Levantamento aponta municípios em situação de risco para dengue

O resultado do Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa) indica 199 municípios brasileiros em situação de risco de surto de dengue, chikungunya e zika. Isso significa que mais de 4% das casas visitadas nestas cidades continham larvas do mosquito. Os dados do novo LIRAa foram divulgados pelos ministro da Saúde, Marcelo Castro, nesta terça-feira (24), em Brasília. Além do levantamento, também foram divulgados a campanha de combate ao mosquito, o balanço da dengue e chikungunya, além da investigação dos casos de microcefalia.

Durante a apresentação, o ministro destacou que a principal preocupação, neste momento, é informar a população, com esclarecimentos sobre como prevenir novos casos. “Nós temos uma situação potencializada, com um problema de grande dimensão. Para enfrentar esta situação, precisamos de uma ação conjunta do governo federal, estadual e municipal, além de especialistas. A sociedade também deve estar envolvida neste processo, ficando atenta às medidas para combater o Aedes aegypti, que agora, passa a ser é uma ameaça ainda maior”, destacou o minstro.

Marcelo Castro informou que o Ministério da Saúde acompanha as novas iniciativas de combate à dengue e ao mosquito Aedes aegypti que estão sendo desenvolvidas no país. Citou, como exemplo, o uso de mosquito transgênico, que é infectado com bactéria, além das vacinas contra a dengue. “São iniciativas novas que devem ser estudas antes de ser disponibilizadas à população. No momento, devemos atacar, de maneira efetiva, o mosquito da dengue. Não podemos perder o foco. Essa é uma luta que sozinhos não seremos vitoriosos, portanto precisamos da participação de toda a sociedade brasileira”, reforçou o ministro.

Realizado em outubro e novembro, o LIRAa teve adesão recorde para este período do ano, com 1.792 cidades participantes, aumento de 22,4% se comparado ao número de municípios em 2014. A pesquisa é um instrumento fundamental para o controle do Aedes aegypti. Com base nas informações coletadas, o gestor pode identificar os bairros onde estão concentrados os focos de reprodução do mosquito, bem como o tipo de depósito onde as larvas foram encontradas.

Além das cidades em situação de risco, o LIRAa identificou 665 municípios em alerta, com 1% a 3,9% dos imóveis com focos do mosquito, e 928 com índices satisfatórios, com menos de 1% das residências com larvas do mosquito em recipientes com água parada. O levantamento identificou a presença do mosquito Aedes albopictus, que pode também transmitir a chikungunya, em 262 municípios.

Entre as 18 capitais que o Ministério da Saúde recebeu informações sobre o LIRAa, apenas Rio Branco está em situação de risco. São sete as capitais em alerta (Aracaju, Recife, São Luís, Rio de Janeiro, Cuiabá, Belém e Porto Velho) e dez com índices satisfatórios (Boa Vista, Palmas, Fortaleza, João Pessoa, Teresina, Belo Horizonte, São Paulo, Brasília, Campo Grande e Curitiba). As cidades de Macapá, Manaus, Maceió, Natal, Salvador, Vitória, Goiânia, Florianópolis e Porto Alegre não encaminharam os resultados.

O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Antônio Nardi, explicou que o mapeamento é um retrato da situação das áreas endêmicas em cada município e deve ser usado para desencadear ações de combate ao mosquito. “O estudo pode orientar as ações de controle de infestação do mosquito Aedes aegypti.” Segundo o secretário, a ideia é que todo sábado seja dia D de combate ao mosquito à dengue. “Queremos colocar na consciência da população que todos nós somos responsáveis nesta luta”, afirmou Nardi.

Ritmo de investimento na Adutora do Agreste tem de aumentar, diz Humberto

Depois de participar de uma longa caminhada no domingo (22) com centenas de pessoas no Agreste de Pernambuco para chamar a atenção dos perversos efeitos da seca no semiárido nordestino, o líder do PT no Senado, Humberto Costa, foi nesta terça-feira (24) à tribuna do plenário da Casa cobrar mais investimentos federais para concluir a obra da Adutora do Agreste.

