Ciro intima Bolsonaro para debate e o chama de ‘nota de três reais’

O candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, intimou Jair Bolsonaro (PSL) a comparecer ao debate que será promovido pela Rede Globo nesta quinta-feira (4), o último antes da votação em primeiro turno, no domingo (7).

“Aqui é uma democracia que vai sobreviver a você e eu vou tirar a sua máscara. Você não pode deixar de ir ao debate. Você está mentindo e atestado médico falso é crime. Vá ao debate da Globo e vou mostrar que você é uma cédula de três reais”, afirmou.
O candidato participou de ato no diretório do partido em São Paulo nesta quarta-feira (3).

Ele não quis comentar a nova pesquisa Datafolha, divulgada nesta terça (2), em que segue estagnado com 11% das intenções de voto, enquanto Bolsonaro chegou a 32%, mas fez uma análise sobre os atos contra o candidato.

Apesar de dizer que a mobilização de mulheres, que usou a hashtag “#elenão”, foi a coisa mais linda que esse país já viu, Ciro afirmou que o movimento acabou alimentando o cenário de polarização no país.

“Não tem ‘#elenão’ na urna. O que tem na urna é 12 e 12”, afirmou, citando ainda o número dos presidenciáveis Fernando Haddad (PT) e Marina Silva (Rede) e chamando a população para ir às ruas defender seu candidato.

Em tentativa de chegar ao segundo turno, o pedetista disse que está disposto a incorporar praticamente todos os pontos do programa de Marina e algumas coisas de Geraldo Alckmin (PSDB). Ciro falou ainda que aceitaria o apoio dos dois para, em suas palavras, defender a democracia.

Folhapress

Bolsonaro chega a 32% e Haddad vai a 23%, diz Ibope

Os candidatos Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) ampliaram a distância sobre os demais candidatos na corrida presidencial, de acordo com a mais nova pesquisa Ibope, de 1 e 2 de outubro. O Datafolha da corrida presidencial divulgado nesta terça-feira (2) foi a campo no dia 2 de outubro.

O capitão reformado aparece com 32% das intenções de voto, contra 23% do petista. Ciro Gomes (PDT) tem 10% e Geraldo Alckmin (PSDB), 7%. Marina Silva (Rede) está com 4%.

Brancos e nulos somam 11%, enquanto 6% não souberam ou preferiram não responder. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

Em relação ao levantamento anterior, Bolsonaro oscilou um ponto para cima, e Haddad, dois. Já Ciro e Alckmin oscilaram negativamente um ponto cada.

Considerando apenas os votos válidos, que excluem brancos e nulos, o capitão reformado chega a 38%, contra 28% do petista.

Jair Bolsonaro (PSL): 32%
Fernando Haddad (PT): 23%
Ciro Gomes (PDT): 10%
Geraldo Alckmin (PSDB): 7%
Marina Silva (Rede): 4%
João Amoêdo (Novo): 2%
Henrique Meirelles (MDB): 2%
Alvaro Dias (Podemos): 1%
Cabo Daciolo (Patriota): 1%
Guilherme Boulos (PSOL): 0%
Vera Lúcia (PSTU): 0%
João Goulart Filho (PPL): 0%
Eymael (DC): 0%
Branco/nulos: 11%
Não sabe/não respondeu: 6%

Segundo turno
Em um eventual segundo turno, Haddad e Bolsonaro apresentam empate técnico (43% para o ex-prefeito de São Paulo contra 41% do deputado). Bolsonaro e Haddad também lideram os índices de rejeição junto ao eleitorado: 42% não votariam de jeito nenhum no candidato do PSL, enquanto 37% rejeitam Haddad.

Na simulação de segundo turno, Ciro Gomes tem 46% e Bolsonaro, 39%, enquanto branco/nulo soma 13% e não sabe, 3%. Entre Bolsonaro e Geraldo Alckmin, o ex-governador soma 41% e o deputado federal, 40% – branco/nulo são 16% e não sabe, 3%.

Entre Bolsonaro e Marina na simulação de segundo turno, ele tem 43% e ela, 39%, enquanto branco/nulo é 16% e não sabe, 2%.

