassem se iam aderir à iniciativa terminava nesta sexta-feira (18).

A Covax é uma espécie de aliança e consórcio entre países que visa garantir investimentos para pesquisa, produção e oferta equitativa de vacinas contra a Covid-19. Atualmente, a estratégia acompanha nove estudos clínicos de possíveis imunizantes.

O compromisso prevê que, caso alguma delas tenha eficácia, haja o fornecimento de doses para pelo menos 20% da população de cada país vinculado à aliança.

A medida também tem apoio de recursos de instituições e doadores internacionais, o que visa ajudar países de menor renda, segundo a OMS.

Na quinta-feira (18), a Secom (Secretaria de Comunicação) do governo havia informado que estudava “criteriosamente” a participação do Brasil na Covax Facility e que, “assim como outros países, segue em tratativas junto à Aliança Global de Vacinação para a extensão do prazo” para a adesão.

“Tal medida se faz necessária para obter mais informações sobre as condições para a aprovação regulatória, instrumento jurídico aplicável, vacinas em desenvolvimento, suas características de armazenamento e transporte logístico”, apontava comunicado de quinta. “Essas definições são especialmente importantes em um país como o Brasil, de dimensões continentais.”

A reportagem apurou que um desses fatores seria o possível custo da adesão, pelo fato do Brasil ser um dos países mais populosos -e a iniciativa prever a oferta de vacina para até 20%.

A ideia é que os países façam investimentos iniciais até 9 de outubro. Isso ocorre porque a estratégia prevê a possibilidade de que fabricantes façam investimentos precoces na capacidade de produção, aumentando a chance de uma oferta mais rápida da vacina caso haja eficácia.

Atualmente, o Ministério da Saúde já possui um acordo que prevê a compra de 100 milhões de doses de uma vacina em desenvolvimento pela Universidade de Oxford com a AstraZeneca -uma das nove vacinas cujo estudo clínico é acompanhado pela Covax.

Ainda não está claro se a medida poderá trazer uma interferência no acordo. A avaliação inicial de membros que acompanham o processo ouvidos pela reportagem é que a adesão é complementar, já que a iniciativa da Covax envolve também outras oito opções de vacinas, mas que a medida ainda precisa ser avaliada.

Folhapress

Senadores vão propor alterações na portaria da Saúde sobre aborto

Ministro Interino da Saúde, Eduardo Pazuello, participa da 4ª Reunião do Conselho de Governo

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e os senadores concordaram em fazer alterações na Portaria Ministerial 2.282, baixada em 27 agosto e que determina novas diretrizes para o aborto legal, como a obrigatoriedade de os médicos informarem à polícia os casos de acolhimento com indício ou confirmação de estupro. O dispositivo já está tramitando no Congresso e sofreu intervenção dos deputados.

O líder do PT no Senado, Rogério Carvalho (SE), disse que o ministério encaminhará aos senadores as deliberações e entendimentos fechados com os deputados para que a Casa possa contribuir com alterações à Portaria, que encontra resistências do Legislativo. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), classificou o documento como “ilegal”, pois exporia a vítima de estupro ao obrigá-la a assinar termos de responsabilidade, sem contar que determina à equipe médica que fizer o atendimento notificar a polícia sobre a violência.

Ana Paula Braga, advogada especializada em direito da mulher, disse que a portaria do ministério configura um atentado ao direito das mulheres. “Em uma primeira leitura, a portaria pode dar a impressão de querer auxiliar na punição dos casos de violência sexual. Mas, se observarmos melhor, vemos que trata-se de medida que prejudica as mulheres que decidem interromper a gestação legalmente”, disse, salientando os artigos previstos no artigo 128 do Código Penal.

No Brasil, o aborto é legalmente permitido em três situações: se a gravidez for decorrente de estupro; se representar risco à vida da mulher; e em caso de anencefalia fetal (não formação do cérebro do feto).

Ana Paula lembrou que, antes da portaria do ministério, não era necessário que uma vítima de estupro registrasse boletim de ocorrência para realizar o aborto. “A portaria também exige que vários profissionais concordem com o procedimento e assinem um termo. Já a vítima deverá assinar um termo de que poderá ser responsabilizada por aborto criminoso e falsidade ideológica, caso não se constate a prática do estupro. Mas estupro é um dos crimes mais difíceis de se comprovar, pois raramente deixa provas e testemunhas”, explicou a advogada.

