Especialistas em economia falam sobre coronavírus, dólar e crise internacional

O cenário na economia mundial hoje é bem diferente do otimismo que tomou o mercado no final de 2019, que acreditava que haveria crescimento positivo nas principais economias, inclusive China, União Europeia, EUA e Brasil, que já tiveram de rever suas projeções de crescimento para baixo, chegando a anunciar previsão de crescimento mais próxima de zero em alguns casos. Toda essa reviravolta tem um nome: Coronavírus.

Hoje com o dólar nas alturas, chegando perto dos 5 reais na cotação oficial somada a crise internacional e a recessão que está a caminho por causa da paralisação dos meios de produção em todo o mundo, muitas incertezas pairam sobre os investidores, acionistas e também sobre não investidores. Afinal, como deve ficar a economia brasileira e mundial após o surto de coronavírus?

O que dizem os especialistas sobre o futuro da economia e o coronavírus?

O advogado tributarista e especialista no mercado financeiro, Eliézer Marins, acredita que é preciso se adequar e buscar meios de seguir em frente: “O desconhecido e o medo de suas consequências caiu cedo demais sobre a economia global e por causa deste inesperado fato o mundo está sem chão, sem um ponto de referência. O coronavírus se tornou muito pior para a economia mundial do que guerra comercial entre Estados Unidos e China e pode nos arrastar a um Crash igual ou até mesmo de maiores proporções que o da grande depressão de 1929 da Bolsa de Nova York. O impacto é sequencial como se fosse um dominó, da China ao Irã e à Coreia do Sul e agora toda a Europa ocidental, que virou o epicentro da epidemia e está paralisada frente ao desconhecido, e tudo isto é algo nunca vi, nem a maioria de nós”.

A especialista em crédito e consultora Yasmin Melo, criadora do projeto Gigantes do Consignado, acredita que este é o momento em que os governos vão precisar intervir e os bancos terão de fomentar o crédito ao empreendedor para amenizar os efeitos pós crise: “aqui no Brasil, em São Paulo, o governador João Doria anunciou a liberação de R$ 225 milhões para crédito subsidiado a empresas do estado para o aquecimento da economia paulista, como reação ao impacto do coronavírus. Isto será necessário, em um momento em que a maioria dos países desenvolvidos tiveram de parar os meios de produção. Será necessário tomar medidas como diminuir as taxas da linha de capital de giro e aumentar os prazos de carência, para que o empreendedor possa se recuperar. Isto é uma tendência a ser seguida não apenas por governos, mas por grandes instituições financeiras em todo o mundo, que mais do que nunca precisarão aumentar a oferta de crédito e acreditar no empreendedor”.

Quem vai pagar a conta?

Muitos governos tomaram medidas para impactar positivamente nas economias. No entanto Eliézer Marins questiona quem pagará a conta por estes incentivos: “algo que já é perceptível é que as pessoas já não estão mais consumindo ou saindo como antigamente. Já tínhamos no Brasil um cenário de recuperação lenta de uma recessão econômica, ainda mais agora com o coronavírus, que obrigará muitos destes estabelecimentos comerciais a estarem fechados, acumulando prejuízos. Então mediante a essa retração do consumo, que reflete diretamente no lucro dos empresários, eu pergunto quem vai pagar essa conta. Será que os governos irão aliviar a carga tributária ou adiar o recolhimento dos impostos de empresários que foram afetados por essa paralisação causada pelo vírus até que a situação se realize? Os impostos sobre os salários vão ser pagos? É importante que nós façamos esta pergunta, que nos questionemos sobre isto.”, aponta.

E o dólar, como que fica?

