Boletos pagos até 13h30 poderão ser compensados no mesmo dia

O boleto bancário – um dos meios mais usados pelos brasileiros para pagamentos de contas de consumo no dia a dia – ganhará mais agilidade em seu processamento.

Os boletos bancários pagos até 13h30 poderão ser compensados no mesmo dia a partir desta sexta-feira (15), dependendo do contrato que ele tenha com a sua instituição financeira.

O prazo de liquidação da cobrança no mesmo dia é conhecido como D+0. De acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o pagamento realizado após às 13h30 horário continuará com a liquidação no prazo de um dia útil (D+1).

A medida terá impacto somente para o credor do documento, ou seja, aquele que irá receber o dinheiro no mesmo dia. Nada mudará para quem paga o boleto diretamente.

Mas, no caso de e-commerce, por exemplo, a Febraban acredita que trará vantagens ao comércio e aos compradores, que poderão ter o processo de entrega agilizado tanto de mercadorias como de serviços.

A novidade faz parte de um projeto de modernização desta modalidade de pagamento e envolverá 136 instituições bancárias.

O diretor-adjunto de Serviços da Febraban, Walter Faria, explica a expectativa do setor. “No início desta mudança, a estimativa é que cerca de 57% dos boletos possam ser processados no mesmo dia, enquanto 43% seriam no prazo D+1. Assim que a modernização estiver implantada, funcionando sem nenhuma ocorrência técnica, a ideia é iniciar os estudos para trazer toda a liquidação de boletos para o prazo D+0”, avaliou.

Boletos
Desde 1994, o boleto bancário é um documento usado pelos bancos e seus clientes para recebimento de valores referentes a uma determinada venda de produto ou serviço, como mensalidades de escolas, condomínios, planos de saúde, consórcios, financiamentos, cartões de crédito, cobrança entre empresas e outros pagamentos.

Em 2023, os bancos registraram 4,2 bilhões de transações realizadas via boletos, totalizando R$ 5,8 trilhões.

Qualquer pessoa física ou jurídica pode fazer uma cobrança por meio de boletos bancários, basta ter uma conta bancária e contratar o serviço diretamente no banco onde tem a conta.

Inscrições para o Fies vão até a próxima sexta-feira

Romper o silêncio e assistir aos pais desmancharem-se em lágrimas de alegria diante de sílabas pronunciadas dos filhos. Na rotina da fonoaudióloga Luana Marques, de 33 anos, moradora da cidade de Valparaíso de Goiás (GO), e profissional de uma clínica em Taguatinga (DF), a missão profissional com crianças e adolescentes faz com que ela tenha certeza de ter tomado o caminho certo ao escolher um curso lá em 2019.

Fonoaudióloga Luana Marques – Inscrições para Fies vão até a próxima sexta (15). Foto: Luana Marques/Arquivo Pessoal
A fonoaudióloga Luana Marques teve a ajuda do Fies para pagar a faculdade. Foto- Luana Marques/Arquivo Pessoal
Dois anos depois de formada, ela garante que não teria conseguido pagar a faculdade se não tivesse sido contemplada pelo programa do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). “Trabalhar para que uma criança atípica fale ‘mamãe’ é uma vitória diária. A profissão me realiza”, emociona-se a profissional. Outros caminhos no ensino superior, por essa política pública, começam nesta semana, com o início das inscrições para esse financiamento. Os interessados devem entregar documentação até a próxima sexta (15). Para se inscrever no Fies, é necessário que o estudante tenha participado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e possua renda familiar mensal bruta per capita de até três salários mínimos.

Social
Neste ano, o Fies disponibiliza 112.168 vagas para financiamento de curso superior. Dessas vagas, 67.301 são destinadas para o processo seletivo do primeiro semestre. O edital traz novidade com reserva de vagas para o que é chamado de Fies Social (Resolução 58 e Portaria 167 , ambas de 2024), com reserva de 50% das vagas de cada edição do Fundo para estudantes inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico).

Estão nesse cadastro pessoas com renda familiar per capita de até meio salário mínimo. Inclusive, segundo o Ministério da Educação, esse grupo poderá financiar até a totalidade dos encargos educacionais cobrados pela instituição de educação superior, o que é uma condição diferente do programa.

Áreas
Outra novidade desse edital é que, ao se inscrever no Fies, o estudante pode escolher até três opções de cursos de diferentes grupos de áreas do conhecimento. Antes, havia exigência de que os cursos escolhidos pertencessem a um mesmo agrupamento de áreas.

