Contas externas têm déficit de US$ 855 milhões, o menor desde agosto de 2009

Da Agência Brasil

As contas externas fecharam o mês de março com déficit de US$ 855 milhões, de acordo com dados do Banco Central (BC) divulgados esta semana. É o menor saldo negativo das transações correntes – as compras e vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda do país com o mundo – desde agosto de 2009, quando ficou em US$ 828 milhões. No mesmo mês do ano passado, o déficit foi bem maior: US$ 5,759 bilhões.

No primeiro trimestre deste ano, o déficit ficou em US$ 7,591 bilhões, contra US$ 25,099 bilhões no mesmo período de 2015.

No balanço das transações correntes, a conta de renda primária (lucros e dividendos, pagamentos de juros e salários) apresentou saldo negativo de US$ 2,449 bilhões.

A conta de serviços (viagens internacionais, transportes, aluguel de equipamentos, seguros, entre outros) contribuiu para o resultado negativo com US$ 2,904 bilhões.

A conta de renda secundária (gerada em uma economia e distribuída para outra, como doações e remessas de dólares, sem contrapartida de serviços ou bens) apresentou resultado positivo de US$ 240 milhões.

A balança comercial contribuiu para reduzir o déficit das contas externas, ao apresentar superávit de US$ 4,258 bilhões.

O chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel destaca que o resultado positivo da balança comercial foi o principal fator que contribuiu para reduzir o déficit das transações correntes. “Isso ajuda a mitigar o processo de retração da atividade econômica do país”, disse.

Mesmo assim, o país gastou além de sua renda. Quando isso ocorre, é preciso financiar esse resultado negativo com investimentos estrangeiros ou tomar dinheiro emprestado no exterior. O investimento direto no país (IDP), recursos que entram no Brasil e vão para o setor produtivo da economia, é considerado a melhor forma de financiar por ser de longo prazo.

No mês passado, o IDP chegou a US$ 5,557 bilhões e foi mais do que suficiente para cobrir todo o déficit em transações correntes. No primeiro trimestre, esses investimentos somaram US$ 16,933 bilhões.

Para Maciel, o fluxo de investimento direto tem se mostrado “muito resiliente a qualquer período de incerteza”. “Os níveis se mantiveram elevados”, acrescentou. Maciel destacou que o país continua sendo um grande mercado consumidor, com 200 milhões de habitantes. “Isso, sem dúvida, é um ponto relevante nessa análise de investimento direto. E a oscilação do câmbio e situação da atividade econômica têm tornado os ativos mais atraentes para o investidor estrangeiro”, acrescentou.

O país também registrou entrada de investimento em ações negociadas em bolsas de valores no Brasil e no exterior e em fundos de investimento, no total de US$ 2,027 bilhões em março, e de US$ 2,901 bilhões no primeiro trimestre de 2016. Houve saída líquida de investimento em títulos negociados no país de US$ 1,965 bilhão, no mês passado, e de US$ 7,070 bilhões, de janeiro a março deste ano.

Mercado financeiro espera que 2016 feche com inflação de 7,08%

Da Agência Brasil

Instituições financeiras reduziram a projeção da inflação para este ano, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 7,14% para 7,08%, no sexto ajuste seguido. Para 2017, estimativa caiu de 5,95% para 5,93%, na segunda queda consecutiva. As estimativas fazem parte do boletim Focus, publicação divulgada esta semana pelo Banco Central (BC), com base em projeções de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.

As projeções estão acima do centro da meta de 4,5%. A estimativa para 2016 ultrapassa também o teto da meta de inflação, que é 6,5%. O limite superior da meta em 2017 é 6%.

O cálculo do mercado financeiro para a queda da economia este ano foi alterado pela 13a vez consecutiva, ao passar de 3,77% para 3,80%. Para 2017, a expectativa de crescimento da economia (Produto Interno Bruto – PIB – a soma de todas as riquezas produzidas pelo país) foi alterada de 0,30% para 0,20%.