Quanto ao valor do dólar, os motivos pelos quais a cotação oficial tem estado em valores cada vez mais altos tem a ver com diversos outros fatores além da pandemia: “o dólar está alto não apenas por causa da derrubada das bolsas, que influencia sim na cotação, mas por uma conjuntura de fatores. Com a Selic historicamente baixa em 4,25%, que é irreal frente ao cenário de pânico global, tem havido enorme fuga de capital do Brasil, em busca de investimentos mais rentáveis, e como consequência temos a alta do dólar. A política econômica atual é a maior responsável pelo dólar disparar, mais do que a baixa do barril de petróleo e até mais que o coronavírus e os índices das bolsas despencando no Brasil e no mundo”, acrescentou Yasmin Melo.

Mosquitos ‘do bem’ e peixes combatem a dengue no Brasil

Um projeto de pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) conseguiu diminuir em 86% a quantidade de mosquitos Aedes aegytpi nos locais onde foi aplicado, usando um aliado improvável: o próprio mosquito. Os pesquisadores definiram uma área de 1,5 mil casas e colocaram armadilhas com água parada em 10% delas. Mas os potinhos com água, que para o mosquito podem parecer um ótimo criadouro, na verdade, escondiam larvicida na borda. O professor da UnB, Rodrigo Gonçalves, que chefiou a pesquisa no DF, explica que o veneno não mata os insetos adultos, mas basta que uma pequena quantidade caia na água para que larvas não se desenvolvam.

“O mosquito vem para um pote com água que tem um pano preto contendo o pó, que é o PPF [larvicida] e ele se contamina depois voa para outros criadores e deposita a substância nesses outros criadouros inibindo o desenvolvimento das larvas.”

Essa não é a única estratégia criativa usada no combate ao mosquito. Nas cidades de Surubim e Taquaritinga, em Pernambuco, por conta da escassez de água, os moradores precisam armazenar o recurso em cisternas – locais perfeitos para a reprodução do Aedes aegypti. A solução encontrada pelas prefeituras e moradores foi colocar filhotes de peixe nos reservatórios. Os alevinos são entregues pelos agentes de endemias e se alimentam das larvas do mosquito. A enfermeira sanitarista da Vigilância Epidemiológica de Surubim, Marília Gino conta que o método obteve sucesso.

“Vimos que diminuiu o Índice de Infestação Predial. E os casos de novembro, dezembro e janeiro para cá têm diminuído. 80% dos bairros reduziram o Índice de Infestação Predial das residências.”

Mesmo com a ajuda das armadilhas impregnadas com larvicidas, a população continua sendo a protagonista no combate aos criadouros do Aedes aegypti. De acordo com as autoridades de saúde, cada um pode ajudar no combate a dengue. Para evitar que a época de chuvas dê lugar para um surto de dengue, os especialistas em saúde recomendam que o cuidado com os focos do mosquito seja redobrado e que os focos.

E você? Já combateu o mosquito hoje? A mudança começa dentro de casa. Proteja a sua família. Para mais informações, acesse saude.gov.br/combateaedes.

Comitê elabora medidas de prevenção ao coronavírus nos tribunais

Para acompanhar as medidas de prevenção tomadas pelos tribunais brasileiros para evitar o contágio pelo novo coronavírus, o Comitê formado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) criou quatro grupos temáticos. A decisão foi tomada na terça-feira (17/3), em reunião realizada em Brasília.

As propostas que vão disciplinar as diretrizes para o Judiciário serão apresentadas para o Comitê na quarta-feira (18/3), às 15h. As definições para teletrabalho, teleatendimento, relação com colaboradores terceirizados e grupos de risco são elaboradas pelo conselheiro Luiz Fernando Keppen e pelo secretário especial de Programas, Pesquisa e Gestão Estratégica do CNJ, Richard Pae Kim. Os conselheiros Rubens Canuto e Henrique Ávila cuidam das relativas à suspensão de prazos de audiências, sessões de julgamentos, audiências de conciliação e perícias médicas.

As normas para utilização dos canais virtuais do Judiciário e videoconferências são elaboradas pelas conselheiras Ivana Farina e Tânia Reckziegel. Já as diretrizes sobre suspensão de concursos cabem ao conselheiro André Godinho. Também ficou definido que, após aplicadas, as propostas passarão por avaliações periódicas.

