SESI/PE estimula inserção feminina igualitária no mercado de trabalho no Agreste

A participação feminina no mercado de trabalho ainda enfrenta uma série de barreiras e alguns dos principais são a desigualdade salarial e a ascensão na carreira. O levantamento Estatísticas de Gênero: Indicadores Sociais das Mulheres no Brasil, divulgado na terça-feira (07) pelo IBGE mostra que embora as brasileiras possuam nível de formação superior aos homens, elas ainda são minoria em cargos de liderança nas empresas. De acordo com a pesquisa, 37,8% dos cargos gerenciais no país são ocupados por mulheres e elas ainda ganham 3/4 do valor do salário pagos aos homens.

Apesar disso, é possível mudar esse cenário com medidas de reconhecimento e valorização da competência. Um exemplo disso, é o que é realizado pelo Serviço Social da Indústria de Pernambuco (Sesi/PE). Na empresa, 53% dos cargos são ocupados por mulheres. Elas também respondem por 60% dos cargos de liderança, incluindo de diretoria. Em Caruaru, um dos cargos de destaque da unidade, o de administradora escolar, que seria equivalente à diretoria escolar, é ocupado por Robervânia Cordeiro. Em Belo Jardim, a supervisora pedagógica, espécie de gerente escolar, é de Izabelle Araújo, além de muitos outros talentos que fazem o Sesi no Agreste.

Outro ponto relevante é que no Sesi/PE, homens e mulheres recebem o mesmo salário ao exercerem a mesma função. “Para nós o que conta é a competência e o talento, não o gênero. É esse o exemplo que desejamos deixar para o mercado”, afirma o superintendente da entidade, Nilo Simões.

Sensibilização – Para disseminar essa visão, o Sesi/PE vai realizar, nesta quinta-feira (8), eventos de comemoração ao Dia da Mulher em suas escolas, a maior rede de Educação particular do Estado, formada por 12 colégios, e palestras para jovens estudantes dos cursos técnicos do Senai Jaboatão sobre mulher: valores e empoderamento.

Umas dicas importantes para igualdade de oportunidades para mulheres no mercado de trabalho que são dadas pela Organização das Nações Unidas (ONU) e praticadas pelo Sesi são:

1. LIDERANÇA: Estabelecer uma liderança corporativa de alto nível para a igualdade entre gêneros

2. IGUALDADE DE OPORTUNIDADE, INCLUSÃO E NÃO DISCRIMINAÇÃO: Tratar todos os homens e mulheres de forma justa no trabalho – respeitar e apoiar os direitos humanos e a não discriminação

3. SAÚDE, SEGURANÇA E FIM DA VIOLÊNCIA: Assegurar a saúde, a segurança e o bem estar de todos os trabalhadores e trabalhadoras

4. EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO: Promover a educação, a formação e o desenvolvimento profissional para as mulheres

5. DESENVOLVIMENTO EMPRESARIAL E PRÁTICAS DA CADEIA DE FORNECEDORES: Implementar o desenvolvimento empresarial e as práticas da cadeia de abastecimento e de marketing que empoderem as mulheres

6. LIDERANÇA COMUNITÁRIA E ENGAJAMENTO: Promover a igualdade através de iniciativas comunitárias e de defesa

7. ACOMPANHAMENTO, MEDIÇÃO E RESULTADO: Medir e publicar relatórios dos progressos para alcançar a igualdade entre gêneros.

Mulheres são homenageadas em evento no Ministério do Trabalho

O Ministério do Trabalho realizou na quinta-feira (8) um evento em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. Na solenidade, o ministro do Trabalho interino, Helton Yomura, destacou conquistas importantes das mulheres, como o aumento da participação no mercado de trabalho e a redução da diferença salarial nos últimos 10 anos. “Precisamos celebrar as vitórias, mas ainda temos muito para avançar e conquistar”.

A servidora Celina Pereira Martins, que trabalha há 24 anos no protocolo do Gabinete do Ministro, foi escolhida para representar todas as mulheres que colaboram no cumprimento da missão do órgão. Ela recebeu um buquê de flores entregue pelo ministro Helton Yomura em nome de todos os servidores do Ministério do Trabalho.

A representante do Ministério do Trabalho no Conselho Nacional de Direito das Mulheres, Priscila Temperani, destacou a importância das políticas públicas de direito para as mulheres na busca da igualdade de gênero, da equiparação salarial e do fim da discriminação no ambiente de trabalho. “É necessário o engajamento de todos para alcançar a igualdade de gênero”, enfatizou.

