Ministra Cármen Lúcia visita TJPE

Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a ministra Cármen Lúcia visitou a sede do Poder Judiciário estadual na manhã da quarta-feira (19/7). Acompanhada do presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), desembargador Leopoldo Raposo; do gestor do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário, desembargador Mauro Alencar; e de assessores, a magistrada reuniu-se com desembargadores, juízes e servidores da Corte no Palácio da Justiça, no Recife. Confira mais fotos no álbum do TJ pernambucano no Flickr.

Depois de visitar o Complexo Penitenciário do Curado, a ministra Cármen Lúcia se dirigiu à sede do TJPE, no bairro de Santo Antônio, onde recebeu a Medalha do Mérito Judiciário Grau Grão Colar de Alta Distinção. A honraria representa a maior comenda oferecida pela Justiça de Pernambuco em razão das contribuições de juristas e personalidades à sociedade. A magistrada idealizou a Semana da Justiça pela Paz em Casa, que busca intensificar as ações de enfrentamento à violência doméstica no Brasil.

Ainda no Palácio, a ministra participou de audiência com os desembargadores do TJPE na Sala de Sessões do Pleno. Na sequência, conheceu as principais dependências do edifício – a exemplo do Salão Nobre – e foi presenteada com um livro sobre a história da sede do Tribunal e do mobiliário do prédio histórico. A reunião com juízes, na maioria criminalistas e de execução penal, e servidores aconteceu no Gabinete da Presidência. Entre os assuntos abordados, a evolução do Judiciário, a situação carcerária e a violência contra a mulher. A ministra deixou o TJ no início da tarde.

Companhias Independentes da PM reforçam o combate à violência

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Com o compromisso de reforçar a segurança pública em todo o Estado, o governador Paulo Câmara anunciou mais uma ação, nesta quarta-feira (19.07), que integra o Plano de Segurança do Governo de Pernambuco – lançado em abril deste ano. Durante solenidade no Palácio do Campo das Princesas, o chefe do Executivo estadual sancionou a Lei Nº 1.380/2017, que cria duas Companhias Independentes da Polícia Militar (CIPM) para os municípios de Tamandaré, Litoral Sul, e Araripina, no Sertão do Araripe. Os equipamentos que serão instalados vão atuar no combate à violência de uma maneira geral, ao tráfico de drogas e com políticas preventivas. Ao todo, as duas companhias vão beneficiar cerca de 300 mil pessoas das duas regiões.

“Esse ato representa mais uma ação no enfrentamento à criminalidade no nosso Estado. O Plano de Segurança vem para diminuir a violência e traz uma série de ações que estão conectadas com o que é preciso ser feito para restabelecer a paz no nosso Estado. Sabemos que muito ainda tem a ser feito, mas não vamos descansar enquanto não tivermos êxito. Temos trabalhado dia e noite para que a segurança volte a ter números condizentes com o que a população de Pernambuco merece”, declarou o governador Paulo Câmara.

Paulo pontuou que o Sertão do Araripe receberá o equipamento, sobretudo, pela posição geográfica, pelo crescimento da cidade e pela necessidade de fortalecimento do efetivo policial de toda a região. O mesmo se aplica à cidade de Tamandaré, também escolhida para sediar uma Companhia Independente. “Precisamos dar respostas rápidas e estar junto da população no combate a criminalidade”, completou.

O secretário de Defesa Social, Antônio de Pádua, destacou que as Companhias Independentes vão promover a segurança das regiões e que o próximo passo, após a sanção da Lei, é a estruturação dos equipamentos. “Já temos os espaços para estabelecer os locais onde o efetivo vai trabalhar. Com a chegada dos policiais (militares) que estão na academia, vamos colocá-los para trabalhar nas Companhias. Dessa forma, levaremos a segurança para a população de Tamandaré e Araripina”, afirmou Pádua, ressaltando que o Governo de Pernambuco tem feito o dever de casa no que diz respeito ao reforço da segurança pública.