Segundo o corregedor nacional de Justiça, ministro Humberto Martins, presidente do Comitê, a reunião tem como objetivo avaliar as medidas tomadas pelos tribunais brasileiros, para que assim o CNJ adote providências para o enfrentamento da emergência de saúde pública no âmbito do Poder Judiciário. O encontro se deu em cumprimento à Portaria 53/2020 do CNJ.

Além do presidente do CNJ, ministro Dias Toffoli, e do corregedor nacional de Justiça, ministro Humberto Martins, e conselheiros do CNJ, ainda participaram o secretário-geral do CNJ, Carlos Von Adamek, o juiz auxiliar da Corregedoria Nacional, Miguel Ângelo Lopes, o conselheiro federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Francisco Queiroz Caputo Neto, a presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Renata Gil Alcântara Videira, o presidente da Associação de Juízes Federais (Ajufe), Fernando Marcelo Mendes, e a presidente Associação Nacional do Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), Noemia Garcia Porto.

Órgãos de Justiça

O ministro Dias Toffoli também se reuniu nesta terça-feira (17/3) com representantes dos órgãos de Justiça para traçar um plano estratégico que minimize os impactos da crise provocada pela epidemia do novo coronavirus. Ele citou a importância dos órgãos de controle estarem integrados para evitar decisões que dificultem uma aquisição de medicamento ou equipamentos de saúde, por exemplo.

Entre as autoridades presentes estavam o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), José Múcio Monteiro, o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner de Campos Rosário, o advogado-geral da União, André Mendonça, o procurador-geral da República, Augusto Aras, o vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques, o defensor público-geral federal, Gabriel Faria Oliveira, a secretária-geral do Supremo Tribunal Federal (STF), Daiane Lira, e o consultor jurídico da União, Arthur Cerqueira Valério, além das conselheiras do CNJ, Maria Tereza Uille e Ivana Farina, e juízes auxiliares do Conselho.

Rua Barão será interditada para serviço de manutenção

A Prefeitura de Caruaru, por meio da Autarquia Municipal de Defesa Social, Trânsito e Transportes (DESTRA) informa que, nesta quarta-feira (18), a rua Barão, no bairro do Salgado, será interditada para serviços de manutenção na rede de esgoto.

A interdição será a partir das 7h, com previsão de finalização no fim da tarde da próxima sexta-feira (20), os veículos deverão seguir temporariamente a rota alternativa do mapa anexo.

Inscrições para médicos atuarem contra coronavírus vão até 22

O Ministério da Saúde prorrogou o prazo de inscrições para médicos de todo país atuarem nos postos de saúde, reforçando o atendimento à população frente a pandemia do coronavírus. O prazo, que acabava na terça-feira (17), foi prorrogado até às 18h deste domingo (22/03). E os municípios que quiserem renovar a adesão ao programa podem se inscrever até a nova data também. Até o momento, 5.226 médicos tiveram as inscrições validadas do total de 5.811 vagas ofertadas, além disso, 98% dos municípios já confirmação a adesão.

“Neste período de 48h tivemos uma procura bem grande dos médicos CRM Brasil para atuarem no enfrentamento ao coronavírus no país”, informou a secretária substituta de Atenção Primária à Saúde, Caroline Martins. Ela explicou também que, apesar de alguns problemas operacionais nos sistemas, a procura foi alta e, por isso, a prorrogação do prazo.

Ainda faltam 262 municípios manifestarem a intenção de renovar as vagas para os novos profissionais. Os profissionais contratados serão distribuídos em 1.864 municípios de todo o país, além de 19 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI). Capitais e grandes centros urbanos voltam a fazer parte do programa, que vinha priorizando municípios mais carentes. A mudança ocorre porque grandes cidades, com maior concentração de pessoas, são locais mais propensos à circulação do coronavírus.