O MEC informou que fez uma revisão das áreas de conhecimento consideradas prioritárias pelo Fies e incluiu cursos com maior empregabilidade e maior média salarial, além de cursos de licenciatura e pedagogia, voltados à atuação na educação básica.

Resultados
Antes de entrar no ensino superior, Luana Marques era vendedora. A mensalidade do curso de fonoaudiologia, R$ 1,7 mil, assustou. Depois de ser contemplada pelo Fies, o trajeto de mais de uma hora de casa para a faculdade não ficava tão dolorido. O boleto era de R$ 250. Luana, um dia, sonhou que podia reconstruir o próprio caminho e ser útil para outras pessoas. A faculdade seria a primeira porta.

Nesta edição, o resultado do Fies sai no dia 21 de março. Os pré-selecionados devem complementar as inscrições entre 22 e 26 também deste mês. A lista de espera será divulgada do dia 28 de março a 30 de abril.

Há 60 anos, Jango fazia seu histórico comício na Central do Brasil

Março de 1964. Sexta-feira, 13. Em cima do mesmo palanque que Getúlio Vargas usava para falar com a população em atos públicos, João Belchior Marques Goulart, o presidente da República João Goulart, ou apenas Jango, está diante de 200 mil pessoas reunidas na Praça da República – como registraram os jornais do dia seguinte – em frente à Estação Pedro II da malha ferroviária da cidade do Rio de Janeiro, a Central do Brasil.

Às 20h46, Jango inicia seu discurso, sem texto escrito, no Comício da Central, para se dirigir “a todos os brasileiros, não apenas aos que conseguiram adquirir instrução nas escolas, mas também aos milhões de irmãos nossos que dão ao Brasil mais do que recebem, que pagam em sofrimento, em miséria, em privações, o direito de ser brasileiro e de trabalhar sol a sol para a grandeza deste país.”

Do palanque, o presidente podia ler faixas de apoiadores com dizeres radicais como “Jango, defenderemos tuas reformas a bala”; eleitoreiras como “Cunhado não é parente, Brizola presidente”; ecumênicas como “PCB: teus direitos são sagrados”; ou ainda “Sexta Feira 13 não é de agosto”, em referência ao suicídio de Getúlio.

Em sua fala, o presidente tratou das reformas de base, em especial da reforma agrária; da diminuição dos valores dos alugueis; do decreto permitindo a desapropriação de terras para reforma agrária na faixa de dez quilômetros às margens de rodovias, ferrovias, açudes e barragens assinado; e do decreto transferindo para a União o controle das refinarias de petróleo de Ipiranga (RS) e Capuava (SP).

“A reforma agrária não é capricho de um governo ou programa de um partido. É produto da inadiável necessidade de todos os povos do mundo. Aqui no Brasil, constitui a legenda mais viva da reinvindicação do nosso povo, sobretudo daqueles que lutaram no campo.”

O comício foi organizado pelo Comando Geral dos Trabalhadores (CGT) – que junto ao Partido Comunista Brasileiro (PCB) e a Frente de Mobilização Popular (FMP), formada por diferentes entidades sindicais e de representação de categorias, como a União Nacional dos Estudantes (UNE) e as correntes mais à esquerda do PTB -, apoiava e pressionava João Goulart para adotar uma agenda de mudanças sociais, em momento de forte oposição no Congresso Nacional e de dificuldade de articulação política, inclusive com aliados e ex-apoiadores.

De acordo com o jornalista Elio Gaspari, autor de cinco livros sobre a ditadura cívico-militar (1964-1985), além da crise política, o país vivia um declínio econômico. “Os investimentos estrangeiros haviam caído à metade. A inflação fora de 50% em 1962 para 75% no ano seguinte. Os primeiros meses de 1964 projetavam uma taxa anual de 140%, a maior do século. Pela primeira vez desde o fim da Segunda Guerra, a economia registrara uma contração de renda per capita dos brasileiros. As greves duplicaram de 154 em 1962, para 302 em [19]63. O governo gastava demais e arrecadava de menos, acumulando déficit de 504 bilhões de cruzeiros, equivalente a mais de um terço do total das despesas.”

Ameaças de atentado
Naquela noite, há 60 anos, o presidente estava tenso. Durante o discurso de 65 minutos de duração, enxugou o rosto 35 vezes. De acordo com o seu biógrafo, o historiador Jorge Ferreira, “o ambiente político era de radicalização” e havia ameaças de atentado. “Cartas anônimas garantiam que tiros seriam disparados do prédio da Central do Brasil ou que bombas explodiriam o palanque”, descreve em livro sobre João Goulart.