Renata Jardim, integrante do Comitê Latino-Americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos das Mulheres, explicou que o atendimento correto seria prezar pelo cuidado. “Essas vítimas já passaram por uma série de constrangimentos, de violações, e vão buscar a saúde para um atendimento que seja uma acolhida. Elas não estão buscando a polícia em um sentido de responsabilização. Elas estão procurando um espaço para serem cuidadas”, observou.

Uma das justificativas do ministério para a nova portaria é a possibilidade, com a notificação à polícia, de se ter um maior controle dos índices de estupro no país, aumentando o suporte às vítimas e, também, aprimorando as políticas públicas relacionadas ao crime. “Somente punir os agressores não tem o efeito de garantir que essas mulheres vão sair dessa situação. Na verdade, coloca as mulheres ainda em mais risco. Acabam, por medo e por não confiarem na resposta estatal, não acessando o serviço público porque não querem prosseguir o processo criminal”, afirmou.

Correio Braziliense

Remendado, líder Santa visita o Manaus em confronto inédito pela Série C

Jovialidade x Tradição Centenária. Duas palavras contemporâneas aos tempos de Manaus e Santa Cruz, que se enfrentam neste sábado (19), às 19h, na Arena da Amazônia, no Amazonas. A partida será válida pela sétima rodada da Série C, e deixará registrada na história o primeiro duelo entre as equipes, que entre as variantes dos métodos implementados por seus respectivos treinadores, terão de superar, antes de tudo, seus próprios fantasmas dentro de campo.

Na primeira vez em que tricolores e esmeraldinos se encontram nos gramados, em meio a momentos opostos na tabela, um desafio duplo aparece para ambas as equipes: para o Gavião, que tem apenas sete anos de fundação, manter a invencibilidade de 17 jogos na Arena do Amazônia – equivalente a dois anos e três meses sem perder – e, junto a isso, tentar respirar perto da zona de classificação. Para a Cobra Coral, interromper a sequência regular do adversário em casa e se manter isolado no topo da tabela.

Para tanto, o Santa deve explorar ainda mais as jogadas de bola parada, artifício que vem agindo a seu favor na competição e que ao mesmo tempo tem aparecido como a grande dor de cabeça do Esmeraldinho. Foram quatro gols anotados pelos corais nesse modelo num retrospecto de oito redes balançadas pelo time ao todo (contra Treze/PB, Botafogo/PB, Imperatriz/MA e Remo/PR). Coincidentemente, mesmo número de tentos sofridos pelo Manaus com a pelota parada em seis jogos na Terceirona.

“A gente precisa atingir, pelo menos pela referência que eu tenho do jogo do Remo, um nível de atuação mais alto. Ainda precisamos nos firmar melhor, ter uma condição principalmente de buscar os resultados. Esse jogo fora de casa contra o Manaus é um jogo difícil, que vai mais uma vez nos exigir bastante. A gente pretende o quanto antes chegar nesse nível de buscar uma regularidade, mas, por enquanto, ainda pensamos em crescimento”, disse o treinador coral.

A tarefa, no entanto, não será fácil. Esfacelado com o número de desfalques, ao todo seis – Pipico, Célio Santos, Júnior, Paulinho e William Alves (lesionados) e Bileu (suspenso) – o comandante não terá muitas opções. A lateral esquerda, além disso, segue contando com um jogador improvisado, visto que Perí não treinou com o restante do plantel e ainda aguarda ser regularizado.

Fatores que, para o técnico, não se apresentam necessariamente como um problema. “A ausência de uns, é a oportunidade de outros. Eu costumo analisar o futebol dessa maneira. Não costumo me preocupar muito com os jogadores que estão ausentes, confio muito no nosso Departamento Médico. Lógico que o ideal para todo mundo era que a gente contasse com todos os jogadores, mas espero uma resposta muito positiva dos jogadores que estão entrando. É uma oportunidade de afirmação e crescimento do nosso grupo de maneira coletiva”, ressalta em tom de otimismo.

É na sombra da expectativa de Martelotte que o Santa deve manter o sistema defensivo que entrou no último jogo, com Danny Morais e Elivelton formando a dupla no miolo de zaga, e possivelmente Denílson novamente na lateral esquerda. Nesse caso, a exceção fica por conta de Toty, que deve reassumir o posto na lateral direita após se recuperar de lesão. A configuração do meio junto ao ataque deve seguir inalterada, com André, Tinga e Chiquinho; Didira, Jáderson e Victor Rangel.