Das 5.811 vagas disponibilizadas, 44,5% (2.588) são para as capitais (perfil 3). Outras 688 (11,84%) estão nos municípios de perfil 1; 649 vagas (11,17%) se encontram no perfil 2; 356 (6,13%) estão em municípios de perfil 4; 352 (6,06%) fazem parte do perfil 5; 271 (4,66%) estão no perfil 6; 870 (14,97%) no perfil 7, classificadas como regiões de extrema pobreza; e 37 (0,64%) vagas são para o perfil 8 (DSEI).

A numeração dos perfis indica a ordem decrescente de vulnerabilidade dos municípios, sendo o perfil 8 de maior vulnerabilidade e o perfil 1 de menor vulnerabilidade. A expectativa é que os médicos já comecem a atuar nos municípios no início de abril. Para garantir a contratação de todos os médicos, o Ministério da Saúde vai investir R$ 1,2 bilhão.

Para dar mais agilidade ao processo, neste momento a contratação emergencial de médicos vale apenas para profissionais com CRM Brasil. Como os médicos já estão habilitados para exercer a medicina no país, poderão se deslocar diretamente para atuação nos municípios. A bolsa-auxílio será no mesmo valor dos editais anteriores, de R$ 12,38 mil.

SAÚDE NA HORA

Também já foi publicada a portaria para os municípios que desejarem participar da nova modalidade do programa Saúde na Hora, que estende o horário de atendimento à população nos postos de saúde. A pasta alterou alguns critérios para facilitar a adesão dos municípios ao programa. O Governo Federal dará prioridade à municípios que já possuem casos confirmados de coronavírus.

Agora, as unidades que contam com uma ou duas equipes de Saúde da Família (eSF) também poderão aderir ao programa. Antes, as unidades precisavam ter, no mínimo, três equipes para participar e receber mais recursos federais. Também não será mais necessária a presença do gerente de atendimento nessas unidades. A escolha ficará por conta do gestor de saúde local. Nessa modalidade, os municípios receberão do Governo Federal R$ 15 mil/mês adicionais por posto de saúde.

Assim, a pasta pretende ampliar o horário de funcionamento em mais de 6,7 mil unidades localizadas em mais de 1.500 municípios, ampliando a cobertura de atendimento para mais de 40 milhões de pessoas. Para financiar a iniciativa, a pasta disponibilizou cerca de R$ 900 milhões.

Estudos indicam que a maioria dos casos de coronavírus são leves e podem ser atendidos nos serviços da Atenção Primária. Mais de 42 mil postos de saúde distribuídos pelo país são capazes de atender 90% dos casos de coronavírus. A população deve buscar os serviços quando apresentar os sintomas iniciais do vírus, como febre, tosse, dor de garganta ou dificuldade respiratória.

Porto Digital e MPPE lançam ciclo de inovação aberta para enfrentar o COVID-19

O Porto Digital e Ministério Público de Pernambuco (MPPE) lançam, nesta terça-feira (17), uma iniciativa de inovação aberta para criar soluções para o enfrentamento à pandemia do novo coronavírus (COVID-19) no Brasil e que sejam altamente impactantes e implementadas em curtíssimo prazo. O ciclo acontecerá entre os dias 17 e 23 de março e destina investimento de pelo menos R$ 500 mil. Para todos os detalhes sobre os Desafios do Ciclo, como participar e outras informações, visite: http://bit.ly/PD_MPPE_COVID19

As diversas etapas do Ciclo OiL de Inovação Aberta – Desafio COVID-19 serão realizadas por meio de ferramentas online. Durante o processo, os participantes serão acompanhados por mentores do ecossistema e profissionais especializados da rede pública.

São cinco grandes desafios:

Desafio 1

“Como podemos monitorar o principal grupo de risco (idosos, 60+) e aumentar o nível de proteção e atenção sustentada para esse grupo vulnerável ao COVID19?”

Desafio 2

“Como podemos gerenciar o fluxo de informações em tempo real de todo o ciclo de vida dos casos epidemiológicos?”