Lembrando das orientações médicas, a então primeira-dama Maria Thereza Goulart aconselhou ao marido não participar do comício. Não o convenceu, e decidiu, contra a vontade do presidente, acompanhá-lo. “Eu não poderia faltar”, afirma a ex-primeira-dama no livro de Ferreira. “Tinha que estar no palanque para ver o que aconteceria. Mas eu estava muito assustada. Primeiro, minha fobia de multidão, e ali havia muita gente. Depois, ameaças de tiros e bombas. Por fim, medo de que Jango passasse mal. Para mim foi muito difícil, mas eu tinha de estar do lado dele.” Dona Maria Thereza “estava certa de que aconteceria um atentado” após o discurso do presidente.

“Ela sempre foi uma mulher muito corajosa. Enfrentar o exílio não é uma coisa muito fácil com duas crianças. E ainda mais um exílio prolongado, que no começo a gente pensava que seria uma das tantas quarteladas que o Brasil já tinha tido até aquele momento”, recorda-se em entrevista à Agência Brasil João Vicente Goulart, à época com seis anos, filho mais velho de Maria Thereza e Jango

As fotos de Maria Thereza, “com aquele coque bonito”, ao lado de Jango no comício da Central do Brasil fazem parte da memória familiar da socióloga Bárbara Goulart, neta do antigo casal presidencial e sobrinha de João Vicente. Para ela, a presença da avó no ato político demonstra a importância que teve em um momento que eram raras as mulheres no cenário político ou em cargos públicos. “Eu acho que quando a gente fala sobre o governo João Goulart, às vezes a gente tende a não tratar das figuras femininas”, assinala a socióloga que é autora do livro “O passado em disputa: memórias políticas sobre João Goulart.”


Em 13 de março de 1964, o presidente João Goulart defendeu as reformas de base propostas por seu governo em um grande comício na Central do Brasil, no Rio de Janeiro. – Discurso Jango. Foto: Arquivo Nacional
A primeira-dama Maria Thereza Goulart aconselhou ao marido não participar do comício, não o convenceu. Decidiu, então, ficar ao seu lado. Foto: Arquivo Nacional
Mesmo sob a ameaça de disparo de tiro, Maria Thereza ficou do lado direito de Jango. Do outro lado foi escalado como escudo humano o corpulento Oswaldo Pacheco, ex-presidente do Sindicato dos Estivadores de Santos (SP), ex-deputado constituinte comunista em 1946, que teve mandato cassado em 1948 – quando o PCB foi posto na ilegalidade. A segurança ostensiva do presidente da República foi feita pelo Exército. A Central do Brasil está a 133 metros de distância do Palácio Duque de Caxias, onde funciona o Quartel-General do Comando Militar do Leste, antigo prédio do Ministério da Guerra.

“Não tiram o sono as manifestações de protesto dos gananciosos, mascarados de frases patrióticas, mas que, na realidade, traduzem suas esperanças e seus propósitos de restabelecer a impunidade para suas atividades anti-sociais.” (Jango, 1964).

Segundo o livro de Jorge Ferreira, “sob as ordens do general Moraes Ancora, comandante do I Exército, foram empregadas as tropas dos Dragões da Independência, do Batalhão de Guardas, do 1º Batalhão de Carros de Combate, do 1º Batalhão de Polícia do Exército, do Regimento de Reconhecimento Mecanizado e uma Bateria de Refletores da Artilharia da Costa. No interior do Ministério da Guerra, uma tropa ficaria em alerta para reforço eventual. Nove carros de combate e três tanques cercaram a Praça Duque de Caxias, enquanto seis metralhadoras estavam assentadas no Panteão de Caxias. Carros de choque do Exército perfilaram-se em funil no acesso ao palanque.”

Reformas de base
O clima era nervoso mesmo para o discurso legalista, pacífico e sem extremismo de Jango em favor das chamadas “reformas de base”. Essa era bandeira política que João Goulart abraçara como programa de governo desde quando teve reestabelecidos seus poderes de presidente da República em regime presidencialista, após o referendo de janeiro de 1963, que extinguiu o parlamentarismo instituído em setembro de 1961. “O caminho das reformas é o caminho do progresso pela paz social. Reformar é solucionar pacificamente as contradições de uma ordem econômica e jurídica superada pelas realidades do tempo em que vivemos”, disse o presidente durante sua fala.