A secretária de Inspeção do Trabalho, Maria Teresa Pacheco Jensen, ressaltou o papel da mulher na sociedade, suas responsabilidades e seus desafios para conciliar o cuidado da família com o trabalho remunerado. “Precisamos valorizar as conquistas das mulheres que vieram antes de nós. Mas é necessário avançar em pontos como a diferença salarial, pois muitas mulheres que possuem a mesma capacidade intelectual dos homens e produzem igual ainda recebem salários menores”, afirmou.

A Secretaria de Governo da Presidência da República esteve representada no evento por Hélio de Souza, coordenador-geral de Direitos do Trabalho do Departamento de Políticas do Trabalho e Autonomia Econômica das Mulheres da Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres.

Raquel Lyra visita 25ª Rodada de Negócios da Moda Pernambucana

_DSC0056

A prefeita de Caruaru, Raquel Lyra, prestigiou, na manhã da quinta-feira (08), a 25ª edição da Rodada de Negócios da Moda Pernambucana (RNMP). Ao lado do presidente da Associação Comercial e Industrial de Caruaru (Acic), Pedro Miranda, a prefeita visitou todos os stands de empresários da região.

Raquel citou o evento como uma oportunidade de ver o aquecimento da economia na região. “Pela segunda vez, a Prefeitura de Caruaru está apoiando a Rodada de Negócios e, aqui, a gente tem a sensação de que nunca tem crise. No ano passado, houve um aumento no percentual de compras e a expectativa é que esse ano seja ainda melhor. Quero aproveitar para parabenizar a todos que fazem parte da Acic. Tem gente do Brasil inteiro vindo pra cá para poder ver o que há de novidade na moda em Pernambuco e, especialmente, no polo têxtil do Agreste pernambucano”, complementou.

Mais de 400 compradores são esperados para esta edição, que, além de expositores da moda, conta com ações da Fundação de Cultura e Turismo de Caruaru evidenciando a cultura e o artesanato característicos do município. “Os visitantes ainda curtem um pouco da atmosfera junina e estão convidados a visitar o nosso São João, feito com tanto carinho e cuidado”, comentou Raquel em relação ao “Corredor do São João”, uma área de 10m de comprimento montada para recepcionar os participantes da rodada, que vai até esta sexta-feira (09).

Dia Internacional da Mulher – Raquel Lyra visitou, também, as ações em homenagem ao Dia Internacional da Mulher que estão sendo realizadas no Marco Zero da cidade e fazem parte da “Semana da Mulher – Lutas e Enfrentamentos”, coordenada pela Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM). Em parceria com o Sesc, a SPM ofereceu ações de cidadania, qualidade de vida, saúde e enfrentamento à violência contra o gênero feminino, além de apresentar os serviços oferecidos pelo Centro de Referência Maria Bonita, com orientações jurídicas sobre a Lei Maria da Penha e atendimento psicossocial.

Caruaru recebe sessão especial do filme “O Silêncio da Noite”

Nos rincões do sertão entre Pernambuco e Paraíba reza a lenda: quem bebe da água do Rio Pajeú, vira poeta. Definindo o cotidiano das pessoas, nas festas, residências, nos mercados, relembrando histórias de cantorias, em grandes respostas poéticas e dissertando sobre o sentimento, a poesia é onipresente e primordial. E é ela a protagonista em O Silêncio da Noite é que tem sido Testemunha das Minhas Amarguras.

O filme tem estreia nacional dia 15 de março em algumas capitais, mas antes passa por cidades do interior de Pernambuco, promovendo um circuito gratuito de exibições na região. Em Caruaru, sessão acontece na segunda-feira, 12.03, no Auditório Mestre Vitalino, às 18h30, com o diretor Petrônio Lorena.

O evento tem o apoio do Centro Acadêmico do Agreste.

Finalista entre os dez melhores filmes da 40ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo – São Paulo, SP (2016), o longa foi rodado nas cidades de Ouro Velho e Prata (PB) e da pernambucana São José do Egito, tomada como berço imortal da poesia. O documentário passeia pela região, revelando a tradição herdada por várias gerações, vidas pautadas pela poesia e a peculiar e orgulhosa prática diária de poetas, sonetistas, cantadores e violeiros que fazem de métricas e rimas disciplinadas um modo de vida.