Com um efetivo total de 235 policiais militares, a 9ª Companhia Independente que será instalada em Araripina será batizada com o nome do Governador Miguel Arraes de Alencar. Além de Araripina, a unidade reforçará a segurança dos municípios de Ipubi e Trindade, região onde vivem, aproximadamente, 150 mil pessoas. A Companhia atuará no policiamento ostensivo, prevenindo crimes e aumentando a segurança. Equipada com viaturas e armamentos, essa tropa terá capacidade de combater o crime organizado e dar pronta resposta em caso de incidentes críticos. A localização é estratégica, uma vez que o município é o maior da chamada tríplice fronteira, envolvendo os limites de Pernambuco, Ceará e Piauí.

Já no Litoral Sul do Estado, a 10ª Companhia Independente da Polícia Militar de Tamandaré contará com 250 PMs e vai otimizar o trabalho da segurança pública nas cidades de Tamandaré, Sirinhaém, Rio Formoso, Barreiros e São José da Coroa Grande, que abriga cerca de 154 mil pessoas, mas chega a triplicar no verão com a procura intensa pelas praias da região. “Gostaria de externar nosso agradecimento. Falo em nome do povo da região litorânea. Obrigado por essa grande ação que o senhor fez com essa criação da companhia, que beneficiará não somente o Litoral Sul, mas toda a região da Zona da Mata”, declarou o prefeito de Sirinhaém, Franz Hacker.

Do efetivo total da Companhia de Tamandaré, 134 policiais serão remanejados da 3ª companhia do 10º Batalhão da PM, localizado em Palmares. Os outros 116 profissionais também serão encaminhados do Curso de Habilitação e Formação de Praças. Além de fortalecer o efetivo à disposição do Litoral Sul, a 10º CIPM vai fortalecer a repressão aos Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs) e Crimes Violentos contra o Patrimônio (CVPs) e ampliar a parceria da PM com a sociedade civil, por meio de ações preventivas, repressivas e de infraestrutura, além de intensificar as parcerias com as Guardas Municipais, empresas e comércio locais.

Também participaram da solenidade o presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), Guilherme Uchoa; os secretários Antonio Figueira (Casa Civil); João Campos (chefe de Gabinete do Governo); Kaio Maniçoba (Habitação); José Neto (Projetos Especiais); Márcio Stefanni (Planejamento e Gestão); e o comandante da Polícia Militar de Pernambuco, Vanildo Maranhão. Ainda estavam presentes os deputados federais Danilo Cabral, João Fernando Coutinho e Luciano Bivar; e os deputados estaduais Lucas Ramos, Roberta Arraes, Simone Santana, Clodoaldo Magalhães e Ricardo Costa.

TJPE promove lançamento de livro de crônicas “A menina e o gavião”

O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) realiza, em 20 de julho, o lançamento do livro “A Menina e o Gavião” do advogado e membro da Academia Pernambucana de Letras Jurídicas, Arthur Carvalho. O evento será no Salão Nobre do Palácio da Justiça, a partir das 17h. De acordo com declaração do escritor em artigo, publicado na imprensa de Pernambuco, a realização do evento foi de iniciativa do presidente do Judiciário, desembargador Leopoldo Raposo.

“A Menina e o Gavião”, editado pela Companhia Editora de Pernambuco (Cepe), reúne 200 crônicas, tendo apresentação e prefácio de Abdias Moura e Ângelo Monteiro, respectivamente. Coube ao acadêmico José Mário Rodrigues a produção dos textos inseridos nas “orelhas” do livro. Jomard Muniz de Britto criou a contracapa; e a capa foi produzida pelo pintor José Cláudio. A revisão do livro foi de Laíse Rezende e de Ayrton Poeta.