Segundo ele, o empreendimento inserido no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e fundamental para combater a seca na região tem recebido menos recursos do que o programado pelo Governo Federal. “As etapas I e II do projeto são orçadas em cerca de R$ 1,2 bilhão. Mas, segundo os dados mais recentes, executamos apenas algo em torno de R$ 450 milhões”, declarou.

Humberto explicou que o restante da quantia está previsto para ser pago em parcelas de R$ 10 milhões mensais, mas que os desembolsos feitos nos últimos meses não alcançaram esse valor. De acordo com o parlamentar, os mais recentes ficaram em aproximadamente R$ 6 milhões.

“Em um ritmo assim, uma obra dessa relevância prevista para estar concluída em 2018 só vai ficar pronta em 2021 ou 2022. É muito tempo para quem está precisando de uma solução para ontem”, afirmou.

Humberto avalia que o Governo Federal, mesmo enfrentando dificuldades orçamentárias, deve priorizar a conclusão da obra, pois a adutora vai beneficiar diretamente 32 municípios da região do Agreste do Estado, “muitos dos quais têm áreas que não veem uma gota de chuva há mais de cinco anos”.

“Eu me comprometi com as lideranças sociais e políticas da região a buscarmos uma solução aqui em Brasília, que envolva também o Governo de Pernambuco, para que, em conjunto, consigamos sair desse impasse”, declarou.

Ele já solicitou uma audiência com o ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, para discutir o assunto com a Central Única dos Trabalhadores (CUT), os movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Pernambuco (Fetape) e os prefeitos de Águas Belas, Canhotinho, Iati e Tupanatinga.

“A região tem o pior balanço hídrico do Estado, que é a relação da oferta natural de água e da demanda habitacional. A falta de chuvas combinada com a não conclusão de obras estruturantes leva a um quadro em que crise hídrica só se agrava, com municípios entrando sequencialmente em colapso”, alertou.
Para o líder do PT, com a adutora em funcionamento – mesmo sem contar com o ramal do Agreste para levar a água da transposição do São Francisco – já seria possível poder movimentar grandes volumes hídricos disponíveis na região para equilibrar as necessidades dos municípios.

No último domingo, o senador esteve ao lado de sindicalistas e trabalhadores rurais, organizados pela Fetape, lideranças políticas da região e outros representantes da sociedade civil, na chamada Marcha das Águas: uma caminhada de mais de 100km organizada para gritar contra os perversos efeitos da seca que se abatem sobre o semiárido nordestino.

A marcha teve início na cidade de Iati, de onde o pessoal saiu na quinta-feira, caminhando a pé até chegar no domingo de manhã ao município de Tupanatinga, onde Humberto se integrou na andança dos 6km finais, sob forte sol.

Fernando Filho defende posição do PSB pela obstrução da pauta

O líder do PSB na Câmara dos Deputados, Fernando Filho, foi à tribuna ontem (24) para anunciar a decisão do partido em obstruir todas as votações na casa a partir desta data. A medida não tem prazo de duração e foi adotada para pressionar o afastamento do presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

“Nós tomamos uma decisão que eu queria informar ao plenário. Tendo em vista que todos têm o direito à ampla defesa e que é importante que o rito possa acontecer no seu tempo, mas que possa acontecer como deve ser, como cobra a população, o PSB tomou a decisão de entrar em obstrução a partir de hoje”, afirmou o parlamentar.

Fernando Filho argumentou que o período pelo qual o país está passando, incluindo a crise no poder legislativo, é difícil e requer reflexão permanente dos parlamentares, mas que o Partido Socialista Brasileiro não poderia deixar de tomar uma posição firme nesse momento delicado. “Evidentemente que temos matérias importantes que precisam ser deliberadas e que gostaríamos de estar participando destas decisões. Mas também entendemos que é importante resolver os problemas internos da Câmara primeiro”, declarou o líder socialista.

Fiepe realiza Fórum de Inteligência em Vendas

A Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe) traz para Caruaru e região mais uma oportunidade de capacitação para o alcance de bons resultados. No dia dois de dezembro, das 18h às 21h30, no auditório da Unidade Regional Agreste da Fiepe, o Fórum de Inteligência em Vendas irá proporcionar aos profissionais conhecimento sobre negociação, técnicas de conquista e fidelização de clientes e importância da motivação e do entusiasmo para a superação de crises.

