Uma data para colocar os sorrisos nos rostos

Pedro Augusto

Há quem ainda critique as datas comemorativas, chegando a dizer que elas só servem mesmo para alavancar as vendas do comércio. Dedução esta, no mínimo, precipitada, porque mal sabem elas que são justamente nesses dias que várias ações de solidariedade acabam sendo postas em prática, propiciando um pouco de dignidade para aqueles que já haviam até se esquecido de como é sorrir.
Um exemplo disso pode ser visto no domingo (14), quando, ao menos por um intervalo, dezenas de crianças em situação de quase miséria da Rua da Lata, no Bairro São João da Escócia, em Caruaru, vivenciarão momentos de muita alegria, esperança e amor ao próximo. Em conjunto, os projetos filantrópicos ‘Anjos da Noite’ e ‘3 em 1’ realizarão no local a tão esperada festa do Dia das Crianças 2018.

Na programação, muitas brincadeiras com a presença de palhaço, distribuição de lanches, roupas e brinquedos. Todo o volume garantido foi fruto da arrecadação de ambas as entidades, que, com os seus representantes, receberam a equipe de reportagem do Jornal VANGUARDA, na manhã da última terça-feira (3), no endereço da festa.

De acordo com a organizadora do ‘Anjos da Noite’, Monalisa Monick, o Dia das Crianças da Rua da Lata promete bastante emoção. “Pelo o que vocês observaram, a situação destas crianças é muito precária, então proporcionar um pouco de alegria para elas não têm preço. Durante o nosso mutirão, conseguimos arrecadar alimentos, vestuários, calçados, brinquedos e a festa está garantida, mas qualquer ajuda continua sendo muito bem-vinda, haja vista que as necessidades permanecem grandes”, disse.

E Monalisa sabe muito bem disso. Além de se encontrar engajada na organização da festa e de semanalmente realizar vários cortes de cabelo na sede do ‘3 em 1’, que fica também na Rua da Lata, todas as noites das segundas-feiras ela tem percorrido os bairros de Caruaru com o objetivo de matar um pouco da fome de moradores de rua. Para isso, vem contando com o auxílio de demais voluntários, todos engajados na distribuição de alimentos. “Sempre procuramos diversificar o cardápio, ou seja, numa semana sopa, na outra mungunzá e, assim, vamos tentando fazer a nossa parte. Os alimentos são provenientes de doações e as suas produções também. Embora o ‘Anjos da Noite’ tenha iniciado as suas atividades há pouco tempo, um bom volume de pessoas já tem sido beneficiada, o que tem nos deixado bastante felizes!”, destacou.

Felicidade em poder estar ajudando ao próximo também podem ser percebidos nos olhos e nas reações dos mantenedores do projeto ‘3 a 1’, Pedro Bernardino e Sicleide Vanuza. Eles se mostraram satisfeitos e orgulhosos com as ações desempenhadas em meio ao turbilhão de dificuldades a serem superadas diariamente. “O espaço é pequeno, mas aqui muitas crianças estão tendo a oportunidade de escutar a palavra de Deus, de se alimentar e de aprender música. Nas segundas e quartas-feiras, adultos também têm tido a oportunidade de serem alfabetizados através do trabalho voluntário da professora Ivana. Ela vem ensinando os alunos a ler e a escrever, o que tem possibilitado um novo enxergar de mundo para todos os beneficiados. Enquanto estivermos por aqui, faremos de tudo para ajudar a nossa comunidade. A situação é muito precária e só sabe quem convive por aqui!”, comentou Sicleide.

Ela é casada com Pedro, que já vivenciou na pele a dor de viver perambulando pelas ruas. “Quando criança, fui morador de rua e sei muito bem o que é passar frio e fome. Mesmo com todas as dificuldades financeiras possíveis, decidi criar esse espaço, juntamente com a Sicleide, para tentar evitar que outras pessoas passem por todo o sofrimento que tive de enfrentar durante essa época de infância. Com o apoio de voluntários, doadores e demais amigos, o ‘3 a 1’ vem caminhando, o que nos têm enchido de bastante esperança para continuar ajudando cada vez mais o próximo. Esta festa do Dia das Crianças, por exemplo, promete ser inesquecível para a meninada daqui e só temos a agradecer aos contribuintes”, afirmou.