Há 44 anos, Arthur Carvalho é articulista de jornais de Pernambuco, colaborando com crônicas e artigos de opinião. “A Menina e o Gavião” é o quarto livro do autor, que já lançou “Um Reencontro Inesperado” (1977); “Saca-trapo” (1996); “Escritas Atemporais” (2003), como coautor de uma antologia de articulistas do Jornal do Commercio; e “Lua Branca” (2004). O advogado e escritor também participou de coletânea Cronistas de Pernambuco (2010), organizada por Antônio Campos.

Lançamento do livro “A menina e o gavião”, de Arthur Carvalho
Data: 20 de julho de 2017
Dia: quinta-feira
Horário: 17h
Local: Salão Nobre, no 2º andar do Palácio da Justiça, localizado na Rua do Imperador Dom Pedro II, s/n, bairro de Santo Antônio, no Recife

Maurício de Nassau recebe plenária do PPA

dia 20

Nesta quinta-feira (20), a Secretaria de Planejamento dará continuidade ao ciclo de atividades do Mobiliza Caruaru – Plano Plurianual (PPA). A sétima plenária será realizada com moradores da zona norte da cidade, no bairro Maurício de Nassau, na Escola Municipal Álvaro Lins, das 18h às 21h30.

Os bairros contemplados nesse debate serão: Nova Caruaru, Severino Afonso, Luiz Gonzaga, Maurício de Nassau, Fernando Lyra, Universitário, Lagoa do Algodão e Parque da Cidade. O propósito é compartilhar e construir em conjunto com a população a nova agenda de desenvolvimento para os próximos anos, considerando nesta pauta todos os interesses da sociedade caruaruense.

Agreste: projeto foca em Educação Permanente de profissionais de saúde

A Secretaria Estadual de Saúde (SES) deu início na terça-feira (18.07) ao projeto Gestão para Educação Permanente dos Profissionais da Rede Atenção às Urgências. O evento é voltado para profissionais da rede de urgência e emergência dos 53 municípios que compõem a IV e V Gerência Regional de Saúde (Geres), com sede em Caruaru e Garanhuns, respectivamente. A primeira fase da iniciativa ocorre até a quinta-feira (20.07) no Centro Acadêmico Agreste /UFPE – Polo Caruaru.

O objetivo é qualificar esse público a partir da organização das linhas de cuidado de saúde prioritárias, visando a melhoria dos resultados assistenciais, o atendimento humanizado ao usuário do SUS e a garantia dos direitos humanos e sociais nos serviços. “O projeto tem por intenção permitir que os participantes exerçam um protagonismo na construção coletiva do conhecimento, contribuindo com suas experiências e viabilizando uma potencial transformação da realidade dos serviços”, ressalta a secretária executiva de Atenção à Saúde da SES, Cristina Mota.

A qualificação, dividida em cinco etapas, é voltada para profissionais da Atenção Primária, UPA, Samu, Componentes Hospitalares de Urgência, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Força Nacional do SUS, Níveis centrais de gestão em urgências (secretarias municipais de Saúde e SES), Regulação e Atenção Domiciliar. A expectativa é que o trabalho seja finalizado até dezembro. O projeto é uma parceria da SES com o Hospital Alemão Oswaldo Cruz (HAOC) e o Ministério da Saúde (MS) no âmbito do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS).

Armando visita Petrolina e reúne-se com lideranças da região

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O senador Armando Monteiro (PTB-PE) visitou o município de Petrolina, no Sertão do São Francisco, na quarta-feira (19), e participou de diversas reuniões com importantes lideranças políticas da região. Nos encontros, o petebista ouviu as demandas da localidade, discutiu projetos estruturadores para a cidade e se dispôs em colaborar para levar ações que auxiliem o desenvolvimento da cidade.