A pesquisa, contratada pela TV Globo e pelo jornal O Estado de S. Paulo, está registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com o número BR-08245/2018. O instituto ouviu 3.010 eleitores em 209 municípios. O nível de confiança é de 95%.

Folhapress

Aliado de Bolsonaro rasga placa em homenagem a Marielle

O candidato a deputado estadual Rodrigo Amorim (PSL-RJ) rasgou uma placa feita em homenagem à vereadora Marielle Franco (PSOL), assassinada no início do ano.

Aliado próximo do candidato ao Senado Flávio Bolsonaro (PSL), filho do presidenciável Jair Bolsonaro, Amorim afirmou que o objetivo foi protestar contra a “bagunça socialista”. A placa era uma réplica não-oficial de indicação de rua no Rio de Janeiro e foi colocada sobre a da praça Floriano, nome oficial da Cinelândia, onde fica a Câmara dos Vereadores.

“O episódio da Marielle é tenebroso. Foi um crime bárbaro. Tem que ser investigado e os assassinos banidos da sociedade, seja na cadeia ou cemitério. Mas ela é só mais uma brasileira entre 60 mil vítimas de homicídios. Não pode ter tratamento diferenciado”, disse ele.

“Foi uma ação em represália aos grupos de esquerda que colocaram à revelia da lei uma placa nos moldes das indicativas de rua e colaram arbitrariamente, abusivamente, ilegalmente por cima da placa da praça Floriano”, disse ele.

A retirada ocorreu no domingo (30) à noite. No dia seguinte, Amorim levou a placa -feita de papel- para Petrópolis, onde foi fotografado com ela rasgada ao meio. Ele afirmou que o cartaz foi danificado no momento da retirada, embora o vídeo em que ele divulga a retirada do poste aparece apenas um rasgo na ponta.

“Na hora de tirar a placa ela partiu. No dia seguinte, narramos esse ato num discurso contra a esquerda e mostramos a placa. Nem sei onde está mais. Não sei se está no lixo”, disse ele.

Mais da metade dos candidatos de Pernambuco às eleições não fez faculdade

Nenhum político nega a importância da educação, mas na prática menos da metade concluiu o ensino superior. Dos mais de 27 mil políticos brasileiros na disputa por um cargo público nessas eleições, 13 mil, ou 49,6%, têm na parede um diploma universitário. O levantamento foi feito pelo Quero Bolsa, principal plataforma de inclusão de estudantes no ensino superior brasileiro por meio de bolsas de estudo, ao apurar as informações disponíveis no Repositório de Dados Eleitorais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O estado de Pernambuco tem 44,8% dos políticos com diploma universitário. Já o Rio de Janeiro é o estado com a menor proporção de candidatos com nível superior. Dos 3.494 políticos registrados na disputa eleitoral, 1.419 (40,6%) fizeram faculdade. Acre (42,1%) e Rondônia (43,9%), estados com uma rede de ensino superior muito menor do que a do Rio de Janeiro, aparecem na sequência.

Dos cargos em disputa, o de Deputado Estadual reúne os candidatos com menor escolaridade. Dos mais de 17 mil políticos que concorrem a cadeiras nas Assembleias Legislativas, 10,8% têm, no máximo, o ensino fundamental completo, 3% não completaram o ensino médio e 31,8% têm nível médio completo. Candidatos com ensino superior completo somam 45,3%.

Entre os candidatos a Deputado Federal há 7.986 inscritos nos tribunais eleitorais, sendo que 54,6% têm nível superior completo, 25,3% concluíram o ensino médio e 7,9% têm, no máximo, o ensino fundamental completo.

Dos candidatos ao Senado, 81,3% fizeram faculdade. Já entre os que concorrem ao governo dos estados, 87,2% têm nível superior. Os presidenciáveis são os candidatos com maior participação de formados em faculdades. São 92,3%, ou seja, dos 13 candidatos, apenas um, João Goulart Filho, do Partido Pátria Livre, informou não ter diploma de nível superior.