O Silêncio da Noite é a segunda produção em longa-metragem de Petrônio Lorena (deO Gigantesco Imã), diretor e também compositor e produtor musical para trilhas. Nascido em Serra Talhada, localizada a duas horas de São José do Egito, desde a infância se interessava pela poesia, pela composição de músicas, sempre em contato com os poetas da região. Em 2010 deu o impulso inicial, realizando um profundo trabalho de pesquisa e de desenvolvimento de roteiro, apoiado pelo Funcultura. Filmou aos poucos, em muitas idas ao sertão, até 2015.

A distribuição do longa, realizada pela Inquieta Cine, conta também com financiamento do Funcultura, junto com o Fundo Setorial do Audiovisual (FSA).

“O que eu acho mais legítimo do documentarista é sempre voltar àquilo no qual está trabalhando, criar um envolvimento. Eu sempre retornava à região. Esse envolvimento fez com que a poesia, que já estava presente, entrasse mais ainda dentro de mim; não a métrica, não o saber fazer poético, mas o sentimento. Lá tem muitos que dizem:‘o verdadeiro poeta é o outro’. E o outro é aquele que sente. Então o verdadeiro poeta é o quesente,o que foi transformado”,explica o diretor Petrônio Lorena.

A taciturna frase que dá nome ao filme faz alusão a uma das figuras mais interessantes retratadas no longa: Severina Branca, dita a “Eleonor Rigby do Nordeste”, e quem deu o ‘mote’ ao poema elaborado, então, por Didi Patriota. Musa e prostituta, poetisa e boêmia, Severina encantava os poetas da região, dando-lhes ‘motes’ rebuscadíssimos, cantados por eles, falando não apenas da vida dela, mas das amarguras de ser poeta. “O título refere-se também à dor e à alegria de ser poeta; da cumplicidade da madrugada na criação desses versos num sertão conservador e da utilidade social que a poesia traz a essas pessoas”, completa Petrônio.

PSB tem primeira mulher trans a integrar Executiva Nacional

Tathiane Araújo, 37 anos, é a primeira mulher trans a integrar a Executiva Nacional do PSB, depois de ser eleita secretária nacional LGBT. Ela foi escolhida no último fim de semana, durante o 14º Congresso Nacional do partido.

Tathiane integra o Conselho Nacional de Combate à Discriminação LGBT, órgão colegiado da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, e é conselheira nacional de Saúde e de Assistência Social.

Também preside a Rede Trans, organização não-governamental que representa pessoas travestis, transexuais e homens trans do Brasil, e coordena a ONG Astra, responsável há 17 anos pela Parada LGBT em Sergipe.

Sindloja e Accape promovem palestra

O Sindloja Caruaru promove em parceria com a Accape uma palestra com o tema “Impactos da Reforma Trabalhista na extinção dos contratos de trabalho: uma análise da Lei n. 13.467/2017 e da aplicação da Convenção Coletiva de Trabalho”. O evento será no dia 15 de março, das 14h às 18h, no auditório do Sindloja. O público-alvo são preferencialmente contadores e lojistas.

A capacitação vai ser ministrada pela assessora jurídica do Sindloja Caruaru, a advogada Kilma Galindo, professora universitária, mestre em Gestão Empresarial e Relações de Trabalho e especialista em Direito e Processo do Trabalho.

O objetivo será esclarecer especificamente a nova regra da lei que trata da homologação da rescisão de contrato de trabalho, que poderá ser feita na empresa, acabando com a obrigatoriedade de ocorrer nos sindicatos ou nas Superintendências Regionais do Trabalho. Desde novembro do ano passado, a legislação garante que as rescisões contratuais realizadas diretamente com os empregadores tenham validade jurídica.

A inscrição é 1kg de alimento não-perecível e os interessados devem fazer a cadastro na Accape, localizada no 12º andar, salas 726 – 727, do Empresarial Difusora ou pelo telefone (81) 3721-0862. Serão disponibilizadas 60 vagas. Os alimentos arrecadados serão doados para instituições de caridade da cidade.

REFORMA TRABALHISTA
A Reforma Trabalhista foi sancionada pelo presidente Michel Temer em 13 de julho de 2017, através da Lei n. 13.467/2017, e entrou em vigor no dia 11 de novembro do mesmo ano, trazendo alterações em mais de 100 artigos da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). Entre elas, a que fala sobre a homologação da rescisão de contrato de trabalho.