Na passagem por Petrolina, Armando participou de um almoço oferecido pelo deputado federal e ex-candidato a prefeito de Petrolina, Adalberto Cavalcanti (PTB). O petebista também reuniu-se com o prefeito Miguel Coelho (PSB). O encontro teve a presença do senador Fernando Bezerra Coelho (PSB). Juntos, Armando, Miguel e Fernando trataram de projetos voltados para o fortalecimento do turismo e do esporte no município sertanejo, bem como fizeram uma análise da conjuntura nacional. Na ocasião, Armando prontificou-se em ajudar a gestão municipal com recursos através de emendas.

No mesmo dia, Armando Monteiro foi ao encontro do deputado estadual Odacy Amorim (PT), ex-candidato a prefeito de Petrolina. No diálogo, os parlamentares fizeram uma análise da situação de Pernambuco. Encerrando o dia, o petebista participou de um jantar com o ex-prefeito Julio Lossio (PMDB). Armando e Lossio trocaram impressões sobre o cenário político nacional e avaliaram a crise institucional que o Brasil enfrenta.

“Sempre andei por Pernambuco, mantendo contato com diversas lideranças políticas de nosso Estado. Essa visita é uma oportunidade de renovar os contatos, conversar sobre os problemas enfrentados pela região e município e verificar as suas prioridades. Como senador, sempre tenho muita satisfação de interagir com todas as lideranças, no intuito de colocar o nosso mandato à disposição para ajudar”, afirmou Armando Monteiro.

Os deputados federais Silvio Costa (Avante) e os estaduais Augusto César (PTB) e José Humberto Cavalcanti – presidente estadual do PTB – integraram à comitiva do senador Armando Monteiro ao Sertão.

MAIS VISITAS – O giro pelo Sertão continua nesta quinta (20) e sexta (21). Nesses dois dias, o senador Armando Monteiro fará visitas a lideranças políticas de sete municípios, passando pelos sertões Central e Pajeú.

Pesquisa indica melhora no índice de inadimplência em junho

Elevado índice de desemprego, instabilidade econômica e altas taxas de juros têm impactado fortemente o poder de compra do consumidor. Para evitar a inadimplência e a eventual restrição ao crédito, a opção tem sido quitar as contas em dia. É o que mostra a pesquisa da TeleCheque, serviço desenvolvido pela MultiCrédito®.

As compras honradas com pagamento em cheque registraram leve aumento de 0,7 ponto porcentual, na comparação com o resultado de maio. Já o crediário mostrou estabilidade ante os índices do mês anterior, e a variação atingiu 0,5 ponto porcentual de recuo.

O perfil é bastante distinto entre esses meios de pagamento: o cheque, que tem se consolidado com importante instrumento de crédito, registra maior participação nos segmentos de materiais de construção, joias de luxo e automotivo. “São bens de alto valor agregado, e o pagamento em cheque permite maior flexibilização de prazo”, afirma Walter Alfieri, diretor de Crédito, Risco e BI da MultiCrédito. O crediário, por sua vez, tem se firmado cada vez mais no varejo para aquisições rotineiras, como roupas e óculos. “O crediário é bastante forte para o público desbancarizado ou que tem um limite de crédito baixo no cartão”, ressalta o executivo.

A geração X, que compreende os nascidos entre as décadas de 60 e 70, é a que registra maior participação em cheque e crediário, 48% e 42%, respectivamente, seguido pelos baby boomers, nascidos antes da década de 60, com 41% no cheque e 33% em crediário. “A popularização dos meios de pagamento eletrônicos tem baixa aderência nesses públicos, que optam por modalidades convencionais e seguras”, afirma Alfieri.

Índices mensais de inadimplência e tíquete médio por região

Centro-Oeste

No Centro-Oeste 92% dos pagamentos com cheques foram horados, e 58% do público usuário dessa modalidade é homem. A segunda-feira foi o dia com maior quantidade de cheques honrados, 2%. O crediário obteve participação de 69% no consumo do mês na região, e seu público é composto majoritariamente por mulheres, com 72%.