Apesar da festa já estar garantida, toda contribuição possível é sempre muito bem-vinda. Dessa forma, não só o ‘Anjos da Noite’ como também o ‘3 a 1’ se encontram de portas abertas para que os interessados conheçam as suas atividades e realizem as suas doações no que se refere a alimentos, vestuários, calçados, cobertores, produtos de limpeza, brinquedos e livros. Os telefones para contato são: 98996-1181 (Anjos da Noite) e 99346-1305 (3 em 1).

Caruaru Shopping contará com complexo esportivo

Com o objetivo de criar locais para a prática de esportes e, consequentemente, promover um maior bem-estar para a população de todo o Agreste pernambucano, o Caruaru Shopping deu início às obras do seu Complexo Esportivo. O equipamento será inaugurado no primeiro semestre de 2019, com uma área total de 6.000 metros quadrados. O investimento gira em torno dos R$ 5 milhões.

O empreendimento terá dois campos de Fut. 6 (Futebol Society), com 20 metros de largura e 40 de comprimento cada unidade, bem como quadras para Beach Tênnis, Box de CrossFit e uma completa área de lazer e convivência. “O Complexo Esportivo contará ainda com quiosques e um bar exibindo o que há de melhor no mundo dos esportes. Ótima oportunidade para você reunir amigos e familiares”, adiantou Marcus Belarmino, superintendente do Caruaru Shopping.

De acordo com Marcus, uma das finalidades do centro de compras e convivência é aumentar as opções para quem frequenta o local. “Estamos ampliando as opções para o público com novas lojas, um novo hotel e agora uma área destinada à prática esportiva. Vale lembrar que já contamos com academia, boliche e parques infantis. Tudo isso aliado ao conforto e à segurança que o Caruaru Shopping oferece” afirmou.

Ainda segundo o superintendente, o complexo também contará com um aplicativo, onde o frequentador poderá fazer suas reservas e pagamento de locações, seja para o futebol ou outro esporte qualquer, e ainda montar seu time pelo próprio App.

A chegada do Complexo Esportivo também vai movimentar a economia de Caruaru e região. “Estamos preparando muitas novidades para nossos clientes e a qualidade de vida através da prática esportiva é uma delas”, finalizou Belarmino.

Bom para a criançada, bom para o comércio

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Pedro Augusto

Uma das datas mais lucrativas para o varejo no segundo semestre já se encontra bastante próxima de ser comemorada – na próxima sexta-feira (12) -, o que promete mais uma vez impulsionar alguns setores do mercado local. Especificamente em relação ao comércio, a expectativa é de que, em 2018, o Dia das Crianças incremente as vendas nas empresas de brinquedos, calçados, vestuários e demais segmentos demandados, em pelo menos 5%, em comparação com o mesmo período do ano passado. De acordo com o presidente do Sindicato dos Lojistas de Caruaru (Sindloja), Manoel Santos, a estimativa só não é mais animadora por parte dos comerciantes devido ao momento atual em que o país vem atravessando, ou seja, com todas as suas atenções voltadas para as eleições.

Em entrevista ao Jornal VANGUARDA, na manhã da última terça-feira (2), o sindicalista confirmou a desaceleração recente de consumo. “Ao longo deste ano, temos observado algumas oscilações no que diz respeito ao desempenho do nosso varejo, ora reagindo com faturamentos animadores, ora nem tanto, deixando os lojistas preocupados. Com a proximidade das eleições e essa indefinição ainda no que tange ao nome do novo presidente e demais representantes, verificamos, no último mês, certa desaceleração nas vendas, haja vista que grande parte dos caruaruenses está receosa com qual rumo o Brasil deverá tomar e vem freando o seu consumo. Desta forma, projetamos um crescimento nas vendas de, no máximo, 5% em relação ao último Dia das Crianças”, disse.

Especializada na venda de brinquedos, tanto no atacado quanto no varejo, a Casa Cabral é uma das empresas que já vêm sentindo incremento nas vendas. De acordo com o gerente Adriano Lima, a estimativa é superar o faturamento obtido em 2017. “Nossa meta é de superarmos em até 10% as vendas de brinquedos registradas no Dia das Crianças do ano passado. Para isso, reforçamos o nosso estoque com produtos que atendem a todos os gostos e os bolsos e já estamos contabilizando aumento nas comercializações no atacado como também no varejo. A expectativa é de movimento redobrado já partir deste fim de semana”, avaliou.