Desafio 3

“Como podemos monitorar em tempo real os fluxos populacionais para identificar, educar e coibir aglomerações ou comportamentos inadequados ou em não conformidade com as determinações de isolamento social?”

Desafio 4

“Como podemos criar e uniformizar os protocolos de atendimento a saúde em todos os níveis do sistema?”

Desafio 5

“Como aumentar a escala (em massa) dos testes de forma rápida, acessível e confiável?”

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COMO PARTICIPAR?

O ciclo colaborativo começa já nesta terça-feira (17). Os participantes têm até as 18h da sexta-feira (20) para submeter suas ideias.

Uma vez selecionados, terão mentoria específica para que possam entregar uma solução inicial e funcional até as 23:59h da segunda-feira (23).

As soluções premiadas serão divulgadas até a terça-feira (24), com objetivo de implementação imediata.

Para participar, visite: http://bit.ly/PD_MPPE_COVID19

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Sobre o OIL

Apontado pela International Association of Science Parks and Areas of Innovation (IASP) como uma das 10 iniciativas mais inspiradoras do mundo em 2018, o Open Innovation Lab tem como meta abrir as portas de grandes empresas e instituições públicas para a promoção de ações de inovação em rede que gerem novos negócios para companhias do parque. Entre os pontos-chave do OIL estão o crescimento de portfólio, aceleração de soluções não disponíveis no mercado e fit com clientes interessados em construir respostas para desafios complexos.

Sobre o MPLabs

O MPLabs é uma experiência inovadora, impulsionada pela Procuradoria-Geral de Justiça de Pernambuco e pela Coordenadoria Ministerial de Tecnologia de Informação, dentro do espectro de ações da gestão estratégica. O MPLabs tem estimulado a inovação e uma verdadeira mudança de paradigmas no MPPE, sendo responsável pela transformação digital do modelo de atuação da instituição para atender às necessidades de uma nova sociedade conectada, viabilizando a transformação do MP em uma organização exponencial.

Plano do Governo Federal contra coronavírus prevê injeção de R$ 147,3 bilhões na economia

O Ministério da Economia anunciou nesta segunda-feira (16) um pacote de medidas para minimizar os efeitos do novo coronavírus. Em conjunto com ações anunciadas na semana passada, as propostas têm impacto de R$ 147,3 bilhões.

A maior parte das medidas não gera impacto sobre o Orçamento. “Tudo isso está sendo feito sem espaço fiscal”, afirmou o ministro Paulo Guedes (Economia). Depois, os técnicos afirmaram que há dois tipos de medida no conjunto anunciado que trazem impacto fiscal, como o reforço no orçamento do Bolsa Família e a isenção de impostos para equipamentos hospitalares.

O pacote é uma tentativa do governo de dar fôlego à economia enquanto o país passa pela crise do coronavírus. A pandemia já levou o governo a revisar a projeção de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano de 2,4% para 2,1%. As previsões do mercado captadas pelo Banco Central estão em 1,68%. “Precisamos fazer um contra-ataque para atenuar os impactos econômicos [do coronavírus]. Os impactos podem ser sérios”, afirmou.

Na área que classifica como atenção à população mais vulnerável, a pasta informou que valores não sacados de PIS/Pasep serão transferidos para o FGTS para permitir novos saques, no valor de R$ 21,5 bilhões.

O secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, disse que a intenção é fazer com que o fundo tenha mais liquidez para ampliar as possibilidades de saques para os cotistas no futuro.

A ideia da equipe econômica é facilitar os saques futuramente por meio, por exemplo, de uma ampliação do saque aniversário (modalidade de retirada anual, criada em 2019). Segundo Rodrigues, também estão em estudo novas possibilidades para disponibilizar os recursos à população.

Também será antecipado o pagamento do abono salarial. O desembolso será feito em junho, totalizando R$ 12,8 bilhões.