Nordeste

Na Região Nordeste os homens têm a maior participação na utilização dos cheques (51%) e também o menor índice de inadimplência (2%), com tíquete médio de 1.933 reais, 200 a mais que as mulheres. O crediário teve incremento em baby boomers de 5 pontos porcentuais, na relação com o índice do mês anterior. A participação feminina também cresceu, passando de 69% em maio para 74% junho.

Norte

Já na Região Norte os homens foram os que mais honraram o pagamento em cheques, com inadimplência de 0,6%, enquanto a geração X, que tem 58% de participação, concluiu o mês com adimplência de 100%. No crediário, a região registra intensa participação das gerações baby boomers e X, assim como o restante o País.

Sudeste

No Sudeste, os consumidores com mais de 60 anos continuam sendo os que mais se destacam em relação aos pagamentos honrados em cheque, com apenas 1,61% de índice de inadimplência. Setores como automotivo, material de construção e móveis registraram participação de 52% no total de transações em cheque no período. Por outro lado, no crediário os segmentos que tiveram intensa participação foram móveis e vestuário com 87% no total.

Sul

Já na Região Sul, os consumidores com mais de 60 anos tiveram a menor inadimplência no mês, com 0,9% e tíquete médio de 474 reais. No crediário, 49% da participação é dos baby boomers, seguidos pela geração X, com 31%.

ARTIGO — Por uma outra reforma trabalhista

Clemente Ganz Lúcio

A proposta de reforma trabalhista que tramita no Congresso Nacional em alta velocidade impede o debate necessário sobre o sistema de relações de trabalho no Brasil. Há consenso de que é preciso adequar o atual sistema às profundas transformações do mundo do trabalho, mas o modelo proposto está longe de ser unanimidade. Apesar da pressa que parlamentares têm para aprovar essa proposta, é possível afirmar que dá para construir uma outra, na qual haja convergência, prevendo um novo sistema de relações de trabalho centrado na negociação coletiva, com transição pactuada.

Um sistema de relações de trabalho e de direito laboral normatiza e regula a relação entre trabalhador e empregador, trata conflitos, define direitos trabalhistas, tem impacto decisivo sobre a produtividade, além de determinar a partilha dos resultados da produção. Assim, pode alavancar processos civilizatórios, cujos impactos influenciarão o papel do Estado, a economia e a sociedade como um todo. Trata-se de uma construção social e histórica que, ao organizar as relações de trabalho, é responsável, em grande medida, pela coesão da sociedade.

Transformar um sistema de relações de trabalho exige um compromisso coletivo sobre os objetivos e resultados esperados com a mudança, bem como com o processo de transição para o novo. A avaliação dos múltiplos impactos sociais e trabalhistas é fundamental. O consenso gerado pelo diálogo também deve prever monitoramento de resultado e correção de desvios.

Um sistema de relações de trabalho organizado a partir da negociação coletiva requer sujeitos coletivos que efetivamente representem os interesses das partes. No centro da concepção desse sistema estão a criação e a manutenção desses sujeitos e instituições, que atuarão sobre um conflito permanente pela repartição da renda e da riqueza geradas pela produção e pelo trabalho, e darão soluções, sempre parciais e provisórias, comuns a todo regime democrático.

No estado democrático e de direito, o sujeito coletivo que representa os trabalhadores são os sindicatos, que precisam ter os instrumentos adequados para conduzir a negociação em condições de equilíbrio de forças com o poder econômico. Estrutura, organização, financiamento, acesso à informação, incentivo ao diálogo, mecanismos de solução voluntária e ágil de conflitos, instrumentos de pactuação do acordado, bem como garantia do cumprimento do acordo são algumas das condições que favorecem o sistema de relações de trabalho baseado na negociação.

A abrangência dos acordos, ou seja, quais trabalhadores serão beneficiados pela negociação, é uma escolha fundamental, pois terá repercussão sobre a organização e o financiamento sindical. Um sistema baseado na negociação coletiva deve garantir processos negociais do local de trabalho até o nível nacional (empresa, categoria, setor).