Na Agremil, outra empresa especializada na oferta de brinquedos, a demanda de produtos voltados para a data comemorativa também se encontra em ordem crescente. “A tendência é de que, a partir de agora, as vendas aumentem de forma significativa, até porque brinquedo continua sendo o preferido na lista de presentes da criançada e os pais nunca deixam de presenteá-los. Em paralelo, também sempre há aqueles consumidores que costumam comprar este tipo de produto para doá-lo a instituições de caridade e, neste ano, não está sendo diferente. Na Agremil, a procura já se encontra satisfatória e deverá aumentar ainda mais nos próximos dias. Deveremos superar o faturamento do ano passado”, analisou o gerente Leandro Leite.

Assim como o de brinquedos, o setor de calçados costuma faturar alto no Dia das Crianças. De acordo com o gerente Demétrius Souza, a rede de sapataria Muniz costuma ser bastante demandada neste período e em 2018 a tendência também é de incremento nas vendas. “Esta data costuma ser o pontapé inicial para as grandes vendas de fim de ano e nos encontramos otimistas quanto ao faturamento que deverá ser obtido em 2018. Como não poderia ser diferente, nesta época a maior procura está correspondendo a calçados infantis, mas também há demanda por linhas adultas, já que muitos pais costumam pegar o embalo do presente do filhão e acabam comprando também calçados para si. Sempre projetamos superar as vendas do ano anterior e, mesmo ainda com a crise, nos encontramos animados”, comentou.

Clientes

Quem não perdeu tempo e já garantiu o presente do Dia das Crianças foi a estudante Morgana Nascimento. Ela recebeu a “missão” de procurar e adquirir as melhores opções em termos de presente para os afilhados da sua mãe e não decepcionou. “Pesquisei bastante e acabei encontrado o que procurava: bons brinquedos com preços acessíveis. A minha mãe não vai ter do que reclamar!”, disse ela, aos risos.

Na mesma loja, a reportagem VANGUARDA entrevistou a dona de casa Maria Lúcia que, apesar de não ter criança na família, não vai deixar a data passar em branco. “Comprei uma boneca com um precinho bom para a filha da minha vizinha. Vim logo até a loja para não ter que enfrentar a correria e a concorrência das compras de última hora”, afirmou.

Informais

No mercado informal também há comerciantes que se encontram otimistas quanto às vendas do Dia das Crianças 2018. A ambulante Talita Estefani, por exemplo, aguarda ao menos igualar com o faturamento que foi obtido no último ano. “Não só eu que trabalho na informalidade, mas o comércio num todo, está precisando bastante do movimento que é impulsionado pela data. Tenho esperança de que conseguirei vender quase todo o meu estoque de brinquedos até esta sexta-feira”, projetou.

O informal Gilson Silva, que vende vestuários infantis, aguarda movimento redobrado a partir deste fim de semana. “Mesmo com a política, muitas pessoas não vão deixar de vir até o Centro para comprar o presente da criança. Acredito em boas vendas neste sábado (6)”, opinou.

Após ataques, campanha por placas de Marielle já arrecada R$ 28 mil

Menos de um dia depois que circularam nas redes sociais imagens de dois candidatos do PSL-RJ exibindo uma placa destruída que homenageava a vereadora Marielle Franco, uma campanha feita por simpatizantes e apoiadores das causas defendidas por ela já arrecadou ontem (4) 14 vezes o valor definido como meta para fazer novas placas.

O valor estipulado foi de R$ 2 mil para a confecção de 100 placas. Em apenas 24 minutos, a quantia foi obtida. Por volta das 15h desta quinta-feira, as doações já somavam R$ 28 mil com a adesão de mais de mil
pessoas. A organização da campanha fará mil placas e destinará o dinheiro restante para outras ações de homenagem à vereadora ainda não divulgadas.