De acordo com Marcelo Lima, diretor de relações institucionais da plataforma Quero Bolsa, o resultado precisa ser analisado sob dois aspectos. Primeiramente, a participação de políticos com ensino superior completo é bem maior do que a média da população brasileira. Enquanto apenas 15,3% dos brasileiros com mais de 25 anos concluíram faculdade, entre os candidatos a cargos eletivos a média é mais de 3 vezes maior. “Por outro lado, nos preocupa a capacidade de entendimento dos problemas nacionais por parte destes políticos. Entender a estrutura do estado, os desafios do país e propor soluções viáveis demanda conhecimento e cultura. Candidatos pouco preparados certamente terão dificuldade em apresentar e avaliar propostas para o País. É certo que um diploma universitário não é garantia para tanto, mas é um bom indicador”, explica Lima.

“Em momentos decisivos, Pernambuco soube mudar”, afirma Armando

Animado com a receptividade nas ruas, Armando Monteiro, candidato a governador da coligação Pernambuco Vai Mudar, disse nesta quarta-feira (3) estar confiante no desejo de mudança expresso pela população em todos os lugares onde esteve, nos últimos meses, do litoral ao Sertão.

“Pernambuco já experimentou nos últimos três anos e meio um modelo de gestão deficiente e um governante fraco, que é bom de promessa e ruim de serviço. O governo Paulo Câmara não correspondeu às expetativas de Pernambuco”, disse. “Portanto, em momentos decisivos da nossa história, Pernambuco soube mudar”, acrescentou, durante caminhadas no Ibura, no Recife, e em Ponte dos Carvalhos, no Cabo de Santo Agostinho.

Na avaliação de Armando, Pernambuco caminha para uma disputa no segundo turno com o candidato do governo, Paulo Câmara, que tem feito ataques sistemáticos com mentiras e insinuações maldosas. “A rua está nos dizendo que vai ter segundo turno. O pernambucano quer dar uma chance à mudança, principalmente porque, com a mudança, todo mundo ganha, ninguém perde. Agora, se não mudar, fica tudo como está”, argumentou.

PRESIDENTE – Questionado pelos jornalistas sobre qual candidato receberia seu apoio na sucessão presidencial, Armando afirmou que, mais do que nomes, o importante é que, ao chegar ao governo, terá uma relação próxima com o futuro presidente. “Conheço todos de perto e vamos defender Pernambuco com qualquer um que assuma”, destaca.

Armando aproveitou para traçar um perfil do candidato que desejaria apoiar: “Tem que ter 100% de compromisso com a ordem democrática; tem que defender a estabilidade econômica, o controle da inflação para garantir a geração de emprego”. Além disso, acrescentou: “O candidato que quero precisa ter uma postura firme e compromisso em relação à segurança no nosso país; precisa valorizar a família; cuidar dos mais pobres; e precisa ser, acima de tudo, um patriota”.

Prefeita Raquel Lyra sanciona leis que beneficiam as mulheres de Caruaru

Foi diante de muita emoção e celebração que a prefeita de Caruaru, Raquel Lyra, sancionou, nesta quarta-feira (03), duas leis voltadas para as mulheres do município. O ato aconteceu no auditório da Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM) e reuniu militantes de movimentos sociais, estudantes, representantes de núcleos de estudos de gênero, usuárias dos serviços da secretaria e do Centro de Referência da Mulher Maria Bonita.

Uma das proposituras estabelece políticas públicas de enfrentamento à violência contra a mulher em situação de vulnerabilidade social, que após aprovação, se transformou na Lei 7.829 / 2018. O documento traz, entre os seus artigos, a obrigação de assegurar vagas em creches e escolas para os filhos das vítimas da violência familiar próximas à residência da mãe solicitante, ou mesmo a transferência da criança de endereço para assegurar a segurança da família. A outra propositura alterou a Lei Municipal nº 4.928, de 05 de abril de 2010 e foi aprovada como Lei sob o número 7.830 / 2018, onde se prevê a reestruturação do Conselho Municipal da Mulher.

As duas leis foram aprovadas, por unanimidade, em duas seções plenárias na Câmara Municipal de Vereadores, com a última discussão realizada no dia 13 de setembro deste ano. “É mais um passo na afirmação de políticas públicas para as mulheres do nosso município, resultado de um trabalho que já vinha sendo feito de forma articulada, dialogada com a sociedade civil organizada, com os vários segmentos de mulheres, e que agora se transforma em realidade. Com muita alegria damos agora esse passo a mais, no sentido de fortalecer a vida de nós, mulheres de Caruaru”, destacou Raquel.