Como registra o Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil, o CPDOC da FGV, as reformas de base incluíam propostas encaminhadas ao Legislativo e defendidas durante 1963 e 1964: a reforma agrária, consagrando o direito de propriedade, mas com uso condicionado ao bem-estar social; a reforma administrativa; a reforma universitária, para ampliar as garantias de liberdade docente e abolir o sistema de cátedra; a reforma bancária, para a implantação de um órgão centralizado e autônomo para a direção da política monetária (ainda não existia o Banco Central); a reforma eleitoral contra o então impedimento do voto dos analfabetos, praças e sargentos; e a reforma fiscal para eliminar o déficit do Tesouro, modernizando tributos e combatendo a sonegação de impostos.

As reformas agrária, universitária e eleitoral exigiam modificações na Constituição de 1946 a serem votadas pelo Congresso Nacional, onde o partido do presidente (PTB) tinha menos de 30% dos deputados, e estava sofrendo defecções. Três dias antes do comício, o principal aliado (PSD) anunciará ruptura com o governo, agravando a necessidade de sustentação parlamentar.

O Comício da Central seria o primeiro ato público de Jango para demonstrar ao Congresso o apoio popular às reformas de base. Os comícios seguintes seriam em Belo Horizonte (21 de abril, Dia de Tiradentes) e em São Paulo (1º de maio, Dia do Trabalhador), lembra Marcus Dezemone, professor do Instituto de História e Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal Fluminense (UFF).

Para o acadêmico, apesar das dificuldades políticas e do “discurso das reformas de base atingir interesses consolidados”, o Comício da Central do Brasil não foi responsável por levar o país ao golpe militar. Naquele instante histórico, o rompimento da ordem institucional “não era uma coisa inescapável”. Poderia acontecer, mas era “uma possibilidade ainda em aberto.” Os sinais de ruptura se intensificaram em eventos seguintes.

Marcha e revolta
Seis dias depois do comício da Central do Brasil, dia 19 de março, Dia de São José, “padroeiro das famílias” conforme a Igreja Católica, viria uma resposta ao ato no Rio, às decisões tomadas naquele dia e às reformas de base. Entidades como a Sociedade Rural Brasileira, Fraterna Amizade Urbana e Rural, a Campanha da Mulher pela Democracia e a União Cívica Feminina promovem na Praça da Sé, em São Paulo, a “Marcha da Família com Deus pela Liberdade” –

A manifestação de grande adesão popular na capital paulista revela os temores de quem se opunha a João Goulart. “É uma marcha da família, que adota o discurso de que a família é a célula básica da sociedade e que se vê ameaçada pela efervescência política. É uma marcha com Deus, em oposição ao materialismo e ao ateísmo, que eram características do socialismo, principalmente aquele do modelo soviético”, destaca Dezemone, lembrando que a Revolução Cubana (1959) também mobilizava os temores quanto à possibilidade do Brasil se tornar comunista.

O historiador assinala que havia antes do comício da Central do Brasil movimentos que desejavam a derrubada de João Goulart e outros que atuavam só para o seu enfraquecimento, tendo em perspectiva as próximas eleições (1965), quando desejavam que eventual candidato apoiado por Jango ficasse em desvantagem. Não havia reeleição para cargos do Poder Executivo na época, o presidente não poderia concorrer. Os nomes mais prováveis eram do ex-presidente Juscelino Kubistchek (PSD), Carlos Lacerda (UDN) e Leonel Brizola (PTB).

Mas apesar desses movimentos e do comício na Central do Brasil, os militares ainda se dividiam quanto à deposição de João Goulart e eventual intervenção militar – como desejava Lacerda, defendendo “uso legítimo das forças armadas.”

Para Marcus Dezemone, mais decisivo para a retirada do presidente constitucional teria sido o desfecho da Revolta dos Marinheiros (25 a 27 de março), com a exoneração do ministro da Marinha (Sílvio Mota) e a anistia concedida por Jango aos marinheiros, que se reuniram na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro para comemorar o segundo aniversário da fundação da Associação dos Marinheiros e Fuzileiros Navais do Brasil.

Brasília (DF) – Tanque circulando em Brasília durante a ditadura. Foto: Arquivo Nacional/Divulgaçāo
Vinte e dois dias depois do comício da Central do Brasil, João Goulart, sua esposa e seus filhos buscariam asilo político no Uruguai. A ditadura já se instalava no Brasil. Arquivo Nacional/Divulgaçāo
Três dias depois do episódio com a Marinha, em 30 de março, João Goulart participa e discursa na reunião de sargentos da Polícia Militar e das Forças Armadas do Brasil no Automóvel Clube, também no Rio. “Muitos analistas e observadores entendem que isso vai gerar um desequilíbrio nas Forças Armadas [contra João Goulart] por mexer com dois princípios fundamentais da estrutura militar: disciplina e hierarquia”, assinala o historiador.