A homenagem havia sido colada sobre uma das placas que identifica a Praça Floriano, no centro do Rio de Janeiro, mais conhecida como Cinelândia. A placa, que não foi instalada pela prefeitura, mudava informalmente o nome do logradouro para Rua Marielle Franco e informava: “Vereadora, defensora dos direitos humanos e das minorias, covardemente assassinada no dia 14 de março de 2018”.

Campanha da placa

A campanha para fazer novas placas foi lançada pelo site de humor Sensacionalista, que posta notícias falsas que abordam com ironia questões políticas e sociais do Brasil e do Mundo. Sócio do site, o jornalista Nelito Fernandes conta que a equipe ficou estarrecida quando viu a imagem da placa quebrada e decidiu agir para reconstruir a homenagem à vereadora assassinada a tiros.

“A gente vê um acirramento das opiniões em um sentido sempre de desconstruir. Essa vai ser uma eleição em que as pessoas vão votar contra. Poucos vão votar a favor. Já que destruíram a homenagem, decidimos que vamos construir outra”.

Para não ser acusada de “incitar o vandalismo”, a campanha imprimirá placas de tamanho diferente do padrão de identificação das ruas do Rio de Janeiro e distribuirá as homenagens no dia 14 de outubro, quando o assassinato completa oito meses.

“O que foi quebrado não foi uma placa, foi a Marielle, mais uma vez. A imagem de uma mulher, negra, que se recusou a cumprir o destino de servir o cafezinho. Que mal Marielle fez para merecer esse ódio?”, questionou Nelito.

Retirada da placa

Em um vídeo postado nas redes sociais, o candidato a deputado estadual Rodrigo Amorim, e o candidato a deputado federal Daniel Silveira, ambos do PSL-RJ, retiram a homenagem da placa que foi colocada na esquina da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, onde Marielle cumpria seu primeiro mandato quando foi assassinada.

No vídeo, Daniel defende que o assassinato não justificava colar a placa, o que classificou de vandalismo. Já Rodrigo afirma que outras 60 mil pessoas foram assassinadas no país.

Dias depois, os candidatos levaram a placa a um ato político para apoiadores em Petrópolis, na Região Serrana. O ato foi registrado em mais um vídeo postado nas redes sociais, e Amorim e Silveira exibem a placa quebrada ao meio. Os dois foram fotografados com os pedaços da placa nas mãos, e as imagens se espalharam nas redes.

Com a repercussão, os dois políticos fizeram uma transmissão ao vivo no Instagram em que afirmam que repudiam o assassinato de Marielle e defendem que seus algozes têm que ser investigados e punidos severamente.

Na gravação transmitida na internet, eles afirmam que não haverá pedido de desculpas e defendem que retiraram a homenagem como se fosse uma pichação qualquer, sem a intenção de atingir a imagem da vereadora, porque buscavam restaurar o patrimônio público havia sido depredado.

Uso da radicalização

O pesquisador da Universidade de São Paulo (USP), Pablo Ortellado, mapeou que a postagem dos links e imagens relacionados ao caso teve grande repercussão no Facebook, especialmente em páginas de esquerda e veículos de imprensa. Apesar disso, páginas de direita também postaram a história, com bem menos repercussão.

Apesar de muitas pessoas terem postado a imagem por indignação, o pesquisador acredita que o episódio pode se converter em votos para os candidatos. “É uma coisa que choca as pessoas que consideram bárbaro. Mas isso pode ser considerado irrelevante ou até mesmo positivo por quem poderia votar neles, e eles surfam nessa exposição”, diz o analista. Ortellado ainda alerta que a polarização dificulta que a indignação seja compartilhada com “o outro lado”.

“Há um antagonismo exacerbado de tal maneira que tudo que um lado afirma, o outro nega automaticamente. Com a esquerda indignada, parte da direita vai defender”, diz ele. Como exemplo, cita o próprio assassinato da Marielle, que foi seguido por uma onda de notícias falsas contra a vereadora e relativizações sobre o número de homicídios no Brasil, que já passa de 60 mil por ano.

Ortellado lembra ainda que a campanha de Donald Trump, que venceu a eleição para a presidência dos Estados Unidos, se beneficiou dessa mídia espontânea.