Em um cenário de retração da economia, as instituições financeiras esperam que o BC reduza a taxa básica de juros, a Selic, este ano. A mediana das expectativas (desconsiderando os extremos nas projeções), ao final de 2016, passou de 13,75% para 13,38% ao ano. Atualmente, a Selic está 14,25% ao ano. Para o fim de 2017, a expectativa é que a Selic fique em 12,25% ao ano.

Taxa básica

A taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve como referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o BC contém o excesso de demanda que pressiona os preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando reduz os juros básicos, o BC barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas alivia o controle sobre a inflação.

A pesquisa do BC também traz a projeção para a inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que foi ajustada de 7,40% para 7,22% este ano.

Para o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), a estimativa passou de 7,47% para 7,43%, em 2016. A estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), foi ajustada de 7,27% para 7,39%, em 2016.

A estimativa para a cotação do dólar passou de R$ 4,00 para R$ 3,80 no fim de 2016, e de R$ 4,10 para R$ 4,00, ao final do próximo ano.

Atividade econômica tem queda de 0,29% em fevereiro, na 14ª retração consecutiva

Da Agência Brasil

A atividade econômica está em queda há 14 meses consecutivos. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) apresentou queda de 0,29%, em fevereiro deste ano, na comparação com o mês anterior, de acordo com os dados dessazonalizados (ajustado para o período). Os dados foram divulgados, neste fim de semana, pelo Banco Central (BC).

Em relação ao mesmo mês do ano passado, houve queda de 4,54%, nos dados sem ajustes porque a comparação é feita entre períodos iguais. Nos dois meses do ano, contra o mesmo período de 2015, houve queda de 6,14%. Em 12 meses encerrados em fevereiro, a retração chegou a 4,63% (dados sem ajuste).

O IBC-Br é uma forma de avaliar a evolução da atividade econômica brasileira, além de ajudar o BC a tomar decisões sobre a taxa básica de juros, a Selic. O índice incorpora informações sobre o nível de atividade dos três setores da economia: indústria, comércio e serviços e agropecuária, além do volume de impostos. Mas o indicador oficial sobre o desempenho da economia é o Produto Interno Bruto (PIB), elaborado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No final do mês passado, o BC informou que mudou a metodologia de cálculo do IBC-Br, divulgado desde março de 2010, com o objetivo de “refletir a evolução contemporânea da atividade econômica do país e contribuir para a elaboração de estratégia de política monetária”.

Foram incorporados alguns indicadores, como a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) em substituição à Pesquisa Mensal de Emprego (PME) e a ampliação do uso da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), além do aperfeiçoamento metodológico do Sistema de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Asces promove campanha de arrecadação

A Faculdade Asces, com sede em Caruaru, realizará desta segunda-feira (25) até a quarta-feira (27), a 2ª Campanha “Asces Sustentável”. O projeto tem como principal objetivo contribuir para com a diminuição da poluição ambiental, através da arrecadação de produtos como materiais recicláveis, eletroeletrônicos, roupas e brinquedos. Estandes para doações estarão disponíveis nas datas nas portarias da instituição, que fica localizada na avenida Portugal, no bairro Universitário.

De acordo com a assessoria de imprensa da Asces, todo volume arrecadado vai ser doado posteriormente para a Associação Trapeiros de Emaús, que fica localizada no Recife. Esta última foi fundada por Dom Hélder Câmara e visa oferecer apoio a jovens desempregados. Atualmente, a associação vem acolhendo 26 jovens que estão atuando na manutenção de microcomputadores e na marcenaria.

Lá, todo material recebido através das doações, após serem consertados, acabam sendo vendidos por preços baixos em comunidades carentes.

Revista Time inclui Moro entre os mais influentes do planeta

Do Congresso em Foco

Pela segunda vez, em menos de dois meses, o juiz Sérgio Moro, que preside a Operação Lava Jato na Justiça Federal, aparece em uma lista feita por uma publicação norte-americana com as personalidades mais influentes do planeta. Depois da revista Fortune, agora é a vez da Time destacar o brasileiro entre os principais líderes da atualidade. Na relação, divulgada esta semana, Moro aparece na mesma categoria de autoridades como os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e da Rússia, Vladimir Putin, e da chanceler alemã, Angela Merkel. A revista aponta as 100 personalidades mais influentes do mundo na atualidade, como políticos, ativistas, artistas, atletas e cientistas.