A relação complementar e harmônica entre a legislação trabalhista e o negociado e o papel da Justiça do Trabalho para mediação, arbitragem e solução de conflito também são partes essenciais do novo sistema.

No caso brasileiro, o sistema deve ainda considerar as profundas desigualdades de condições entre trabalhadores e empresas, o que tem impactos sobre as condições de trabalho e a capacidade real para gerar proteção laboral. A informalidade é a situação limite que expressa essa desigualdade e precisa ser enfrentada e superada.

O combate às práticas de precarização das condições de trabalho, de jornadas excessivas, de atitudes antissindicais, entre outros aspectos, devem fazer parte do desenho de um sistema de relações de trabalho que valorize a negociação.

O sistema deve também gerar compromissos com o desenvolvimento econômico das empresas e a repartição de resultados. Desenvolvimento é sinônimo de incremento/repartição da produtividade, que é fruto da complexa combinação entre o investimento na qualificação do trabalhador, a qualidade das condições dos postos de trabalho, a tecnologia empregada no processo de produção, entre outros fatores internos e externos à empresa ou organização. Para que seja efetivo, é preciso que haja instrumentos que atuem na perspectiva da pactuação de longos processos de mudança produtiva e de distribuição equitativa dos resultados.

Essas são algumas questões a serem consideradas no desenho das mudanças do sistema de relações de trabalho. Tudo isso evidencia a complexidade e repercussão econômica, política, social e cultural que as alterações podem e devem provocar. Por isso mesmo, o desenho normativo do novo sistema deve ser resultado de cuidadoso processo de reflexão e diálogo social.

Uma reforma deve buscar construir uma nova cultura política nas relações laborais e, por isso mesmo, ser construída no espaço indelegável do diálogo social e de ampla negociação que inclua todos os agentes econômicos e políticos. Essa construção deve garantir compromissos com o novo modelo, capazes de conduzir a transição e gerar confiança para enfrentar as incertezas geradas pela mudança.

O sucesso de todo esse processo dependerá, em grande parte, da estratégia de transição, que precisa incentivar a adesão e a experimentação, promovendo e divulgando as boas práticas.

Efetivamente, todos esses elementos de conteúdo e processo não estão presentes no projeto de reforma trabalhista apressadamente aprovado pela Câmara e agora em análise no Senado. Ao contrário, o processo de mudança em curso cria derrotados, promove intencionalmente desequilíbrios na representação, inibe e impede a ação dos sindicatos, subtrai direitos e desvirtua o acesso à Justiça do Trabalho. Construído fora do espaço do diálogo social, o sistema que emerge dessa reforma acirrará os conflitos, aumentará a desconfiança, fragilizará compromissos e trará mais insegurança. Esse é um projeto de um país que está andando para trás.

Cras passa a ser ponto de arrecadação da Campanha do Agasalho de Caruaru

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A Campanha do Agasalho realizada pela Diocese de Caruaru passa a contar com o apoio da Prefeitura Municipal, através da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos. Diante disso, todos os 10 Centros de Referência de Assistência Social (Cras) de Caruaru, que compreendem as zonas urbana e rural passam a ser pontos de arrecadações das doações. O foco são os agasalhos, mas podem também ser doados lençóis e cobertores.

Os donativos continuam a serem recebidos em todas as paróquias da Igreja Católica de Caruaru e na Catedral de Nossa Senhora das Dores, que fica na Avenida Rio Branco, área central da cidade. “Essa parceria entre Diocese, prefeitura e sociedade vai ser uma unidade de grande valia. Unidos nessa luta, vamos melhorando a vida de famílias que necessitam do nosso apoio”, pontuou o Padre Alexsandro Silva, coordenador da campanha.

Iniciada na semana passada, a campanha do Padre Alexsandro, que está à frente da Pastoral Nossa Senhora das Graças, do bairro Cidade Jardim, vem arrecadando os donativos e direcionando a quem precisa. O trabalho vem sendo realizado pelos grupos do Cenáculo da Graça, pastorais sociais da Diocese e projetos de Evangelização. Cada grupo faz a distribuição nas ruas e casas de acordo com a demanda.