Vinte e dois dias depois do comício da Central do Brasil, João Goulart, Maria Thereza Goulart e os filhos João Vicente e Denise desembarcaram no Uruguai em busca de asilo político. Nove anos depois, a família se muda para a Argentina. Jango morre em 6 de dezembro de 1976, quase três anos antes da Lei da Anistia no Brasil. O presidente constitucional, que sucedeu Jânio Quadros (UDN) após a renúncia, viveu seus últimos 12 anos no exílio sem poder voltar ao seu país.

Agenda de lembranças
Para intelectuais como Marcus Dezemone e Barbara Goulart, a citada neta de Jango, datas como os 60 anos do comício da Central do Brasil são oportunidades de resgatar memórias dos acontecimentos que levaram ao golpe e ajudam a “lembrar para não repetir”.

Nesta quarta-feira, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) realiza evento para marcar os 60 anos do Comício da Central do Brasil. O ato será às 16h na sede da ABI no Rio de Janeiro, com a presença de Dona Maria Thereza Goulart.

A partir do dia 18 de março, a passagem da sexta década do golpe militar será discutida no Seminário Internacional 1964+60, promovido pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), sem transmissão pela internet.

Em abril, a ABI volta ao tema e organiza em cinco cidades a 2ª Semana Nacional de Jornalismo.

Governo antecipa décimo terceiro de aposentados e pensionistas

Decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e publicado nesta quarta-feira (13) no Diário Oficial da União antecipa o pagamento do abono anual a aposentados e pensionistas, conhecido como décimo terceiro salário de beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

De acordo com o texto, a primeira parcela do abono anual será paga na folha de abril e a segunda na folha de maio. Têm direito ao benefício segurados e dependentes da Previdência Social que, durante o ano de 2024, tenham recebido auxílio por incapacidade temporária, auxílio-acidente, aposentadoria, pensão por morte ou auxílio-reclusão.

“Na hipótese de cessação programada do benefício antes de 31 de dezembro de 2024, será pago o valor proporcional do abono anual ao beneficiário”, destaca a publicação.

Abertura da Exposição “Mulheres que Venceram” é marcada pelo fortalecimento da mulher em Caruaru

Intitulada de “Mulheres que Venceram”, foi aberta na noite desta terça-feira (12), na sede da SPM, em parceria com a Fundação de Cultura, a exposição que faz parte do calendário alusivo ao mês da mulher. Composta por obras de arte por meio da matéria prima do barro e de telas, a mostra artística foi realizada pelas mãos de 11 artistas da terra.

Com curadoria de Daniele Guerreiro, o projeto tem como meta elevar o protagonismo das mulheres nas artes visuais, mostrando por meio da arte um recorte de algum momento vitorioso da vida de cada uma das artistas.

“Participar de um encontro com grandes artistas mulheres que fazem parte dessa exposição é, de fato, viver uma nova experiência através das peças aqui montadas. Cada obra é uma descoberta, que, contada através da arte, humaniza e acalenta nosso coração”, afirmou a secretária de Políticas para Mulheres, Luana Marabuco.

A exposição Mulheres que Venceram conta com a assinatura das artistas Helô Germany, Manu Monteiro, Margô, Marliete Rodrigues, Socorro Rodrigues, Nice Silva, Nicinha Otília, Patrícia Pascoal, Zenilda Bezerra, Nailde e Ythalla Maraysa.

Para o presidente da Fundação de Cultura, a parceria com a SPM só fortalece a cultura da nossa terra. “Ao realizarmos eventos como esse, somamos nossa força em prol da arte e da cultura, tudo de mais bonito que nossa cidade tem e, hoje, é mais uma oportunidade de valorizarmos tantas artistas locais com tantos talentos a serem mostrados, ainda mais em um mês tão representativo para a classe. Parabéns a todas”, pontuou Herlon Cavalcanti.

A mostra artística é aberta ao público de forma gratuita e ficará no hall da SPM até o dia 12 de abril, das 8h às 17h, de segunda a sexta-feira.

A Secretaria de Políticas para Mulheres está localizada na Rua dos Expedicionários, 30, no centro da cidade.