Manaus

Vindo de dois empates consecutivos, sendo o último fruto de um jogo vexaminoso ante o Treze/PB, o Gavião do Norte é o sétimo colocado do Grupo A, com sete pontos. Para o duelo contra os pernambucanos, o técnico Luizinho poderá contar com o retorno do zagueiro Luiz Fernando, que cumpriu suspensão no jogo passado.

Ficha técnica

Manaus

Jonathan; Edvan, Thiago Spice, Luiz Fernando e Rennan; Derlan, Gabriel e Janeudo (Hamilton); Rodrigo Fumaça, Janderson (Matheuzinho) e Paulinho. Técnico: Luizinho Lopes.

Santa Cruz

Maycon Cleiton; Toty, Danny Morais, Elivelton e Denílson; André, Tinga e Chiquinho; Didira, Jáderson e Victor Rangel. Técnico: Marcelo Martelotte

Estádio: Arena da Amazônia (Manaus/AM)

Horário: 19h

Arbitragem: Paulo Henrique Schleich Vollkopf. Assistentes: Ruy Cesar Lavarda Ferreira e Marcos dos Santos Brito (trio do MS)

Transmissão: DAZN.

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Folhape

Prefeitura do Rio anuncia futebol com torcida a partir de 4 de outubro

A Prefeitura do Rio de Janeiro anunciou, nesta sexta (18), que os estádios de futebol da cidade poderão voltar a receber torcedores em jogos a partir do dia 4 de outubro.

Em nota, a autoridade municipal informou que “a primeira partida com público será no estádio do Maracanã”. Há um jogo programado para o dia 4 de outubro nesta instalação esportiva, Flamengo e Athletico-PR, válido pela 13ª rodada do Campeonato Brasileiro.

Além disso, a Prefeitura do Rio informou que, como forma de evitar a transmissão do novo coronavírus (covid-19), serão adotadas algumas medidas. A primeira é que este primeiro jogo será com o estádio tendo a capacidade limitada a um terço de seu total. Também “será obrigatório o uso da máscara de proteção e aferição de temperatura na entrada”. Por fim, “para evitar aglomerações, a venda dos ingressos será pela internet”.

Agência Brasil

Magazine Luiza abre programa de trainee exclusivo para pessoas negras

O Magazine Luiza anunciou nesta sexta-feira (18) a abertura de inscrições para seu programa de trainee 2021, que aceitará apenas candidatos negros. “O objetivo do Magalu com o programa é trazer mais diversidade racial para os cargos de liderança da companhia, recrutando universitários e recém-formados de todo Brasil, no início da vida profissional”, informou a empresa, em comunicado.

Conforme a companhia, serão aceitos candidatos formados de dezembro de 2017 a dezembro de 2020, em qualquer curso superior. Conhecimento de inglês e experiência profissional anterior não são pré-requisitos para a seleção. O salário é de R$ 6,6 mil, com benefícios e bônus de contratação de um salário.

Candidatos de todo o país podem participar, desde que tenham disponibilidade para se mudar para São Paulo. Caso o selecionado seja de fora da cidade, receberá um auxílio-mudança. “O Magazine Luiza acredita que uma empresa diversa é uma empresa melhor e mais competitiva”, diz Patrícia Pugas, diretora executiva de gestão de pessoas, em comunicado. “Queremos desenvolver talentos negros, atuar contra o racismo estrutural e ajudar a combater desigualdade brasileira.”

Atualmente, o Magazine Luiza tem em seu quadro de funcionários 53% de pretos e pardos. Mas apenas 16% deles ocupam cargos de liderança. Segundo a empresa, o programa de trainees lançado nesta sexta-feira é o primeiro exclusivo para negros do Brasil. Ele foi desenvolvido em parceria com as consultorias Indique Uma Preta e Goldenberg, Instituto Identidades do Brasil, Faculdade Zumbi dos Palmares e Comitê de Igualdade Racial do Mulheres do Brasil.

Conforme reportagem publicada pelo jornal Folha de S.Paulo nesta semana, um homem branco chega a ganhar em média quase 160% a mais do que uma mulher negra, mesmo quando ambos são formados em universidades públicas ou dentro de uma mesma profissão. Conforme pesquisadores do Insper, isso revela a discriminação contra negros e mulheres no acesso a empregos bem remunerados ou a posições de destaque dentro das empresas.