O magistrado é o único brasileiro desta edição. Em seu perfil, escrito pelo jornalista Bryan Walsh, Moro é destacado pela popularidade equivalente à de um jogador de futebol no Brasil, por ter seu nome gritado por multidões nas ruas. “Mas Sergio Moro é apenas o juiz de um processo envolvendo um escândalo de corrupção tão grande capaz de derrubar um presidente – e talvez mudar uma cultura de corrupção que há muito prejudica o progresso do seu país”, ressalta a revista.

De acordo com a publicação, a maioria dos brasileiros concorda com os métodos adotados pelo juiz, ainda que haja questionamentos no meio jurídico a respeito das decisões que tem tomado.

Nos últimos três anos, outros três brasileiros foram destacados pela revista: o surfista Gabriel Medina (2015), o empresário Jorge Paulo Lemann (2014) e o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa (2013).

Em março, Sérgio Moro figurou na 13ª colocação entre os 50 maiores líderes mundiais da Fortune. Essa lista é liderada pelo fundador da Amazon, Jeff Bezos. O segundo lugar é da premiê alemã, Angela Merkel, seguida de Aung San Suu Kyi, ganhadora do Prêmio Nobel da Paz e ministra das Relações Exteriores de Mianmar. O papa Francisco figura no 4º lugar do ranking.

Fiepe dá início a programa de Gestão Financeira

A unidade regional da Fiepe (Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco), com sede em Caruaru, deu início, no último fim de semana, na cidade, ao programa de Gestão Financeira. Atenta às dificuldades que as empresas têm enfrentado devido à crise financeira nacional, a entidade elaborou para serem colocados em prática quatro módulos com os seguintes temas: Análise Financeira e Econômica, Fundamentos de Custos, Planejamento Econômico Financeiro e Planejamento Tributário.

Para o gerente da Fiepe, Lutemberg Santana, atualmente é necessário que as empresas planejem o orçamento de forma mais eficiente para não comprometerem os seus resultados no mercado. “É importante nesse cenário atual, no qual estamos passando por uma retração econômica, bem como uma crise de expectativas, que as empresas se atentem para uma gestão mais eficiente de suas finanças e custos, além de fazerem planejamento. Planejamento é uma das principais ferramentas para o sucesso de uma organização e isso é o que está sendo oferecido neste programa”, analisou.

Desde o último sábado (16) que o Gestão Financeira passou a apresentar aos participantes uma nova metodologia com dois dias de aprendizado teórico e um de exercícios de aplicação do conhecimento proposto por cada módulo. O primeiro, o Análise Financeira e Econômica, se estenderá até o próximo dia 7 de maio. Nele, os estudantes estão tendo a oportunidade de receber orientações sobre o uso adequado da calculadora HP-12C bem como passar por capacitações abordando temas como o fluxo de caixa, o desempenho financeiro, os indicadores de lucratividade e os ciclos operacional e financeiro.

Fundamentos de Custos é o principal assunto da segunda fase, que ocorrerá entre os dias 14 maio a 4 de junho. Gasto, custo, despesa, investimento, desembolso e perda; gastos fixos e gastos variáveis, margem de contribuição, ponto de equilíbrio e alavancagem operacional estão entre os temas que serão explorados nesta parte da capacitação. Na terceira fase, nos dias 11 e 18 de junho e 20 de julho, o Planejamento Econômico Financeiro explorará o orçamento empresarial, as peças orçamentárias (orçamento de vendas, de produção e de despesas) e o balanço patrimonial projetado.

No quarto módulo, nos dias 9, 16 e 23 de julho, o Planejamento Tributário tratará do sistema tributário nacional, o planejamento tributário, os tributos incidentes sobre o faturamento, os tributos incidentes sobre o lucro e os regimes de tributação e reorganizações empresarias. O último dia de cada etapa será dedicado a exercícios práticos com o grupo com o objetivo de aproximar o conhecimento da realidade diária das empresas, incentivando a aplicação do aprendizado.