Gilliard e Jorge Vercillo serão atrações na Semana Santa de Caruaru

A Prefeitura de Caruaru, por meio da Fundação de Cultura, divulga a programação completa da Semana Santa 2024. Já consolidado no calendário de eventos anuais do município e da região, o Caruaru – A Paixão Começa Aqui será realizado entre os dias 28 e 30 de março.

Assim como foi no ano passado, neste ano a programação estará espalhada em seus polos, localizados na Estação Ferroviária, Feira de Artesanato, Alto do Moura, Casa Rosa, Monte Bom Jesus e na Estátua de Lampião, no caminho da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém.

O público irá contar com shows musicais e outras manifestações culturais durante os três dias de celebração. Haverá apresentações de dança, desfile de bacamarteiros, declamação, repente, entre outros. Espera-se que haja uma grande movimentação de turistas durante o evento. Consequentemente, a movimentação econômica também deverá ser bastante intensa no período.

Confira abaixo a programação completa de cada um dos polos:

Polo Mestre Dila – Feira de Artesanato
Dia 28 (quinta-feira)
10h – Casal de Dançarinos – Recepcionando turistas na Feira
11h – Trio As Fulô
12h30 – Banda de Pífanos Nossa Senhora das Graças
14h – Banda Bonecos de Barro

Dia 29 (sexta-feira)
9h – Oficina de artes figurativas – Mestras: Socorro Rodrigues, Nicinha Otília e Margô
10h – Batalhão de Bacamarteiros 27 (circulando na Feira)
11h – Show de declamação: Jefferson Moises e Dorge Tabosa
12h – Dupla de repentistas: João Lourenço e Hipólito Moura
14h – Trio Caruara

Dia 30 (sábado)
10h – Casal de dançarinos – Recepcionando os turistas na Feira
11h – Trio Vozes da Seca
12h – Dupla sertaneja: Ricarte e Rivaldo
14h – Trio Fole de Ouro
16h – Jô Caruaru

Polo Instrumental Rildo Hora – Monte Bom Jesus
Dia 28 (quinta-feira)
16h – Banda de Pífanos Princesa do Agreste
18h – Nica Macedo

Dia 29 (sexta-feira)
16h – Valdemar Neto – Um canto Agreste
18h – Jonathan Richard

Dia 30 (sábado)
16h – Grupo Ori Cia de Dança
18h – Carlinhos Pompom

Polo Estátua de Lampião
Dia 30 (sábado)
8h – Trio Os Vitalinos de Caruaru
10h – Grupo de dança Molecodrilha
12h – Trio Tabajara

Polo da Estação Ferroviária
Dia 29 (sexta-feira)
20h – Grupo de Chorinho Cambucá
22h – Jorge Vercillo

Dia 30 (sábado)
20h – Riáh canta Gal Costa
22h – Gilliard

Polo Gonzaga de Terezinha – Alto do Moura
Dia 28 (quinta-feira)
10h – Trio Morena Bela
11h – Banda de Pífanos: Cultural
12h – Mazurca Pé Quente do Alto do Moura
14h – Trio Remelexo

Dia 29 (sexta-feira)
12h – Grupo de Dança Marcos Mercury
14h – Trio Vai Hoje
16h – Trio Santa Rosa

Dia 30 (sábado)
10h – Banda de Pífanos Vitoriano Jovem
12h – Trio Preto do Leite
14h – Trio Forró Demais
16h – Batalhão de Bacamarteiros 17

Polo Casa Rosa
Dia 28 (quinta-feira)
13h – Forró de Cavaco
15h – Léo Domingos

Dia 29 (sexta-feira)
11h30 – Tony Maciel
13h – Banda Cheiro de Sanfona
15h – Gilvan Neves

Dia 30 (sábado)
13h – Renilda Cardoso
15h – Walmir Silva

Prefeitura de Caruaru lança 1ª etapa de projeto para incentivar a leitura dentro e fora da sala de aula

“A leitura muda o mundo!” “A leitura muda a vida das pessoas!” Várias são as expressões que enaltecem a importância desse hábito secular para com o desenvolvimento das pessoas na sociedade e a Prefeitura de Caruaru sabe muito bem disso. Tanto é que realizou o lançamento da 1ª etapa do projeto “Território da Leitura”, na manhã desta terça-feira (12), no auditório da Secretaria Municipal de Educação e Esportes, no bairro Petrópolis. Trata-se de uma ação conjunta da Prefeitura e o grupo “Soluções Moderna” e visa criar uma comunidade de leitores nas escolas, envolvendo alunos, professores e responsáveis.