Linguista da Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas, Lucas Calil acredita que os diferentes polos do espectro político aproveitam publicações de impacto nas redes sociais para reforçar a adesão de seus eleitores. No caso de candidatos ao parlamento, notícias mais impactantes podem servir ainda para diferenciar as candidaturas de outras que estão no mesmo campo político que elas, destacando-as aos olhos dos eleitores polarizados.

“Eles vão cada vez mais ao polo limite de seus valores, para não perder espaço e garantir a arena polarizada”, diz ele. Calil vê protagonismo das redes sociais nesse processo porque as informações são recebidas e as posições reforçadas por pessoas próximas. “As pessoas têm entre si uma relação de confiança totalmente diferente do que com os meios de comunicação. Elas estão em grupos que reúnem família, colegas de trabalho. É totalmente diferente de um jornal dizer algo para você”.

O coordenador do Laboratório de Estudos sobre Imagem e Cibercultura da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Fábio Malini, avalia que episódios como esse revelam uma defesa da “eliminação do adversário”, retratado como um “inimigo público”.

“O que a gente viu com esse episódio é que os limites já foram ultrapassados”, diz o pesquisador. “A gente vive no país uma situação em que já se tem, por parte de um grupo de políticos, uma visão de que se ganha voto com apologia à violência política.”

Para Malini, a justificativa de combater o vandalismo não se sustenta, porque o ato foi teatralizado para ser viralizado na internet. “Há uma bolha que sustenta essa postura.”

Agência Brasil

Em entrevista à sua medida, Bolsonaro é docilizado e parabeniza Palocci

Em entrevista exibida pela TV Record no mesmo horário do debate entre os presidenciáveis na TV Globo, o candidato Jair Bolsonaro (PSL) não foi pressionado, recebeu perguntas propícias para expor suas pautas e foi exibido como uma figura dócil, ainda fragilizada devido à facada que recebeu no início de setembro. Bolsonaro foi proibido por seus médicos de participar do debate por estar em recuperação após ser esfaqueado.

Na terça-feira (2), o bispo Edir Macedo, proprietário da TV Record, manifestou apoio a Bolsonaro. O anúncio da entrevista revoltou os adversários do capitão reformado. As coligações de Fernando Haddad (PT), de Henrique Meirelles (MDB) e de Guilherme Boulos (PSOL), além do deputado Wadih Damous (PT-RJ), pediram ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que a exibição da entrevista fosse proibida. Eles alegaram que levar a entrevista com Bolsonaro ao ar infringia as normas de conduta para as televisões. O ministro Carlos Horbach liberou a veiculação da entrevista.

Nela, Bolsonaro apareceu em sua casa, no Rio, e encaminhou a entrevista com a mesma estrutura de suas recentes aparições públicas. Começou falando do ataque a faca recebido em Juiz de Fora e de sua vontade de estar nas ruas fazendo campanha. Ele ressaltou que, por “determinações médicas”, deverá evitar excessos.

Na sequência, voltou sua mira ao PT, adiantando a estratégia de atacar Fernando Haddad, possível adversário em um eventual segundo turno. Ele chamou Haddad – que ao mesmo tempo falava na TV Globo – de “fantoche do senhor Lula”.

Em mais uma passagem clássica de sua estratégia eleitoral, Bolsonaro disse que unirá o povo brasileiro, que, segundo ele, teria sido dividido pelo PT. Ele argumenta que o país foi separado em caixas entre negros e brancos, ricos e pobres, e, por fim, pais e filhos. Segundo ele, a “lei da palmada”, ao não permitir castigos físicos aos filhos, voltaria uns contra os outros.

Ele ainda se defendeu das acusações de que seja homofóbico, racista ou machista. Ao fim desse primeiro bloco de dez minutos, um enfermeiro interrompeu a entrevista e Bolsonaro parou para beber um copo de água.

No segundo bloco da entrevista, o candidato acusou os artistas que fazem parte do movimento #elenão, de repúdio à sua candidatura, de “mamarem na Lei Rouanet. Todos eles”. Sobre as críticas ao 13º salário proferidas pelo vice de sua chapa, o general Hamilton Mourão (PRTB), ele disse que as palavras foram tiradas do contexto, e que nunca foi falado em acabar com o direito.

Bolsonaro ainda defendeu a revogação do estatuto do desarmamento (que, segundo ele, teria aumentado a violência) e fez a defesa da trinca dos valores da família, das religiões e da redução tarifária que sustentam boa parte de sua atuação nas redes sociais.