O valor do investimento é de R$ 1.300, podendo ser dividido em até três vezes nos cartões de crédito. Os interessados devem entrar em contato com a Fiepe através do telefone: (81) 3722-5667 ou pelo e-mail: regional.agreste@fiepe.org.br para conhecer a política de descontos da entidade. A inscrição também pode ser feita pelo site: www.fiepe.org.br.

Como sobreviver em tempos de recessão econômica?

Que medidas tomar diante de um cenário de crise? A questão virou parte da rotina dos micro e pequenos empresários brasileiros, que sentem na pele o arrocho e o peso de gerir seus negócios em meio às dívidas. Ainda em 2015, de acordo com a Serasa Experian, o número de recuperações judiciais requeridas foi a maior nos últimos 10 anos. Foram 1.287 casos, 55,4% maior do que em 2014. As micro e pequenas empresas lideraram os requerimentos de recuperação judicial, com 765 pedidos.Também foram as responsáveis pelo maior número de pedidos de falência.

A expectativa para este ano é ainda mais tenebrosa, diante do cenário político incerto que tem impacto direto na economia do país. “O fantasma da falência assombra principalmente os pequenos que olham mas não enxergam uma luz no fim do túnel”, afirma o diretor executivo da VH Consultores, Vitor Hugo Gonçalves. O consultor está entre os palestrantes do evento “Estratégias e liderança em tempos de crise”, organizado pelo Sebrae, através do Programa Agentes Locais de Inovação (ALI). No evento, que acontece no dia 14 de abril, no Senac do Caruaru Shopping, empresários terão a oportunidade de ouvir especialistas em gestão que discutem algumas soluções estratégicas e comportamentais a curto prazo.

“Os empresários precisam entender que o momento é propício à ação. Ou seja, ele precisa tomar as rédeas do negócio, revisando processos e atividades internas, reduzindo gastos, renegociação de despesas com fornecedores e até terceirizando alguns serviços”, comenta Vitor Hugo. “Não tem fórmula mágica. Tem motivação para mudar certos comportamentos e ação estratégica que impactam diretamente na mudança da performance da empresa. Vamos abordar isso na nossa palestra “Lições empresarias para sobreviver na crise”, que tem uma abordagem provocativa e didática.

Além da palavra do consultor, especialista em estratégia e finanças, também fala para o empresariado, a consultora e coach Carla Oliveira, que tratará dos aspectos motivacionais. “Vamos abordar o conceito de alta liderança e engajamento de equipes, visando os resultados mais rápidos e em seguida aplicar um jogo destacando os cinco desafios das equipes de alta performance”, explica.

ARTIGO — Petrobras na corda bamba do populismo

Por Reginaldo Gonçalves

A Petrobras — por mais incrível que isso possa parecer a esta altura da Operação Lava Jato e depois de transformar o preço subsidiado da gasolina e do diesel em “moeda” eleitoral e demagogia política em 2014 e 2015 — volta a servir aos interesses de seu maior acionista, o Governo Federal. Muito provavelmente para atender às desesperada ansiedade da presidente Dilma Rousseff por uma agenda positiva, a empresa acena com a possibilidade de baratear os combustíveis, alegando que o preço do barril do petróleo no mercado internacional despencou.

O uso político da estatal continua impactando negativamente a companhia, que não consegue desvincular-se das artimanhas do populismo governamental. Dentre estas, está a falácia do controle da inflação por meios inapropriados e até de alto risco para uma empresa crucial para a cadeia produtiva de petróleo e gás.

De um lado, o presidente da Petrobrás, Aldemir Bendine, profissional de carreira e estrategista nas questões de curto prazo, pessoa de confiança da Presidência da República, não indicou, até o momento, alternativas estratégicas na mudança de rota da situação complicada que a empresa vem passando. A busca é pelo caixa imediato, mesmo sacrificando o longo prazo, através de empréstimos questionáveis em bancos chineses.