Folhapress

Passeio gratuito pela Arena de Pernambuco neste fim de semana

O Governo do Estado preparou um retorno bem especial para o Tour na Arena. Suspenso desde março em virtude do isolamento social, causado pela pandemia da Covid-19, o atrativo volta neste fim de semana em dose dupla, com visitações no sábado e domingo, das 9h às 16h. Nesta edição especial de retorno, o Tour será gratuito mediante agendamento prévio. Para reservar a vaga, o visitante deve telefonar para o (81) 3319-7900 até as 16h da sexta-feira.

Como medida de proteção contra o novo Coronavírus, a Arena de Pernambuco montou um protocolo específico para o Tour, elaborado com base nas recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS), Ministério da Saúde e Secretaria Estadual de Saúde, Protocolo Setorial do Governo do Estado de Pernambuco para visitações guiadas e ainda os protocolos recomendados pelo Conselho Internacional de Museus – a visita inclui parada na ExpoArena, a exposição do complexo.

Entre as medidas a serem tomadas estão: restrição de 12 pessoas por turma, distanciamento de 1,5 metro entre os visitantes e horários dedicados a grupos especiais (como idosos). Também será obrigatório o uso de máscara e, na chegada dos visitantes, será aferida a temperatura. Para desinfecção das mãos, dispensers com álcool em gel estarão distribuídos pelo equipamento.

Durante os 40 minutos do passeio, o público terá acesso à exposição Pernambuco Imortal, espaço dedicado aos atletas de destaque do esporte no Estado, ExpoArena, Foyer, vestiários, Zona Mista, gramado e banco de reservas.

“O projeto, já consolidado entre o público local, volta a operar neste fim de semana, dando oportunidade para os visitantes conferirem de perto a história do nosso equipamento turístico. É uma bela oportunidade de lazer para a família pernambucana”, pontua o secretário de Turismo e Lazer de Pernambuco, Rodrigo Novaes.

Para esquentar o público para a volta, os artigos que compõem a exposição da Arena de Pernambuco vêm sendo publicados nas redes sociais através da hashtag #AcervoArena. Nas páginas do Facebook e Instagram do complexo multiuso, os seguidores conferem itens de coleção, como a camisa usada pelo Barcelona Legends, em jogo realizado na Arena em 2018, a bola da Copa das Confederações 2013 e a da Copa do Mundo 2014, e muito mais. Sucesso nos últimos anos, o Tour na Arena registrou visitação recorde em 2019, tendo recebido quase 11 mil pessoas.

SERVIÇO:

Local: Arena de Pernambuco

Ingresso: especialmente nos dias 19 e 20 de setembro, o Tour na Arena será gratuito, das 9h às 16h, mediante agendamento

Agendamento: deverá ser feito até sexta-feira, dia 18/09, às 16h

Contato: (81) 3319-7900 / atendimento@arena.pe.gov.br

Acesso: portão L

Estacionamento: Amarelo

Com atraso, MEC separa R$ 525 milhões para escolas prepararem retorno das aulas presenciais

Prédio do Ministério da Educação

Depois de meses de discussão sobre como se dará a volta às aulas presenciais, sem que se tenha ainda chegado a uma conclusão sobre a melhor maneira, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, anunciou que o Ministério da Educação (MEC) transferirá R$ 525 milhões para as escolas, a fim de preparar o retorno. E só. Não apresentou planos ou cronograma para as aulas presenciais, que continuam inéditos, na audiência na comissão mista do Congresso para medidas relacionadas ao coronavírus. Apesar de não detalhar a estratégia para uma retomada segura, afirmou que “se dependesse de mim, retornava (às aulas presenciais) amanhã”.

A ideia é que os recursos anunciados por Ribeiro sejam empregados na preparação de 117.757 unidades de ensino públicas, que atingiriam 36.858 alunos. O ministro, porém, não esmiuçou a melhor forma de gastar essa verba –– se com equipamentos de segurança, ampliação de espaços para a convivência em aula, exames ou outro recurso. “Considerando a questão de segurança, não podemos colocar em risco as crianças e os adolescentes, e os jovens da universidade”, salientou, sem apresentar um plano.