Duas referências no assunto foram convidadas para palestrar no evento. Com aproximadamente 20 anos de experiência de mercado, o administrador de empresas e especialista em Gestão Empresarial e Marketing, Albertino dos Anjos, dialoga sobre o tema “Os Três Desafios de Vendas”, apresentando experiências e cenários que foram vivenciados pelo próprio consultor.

O mestre em Administração, doutor em Administração, Comunicação e Educação e pós- doutor pela Florida Christian University (FCU), nos Estados Unidos, Eduardo Marostica, fará a palestra “Estratégias Vencedoras em Vendas”. As estratégias serão apontadas na perspectiva de incentivar a diferenciação e a inteligência competitiva. Pós-venda, negociação em transações complexas, soluções inovadoras e tendências do varejo e do mercado industrial também estão entre os conteúdos que serão discutidos.

Os inscritos poderão tirar dúvidas com os consultores ao término de cada palestra. As inscrições já estão abertas e podem ser feitas pelo telefone: (81) 3722-5667, e-mail: regional. agreste@fiepe.org.br ou pelo site: www.fiepe.org.br. O valor do investimento é de R$ 150 e o pagamento pode ser parcelado nos cartões. O Fórum de Inteligência em Vendas conta com o apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

Integrantes do Santa Cruz são recebidos pelo governador

O clima de comemoração pelo acesso do Santa Cruz à Série A do Campeonato Brasileiro marcou o encontro do governador Paulo Câmara com integrantes da diretoria e parte do elenco do clube pernambucano, na manhã desta terça-feira (24), no Palácio do Campo das Princesas. Na comitiva, o presidente Alírio Moraes; o vice, Constantino Jr.; o técnico do time, Marcelo Martelotte, além do goleiro Tiago Cardoso e dos atacantes Grafite e Bruno Morais. Em maio deste ano, o governador também recebeu a visita dos tricolores, após a conquista do Campeonato Pernambucano.

Torcedor do Santa Cruz, o chefe do Executivo estadual enalteceu o acesso do time à elite do futebol brasileiro e reiterou sua torcida pelo clubes pernambucanos. “É um time com tradição no futebol brasileiro, que tem um patrimônio, uma torcida maravilhosa e que, merecidamente volta à Série A, depois de uma campanha muito bonita. O Santa Cruz com certeza vai fazer bonito no próximo ano e, junto com o Sport, vai representar bem Pernambuco. Se Deus quiser, vamos ter a oportunidade, em breve, do Náutico também subir e termos os três grandes clubes pernambucanos disputando a Série A”, previu, otimista.

Presenteado com uma camisa com seu nome e o número 72, uma referência ao ano de seu nascimento, Paulo Câmara confirmou presença no jogo deste sábado (28), no estádio do Arruda, quando o Santa Cruz enfrenta o Vitória da Bahia, na disputa pelo vice-campeonato da série B. “Eu tenho certeza, pelo que vi hoje aqui, que a motivação é plena para alcançar esse êxito”, avaliou.

CT

Além da celebração pela conquista do acesso, o encontro com o governador também tratou do projeto de construção do novo centro de treinamento do Santa Cruz. O pleito foi apresentado pelo presidente do Santa Cruz, Alírio Moraes. Diante da diretoria e dos jogadores, o governador assegurou a colaboração do Estado para viabilizar parcerias a construção do equipamento.

“É fundamental para um clube ter um CT organizado, que possa formar jogadores e dar condições de treinamento para seu time. Vamos colocar Pernambuco à disposição dos clubes para conversar com empresas que queiram investir no nosso futebol, utilizando o prestigio de Pernambuco e dos nossos times para conseguir, junto à iniciativa privada, patrocínios importantes para que nossos times tenham condições de continuar representando bem o nosso Estado”, explicou Paulo Câmara.