Palestra “Extinção contratual com base na reforma trabalhista e nas normas da Convenção Coletiva do Trabalho”
Quando: Dia 15 de março
Local: Sindloja Caruaru
Inscrição: 1kg de alimento não-perecível
Mais informações: (81) 3721-0862

Brasil é apenas o 152º em ranking mundial de participação feminina na política

Congresso em Foco

O Brasil é o último país da América do Sul em presença feminina na Câmara dos Deputados. Elas ocupam apenas 54 (10,5%) das 513 cadeiras da Casa. O percentual relega o país à 152ª posição, entre 190 nações pesquisadas, no ranking mundial da participação das mulheres na política. Os dados foram divulgados na pesquisa “Estatísticas de gênero – Indicadores sociais das mulheres no Brasil”, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A conclusão é baseada em compilação feita pela União Interparlamentar. No mundo, as mulheres ocupam, em média, 23,6% dos assentos nas câmaras baixas ou parlamentos unicamerais.

O ranking é liderado por Ruanda (61,3%) e traz países como Cuba (48,9%), Suécia (43,6%) e Argentina (38,1%) bem à frente do Brasil. O IBGE também destaca que, entre as 28 autoridades que comandavam ministérios em dezembro de 2017, apenas duas eram mulheres. Esse número diminuiu recentemente com a saída de Luislinda Valois da Secretaria Especial dos Direitos Humanos.

Na Câmara, três estados não têm nenhuma deputada federal: Mato Grosso, Paraíba e Sergipe. Entre as três maiores bancadas, é tímida a presença feminina. As mulheres ocupam apenas 7 (10%) das 70 cadeiras ocupadas por parlamentares de São Paulo.

Em Minas Gerais, há 5 deputadas (9,4%) entre os 53 integrantes da bancada. No Rio de Janeiro, são 6 (13%) entre os 46 fluminenses. Vêm do Norte as duas representações com maior proporção de deputadas: Tocantins e Amapá têm três mulheres (37,5%) entre seus oito representantes na Câmara. No Senado, o índice de presença feminina é um pouco melhor, 16%.

Embora o país tenha cota de 30% das candidaturas para mulheres, a concentração das máquinas partidárias nas mãos de homens e a dificuldade no acesso a recursos financeiros para bancar as campanhas eleitorais são dois dos principais entraves para aumentar a representatividade das mulheres no Legislativo.

O estudo do IBGE faz um raio-x que mostra o quanto o Brasil ainda fecha portas para as mulheres, a começar pela disparidade salarial e presença em cargos de comando.

As mulheres ganham em média três quartos do salário dos homens. De acordo com a pesquisa, mesmo com escolaridade superior à dos homens, o rendimento médio mensal entre as mulheres é de R$ 1.764. Entre eles, essa média sobe para R$ 2.306.

O índice de profissionais do sexo feminino que ocupam cargos gerenciais é de 37,8%. Sobrecarregadas pelos serviços domésticos, as mulheres que trabalham fora de casa dedicam a essas tarefas de cerca de 73% a mais de horas do que os homens.