Para a secretária da SPM, Juliana Gouveia, a efetividade das políticas para as mulheres de Caruaru será a contribuição que as leis irão deixar para o município. “É um marco no direito das mulheres de Caruaru, que conseguiram conquistar esse espaço. De hoje por diante, muitos projetos serão feitos, muitos programas executados. Daqui para frente é só vitória, e lutar, para cada vez mais, construir políticas públicas realmente efetivas e que transformem a vida das nossas mulheres”, ressaltou Juliana.

O momento foi de muita comoção e festa, pontuado com intervenções culturais da secretaria, que desenvolve, além do trabalho pontual, atividades lúdicas e educativas para divulgar as ações realizadas. Uma delas, diz respeito ao Coral Cantando a Vida, da SPM, que, regido pela maestrina Perpétua Dantas, secretária de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos de Caruaru, apresentou um repertório de sucessos do cantor Roberto Carlos. A diretora da Oficina Terapêutica de Teatro para Mulher – OTTM (também da SPM), Paula Monteiro, apresentou uma esquete e declamou um poema de cordel, de autoria própria, em que faz a apresentação da equipe e dos serviços oferecidos pela secretaria.

Em Vicência, Sistema de Abastecimento inicia fase de pré-operação

Após acompanhar o andamento de importantes obras hídricas em Paudalho e Lagoa do Carro, nesta quarta-feira (03.10), o governador Paulo Câmara fez questão de visitar a Zona Rural do município de Vicência para vistoriar a fase de testes do Sistema de Abastecimento de Água do distrito de Borracha. Com um investimento de R$ 900 mil, a estrutura irá reforçar o abastecimento local, levando água tratada e de qualidade para cerca de cinco mil pessoas.

“Um grande pleito da comunidade de Vicência, principalmente do distrito de Borracha, que era abastecido por carro pipa, poços artesianos sem cloração. Isso significa que a população não recebia água de qualidade. No seminário ‘Pernambuco em Ação’ houve esse pleito, nós atendemos e, hoje, chegamos aqui para acompanhar essa fase de pré-operação. Nós testamos o sistema, vistoriamos essa obra que nos próximos dias ficará disponível para a população”, destacou o governador.

A obra é composta pelo assentamento de 6,5 km de sistema adutor, com diâmetro de 150 mm, e construção de estação elevatória a partir do Sistema Siriji até o reservatório apoiado existente no distrito de Borracha. O equipamento tem capacidade para transportar 9 L/s de água tratada na ETA Murupé até a população do distrito beneficiado.

Para o presidente da Compesa, Roberto Tavares, esta ação representa mais saúde e dignidade para a população. “Essas obras são muito importantes porque dialogam com a saúde pública, atendendo populações mais pobres e que estão distantes. Então, hoje, pudemos acompanhar obras que estão em distritos, fora dos centros urbanos, mas que merecem a mesma atenção e dedicação, e que tiveram investimento significativo”, frisou.

Rands diz que recebe elogios e apoios por onde passa

O dia começou cedo e foi recheado de elogios, nesta quarta-feira (dia 3), para Maurício Rands. Líder da coligação O Pernambuco que você quer (PROS, PDT, Avante), Maurício Rands, foi aclamado como o vencedor do debate da TV Globo, realizado na noite anterior. Por onde passou, Rands foi saudado por estudantes, agentes comunitários, escrivães de política e cidadãos em geral. “Foi uma experiência rica e ser reconhecido como o melhor candidato é gratificante”, reconheceu.

O debate da TV Globo é um dos grandes eventos das campanhas para os cargos executivos e o resultado do evento influencia o interesse dos eleitores pelas propostas dos candidatos. Isso foi verificado na sabatina com os estudantes do Colégio Ideia, em um evento comemorativo dos dirigentes do Sindacs (Sindicato dos Agentes Comunitários de Saúde e de Combate às Endemias de Pernambuco), em uma apresentação na União dos Escrivães de Polícia de Pernambuco (Uneppe) e ao caminhar pelas ruas da Aurora e da Imperatriz, na Boa Vista. “Peço seu apoio, para mudarmos Pernambuco para melhor”, falou, diretamente, para os eleitores.