O ministro insistiu que o cronograma de retorno às aulas deverá ser elaborado com equilíbrio, “ouvindo os especialistas sanitários e observando as especificidades de cada região”. De acordo com monitoramento do Conselho Nacional dos Profissionais de Educação (Consed), atualizado no último dia 10 deste mês, 17 dos 26 estados e o Distrito Federal seguem sem data fechada para retorno ao ensino presencial. O Rio Grande do Norte foi o único a anunciar que o retorno será apenas em 2021.

Debate interditado
Para o secretário de Educação da Paraíba e Coordenador da Frente de Protocolo de Retomada das Aulas no Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), Cláudio Furtado, o MEC em nenhum momento, desde o início da pandemia, discutiu as condições de cada rede de ensino. E estranhou o posicionamento do ministro, “como se a volta às aulas pudesse acontecer de uma hora para outra”. Ele confirmou que, logo depois da suspensão do ensino presencial, iniciou-se o planejamento de volta às aulas e que sempre houve o diálogo entre as secretarias para trocar experiências e métodos eficazes de retomar o ensino presencial.

Mas, para o médico infectologista Cláudio Maierovitch, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), é preciso pensar em medidas de combate à pandemia antes de pensar em modelos de retorno às aulas. “Tem que voltar, mas quais as condições têm sido criadas para que isso seja feito de forma segura? É preciso pensar em conjunto com a população, alunos, pais, escolas e todas as comunidades envolvidas nesse retorno”, alertou.

Maierovitch ainda lembrou que as condições de cada estabelecimento são diferentes. “Escolas particulares têm uma condição melhor para enfrentar esse retorno. É preciso analisar as públicas. Os banheiros estão funcionando? Têm uma ventilação adequada? As turmas estão superlotadas? E é preciso analisar a condição de trabalho dos funcionários destes espaços e dos professores”, argumentou.

Segurança do Enem
Segundo Ribeiro, também haverá mais investimentos para que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ocorra de maneira a preservar os participantes. Ele admitiu, porém, que muitos estudantes farão a prova em desvantagem, por conta do isolamento social e pela dificuldade de acesso remoto para assistir às aulas. “Para atender às normas de biossegurança que a situação exige, teremos de alugar mais salas de aula, contratar mais pessoas para fiscalizar, pois as classes terão menos alunos. Estamos cuidando dessa questão para o Enem continuar sendo um sucesso de avaliação”, anunciou, acrescentando que a próxima edição do exame custará “alguns milhões” a mais.

Ribeiro também assegurou que foram aplicados mais de R$ 325 milhões em hospitais-escola das universidades federais –– entre eles o Hospital das Clínicas de Porto Alegre, filiado à Universidade Federal do Rio Grande Sul (UFRGS); o Hospital Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); e o da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Em live, Bolsonaro diz que não vai privatizar Banco do Brasil

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (17/9) que não cogita privatizar o Banco do Brasil. Durante transmissão ao vivo nas redes sociais, o chefe do Executivo comentou que o BB integra, junto com a Caixa Econômica Federal e a Casa da Moeda, as instituições geridas pelo governo que não serão repassadas à iniciativa privada.

Apesar de não ser 100% público — é constituído na forma de sociedade de economia mista —, o Banco do Brasil tem como sócio majoritário o governo federal, responsável por 50% das ações da instituição. Bolsonaro comentou sobre o Banco do Brasil após o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, que também participou da live, ter sido questionado se havia a necessidade de o Estado gerir três grandes bancos — além da Caixa e do Banco do Brasil, também faz parte do governo o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

“Banco do Brasil e Caixa, no meu governo, não se cogita sua privatização. Assim como queriam privatizar a Casa da Moeda. No meu governo, só esses três (não serão privatizados)”, afirmou Bolsonaro.

Sobre a Casa da Moeda, o chefe do Palácio do Planalto explicou que a instituição não deveria ser repassada à iniciativa privada devido ao tipo de documentos que produz. “Eu achei que não era o caso (privatizar), tendo em vista informações que tive de outros países que fizeram e, depois, voltaram atrás. Acho que o que a Casa da Moeda faz tem que ser tratado como questão de segurança nacional. Passaportes, emissão de dinheiro, moedas”, observou.

Na sequência, Bolsonaro disse que concluir uma privatização não é fácil e reclamou que a imprensa tem criticado o governo injustamente pela demora na finalização de alguns processos.

“Qualquer privatização é demorada. Não justifica a grande mídia falar que eu estou segurando, que o governo está segurando as privatizações. Tem coisa que dá prejuízo e você tem que privatizar. Você até entregar de graça para alguém é vantajoso, afinal, tá dando prejuízo. Mas entendemos que tudo o que a iniciativa privada pode fazer, a gente vai abrir mão disso aí. Esse é o nosso pensamento”, argumentou.