Após a entrevista ser interrompida mais uma vez pelo enfermeiro enquanto o entrevistador diz que ele mostra cansaço, Bolsonaro produziu o único momento surpreendente ao parabenizar o ex-ministro Antonio Palocci. Ao ser perguntado se a decisão do juiz Sergio Moro levantar o sigilo de parte do acordo de colaboração de Antonio Palocci com a Polícia Federal poderia interferir no resultado das eleições, Bolsonaro respondeu positivamente.

“Sempre há impacto. Palocci já vinha colaborando. Ele foi um homem muito próximo do governo, ele conta as entranhas do poder. Não tem como ele fugir da verdade. Parabéns ao Palocci. Quem não erra como ser humano? Ele tenta corrigir seus erros com essas ações”, disse o militar.

Folhapress

Para impedir ataques cibernéticos, TSE faz alterações no site

Na tentativa de evitar ataques cibernéticos, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vai fazer mudanças no site institucional na internet às 18 horas desta sexta (5) e às 8 horas de segunda-feira (8). Oficialmente, a informação é que as alterações são preventivas em meio ao crescimento de demandas de acesso às vésperas das eleições.

A ação integra um conjunto de iniciativas adotadas pelo tribunal para aumentar a segurança dos sistemas utilizados pela Justiça Eleitoral – em especial, os de totalização dos votos e divulgação de resultados.

O coordenador de Infraestrutura da Secretaria de Tecnologia da Informação do TSE, Cristiano Andrade, disse que a medida tem caráter preventivo. “Historicamente, as tentativas de invasão à rede de computadores da Justiça Eleitoral crescem à medida que se aproxima o dia do primeiro e segundo turnos das eleições.”

De acordo com Cristiano Andrade, no fim de semana do primeiro turno das eleições gerais de 2014, o TSE recebeu 200 mil ataques de negação de serviço (DDoS) por segundo.

Houve também registros de ações de exploração de vulnerabilidades como defacement (pichação de sites), proliferação de cavalos de Troia (programas que abrem portas no sistema para conexões externas indevidas), phishing (captura de dados e senhas) e SQL injection (inserção de comandos em bancos de dados por meio da internet).

Com a configuração a ser adotada a partir desta sexta-feira, os sites do TSE e dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) vão operar apenas com as aplicações de maior relevância para o usuário, como consultas aos locais de votação, situação eleitoral, candidaturas e justificativa eleitoral.

Serviços de e-mail estarão indisponíveis. Mensagens enviadas ao TSE ficarão retidas em ambiente seguro e só serão liberadas após a normalização do ambiente de segurança.

Agência Brasil

CNJ pede explicações a Moro sobre delação de Palocci

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) pediu que o juiz Sergio Moro preste informações sobre a decisão de levantar o sigilo da colaboração de Antonio Palocci com a Polícia Federal.

O órgão acatou uma reclamação disciplinar dos deputados petistas Paulo Pimenta, Luiz Teixeira e Wadih Damous. Eles afirmam que a iniciativa de Moro configura uma “escancarada tentativa de tumultuar o processo eleitoral, por quem tem (ou deveria ter) o dever constitucional de preservá-la”.

Os parlamentares também alegam que o depoimento de Palocci não deveria ter seu sigilo levantado “nesse momento de elevada temperatura política, senão com o deliberado propósito de interferir ilicitamente na disputa que se aproxima e onde o Partido dos Trabalhadores, democraticamente, desponta como um dos preferidos da sociedade brasileira”.

Ainda de acordo com a queixa, Moro teria agido “sem a necessária ponderação e sem observar os postulados da razoabilidade, da imparcialidade, da proporcionalidade e, principalmente, da legalidade, que devem caracterizar suas ações, incorrendo em falhas funcionais, administrativas e disciplinares”.

A decisão, assinada pelo ministro do STJ Humberto Martins, corregedor nacional de Justiça, dá 15 dias para que Moro dê esclarecimentos sobre o caso.

