O País vem acumulando uma grande defasagem educacional, pois sete em cada dez alunos do 3º ano do Ensino Médio têm nível insuficiente em português e matemática, como apontam os dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) 2017, divulgados recentemente pelo Ministério da Educação (MEC). Em matemática, 71,6% dos alunos têm nível insuficiente de aprendizado, e desse grupo, 23% estão no nível zero, o mais baixo da escala de proficiência. Em português, 70,8% dos alunos têm nível insuficiente de aprendizado, sendo que 23,9% também estão no nível zero. Os resultados se referem a um universo de 59.388 escolas.
No mínimo há três décadas, o paradoxo entre potência econômica na América Latina e a educação no Brasil é intenso, principalmente quando comparado com o Chile, referência em educação, mas a definição da nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e a Reforma do Ensino Médio abrem espaço para a discussão sobre o futuro da educação no País e as necessidades de mudança. Um estudo realizado pela Dell Technologies sinaliza que 85% das profissões que existirão em 2030 ainda não foram inventadas. Nos Estados Unidos, por exemplo, até 2026, habilitações que mesclam conceitos tecnológicos e práticos farão parte de 100% das escolas de Ensino Fundamental e Ensino Médio.
Para Márcia Hipólide, consultora pedagógica da startup Explorum – plataforma de alta inovação educacional – a gestão administrativa de escolas precisa compreender que coordenadores pedagógicos e educacionais são gestores que precisam estabelecer canais de comunicação, que permitam avaliar processos, procedimentos e resultados. “Para que essa qualidade de aprendizagem ocorra é fundamental que cada vez mais, o ensino de conteúdos esteja atrelado ao desenvolvimento de habilidades e competências, pautados em objetos de conhecimento contextualizados e significativos, que promovam o diálogo entre o que se aprende na escola com a realidade objetiva do aluno”, explica Hipólide. A especialista participou do desenvolvimento das coleções didáticas de 2013, 2016 e 2019 (criadas a partir da BNCC de História de Projetos Integradores) aprovadas pelo MEC.
A Explorum é uma das empresas que surgem nesse contexto, com uma nova proposta de aprendizagem, e se destaca por ser a única no Brasil a oferecer uma metodologia composta de hardware exclusivo, com plano de aulas e projetos que permitem a incorporação de tecnologia em sala, com um método de ensino que envolve o aprendizado de programação robótica, inteligência artificial e Internet das Coisas, de forma mais simples e prática, sem que seja necessária a compra de muitas máquinas e equipamentos. “A aprendizagem criativa híbrida é a mistura de técnicas educacionais, que começou com o conceito STEM (Science, Technology, Engineering and Math), que mescla o ensino das disciplinas de Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática simultaneamente, e agora se integra a uma metodologia de Design Thinking, Inteligência Artificial, Internet das Coisas, e ao conceito Maker, uma extensão do movimento “Do IT Yourself”, Faça Você Mesmo, em português”, explica Eduardo Azevedo, cofundador da plataforma educacional.
O método desenvolvido pela empresa está focado na capacitação de professores para o aprendizado de forma prática, para atuarem como mediadores na busca de soluções, a fim de incentivar a criatividade e contribuir para o desenvolvimento cognitivo dos alunos. Assim, a Explorum desenvolve os projetos em parceria com o corpo docente de cada escola, oferecendo treinamento, redesenhando o modelo de aprendizado e preparando os profissionais para formarem alunos para as novas competências do milênio. Para o empresário, formar gestores e falar a linguagem do aluno de forma prática e inovadora é essencial.
A Explorum criou um processo dinamizado de aula para professores e alunos, unindo alta tecnologia, atividades colaborativas e processos de construção de projetos com base em prototipação. “Programação e matemática são disciplinas interligadas, então é possível aplicar conceitos de aprendizagem que mesclem os dois assuntos. O objetivo é promover o errar, construir e refazer, aplicando tudo isso ao cotidiano”, acentua Azevedo. A startup surgiu em 2016 e já atua em 26 instituições de ensino em todo o Brasil. Entre os parceiros da startup estão grandes corporações como IBM e Samsung. A empresa também é responsável por um projeto social chamado Engenhoca Criativa, que desenvolve junto a 160 jovens de comunidades carentes, na região do Capão Redondo, bairro localizado na periferia da capital paulista.
Sobre a Explorum é uma plataforma pedagógica de aprendizagem criativa híbrida, que permite explorar problemas reais do mundo, por intermédio de uma metodologia de ensino e de atividades conectadas a objetos, para auxiliar os alunos a projetar por si mesmos para uma sociedade digital e conectada. A startup que atua junto a escolas, foi criada em 2016 e já está presente em 26 instituições pelo Brasil, entre públicas, particulares e projetos sociais.