Rands se apresenta na rua exatamente como anuncia em debates e nas entrevistas: candidato de uma campanha franciscana, sem grandes estruturas, austera e tecnológica. Utiliza o próprio carro para seus deslocamentos, não é cercado por militantes pagos e caminha apenas na companhia de dois assessores e amigos. “Nós estamos falando a verdade e os eleitores notam a diferença da nossa proposta”, disse Maurício Rands.

Os elogios com relação ao seu desempenho no debate da Globo ocorreram o dia inteiro. “Você foi o melhor”, disse sr. Paulo, chaveiro da Rua da Aurora. “Ganhou o debate”, elogiou Marcos Rodrigues, presidente da Uneppe. Os comprimentos ocorreram durante todo o dia, por onde Maurício Rands caminhou.

Por trás do Cine São Luiz, na Praça Machado de Assis, Maurício Rands ouviu fotógrafos que queriam comentar as propostas apresentadas no dia anterior, no debate da Rede Globo. “Essa ideia de um trem ligando Goiana a Suape é boa”, disse um eleitor. “É boa e eu sei que é possível fazer e até como conseguir os recursos”, argumentou Rands.

Entre os escrivães que lotaram o auditório da Uneppe, na Boa Vista, o assunto mais comentado foi o programa Nome Limpo. “Até o outro candidato disse que o programa era bom”, puxou conversa um escrivão. Maurício Rands explicou melhor: “Ele gostou da ideia e nós poderemos transformar o Programa Nome Limpo em realidade, trazendo de volta ao consumo cerca de 500 mil pernambucanos que estão negativados no SPC e no Serasa”, prometeu, Maurício Rands.

Água Preta
À noite, Maurício Rands participou do grande comício e caminha na cidade de Água Preta. A cidade é uma das principais bases do presidente estadual do PROS, o deputado João Fernando Coutinho, candidato a reeleição. Além de Maurício Rands, participaram do evento a candidata ao Senado, Lídia Brunes (PROS) e líderes políticos da região.

Manifesto “Alcirina” pede Alckmin, Ciro e Marina contra polarização PT-Bolsonaro

Um manifesto virtual que já ultrapassou três mil assinaturas defende a união dos candidatos Geraldo Alckmin (PSDB), Ciro Gomes (PDT) e Marina Silva (Rede) contra a polarização em torno de Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), líderes em pesquisas de intenção de voto – e, por outro lado, os mais rejeitados pelos demais eleitores. Intitulado “Alcirina”, junção de partes dos nomes dos três candidatos, o documento pede que seja formada chapa única, situada ao centro do espectro político-ideológico, a ser encabeçada por Ciro, terceiro colocado nos levantamentos.

Para o grupo, o país corre risco tanto com a possível volta do PT, alvo de um sentimento “antipetista” elevado, quanto com a eventual chegada de Bolsonaro ao poder. Em diversas ocasiões, o deputado já manifestou apreço por práticas da ditadura, como a tortura, e já disse que pretende governar com os militares.

“Bolsonaro se fortalece através do mesmo artifício usado por João Santana nas últimas campanhas do PT: a criação de um personagem para salvar o Brasil, mas que não tem condições de conduzir a mudança esperada por muitos daqueles que hoje o apoiam. Porém, o estelionato eleitoral do candidato do PSL é ainda mais perigoso: Bolsonaro defende medidas e faz declarações que ameaçam diretamente a já fragilizada democracia brasileira”, diz trecho do texto, que compõe um abaixo-assinado disponível no site de petições online change.org.

O manifesto explica que, em troca da desistência de Alckmin e Marina, Ciro incluiria em seu programa de governo propostas formalizadas pelas chapas do PSDB e da Rede no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Além disso, o candidato do PDT daria aos partidos desistentes funções estratégicas em seu eventual governo. O material já chegou ao comando de campanha dos três candidatos e, segundo o site da revista Exame, interlocutores próximos a Ciro reagiram positivamente à iniciativa.