Guedes já cobrou privatização do BB Apesar da declaração de Bolsonaro nesta quinta, a privatização do Banco do Brasil já foi algo bastante falado no Ministério da Economia. Paulo Guedes defendeu a entrega do banco ao setor privado na reunião ministerial de 22 de abril, cuja gravação virou alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por conta de uma suposta interferência de Bolsonaro na Polícia Federal.

Naquele encontro, Guedes até usou um palavrão para se referir à instituição financeira, dizendo que “tem que vender essa porra logo”. “O Banco do Brasil não é tatu nem cobra.

O Banco do Brasil não é tatu nem cobra. Porque ele não é privado, nem público. Então se for apertar o Rubem (Novaes, então presidente do BB), coitado. Ele é superliberal, mas se apertar ele e falar ‘bota o juro baixo’, ele: ‘Não posso, senão a turma, os privados, meus minoritários, me apertam.’ Aí, se falar assim ‘bota o juro alto’, ele: ‘Não posso, porque senão o governo me aperta’. O Banco do Brasil é um caso pronto de privatização”, disse o ministro da Economia.

“O senhor já notou que o BNDES e a Caixa, que são nossos, públicos, a gente faz o que a gente quer. Banco do Brasil, a gente não consegue fazer nada e tem um liberal lá. Então, tem que vender essa porra logo”, completou Guedes.

Na reunião ministerial, o ex-presidente do Banco do Brasil confessou a Bolsonaro que o seu sonho era a privatização do banco, e o chefe do Executivo respondeu que ele só deveria pensar nisso daqui a três anos. “Faz assim, só em 23 você confessa, agora não. Isso aí, isso aí só se discute, só se fala isso em 23, tá?”, disse Bolsonaro a Novaes.

Correio Braziliense

‘A volta às aulas tem sido o maior desafio do Plano de Convivência’, diz André Longo

Visando aumentar a segurança de atendimento para crianças, por conta da necessidade de retorno das aulas presenciais, Pernambuco ampliou leitos pediátricos nesta quinta-feira (17). Dez vagas de Terapia Intensiva (UTI) exclusivas para tratamento de casos do novo coronavírus já estão disponíveis no Hospital de Referência Covid-19 (maternidade Brites de Albuquerque), em Olinda. Os leitos, antes voltados para adultos, foram readequados para atendimento de crianças. De acordo com o secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, o Governo de Pernambuco está sendo cauteloso sobre a retomada de aulas presenciais, que tem sido o maior desafio do Plano de Convivência com a Covid-19 no Estado.

Nesta sexta-feira (18), outros dez leitos de enfermaria que atendiam o público adulto também mudarão de perfil para atendimento pediátrico. Até o final de setembro, mais 20 leitos (sendo dez de enfermaria e dez de UTI) também estarão habilitados para crianças com sintomas gripais, totalizando 40 leitos. “Diante da necessidade de reforçar a assistência ao público pediátrico, os leitos, antes voltados para adultos, estão sendo readequados e convertidos, dentro do nosso planejamento, o que vai nos dar ainda mais segurança no plano de convivência”, destacou o secretário estadual de Saúde.

De acordo com o secretário, o Gabinete de Enfrentamento ao Coronavírus tem buscado orientação, inclusive de profissionais e epidemiologistas que estão dando consultoria a outros estados, no sentido de encontrar o melhor caminho para o retorno das aulas presenciais. “Há um compromisso muito forte do Governo do Estado com a educação, e nós da saúde estamos procurando dar a segurança necessária para esse retorno. Estamos imbuídos de construir o melhor protocolo, de trabalhar com os melhores indicadores, para que a gente possa passar segurança para pais,os responsaveis e para as nossas crianças”, salientou Longo.

Para a volta das aulas presenciais, a Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES-PE) observa todo o cenário de enfermidades que podem atingir crianças e adolescentes. André Longo informou, na coletiva, que a criação de leitos pediátricos leva em consideração casos da Covid-19, casos da Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica e casos de diversas outras doenças que colocam em risco crianças e adolescentes no Estado. Ao todo, a secretaria possui mais de 100 leitos pediátricos e neonatais, sendo mais de 40 de terapia intensiva (UTI), para prestar assistência a esse público. Atualmente, a ocupação média dessas vagas está em 62%.