Para isso, disponibilizará uma seleção de obras literárias de grandes autores para integrações de leituras, além de materiais para dinâmicas de leituras nas salas de aulas, bem como assessoria pedagógica e vídeoaulas e materiais de apoio destinados aos educadores. O projeto tem o investimento de mais de R$ 11 milhões beneficiando com os seus conteúdos e dinâmicas, alunos da Educação Infantil até os Anos Iniciais.

Os estudantes serão contemplados com kits alunos compostos por livros, diários literários e caixas para livros. Professores também receberão kits e ainda passarão por formações para adotarem o projeto nas salas de aulas. “Esta ação conjunta entre a Prefeitura de Caruaru e o grupo Soluções Moderna será de grande valia para o aprendizado dos estudantes na medida em que impulsionará o hábito da leitura não só no ambiente escolar, mas também no familiar. A educação caruaruense, sem dúvidas, se fortalecerá ainda mais!”, destacou a coordenadora pedagógica do Soluções Moderna, Sulamita Pereira.

“O Território da Leitura é um projeto que enriquece os repertórios de alunos e professores, mas também incentiva uma prática contínua e reflexiva da leitura, envolvendo ativamente as famílias nesse processo educativo. Os materiais para dinâmica de leitura em sala de aula proporcionam uma experiência mais envolvente e interativa, promovendo o desenvolvimento das habilidades de leitura e compreensão. Mais uma grande iniciativa incorporada pelo prefeito Rodrigo Pinheiro em prol do fortalecimento da nossa educação! ”, destacou a secretária de Educação e Esportes de Caruaru, Aline Tiburcio.

Além da secretária, o lançamento da etapa inicial do projeto contou com palestra do escritor Ilam Brenman, bem como com as participações dos secretários executivos da Seduc, Kathiane Lima e Lúcio Farias, e de representantes do Soluções Moderna. A segunda fase do projeto entrará em execução em breve.

Operação cumpre mandados de prisão e apreensão em Caruaru, no Agreste

A Polícia Civil de Pernambuco realiza, na manhã desta terça-feira (12), uma operação para desarticular uma organização criminosa voltada à prática dos crimes de roubo, furto e lavagem de dinheiro.

Estão sendo cumpridos 18 mandados de prisão em Caruaru, no Agreste do Estado, em Salvador, na Bahia, em Goiânia, em Goiás, São Paulo, em São Paulo e Campina Grande, na Paraíba.

Também estão sendo cumpridos 25 mandados de busca e apreensão domiciliar, sequestro de bens e bloqueio judicial de ativos financeiros. Todos os mandados foram expedidos pela Quarta Vara Criminal da Comarca de Caruaru.

A investigação foi iniciada em outubro de 2023.

Folhape

Petrobras sofre novas perdas e Planalto defende controle sobre estatal

Em mais um dia de perdas para a Petrobras, os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e de Minas e Energia, Alexandre Silveira, deram, nesta segunda-feira (11), um recado claro a investidores que aplicam na empresa: o governo, controlador da estatal, decide sobre como distribuir os seus dividendos. Haddad e Silveira falaram com jornalistas logo após reunião, que durou mais de três horas, no Palácio do Planalto, entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, e integrantes do conselho.

Aos jornalistas, Silveira afirmou que os investidores da Petrobras “sabem que o governo é o controlador” da empresa. Questionado se a estatal pode mudar de ideia sobre a forma de pagamento, Silveira apontou que a “questão é dinâmica” e confirmou possibilidade de revisão. “O governo do presidente Lula tem trabalhado com muito cuidado no respeito à governança da Petrobras. Todos os investidores, eu sempre destaquei isso, sabem, quando compram ações da Petrobras, que o governo é controlador, o governo tem a maioria do conselho”, afirmou Silveira.

O ministro ressaltou que “os dividendos ordinários foram cumpridos rigorosamente, dando total segurança ao investidor” e que a decisão do Conselho, na semana passada, em relação aos R$ 43 bilhões de dividendos extraordinários foi de depositar na conta de contingência, conforme é permitido pelo estatuto da empresa. Haddad, por sua vez, disse que o pagamento dos dividendos extraordinários será feito “quando e como” o Conselho de Administração da empresa considerar adequado. “A Fazenda, às vezes, é provocada a dizer se entende que a distribuição pode prejudicar o plano de investimento da companhia. Agora, o conselho é soberano para pedir informações. É normal isso. [O dinheiro] está numa conta reservada de remuneração de capital, cuja destinação é a distribuição. O ‘quando’ e ‘como’ vão ser julgados à luz das informações”, afirmou Haddad.