A despeito do “antipetismo” citado no manifesto, as críticas mais incisivas são direcionadas a Bolsonaro e a ameaça à democracia que, segunda a redação do material, o ex-capitão do Exército representa. “Se eleito, ele vai apoiar e incitar discursos de ódio que colocam em risco a vida de mulheres, negros e comunidade LGBT, entre outras minorias. […] O PT, apesar de tudo, respeitou institucionalmente o resultado do impeachment da Presidente Dilma Rousseff. Bolsonaro, que indicou um vice militar, pode contestar até decisões mais banais do Congresso e já se manifestou dizendo que não aceitaria outro resultado que não o da sua eleição”, acrescenta o texto, em referência à entrevista que o deputado concedeu ao jornalista José Luiz Datena (Band) e veiculada na última sexta-feira (28).

Embora não faça referência à carta em que o ex-presidente da República (PSDB) Fernando Henrique Cardoso pede que se contenha “a marcha da insensatez”, o documento guarda semelhança com o movimento feito pelo tucano. Segundo a mensagem de FHC, que pede a união do centro contra a polarização PT-Bolsonaro, “qualquer dos polos da radicalização atual que seja vencedor terá enormes dificuldades para obter a coesão nacional suficiente e necessária para adoção das medidas que levem à superação da crise”.

Confira a íntegra do manifesto “Alcirina”:

Prezados candidatos Marina Silva, Ciro Gomes e Geraldo Alckmin

Tempos extraordinários demandam medidas extraordinárias. Hoje, o Brasil caminha para um cenário de segundo turno no qual ninguém sairá vencedor. No momento de crise em que vivemos, não podemos arriscar ter o Brasil refém de governos que irão ampliar ainda mais a divisão e polarização do país. Presenciaremos no domingo (07) um dos eventos mais decisivos da nossa jovem democracia e precisamos, mais do que nunca, viabilizar uma terceira via que irá governar para TODOS brasileiros.

A surpreendente ascensão de Jair Bolsonaro é uma resposta à insatisfação com o rumo que o país tomou nos últimos anos em que foi administrado pelo PT: escândalos de corrupção, favorecimento de empresários amigos do partido e política econômica que levou o país a uma crise da qual ainda estamos nos recuperando. Se o descontentamento é justificado, a estratégia escolhida por muitos eleitores é equivocada e perigosa. Bolsonaro se fortalece através do mesmo artifício usado por João Santana nas últimas campanhas do PT: a criação de um personagem para salvar o Brasil, mas que não tem condições de conduzir a mudança esperada por muitos daqueles que hoje o apoiam.

Porém, o estelionato eleitoral do candidato do PSL é ainda mais perigoso: Bolsonaro defende medidas e faz declarações que ameaçam diretamente a já fragilizada democracia brasileira. Se eleito, ele vai apoiar e incitar discursos de ódio que colocam em risco a vida de mulheres, negros e comunidade LGBT, entre outras minorias. Temos que refletir sobre nossos privilégios e considerar questões que vão além da economia ou política, como direitos civis, liberdades individuais e segurança. O PT, apesar de tudo, respeitou institucionalmente o resultado do impeachment da Presidente Dilma Rousseff.

Bolsonaro, que indicou um vice militar, pode contestar até decisões mais banais do Congresso e já se manifestou dizendo que não aceitaria outro resultado que não o da sua eleição. Esse é um risco que NÃO podemos correr!

O mais irônico desse cenário, contudo, é que aqueles que mais se opõem ao PT são justamente os que, inadvertidamente, estão colaborando diretamente para a vitória do partido no segundo turno. Bolsonaro tem uma taxa de rejeição bem maior do que a de Haddad e, devido aos seus posicionamentos odiosos e incompetência técnica, enfrenta a oposição mais forte dentre todos candidatos. Colocar o Bolsonaro no segundo turno é eleger o PT, motivo pelo qual o partido de Lula e Haddad está poupando críticas diretas ao candidato do PSL.

No entanto, um novo cenário é possível se nos organizarmos e colocarmos nossas diferenças de lado pelo bem do país. Sabemos das diferenças ideológicas e políticas e da convicção de cada um na possibilidade de vitória de suas respectivas candidaturas. Porém dispersar a maioria dos votos da oposição ao Bolsonaro e ao PT em três candidatos é colocar em risco o futuro do país. Juntos, os senhores e a senhora somam votos para oferecerem uma terceira via no segundo turno das eleições.