Datafolha: Haddad tem 45% em PE; e Bolsonaro, 25%

O presidenciável Fernando Haddad (PT) lidera as intenções de voto dos eleitores de Pernambuco com 45%, segundo a pesquisa Datafolha divulgada nessa quinta-feira (4). O petista tem 20 pontos percentuais de vantagem sobre Jair Bolsonaro (PSL), que aparece com 25%. No Recife, no entanto, o cenário é de empate: 34% para cada um. Entre os eleitores do Estado, Ciro tem 14% e Alckmin e Marina, 5% cada.

A maior vantagem de Bolsonaro (PSL) em relação a Haddad (PT) aparece no Distrito Federal, onde o capitão reformado está com 51% das intenções de votos válidos, 37 pontos à frente do petista, que ficou com 14%.

É também no Distrito Federal que Ciro Gomes (PDT) está em melhor situação em relação ao petista, com 14%, pontuação idêntica à de Haddad. Alckmin chega em um distante terceiro lugar, com 6% dos votos válidos, que excluem brancos, nulos e indecisos. Marina Silva (Rede) tem 5% e João Amoêdo (Novo), 4% no Distrito Federal.

A segunda maior vantagem de Bolsonaro, de 33 pontos de distância, aparece no Rio de Janeiro, onde ele mora e fez sua carreira. Ele tem 49%, ante 16% de Haddad. Tecnicamente empatado, Ciro Gomes tem 14% no estado. Em São Paulo, a vantagem de Bolsonaro cai para 25 pontos de distância. Ele lidera com 41% dos votos válidos dos paulistas. Alckmin e Haddad dividem o segundo lugar no estado, com 16% cada um. Ciro Gomes ficou com 12%. Bolsonaro tem 23 pontos de vantagem em Minas Gerais, onde alcança 44% enquanto Haddad ficou com 21%. Em Minas, Ciro tem 12% e Alckmin, 8%.

O Datafolha ouviu 10.930 eleitores em 389 cidades do País na quarta (3) e quinta (4). A margem de erro do levantamento Datafolha, contratado pela Folha de S.Paulo e pela TV Globo, é de dois pontos percentuais para mais ou menos.

Folhape

Em debate da Globo, presidenciáveis atacam Bolsonaro e PT

Questionado por Ciro Gomes (PDT), Guilherme Boulos (PSOL) voltou a criticar a política de repressão às drogas no debate de presidenciáveis, na quinta-feira (4), na TV Globo. Boulos defende que usuários sejam tratados como questão de saúde, e não no âmbito do código penal.

O tema permitiu que os candidatos criticassem o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, que defende o armamento da população como política de segurança. Ciro voltou a questionar o capitão reformado pela ausência no debate. “Não queremos dar a primeira arma ao jovem, queremos dar o primeiro emprego”, completou Boulos, que pregou o uso de inteligência para combater o tráfico de armas.

O candidato Fernando Haddad (PT) aproveitou a ausência de Bolsonaro no debate na Globo – por alegadas questões de saúde – para criticar as medidas de austeridade iniciadas pelo governo de Michel Temer que, segundo o candidato do PT, o capitão pretende aprofundar. “Cortar direitos dos trabalhadores para (ajustar) as contas públicas, isto não se faz. O PT jamais o fará. O que está ocorrendo no Brasil é um absurdo”.

“Amarelou”
A candidata Marina Silva (Rede) arrancou aplausos da plateia após dizer que Bolsonaro “amarelou” ao se ausentar do debate de presidenciáveis da TV Globo nesta quinta-feira (4). Ela criticou o capitão reformado por conceder entrevista à TV Record nesta quinta-feira (4), que foi transmitida junto ao debate: “Bolsonaro mais uma vez amarelou.”

Ciro Gomes (PDT) e Henrique Meirelles (MDB) também condenaram a ausência do capitão reformado. Assim como Marina, eles criticaram o fato de Bolsonaro ter concedido uma entrevista à TV Record, embora tenha alegado proibição médica para comparecer ao debate.

Ciro comparou seu caso ao do candidato do PSL e disse que foi a um debate mesmo estando com uma sonda porque o eleitor merece esclarecimentos. Já Meirelles disse que a entrevista de Bolsonaro à Record se deu sob “absoluto controle” e que isso demonstra que ele não tem condições de governar o país. “O eleitor merece respeito”, cobrou Meirelles.