<< Mulheres na política, um desafio Veja abaixo as principais conclusões do IBGE: “Mulheres que trabalham dedicam 73% mais horas do que os homens aos cuidados e/ou afazeres domésticos Em 2016, desagregando-se a população ocupada do país por sexo, as mulheres dedicavam 18,1 horas semanais aos cuidados de pessoas ou afazeres domésticos – cerca de 73% a mais de horas do que os homens (10,5 horas semanais). Regionalmente, a maior desigualdade estava no Nordeste, onde as mulheres dedicaram 19,0 horas semanais àquelas atividades, ou 80% de horas a mais do que os homens. As mulheres pretas ou pardas são as que mais se dedicam aos cuidados de pessoas e afazeres domésticos, com 18,6 horas semanais. Entre os homens, o indicador pouco varia quando se considera a cor ou raça ou região. 28,2% das mulheres e 14,1% dos homens trabalham em tempo parcial Mulheres que necessitam conciliar trabalho remunerado com os afazeres domésticos e cuidados, em muitos casos, aceitam ocupações com carga horária reduzida. A proporção de ocupados trabalhando por tempo parcial (até 30 horas semanais) mostra um percentual mais elevado de mulheres (28,2%), quando comparado com os homens (14,1%). Nas regiões Norte e Nordeste, a proporção de mulheres passa de 36%. As mulheres pretas ou pardas foram as que mais exerceram ocupação por tempo parcial, alcançando 31,3% do total, enquanto 25,0% das mulheres brancas se ocuparam desta forma, em 2016. Para os homens, somente 11,9% dos brancos se ocuparam por tempo parcial, ao passo que a proporção de pretos ou pardos era de 16,0%. Mulheres continuam recebendo menos do que os homens Em relação aos rendimentos médios do trabalho, as mulheres seguem recebendo, em média, cerca de ¾ do que os homens recebem. Em 2016, enquanto o rendimento médio mensal dos homens era de R$2.306, o das mulheres era de R$1.764. Considerando-se a rendimento médio por hora trabalhada, ainda assim, as mulheres recebem menos do que os homens (86,7%), o que pode estar relacionado com à segregação ocupacional a que as mulheres podem estar submetidas no mercado de trabalho. O diferencial de rendimentos é maior na categoria ensino superior completo ou mais, na qual o rendimento das mulheres equivalia a 63,4% do que os homens recebiam, em 2016. Mulheres e homens têm proporção equilibrada de acesso a telefone celular Quanto ao acesso e uso de novas tecnologias, importante para análise do grau de autonomia da mulher, os resultados indicam que a proporção de mulheres que possuem telefone celular no Brasil (78,2%) é levemente superior a dos homens (75,9%). Tal proporção é superior para as mulheres em todas as grandes regiões, com exceção da região Sul, onde a masculina (82,1%) é ligeiramente maior que a feminina (81,9%). Atraso escolar é maior entre homens pretos ou pardos A vantagem educacional das mulheres fica evidente a partir da análise de indicadores sobre o atraso escolar e o nível educacional dos adultos. Uma forma de medir o atraso escolar é por meio da taxa de frequência escolar líquida ajustada. Esse indicador mede a proporção de pessoas que frequentam escola no nível de ensino adequado a sua faixa etária, incluindo aquelas que já concluíram esse nível, em relação ao total de pessoas da mesma faixa etária. Em 2016, segundo a PNAD Contínua, a taxa de frequência escolar líquida ajustada no ensino médio dos homens de 15 a 17 anos de idade era de 63,2%, 10,3 pontos percentuais abaixo da taxa feminina (73,5%). Isso significa que 36,8% dos homens dessa faixa etária possuíam atraso escolar para o ensino médio, resultante de repetência e/ou abandono escolar. Considerando-se a cor ou raça, a desigualdade no atraso escolar era considerável entre as mulheres: 30,7% das pretas ou pardas de 15 a 17 anos de idade apresentaram atraso escolar no ensino médio, enquanto 19,9% das mulheres brancas dessa faixa etária estavam na mesma situação. Mas o maior diferencial (mais que o dobro) foi entre os percentuais desse atraso nas mulheres brancas (19,9%) e dos homens pretos ou pardos (42,7%). Proporção de pessoas com superior completo é maior entre as mulheres Como resultado dessa trajetória escolar desigual, relacionada a papéis de gênero e entrada precoce dos homens no mercado de trabalho, as mulheres atingem em média um nível de instrução superior ao dos homens. A maior diferença percentual por sexo encontra-se no nível “Superior completo”, especialmente entre as pessoas da faixa etária mais jovem de 25 a 44 anos de idade, em que o percentual de homens que completou a graduação foi de 15,6%, enquanto o de mulheres atingiu 21,5%, indicador 37,9% superior ao dos homens. Novamente, constata-se desigualdade entre mulheres por cor ou raça. O percentual de mulheres brancas com ensino superior completo (23,5%) é 2,3 vezes maior do que o de mulheres pretas ou pardas (10,4%) e é mais do que o triplo daquele encontrado para os homens pretos ou pardos (7,0%). 