O que mais impressiona em tudo isso é que ficou bem clara a posição da presidência em recomendar a redução de preços em um ano conturbado e sofrendo criticas pontuais na sua gestão. Contudo – e felizmente – o Conselho de Administração da Petrobras já se manifestou contra o barateamento, sem uma base sólida de estudo quanto ao que poderá acontecer com o barril de petróleo no mercado internacional. Qualquer redução de preços agora poderia, em futuro próximo, gerar novos aumentos em relação aos preços internacionais e aos custos de produção no País.

O governo, lamentavelmente, não consegue engendrar uma gestão na qual as decisões sejam técnicas, não apadrinhadas por pessoas que não têm conhecimento da área, do produto e dos negócios da empresa. É uma administração com viés político. Algo danoso para o País. Agora, seria hora de analisar as necessidades de caixa e os investimentos prementes, suspendendo-se temporariamente os de longo prazo, inclusive analisando as questões do Pré-Sal.

Enquanto a gestão no Brasil for mascarada pela falta de transparência, de investimentos em logística e em disponibilidade de capital mais barato, parece que não haverá soluções para a Petrobras. Percebemos que estamos importando até o etanol, do qual somos os segundo maiores produtores mundiais, muito próximos dos Estados Unidos. Com um detalhe: o nosso é feito a partir da cana-de-açúcar, mais barato e melhor do que o norte-americano, processado a partir do milho. Pasmem: somos hoje o segundo maior consumidor do combustível produzido nos Estados Unidos. Entra em cena o velho “Custo Brasil”. Perdemos competitividade em itens nos quais somos capazes de produzir com competência e, em tese, a preços mais baixos do que os dos concorrentes internacionais.

Em Brasília, contudo, a preocupação prioritária é evitar o impeachment, mesmo que isso implique “venda” de ministérios, medidas populistas danosas à economia e prejudiciais ao povo.

Intermediadora de pagamentos online cria serviço exclusivo no Brasil

A intermediadora de pagamentos Gerencianet está com uma novidade para novos clientes. Para atender as determinações da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) as contas abertas a partir do dia oito de março deste ano já contam com um serviço de emissão de todos os boletos com registro. A novidade é que este adicional não despenderá taxas extras para emissão, cancelamento ou alteração da data de vencimento do boleto. Ou seja, mesmo emitindo o boleto registrado, o cliente pagará tarifa apenas em caso de confirmação de pagamento.

Em 2015, a Febraban anunciou um cronograma para a diminuição da emissão dos boletos sem registro, estipulando dezembro de 2016 como prazo final para o processo. Em 2017, ainda será possível emitir boleto sem registro, mas ele só poderá ser pago no banco emissor, mesmo antes da data de vencimento.

A alteração faz parte do Projeto Nova Plataforma de Cobrança e tem o objetivo de centralizar a base de títulos nacionais e trazer mais segurança para os clientes que utilizam esse tipo de serviço, diminuindo o número de casos de fraude em boletos bancários. Além da segurança para quem emite a cobrança e também para quem paga, a modalidade permite que o vendedor realize o protesto do boleto em caso de inadimplência. Para isso, basta procurar o cartório de títulos da sua cidade e informar-se sobre o passo a passo que deve ser seguido. O procedimento pode variar de acordo com a sua região.

 

 

ARTIGO — Como gerenciar a carreira, da escolha da profissão até à aposentadoria

Por Edson Carli

Por mais que estudemos e pesquisemos o nosso passado como pessoas e como espécie, dificilmente encontraremos o momento exato da evolução onde se iniciaram os conceitos de profissão e carreira. Acredito que estas definições devam ter aparecido tão logo quando aconteceu a formação do primeiro bando ou tribo. Neste momento mágico e perdido na esteira do tempo, uma pessoa olhou para outra e ambos combinaram que cada um faria uma coisa em prol do objetivo final: a sobrevivência.

Veja por exemplo, ainda nos tempos primários de nossas sociedades. Uma pessoa que não caçava, mas era hábil o suficiente para tecer roupas era mantido no grupo com a caça de outros e em troca, oferecia roupas a todos. Da mesma forma, um guerreiro não construía sua casa, mas os demais construíam a casa para que os guerreiros ficassem no grupo em um processo constante de trocas que envolviam produtos e habilidades.