Juntos, vencem Haddad e Bolsonaro, impedindo que o país tenha que escolher entre projetos de poder que irão aprofundar ainda mais a crise que vivemos. Juntos, os senhores e a senhora são a única esperança do povo brasileiro nesse momento de obscurantismo. É esta oportunidade histórica que está à frente de suas candidaturas: a união em prol de um projeto maior de Nação.

Por isso, fazemos um apelo para que os senhores e a senhora unifiquem os seus votos em uma única candidatura, sinalizando aos seus eleitores que votem no candidato escolhido. Pela conjuntura atual, sugerimos que esse candidato seja Ciro Gomes (PDT), o candidato dentre vocês que está mais bem colocado na pesquisa, conta com menor rejeição e ganha tanto de Bolsonaro quanto Haddad com folga. Em troca, pedimos que Ciro incorpore pontos das propostas de Marina Silva (REDE) e Geraldo Alckmin (PSDB), garantindo também que ambos partidos tenham uma posição de destaque em seu governo. No entanto, entendemos que, mais importante do que quem será o candidato, é a união dos senhores e da senhora na reta final das eleições.

Prezados candidatos, apelamos para o vosso patriotismo e esperamos que o histórico de serviço ao povo brasileiro que a senhora e os senhores possuem fale mais alto nesse momento decisivo para a história do país.

Eleitores brasileiros, não deixemos que o país sucumba ao ódio e fanatismo. Juntos podemos garantir uma terceira via para o Brasil!

#ElesNao #DemocraciaSim #Alcirina

Congresso em Foco

Manuela D’Ávila é alvo de ataques nas redes sociais

A candidata a vice-presidente pela chapa de Fernando Haddad (PT), Manuela D’Ávila (PCdoB), virou alvo de fotomontagens e distorções nas redes sociais. Em imagem manipulada digitalmente, Manuel aparece com uma camiseta preta que traz a frase “Jesus é travesti”. Ontem (2), a candidata postou na sua conta do Twitter a imagem original, em que está escrito “Rebele-se” na camiseta, e pediu ajuda para desmentir a notícia falsa. “Prestem atenção! Mentiras não passarão! Nos ajudem a compartilhar a verdade!”, escreveu Manuela.

Em outra foto, a candidata aparece com tatuagens dos líderes comunistas Che Guevara e Lenin e olheiras acentuadas. “Aumentaram minhas olheiras (…) e fizeram mais tatuagens no meu corpo”, escreveu a deputada ainda em 2017, quando a primeira versão manipulada da foto começou a circular. “Tenho muitas tatuagens mesmo e as exibo porque são lindas. Não são esses desenhos feinhos que vocês fizeram de Lenin e Che”, acrescentou.

As imagens têm sido compartilhadas pelo Twitter, pelo Facebook e pelo WhatsApp. Esse também tem sido o destino de um vídeo publicado pela própria ex-deputada federal em suas redes sociais. Nele Manuela brinca e diz que está em Buenos Aires e vai convidar José Mujica, ex-presidente do Uruguai, para ser presidente da fictícia Ursal.

O termo virou piada durante a campanha eleitoral depois de o candidato Cabo Daciolo (Patriota) denunciar a existência de um plano para formar a União das Repúblicas Socialistas da América Latina. O vídeo, feito em tom de brincadeira pela gaúcha, também gerou comentários negativos.

O caso mais grave, porém, ocorreu na segunda-feira da semana passada (24), quando foram disseminadas notícias de que Manuela estaria envolvida no ataque ao candidato do PSL, Jair Bolsonaro, que foi esfaqueado no mês passado em Juiz de Fora, durante ato de campanha. Por causa das acusações, a coligação entrou com pedido no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para reforçar a segurança na campanha. O pedido foi negado pelo ministro Jorge Mussi.

Nas redes sociais da candidata, circularam notícias de que teria ligado para Adélio Bispo de Oliveira, responsável pela facada contra Bolsonaro, para combinar o atentado. Relatório da Polícia Federal concluiu que Adélio agiu sozinho.

Congresso em Foco