Ao final do encontro, o presidente do clube destacou o “otimismo” e a “gratidão” com a manifestação de apoio do governador ao projeto. “O governador garantiu uma ajuda fundamental para gente garantir essa obra. Ele é um homem de elevado espírito público e um grande torcedor do Santa Cruz. Ele se coloca no nosso lugar de gestor do clube, sente as dores que estamos sentindo e fica solidário, ajudando a buscar caminhos para que a gente possa tocar o nosso projeto”, comemorou Alírio Moraes.

Nova diretoria promove reestruturação no Santa Efigênia

f588acc4-4b8b-42bc-bafc-787e52284d3a

Há sete meses, o Hospital Santa Efigênia passou a ser administrado por um novo grupo. Desde então, uma grande mudança estrutural vem sendo proporcionada para a modernização da unidade de saúde mais tradicional da região. Os funcionários passam por capacitações para melhor atender os pacientes e acompanhantes. Novos equipamentos foram adquiridos. O bloco cirúrgico recebeu novas mesas cirúrgicas, focos, um aparelho de esterilização a plasma e novos ares-condicionados, que garantem maior conforto à equipe médica. O setor de UTI ganhou camas, respiradores, desfibriladores e um aparelho de Gasometria.

O Santa Efigênia também passa por uma reformulação no que diz respeito à segurança. A recepção recebeu catracas para o controle da entrada de pessoas. Os acompanhantes dos pacientes serão cadastrados e terão acesso ao interior do prédio com a utilização de um crachá e uma pulseira de identificação. Câmeras estão sendo instaladas em pontos estratégicos para monitorar o movimento dentro do Hospital.

Outra novidade é a transferência do laboratório de análises clínicas para o prédio do Hospital. Agora, ele passa a ser um Laboratório 24h, garantia de mais agilidade para o diagnóstico dos pacientes. O resultado dos exames sai, no máximo, em 30 minutos; o hemograma, por exemplo, fica pronto em 10 minutos.

Os prontuários também passaram por modernização. Agora, tudo o que é prescrito pelos médicos é feito em um sistema de informação que interliga os consultórios à farmácia do Hospital de forma on line. O processo agiliza o atendimento e diminui, consideravelmente, o risco de erros de aplicação de medicamentos.

E, depois de muito tempo dependendo de ambulâncias de outras unidades de saúde, o Hospital Santa Efigênia dispõe de uma UTI Móvel 24h. Equipada com aparelhos modernos, o veículo torna mais rápida a remoção de pacientes.

“A nossa maior preocupação desde que assumimos o Hospital é melhorar a qualidade do atendimento às pessoas. Nesse período, buscamos qualificar nossos funcionários. O nosso público é quem, realmente, merece o conforto que precisa ser dado pelo Hospital”, explica José Pereira Galvão Júnior, diretor-médico do Hospital Santa Efigênia.

44% dos consumidores vão pesquisar se descontos da Black Friday são reais

Data já conhecida no varejo brasileiro, a Black Friday de 2015 acontece na sexta-feira, 27 de novembro e os empresários esperam atrair os consumidores com descontos atrativos dos produtos mais procurados. Porém, uma pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostra que, este ano, 44% dos brasileiros que pretendem comprar nesse dia vão pesquisar se os descontos anunciados são, de fato, reais.

Os dados mostram ainda que mais da metade dos compradores da Black Friday (54%) pretende pesquisar também para identificar as lojas com os melhores preços. No geral, cerca de 35% de todos os consumidores entrevistados pretendem comprar na sexta edição do evento no Brasil – para 82% deles, a principal razão da compra é justamente a oportunidade de adquirir produtos que precisam, a preços mais baixos, o que faz com que o evento se consolide a cada ano: 87% dos entrevistados considera que a compra valeu a pena em 2014, em função do bom preço, sendo 7,9 a nota geral de satisfação com o evento.

Outros 49% afirmaram ainda não saber se vão fazer compras, mas que caso encontrem oportunidades boas, não as perderão. De acordo com a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, agora é a oportunidade dos lojistas realizarem promoções grandes e diferenciadas. “Os comerciantes devem se certificar que os descontos serão reconhecidos pelos consumidores e, assim, ganharem credibilidade com eles”, afirma. “Além disso, em um ano de vendas relativamente baixas, a Black Friday, juntamente com o Natal, é uma boa época para as lojas conseguirem baixar os estoques dos produtos que não puderam ser liquidados ao longo do ano.”