Direita x Esquerda
Candidatos que se dizem de centro, Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (Rede) e Henrique Meirelles (MDB) se uniram no primeiro bloco do debate de presidenciáveis para tentar romper com a polarização entre direita e esquerda na reta final do primeiro turno. A três dias da realização do primeiro turno, Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando
Haddad (PT) estão na ponta das pesquisas, com 35% e 22%, respectivamente, segundo o Datafolha divulgado nesta quinta.

Primeiro, Ciro perguntou a Marina sobre o cenário conflagrado do país e a possibilidade de um novo governo, eleito em meio à tensão política, chegar ao fim. Depois, foi a vez de Meirelles falar com Ciro sobre a eleição de um “salvador da pátria”.

Alvaro Dias e Haddad
Os candidatos à Presidência da República Alvaro Dias (Podemos) e Fernando Haddad (PT) tiveram um dos embates mais pesados no debate promovido pela TV Globo.

“Ao final do programa, vou te entregar a pergunta que é para ser feita ao verdadeiro candidato, que está preso”, disse o candidato do Podemos ao petista, em referência a Lula – preso em Curitiba e que, por isso, foi substituído por Haddad na chapa petista. O ex-prefeito de São Paulo “pediu compostura” a Dias no debate e o acusou de fazer brincadeiras fora de hora e não respeitar limites de tempo. “Está atrapalhado em relação ao tempo e ao espaço”, ironizou Haddad.

Dia das Crianças deve movimentar R$ 9,4 bilhões no varejo

Apesar da lenta retomada da economia refletir no ânimo dos brasileiros, a maioria dos consumidores (72%) deve ir às compras este ano no Dia das Crianças — em especial as mulheres (77%). É o que revela pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) em todas as capitais. No ano passado, 67% compraram presentes na data. Para 2018, a expectativa é de que o varejo movimente cerca de R$ 9,4 bilhões.

Diante de um cenário com alto índice de desemprego e renda achatada, os gastos do consumidor também prometem ser ponderados. De acordo com o levantamento, (39%) dos entrevistados que presentearão, principalmente filhos, sobrinhos, netos ou afilhados, pretendem gastar o mesmo valor que o ano assado, enquanto 24% planejam comprar menos. No total, cada consumidor deve desembolsar, em média, R$ 187 com presentes.

O Dia das Crianças representa a última festa comemorativa antes do Natal e dará sinais de como será o desempenho das vendas no final do ano. “As intenções de compra da data servirão de termômetro para o fim de ano, ao trazer as primeiras impressões do que deve acontecer no Natal, principalmente em um momento que o poder de compra das famílias continua sendo afetado pelas dificuldades econômicas”, explica a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

Orçamento apertado é principal motivo para 34% dos consumidores segurarem gastos. Seis em cada dez entrevistados afirmam que presentes estão mais caros

Os impactos da crise ainda estão presentes no dia a dia das pessoas e contribuem para que boa parte gaste menos na data. A principal razão para que haja um freio no consumo daqueles que pretendem gastar menos este ano deve-se ao orçamento apertado (34%), enquanto 24% desejam economizar, 18% estão desempregados e por essa razão se veem impossibilitados de comprar e 9% têm outras prioridades de aquisição (9%), como carro e casa. Há ainda os que precisam pagar dívidas em atraso (8%).

Embora os consumidores estejam cautelosos, a pesquisa mostra que cerca de um terço (30%) pretende comprar dois presentes e 25% apenas um. A maioria (66%) espera pagar os produtos à vista e o dinheiro será a opção de 51% dos entrevistados. Em segundo lugar, aparece o cartão de crédito parcelado (34%) e em terceiro, o cartão de débito (28%). Entre os que planejam parcelar as compras, a média de prestações é de quatro parcelas.

Os shopping centers são o lugar preferido dos consumidores para fazer suas compras (42%), embora 35% optem pela internet, provavelmente motivados pela comodidade e praticidade de encontrar seus presentes. Já 28% mencionaram que buscarão o tradicional comércio de rua. Mesmo com uma inflação menor se comparada ao auge da crise, a maioria dos entrevistados (59%) avalia que os preços dos presentes estão mais caros do que em 2017. Para 31%, os preços estão na mesma faixa e apenam 6% dizem estar mais baratos.