Dentro de um sistema social, mais cedo ou mais tarde, todos devemos exercer uma atividade que gere valor para o grupo e, feito isso, passamos a fazer parte como membros, recebendo bens e serviços em troca de nossas habilidades. Podemos assim compreender que o conceito de função, remuneração, carreira, tempo de trabalho e muitos outros temas que associamos à palavra carreira são mais antigos e enraizados em nossa existência do que podemos imaginar. Mas como escolher nosso lugar nesse mundo? Em que momento devemos ingressar nesse sistema produtivo?

De forma geral, nas sociedades livres e capitalistas, o ciclo de vida de um indivíduo passa pelas seguintes etapas: escolha da profissão (geralmente ao final do ensino médio), formação superior básica seja em universidades ou em cursos técnicos, entrada no mercado de trabalho formal, decisão de continuar nesse mercado ou empreender. Uma vez tomada a decisão de ficar no mercado de trabalho, ainda existem as opções da liderança ou a carreira de especialista, também conhecida como carreira em Y.

Desde a escolha da profissão existem desafios a serem superados. Um deles é o mito da vocação, onde considera-se que um jovem pode, a partir de suas características pessoais, emocionais e comportamentais, possuir uma tendência para determinada profissão. Feita a escolha, passado o período de aprendizagem e a entrada efetiva no ambiente de trabalho, este profissional se dá conta que tudo o que ele sabia sobre relações humanas não mais é capaz de ajudá-lo a progredir na carreira. Até então, o jovem profissional havia convivido com sua família e com o ambiente acadêmico, onde efetivamente o conceito de atividade remunerada não havia sido levado a sua mais completa tradução: todos somos produtos.

Quando desenvolvi os fundamentos do método CARMA, do inglês Career And Relationship Management, no ano de 2006, superar o mito da vocação não estava entre as metas primárias. O principal objetivo era conduzir os indivíduos na identificação de seus potencias enquanto “produtos” e desenvolver suas habilidades de auto condução de carreira.

Se todos somos produtos em um mercado que nos reconhece e valoriza nossa produção de valor para a sociedade, somos, de certa forma, empresas de um único indivíduo prestando serviço para as corporações onde trabalhamos. Não somos membros de uma nova família e nem tampouco, entramos para uma organização somente para aprendermos mais. Quanto mais rápido identificarmos que a relação entre nós e as empresas é uma relação comercial, mais fácil e simples fica atingirmos nossos objetivos pessoais e profissionais.

Assim, com o passar do tempo, nossa relação com a empresa chega a uma encruzilhada: seremos líderes e, portanto, teremos a responsabilidade por gerir a atuação e outras pessoas; ou seremos especialistas, tornando-se referência em nossas habilidades e conhecimento, desenvolvendo uma carreira em Y.

Para os profissionais que seguirão a carreira de liderança, desenvolvi no método C.A.R.M.A uma visão totalmente diferenciada e baseada no conceito francês de liderança natural, onde o profissional não pode ser simplesmente nomeado líder. Ele precisa ser reconhecido como tal por seu grupo. Novamente, busquei nas bases naturais e antropológicas uma formação de liderança que não fosse baseada em mando, em poder, mas sim em respeito, reputação e engajamento.

Finalmente, analisando a linha do tempo, assim como em todas as sociedades, chegará o momento da aposentadoria e do retorno do profissional para a vida comum, longe das organizações. Para este grupo de profissionais, o método CARMA apresenta um extenso conjunto de ferramentas, fortemente baseadas em PNL que reapresenta os protocolos sociais e “devolve” a pessoa à sociedade não profissional, à família, aos amigos e a ele mesmo.

Assim, o método representa um extenso conjunto de metodologias que capacita os participantes a gerenciar suas crenças, sua visão do mundo profissional e logicamente, seus relacionamentos para que possam atuar em um ambiente onde as profissões, as funções e as habilidades se misturam. Acima de tudo é preciso que o profissional desenvolva a autogestão e assuma o protagonismo de sua carreira – da escolha dela até o último dia de trabalho.