O governo também pretende destinar mais R$ 3,1 bilhões ao programa Bolsa Família para que mais de um milhão de famílias entrem no programa de transferência de renda e que vem sofrendo com a falta de recursos.​

O reforço no programa vai demandar remanejamento de valores no Orçamento. O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, afirmou que o governo vai negociar com parlamentares de onde serão retirados os recursos. “Vamos ter que conversar com o Congresso”, disse.

As autoridades anunciaram medidas para manutenção dos empregos. Está previsto o adiamento do prazo de pagamento de tributos.

Do total, R$ 55,2 bilhões correspondem a um adiamento por três meses do prazo de pagamento, pelas empresas, do FGTS e da parte da União no Simples Nacional.

Haverá uma liberação de R$ 5 bilhões de crédito para micro e pequenas empresas. Será feita ainda uma redução de 50% nas contribuições do Sistema S pelo mesmo período, com impacto de R$ 2,2 bilhões.

De acordo com a pasta, R$ 4,5 bilhões do fundo do Dpvat serão destinados para o SUS.
Alíquotas para importação de produtos médicos e hospitalares serão zeradas até o final do ano. O IPI sobre bens nacionais ou importados necessários ao combate da pandemia serão desonerados temporariamente.

Apesar de apresentar novas medidas para suavizar os impactos do coronavírus na economia, Guedes voltou a defender a aprovação de reformas.

“Com as reformas estruturantes, você aumenta a resistência, a resiliência da economia brasileira; ajuda a atravessar essa turbulência que vem de fora”, disse o ministro.

Ele elencou três principais reformas: o pacto federativo, o projeto que permite a privatização da Eletrobras e o plano Mansueto (conjunto de medidas de socorre a estados em dificuldade financeira).

Diante do difícil cenário de aprovação do projeto da Eletrobras, Guedes reconheceu que terá que tirar a previsão de arrecadação de R$ 16 bilhões com a operação neste ano.

Durante apresentação à imprensa, Guedes não queria responder perguntas afirmando que quem iria detalhas as medidas seriam os secretários. Diante de insistências, chegou a se levantar da cadeira e ameaçar ir embora, mas se sentou novamente. Ao final da exposição, chegou a responder poucas perguntas e logo se retirou.

Guedes admitiu a possibilidade de uma desaceleração forte na atividade, mas ao mesmo tempo reclamou do que chamou de “psicologia negativa”. “De crescimento há um impacto evidentemente de desaceleração forte. Se formos contaminados por uma psicologia negativa ou de desentendimento, o Congresso não aprova [medidas de interesse do governo], não abre espaço fiscal, vamos para a rua para reclamar, a mídia diz que o PIB vai cair 6%, aí todo mundo fica trancado dentro de casa”, disse.​
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MEDIDAS ANUNCIADAS PELO GOVERNO PARA MINIMIZAR EFEITOS DA CRISE DO NOVO CORONAVÍRUS:
– Leilões extraordinários de títulos públicos para reduzir distorções no mercado de títulos e ampliar a liquidez do mercado.
Situação: Efetivada, em coordenação entre Tesouro e Banco Central, com leilões diários previstos até quarta-feira (18).

Folhapress

Febraban prorroga prazo para quitar dívidas de clientes

Para amenizar os efeitos negativos da pandemia do coronavírus no emprego e na renda, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) anunciou que seus cinco maiores bancos associados decidiram atender pedidos de prorrogação, por 60 dias, dos vencimentos de dívidas de clientes pessoas físicas e jurídicas, estas envolvendo micro e pequenas empresas, para contratos vigentes em dia e limitados aos valores já utilizados.

A medida vale para as instituições Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Itaú Unibanco e Santander.

A medida foi divulgada nesta segunda-feira (16), em nota, pela Febraban. A entidade afirmou que a rede bancária e seus canais de atendimento “ficarão à disposição do público e prontos para apoiar todos os que estejam enfrentando dificuldades momentâneas em função do atual contexto”. A Febraban entende que a pandemia do coronavírus constitui “um choque profundo, mas de natureza essencialmente transitória”.

Folhapress