O secretário salientou que as crianças apresentam um menor risco de desenvolver casos graves da Covid-19, mas que doenças que atingem crianças de uma forma mais voraz, e que já tem vacina, são um risco. “As crianças, apesar de também propensas a se infectarem pela Covid-19, apresentam menor risco de desenvolver as formas graves da doença. Para além do novo coronavírus, há uma série de outras doenças – até mais graves para o público infantil – com as quais já convivemos e que, para muitas delas, já temos vacinas disponibilizadas na rotina dos postos de saúde. Por isso, reforço a importância de pais e responsáveis levarem as crianças aos postos de vacinação para atualizar o esquema vacinal”, alertou.

Atendimento

Atualmente, os serviços de referência em pediatra para Covid-19 no Estado são: Hospital de Referência Covid-19 (maternidade Brites de Albuquerque); Hospital Correia Picanço; Hospital Barão de Lucena (HBL); Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC), no Recife; Hospital Mestre Vitalino, em Caruaru; Hospital Dom Malan, em Petrolina; Hospital Dom Moura, em Garanhuns; Hospital Fernando Bezerra, em Ouricuri; Hospital Inácio de Sá, em Salgueiro; Hospital Professor Agamenon Magalhães (Hospam), em Serra Talhada; e Hospital Ruy de Barros Correia, em Arcoverde. Essas unidades atuam, constantemente, para dar celeridade ao processo de avaliação de cada quadro clínico, realizando exames e procedimentos, e, quando indicado, encaminhando pacientes para outras unidades de saúde ou direcionando para outros setores da própria unidade.

A SES-PE também mantém, permanentemente, a busca ativa de leitos em toda a rede e em unidades conveniadas para encaminhamentos de seus pacientes, atendendo às especificidades de quadro clínico. Antes das vagas no Hospital de Referência, em Olinda, já haviam sido abertos 10 leitos de UTI neonatal no Imip e mais 10 leitos de UTI pediátrica e 17 de enfermaria para crianças no Hospital Barão de Lucena.

Folhape

Governo já desembolsou R$ 197 bilhões em auxílio emergencial

O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, disse nesta quinta-feira (17) que já foram transferidos R$ 197 bilhões em auxílio emergencial para 67,2 milhões de beneficiários do programa em todo o Brasil. Segundo ele, cerca de 45% dessas pessoas vivem nas regiões Norte e Nordeste do país. 

“Desses R$ 197 bilhões, R$ 68 bilhões foram para o Nordeste e R$ 21 bilhões para a Região Norte”, destacou, durante live semanal do presidente Jair Bolsonaro transmitida pelas redes sociais. Guimarães também lembrou que as primeiras cinco parcelas do auxílio emergencial, no valor de R$ 600, foram pagas a 45 milhões de pessoas e que integrantes do Bolsa Família já começaram a receber a sexta parcela, num valor menor, de R$ 300, que corresponde ao auxílio residual. 

Decreto do presidente publicado esta semana no Diário Oficial da União detalha as regras para a concessão do auxílio residual. As parcelas serão pagas apenas a quem já têm o auxílio emergencial, ou seja, trabalhadores que não são beneficiários do programa não poderão solicitar o auxílio residual.  

Instituído em abril para conter os efeitos da pandemia sobre a população mais pobre e os trabalhadores informais, o auxílio emergencial começou a ser pago com parcelas mensais de R$ 600 a R$ 1.200 (no caso das mães chefes de família) a cada beneficiário. Inicialmente projetado para durar três meses, o benefício foi estendido para um total de cinco parcelas. A partir de hoje, o auxílio residual passa a ser pago em até quatro parcelas mensais. 

Volta às aulas

Ainda durante a live, Bolsonaro voltou a defender o retorno das aulas presenciais no país e disse que já acionou o ministro da Educação para tratar do assunto. “Hoje, até mandei mensagem para o ministro Milton [Ribeiro], da Educação, para que se volte as aulas no Brasil”, afirmou.

Hoje durante audiência pública com deputados e senadores, Milton Ribeiro disse que, se dependesse dele, as aulas presenciais nas escolas de todo o país “voltariam amanhã”, mas que ainda há riscos sanitários. O ministro informou também que a pasta está elaborando um protocolo de biossegurança para a retomada do funcionamento das escolas, com foco na educação básica. 

Agência Brasil