O titular da Fazenda completou que a decisão do conselho foi de que a distribuição dos lucros extraordinários seriam feitos à medida que ficar claro para o conselho que a partilha não comprometa o plano de investimento da companhia. “Ao invés de fazer a distribuição de 100% dos dividendos extraordinários ou de 0%, se julgou conveniente, à luz dos desdobramentos dos investimentos nas próximas semanas e meses, que o conselho volte a se reunir para julgar a conveniência de fazê-lo e de quando fazê-lo. Esse tipo de decisão não tem nenhum problema”, completou Haddad.

O ministro Silveira também voltou a dizer que os lucros poderão ser distribuídos oportunamente. Especulação Silveira destacou, ainda, que rumores sobre uma possível demissão do presidente da Petrobras são “especulação”. “Em nenhum momento isso foi cogitado. O que foi feito, hoje (ontem), foi uma reunião extremamente produtiva para falar de transição energética e transição ecológica que é uma grande janela de oportunidades”, alegou. Antes da reunião, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu abertamente que os recursos oriundos dos lucros da Petrobras sejam revertidos para investimentos. Em entrevista à TV SBT, o presidente disse que a estatal não pode pensar apenas nos acionistas e se for atender a “apenas a choradeira do mercado”, não é possível fazer nada, sacrificando investimentos.

A fala do presidente contribuiu para a queda de 1,92% nas ações ordinárias e de 1,30% nas preferenciais da empresa na B3, a Bolsa de Valores de São Paulo. No início do dia, os papeis vinham se recuperando do tombo de R$ 55,3 bilhões, na última sexta-feira (8), quando foi anunciado que os dividendos extraordinários não seriam repassados aos acionistas. Mas voltaram a cair após a entrevista de Lula. “Se for atender apenas à choradeira do mercado, não se faz nada. O mercado é um dinossauro voraz, quer tudo para ele e nada para o povo”, afirmou, no programa SBT Brasil. “Porque a Petrobras tem que pensar no investimento, tem que pensar em 200 milhões de brasileiros que são donos dessa empresa ou são sócios dessa empresa. O que não é correto é a Petrobras, que tinha que distribuir R$ 45 bilhões de dividendos, querer distribuir R$ 80 bilhões. E R$ 40 bilhões a mais que poderia ter sido colocado para investimento, para fazer mais pesquisa para fazer, para fazer mais navio, para fazer mais sonda e não foi feito”, acrescentou.

As informações são do Correio Braziliense.

Lula diz que não existe explicação para alta taxa de juros: “Teimosia”

Brasília (DF), 26.09.2023 – Presidente Lula, Ministro Camilo Santana (Educação) e Ministra Nísia Trindade (Saúde) são entrevistados pelo jornalista Marcos Uchoa para o programa Conversa com o Presidente. Imagem: Canal Gov

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) repetiu críticas ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, pela alta da taxa dos juros, a Selic, que está em 11,25%. Segundo o chefe do Executivo, “não existe nenhuma explicação” para isso.

“Não tem nenhuma explicação os juros da taxa Selic estarem a 11,25%. Não existe nenhuma explicação econômica. Não existe nenhuma explicação inflacionária. Não existe nada a não ser a teimosia do presidente do Banco Central em manter essa taxa de juros. Eu sei que o Haddad sofre com isso, eu sei que os empresários todos sofrem com isso, eu sei que a sociedade brasileira tem uma expectativa muito grande”, disse em entrevista ao SBT Brasil.

“Porque, quando este cidadão deixar o Banco Central, ele vai ter que medir o que ele fez para este país. Na verdade, o que ele está fazendo neste instante é contribuir para o atraso do crescimento econômico deste país. Ele está contribuindo para que o povo fique mais tempo esperando a oportunidade de trabalhar e ganhar um pouco mais de um salário”, emendou.

Lula disse ainda que é preciso ter “paciência” e aguardar o fim do mandato de Campos Neto, em dezembro de 2024.

“Vamos ter paciência, na expectativa de que não se faça mais bobagem e que se vá reduzindo a taxa de juros para que a gente possa sonhar em ter política de crédito para pequenas e médias empresas, para pequenos e médios indivíduos, para cooperativa, para que a economia possa deslanchar”, disse.

Confira as informações no Correio Braziliense.