94,7% das mulheres teve acesso a pré-natal Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2013, entre as mulheres de 18 a 49 anos de idade, 97,4% tinham sido atendidas pelo menos uma vez em uma consulta pré-natal com profissional de saúde especializado na última gravidez. As mulheres nessa faixa etária que chegaram a ser atendidas em pelo menos quatro consultas foram 93,9%. Na desagregação por cor ou raça, ambos os indicadores sobre atendimento em consulta pré-natal apresentam desigualdade: enquanto 98,6% das mulheres brancas foram atendidas em no mínimo uma consulta com profissional de saúde especializado na última gravidez, entre as pretas ou pardas esse percentual foi menor: 96,6%. Quando o parâmetro é ter frequentado no mínimo quatro consultas, o percentual foi de 95,4% para as mulheres brancas e 92,8% para as mulheres pretas ou pardas. Essas desigualdades se acentuam regionalmente: na região Norte, por exemplo, o percentual de mulheres brancas que foram atendidas em no mínimo quatro consultas (98,5%) superou o de mulheres pretas ou pardas (87,9%) em mais de dez pontos percentuais. Uma em cada quatro mulheres não utilizava método contraceptivo Ainda segundo a PNS 2013, 72,3% das mulheres de 18 a 49 anos casadas ou em união, sexualmente ativas e que não estavam na menopausa utilizavam algum método para evitar a gravidez, ou seja: mais de 1/4 das mulheres nesse grupo não utilizavam qualquer método contraceptivo. No Norte (68,4%) e Nordeste (71,5%) os percentuais estavam abaixo da média nacional. Tabagismo é mais frequente entre homens e a obesidade, entre mulheres A PNS 2013 também revela que o Brasil espelha a tendência mundial de maior incidência de tabagismo entre os homens e de obesidade entre as mulheres: 18,9% dos homens fumavam algum produto de tabaco, percentual que foi de 11,0% para as mulheres. Já a proporção de homens obesos (17,5%) era inferior à de mulheres obesas (25,2%). A esperança de vida das mulheres aos 60 anos era maior do que a dos homens e aumentou entre 2011 e 2016. Em 2011, a esperança de vida de uma mulher de 60 anos no Brasil era de 23,1 anos e passou para 23,9 em 2016. Já a dos homens subiu de 19,6 para 20,3 anos. Apenas um em cada dez deputados federais era mulher em 2017 Em dezembro de 2017, o percentual de mulheres parlamentares no Congresso Nacional era de 11,3%. No Senado, 16,0% eram mulheres e, na Câmara dos Deputados, 10,5%. Três estados brasileiros não tinham nenhuma deputada federal: Paraíba, Sergipe e Mato Grosso. Em 2017, o Brasil ocupava a 152ª posição entre os 190 países que informaram à Inter-Parliamentary Union o percentual de assentos em suas câmaras baixas (câmara de deputados) ou parlamento unicameral ocupados por mulheres parlamentares em exercício. Na América do Sul, o Brasil mostrou o pior resultado. No mundo, as mulheres ocupavam, em média, 23,6% dos assentos nas câmaras baixas ou parlamentos unicamerais. Mulheres ocupavam 37,8% dos cargos gerenciais em 2016 No Brasil, em 2016, 62,2% dos cargos gerenciais, tanto no poder público quanto na iniciativa privada, eram ocupados por homens e 37,8% por mulheres. A participação das mulheres em cargos gerenciais era mais alta entre as gerações mais jovens, variando de 43,4% entre as mulheres com 16 a 29 anos, até 31,3% entre as mulheres com 60 anos ou mais de idade. Mulheres eram 26,4% do efetivo das polícias civis em 2014 O percentual de policiais mulheres é um indicador que, além de atender à meta de integrar as mulheres à vida pública, compõe as medidas de assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar. Esse atendimento se dá no âmbito das polícias civis, subordinadas aos governos estaduais. Segundo a Pesquisa de Informações Básicas Estaduais (Estadic), em 2013, a proporção de mulheres no efetivo das polícias civis das unidades da Federação era de 26,4%. Considerando o total efetivo das polícias civis e militares, a proporção de mulheres no país era de 13,4%; o total de mulheres no efetivo nacional das polícias militares era de 9,8%. A unidade da Federação com a menor participação de mulheres no somatório do efetivo policial militar e policial civil era o Rio Grande do Norte, com 5,1%, e a que tinha a maior participação era o Amapá, com 23,4%. Apenas 7,9% dos municípios têm delegacias especializadas para atender mulheres A existência de delegacias especializadas no atendimento à mulher não integra o Conjunto Mínimo de Indicadores de Gênero elaborado pela Divisão de Estatísticas das Nações Unidas. No entanto, é oportuno lembrar que a Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic) 2014 e a Estadic 2014 identificaram que apenas 7,9% dos municípios brasileiros contavam com este tipo de delegacia. Segundo essas mesmas pesquisas do IBGE, em 11 das 27 Unidades Federação, o tema da violência doméstica e de gênero havia sido abordado no programa de capacitação continuada oferecido aos profissionais no ano anterior. No Acre, uma em cada dez mulheres de 15 a 19 anos de idade foi mãe em 2016 Em 2016, a taxa de fecundidade adolescente era de 56,0 nascimentos a cada mil mulheres na faixa dos 15 aos 19 anos de idade. Essa taxa vem diminuindo gradativamente a cada ano, tendo alcançado 64,5 nascimentos por mil mulheres em 2011. Entre as regiões, as menores taxas estavam no Sul (45,4 por mil) e Sudeste (45,6); no outro extremo, a região Norte registrou 85,1 nascimentos para cada mil mulheres de 15 a 19 anos. A menor taxa entre as unidades da Federação foi do Distrito Federal, 38,6. O Acre apresentou a maior taxa de fecundidade, 97,8 nascimentos por mil mulheres de 15 a 19 anos, ou cerca de um nascimento para cada dez mulheres nessa faixa etária.”