Mesmo com o Brasil em crise econômica, 34% dos entrevistados pretendem comprar mais produtos neste ano do que em 2014, e 22% pretendem gastar mais, sendo as principais justificativas os baixos preços praticados e o fato de ter mais produtos para comprar. Entre os que pretendem gastar menos (28%), outras prioridades de compras o foco apenas no que é necessário são as principais justificativas.

Já entre os que estão decididos a não comprar no evento – apenas 16%, os principais motivos são a falta de dinheiro e a descrença em relação aos descontos praticados.

ARTIGO — Desestímulo aos imóveis e incentivo à ciranda financeira

Por Luiz Augusto Pereira de Almeida

Como já dizia o Barão de Itararé, pseudônimo do jornalista e precursor do humorismo na imprensa brasileira Aparício Fernando de Brinkerhoff Torelly, “quando você menos espera que alguma coisa aconteça, é ai que não acontece nada mesmo”. O mercado imobiliário, já bastante abalado pela grave crise econômica nacional, esperando medidas estimuladoras para seu desenvolvimento, sofre um novo e duro golpe: o aumento do Imposto de Renda da Pessoa Física incidente sobre os ganhos de capital, na alienação de imóveis e direitos, estabelecido pela Medida Provisória 692/2015, recém-editada pelo governo.

A alíquota atual de 15% será mantida apenas para ganhos até um milhão de reais. Entre este valor e R$ 5 milhões, será de 20%; até R$ 20 milhões, 25%; e acima disto, 30%. A MP também atinge microempresários tributados com base no Simples, que, em tese, deveriam ter estímulos e menos burocracia para fortalecer seu empreendedorismo. Eles ficam sujeitos à mesma taxação progressiva quando alienarem bens e direitos de seu ativo não-circulante.

A medida inclui-se nas ações voltadas a reduzir o déficit de caixa da União, epicentro da crise brasileira. Entretanto, o seu resultado em termos de arrecadação será pífio, em especial se comparado às consequências negativas graves que acarretará ao mercado imobiliário. Isso porque a maior parte das unidades imobiliárias residenciais comercializadas no País tem ganhos de capital inferiores a R$ 1 milhão. É, portanto, mais uma iniciativa impensada e de discutível relação custo-benefício para a sociedade e o País, resultante da ansiedade de Brasília para tapar os rombos orçamentários causados pela incontinência fiscal.

O setor imobiliário sofrerá com a queda da compra de imóveis como opção de investimento. Ao invés de se buscarem alternativas para seu estímulo, considerando que é um dos maiores geradores de empregos, salários e renda, adota-se algo que o sufoca ainda mais. Isso contraria totalmente a lógica do crescimento econômico. Os Estados Unidos, por exemplo, saíram da grave crise deflagrada em 2008 baixando juros e reduzindo tributos. Aqui, estamos fazendo o oposto, encarecendo o dinheiro e taxando mais os investimentos.

A MP 692 é mais uma iniciativa que demonstra a falta de habilidade do governo, que segue adotando providências inócuas quanto ao desequilíbrio fiscal, mas nocivas e desestimuladoras aos setores produtivos. É uma iniciativa que contraria a cultura do brasileiro, que sempre viu nos imóveis uma alternativa segura e rentável para garantir uma aposentadoria um pouco mais digna, já que os proventos previdenciários sequer são suficientes para pagar um plano de saúde mediano. A MP desestimula isso, pois praticamente inviabiliza o lucro, somando seus ônus aos custos inerentes à transação de 6% de comissão, publicidade e outros agravos costumeiros da burocracia brasileira.

Via de regra, o melhor imóvel para investimento é aquele que se compra na planta. Levando-se em conta a média de quatro anos entre o lançamento e a entrega, as pessoas colocarão na ponta do lápis toda a equação dos juros, tributação dos ganhos de capital, custos inerentes à venda do imóvel e prazo de retorno, comparando com outras possibilidades. Aí, surge mais um fator negativo da MP, que é o estímulo à especulação financeira.