Salários de admissão sobem 3,52% no primeiro semestre

A média dos salários de admissão no Brasil aumentou 3,52%, no primeiro semestre de 2017, em relação ao mesmo período do ano passado. A remuneração inicial ficou em R$ 1.463,67, de janeiro a junho deste ano, contra R$ 1.413,84 nos primeiros seis meses de 2016. A média deste semestre também ficou acima da registrada no primeiro semestre de 2014, que era o melhor resultado registrado até então pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho.

“São números que confirmam o reaquecimento gradual do mercado de trabalho. O aumento dos salários de admissão sinaliza que as empresas estão pagando mais para contratar, porque os empresários estão procurando mão de obra e pagando mais para os trabalhadores”, afirmou o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, durante a divulgação do Caged de junho, em Brasília, na última segunda-feira (17).

De acordo com os dados do Caged, houve uma reversão de tendência este ano, após duas quedas consecutivas no primeiro semestre dos dois anos anteriores. Depois de bater em R$ 1.434,62 em 2014, a média dos salários de admissão caiu para R$ 1.454,62 em 2015 e para R$ 1.413,84, em 2016. “No primeiro semestre deste ano, os salários de admissão recuperaram a queda dos dois anos anteriores e ainda tiveram um aumento em relação aos valores do mesmo período de 2014”, acrescentou o ministro.

O aumento foi maior para as mulheres, que tiveram média de R$ 1.370,29, de janeiro a junho de 2017, contra R$ 1.314,48 nos primeiros seis meses de 2016 (+4,25%). Para os homens, a alta foi de 3,20% na mesma comparação, passando de R$ 1.475,05 para R$ R$ 1.522,23.

Regional – Os ganhos ocorreram em todas as regiões do país. O maior índice foi verificado no Sudeste, chegando a 3,98%, com valores médios passando de R$ 1.516,75 para R$ 1.577,14. As mulheres do Sudeste também tiveram vantagem, com aumento médio de 4,90%, enquanto que para os homens o salto foi de 3,50%.

O segundo maior aumento foi da Região Sul, com 3,40% – alta de 4,05% para mulheres e 3,08% para os homens. Depois, vieram o Centro-Oeste (+3,18% em média), Nordeste (+2,94%) e Norte (+1,70%), sempre com índices maiores para os salários de admissão femininos.

Estados – Entre os estados, os melhores salários iniciais são para os contratados em São Paulo, chegando a R$ 1.696,73, em média – R$ 1.777,31 para homens e R$ 1.582,70 para mulheres. No Distrito Federal, com a segunda melhor média, os valores foram de R$ 1.570,17 – R$ 1. 599,37 no salário masculino e R$ 1.532,87 no feminino.

O terceiro melhor salário de admissão é o do Rio de Janeiro, onde as empresas pagaram em média R$ 1.567,70, com valores chegando a R$ 1.629,46 para contratados masculinos e R$ 1.475,15 para mulheres. Depois, estão Santa Catarina (média de R$ 1.447,60) e Paraná (R$ 1.431,75).

Escolaridade – O Caged também revelou que houve aumento de salários de admissão para quase todos os níveis de escolaridade, com índices maiores para quem tem ensino médio incompleto (+3,16%), analfabetos (+3,09%) e ensino fundamental incompleto do 6º ao 9º ano (+2,93%).

A exceção são os novos contratados com ensino superior, com recuo médio de 0,10%. Ainda assim, nesse nível, a diminuição foi motivada pelos salários masculinos, que baixaram 0,97%, porque os valores pagos para mulheres recém-contratadas subiram 0,96%, em média, no primeiro semestre de 2017.

As médias dos salários de admissão são divulgadas trimestralmente junto com o Caged.