ARTIGO — O líder, o mentor e o papel de cada um

Por Marcelo Tertuliano*

Na Copa do Mundo de 2014, nas oitavas de final, Brasil e Chile decidiram quem iria para a próxima etapa nos pênaltis. Apesar do sufoco – do qual a seleção brasileira escapou ilesa – um personagem ocupou os noticiários no dia seguinte à partida: o capitão Thiago Silva.

Antes das penalidades, as câmeras mostraram um capitão assustado, visivelmente transtornado diante daquele desafio. Quem esperava vê-lo junto ao grupo de jogadores, com palavras de incentivo, espantou-se ao vê-lo isolado. E desolado. Informações de bastidores disseram, até, que o capitão disse ao técnico Luiz Felipe Scolari que não queria ser um dos batedores da seleção. Não se sentia confiante.

Por que será que esta postura do capitão se transformou em assunto nacional? Porque ele era o líder daquela equipe e ninguém esperava vê-lo tão abatido.

Thiago Silva é humano como todos nós. Está sujeito a momentos de fraqueza, a “não dar conta”. É que a expectativa que se tem em torno do líder é grande. Ninguém se autoproclama líder. Líder a gente reconhece.

Não vou buscar referências acadêmicas para definir o líder. Vou defini-lo com base em minha vivência de mais de 20 anos em grandes corporações. O líder é pura inspiração, é referência. É aquele que se destacou no grupo de colaboradores e, naturalmente, passou a exercer uma influência sobre essas pessoas.

O líder passa confiança, sabe por quê? Porque ele tem coerência entre o discurso e a prática. Com ele, não tem essa de “faça o que eu digo, não faça o que eu faço”. É por isso que ele tem uma admiração espontânea.

Tente se lembrar de um grande líder da história. Todos tinham um objetivo e perseveraram. Foram adiante apesar das adversidades, conquistaram apoio ao longo do caminho. Colecionaram conquistas. E muitos admiradores!

Não é raro ouvirmos, nos corredores da empresa, um colaborador falando assim de seu líder: “Quando eu ‘crescer’, quero ser como ele”.

O mentor – Há também uma outra figura igualmente importante e estratégica na minha visão: o mentor. Ele não precisa ser um líder. Basta que tenha a experiência suficiente para servir de catalisador àqueles que carecem de amadurecimento e maturidade profissionais.

Estabelece com o mentorando uma relação individual, levando em conta as vivências, necessidades e objetivos daquela pessoa em especial. Promoverá reflexões, provocará discussões, sempre tendo em mente a evolução daquele que está sob seus ‘olhos’.

O líder também pode ser um mentor. Ou ter momentos em que atua como mentor. Na verdade, o rótulo nem é tão importante. Importante mesmo é ter a sensibilidade para reconhecer, no momento certo, se é preciso ser líder de um grupo ou o mentor de um talento que faz parte de planos sucessórios.

Líder e mentor. Dois papéis positivos e importantes para as organizações que sabem que, mais importante que seus produtos, serviços, diferenciais e tecnologia, são as pessoas. E me arrisco a dizer que as empresas vencedoras – com chances de se perpetuar no mercado – são aquelas que dão valor à sua gente.

Ebit espera crescimento de 10% nas vendas online no Dia do Consumidor

A Ebit, empresa referência em informações sobre o comércio eletrônico brasileiro, estima um faturamento de R$223 milhões para o Dia do Consumidor neste ano, celebrado em 14 de março, alta de 10% ante o mesmo período em 2017, quando foram registrados R$202 milhões. O aumento deverá ser impulsionado pela previsão de número de pedidos, de 421 mil para 479 mil, já que o tíquete médio caiu de R$480 para R$466 comparado ao ano anterior.

A data, criada pelo Buscapé em 2014, chega ao quinto ano consecutivo no país e já é uma das mais importantes do calendário nacional do e-commerce. “Hoje o Dia do Consumidor só perde para a Black Friday em questão de faturamento, uma data fundamental para os varejistas online”, afirma André Dias, Diretor Executivo da Ebit.

Entre as categorias mais desejadas pelo consumidor estão a de Eletrônicos, com 8% de intenção de compras, seguida por Telefonia e Celulares e Cosmésticos/Perfumaria/Cuidados Pessoais. “Identificamos que 26% dos consumidores pretendem comprar na data e, apesar da queda de 7% comparado a 2017, percebemos que atualmente 42% conhece o que é o Dia do Consumidor no Brasil, aumento de 4% em relação ao ano anterior. O boom das redes sociais impulsionou a visualização da data, já que 28% dos consumidores tem acesso a data pela internet. A ideia é promover preços atrativos e que agreguem valor ao cliente”, comenta Dias.

O crescimento de importantes datas, como o Dia do Consumidor, deverá ser um dos principais fatores a impulsionar o crescimento do e-commerce em 2018. No relatório Webshoppers nº 36, lançado em agosto de 2017, a Ebit aponta crescimento de 10% para o setor no ano, com faturamento de R$21 bilhões.

Mulheres na política, um desafio

Por Renata Abreu

Todo ano é a mesma coisa: por ocasião do Dia Internacional da Mulher, em 8 de março, chovem congratulações, homenagens e celebrações. Passada a efeméride, as brasileiras, em sua grande maioria, voltam ao cotidiano de subalternidade, discriminação, exploração e assédio.

A política é uma das inúmeras áreas em que a mulher está em uma situação de assimetria. Neste campo, a desigualdade de gênero pode ser percebida já na seguinte comparação: maioria na população brasileira (51,7%), as mulheres representam 44,27% dos filiados a partidos políticos.

Essa defasagem só piora na escolha de candidatos e nas eleições. Nas eleições municipais de 2016, somente 31,6% dos candidatos a cargos eletivos eram mulheres. O atual Congresso Nacional, eleito em 2014, tem apenas 10,94% de parlamentares do sexo feminino.

Para se ter uma ideia do que isso significa, basta verificar que a média mundial – média! – da representação feminina no Parlamento é 23,5%. Isso faz com que o Brasil ocupe o 154º lugar entre 193 países do ranking elaborado pela Inter-Parliamentary Union – uma associação dos legislativos nacionais de todo o mundo –, à frente apenas de alguns países árabes, do Oriente Médio e das Ilhas Polinésias.

Quais são os motivos que explicam tal situação? Sabemos que existe um gap econômico, social e cultural das mulheres que só recentemente vem sendo enfrentado. As mulheres ainda ganham menos que os homens no mercado de trabalho, têm menos acesso a cargos de chefia e muitas ainda sofrem violência doméstica. Mas há fatores institucionais que colaboram, e muito, para a manutenção dessa assimetria feminina em cargos eletivos.

A estrutura de poder dos partidos políticos brasileiros é, historicamente, dominada por homens. Nunca tivemos aqui uma Margaret Thatcher ou uma Angela Merkel. O Podemos é um dos poucos que é presidido por uma mulher. Dessa forma, as cúpulas partidárias distribuem as verbas reproduzindo as práticas discriminatórias da sociedade contra a mulher.

Como já acontece em muitos países desenvolvidos, o Brasil precisa adotar medidas corajosas para estimular a competitividade das mulheres nas eleições. “Empoderá-las”, para usar uma expressão em voga. Quais seriam essas medidas? Dois exemplos: cotas obrigatórias de cadeiras femininas no Parlamento e estímulos do poder público para que os partidos admitam mais mulheres em sua estrutura decisória.

A igualdade das mulheres na política beneficiará a sociedade como um todo. Pensem nisso: estudos recentes mostraram que, em regimes democráticos, quanto maior é a presença de mulheres no Parlamento e no governo, menor é a incidência de corrupção nessas instâncias.