Muita gente poderá deixar de comprar imóveis como investimento, preferindo aplicar no mercado financeiro. Assim, o dinheiro que estaria erguendo prédios, criando milhares de postos de trabalho na construção civil e na indústria de insumos e materiais, engrossando a massa salarial e aquecendo o mercado consumidor descansará placidamente num banco, locupletando-se da maior taxa de juro real do mundo. Esperemos que o Congresso, pensando no Brasil, barre mais essa mal planejada ação governamental.

​Obra vai garantir abastecimento d’água de Surubim e região

Compesa

 

 

O governador Paulo Câmara autorizou, na noite de ontem (23), a realização de uma importante obra para o Agreste Setentrional, a implantação de uma adutora interligando o Sistema Siriji (em Vicência, Mata Norte) ao Sistema Palmerinha (Bom Jardim) e a Cidade de Surubim e região. A obra receberá um investimento de R$ 40 milhões e deverá beneficiar diretamente 12 municípios da região.

Essa interligação irá permitir o reforço do abastecimento de água a partir da Barragem de Palmerinha, também conhecida como Pedra Fina, responsável pelo atendimento das cidades de Bom Jardim, João Alfredo e Orobó, além de reativar o ramal que anteriormente abastecia a cidade de Surubim, hoje assistida pelo Sistema Jucazinho, cuja barragem encontra-se em pré-colapso com menos de 2% da sua capacidade de acumulação. O projeto irá garantir a segurança hídrica dessas três cidades, além de evitar o colapso do abastecimento de Surubim e região.

A interligação do Sistema Siriji com Pedra Fina foi uma sugestão dada pelos secretários de Planejamento e Gestão, Danilo Cabral, e de Agricultura, Nilton Mota, ao governador Paulo Câmara para garantir o abastecimento d’água no Agreste Setentrional, uma das regiões mais afetadas pelo quinto ano de seca consecutivo. “A integração da barragem de Siriji com Pedra Fina é uma reivindicação antiga de Surubim, que foi apresentada no Seminário Todos por Pernambuco, realizado em abril no município, que foi atendida pelo Governo”, destaca Danilo Cabral. O secretário Nilton Mota acrescenta que a “possibilidade da interligação Siriji e Pedra Fina voltar a abastecer a cidade de Surubim e outros municípios da região vai garantir a sustentabilidade hídrica do Agreste Setentrional”.

A decisão do chefe do Executivo foi anunciada durante uma reunião realizada com os secretários Danilo Cabral, Nilton Mota e Thiago Norões, de Desenvolvimento Econômico, e com o presidente da Compesa, Roberto Tavares. Segundo o dirigente da estatal, a obra deve ser executada no prazo de 12 meses e faz parte da estratégia de buscar alternativas para viabilizar obras hídricas que viessem minimizar os efeitos da falta de chuvas para milhares de pernambucanos, em especial a população do Agreste, que enfrenta hoje a situação mais grave do Estado. “A exemplo da água que traremos da Mata Sul para abastecer a Adutora do Agreste, com essa obra, será trazida água da Mata Norte para abastecer o Agreste Setentrional”, afirmou Roberto Tavares.

É no Agreste que está localizada a Barragem de Jucazinho, em Surubim, que está operando hoje com o seu volume morto. Doze cidades estão enfrentando um rigoroso rodízio de distribuição, de dois dias com água contra 28 dias sem, o pior calendário desde a inauguração da barragem em 2011. “Tantos anos sem chuvas consistentes infelizmente farão a barragem de Jucazinho entrar em colapso, obrigando a Compesa a usar carros-pipa e buscar quaisquer alternativas para o abastecimento dessas cidades”, enfatizou Tavares.

Com a obra de interligação dos Sistemas Siriji a Palmerinha, a Compesa irá captar 150 litros de água por segundo, em 37 km de adutoras de 500mm de diâmetro. Com este volume e a reativação do antigo ramal de Surubim, a Compesa pretende ampliar o atendimento deste projeto para outras cidades atendidas pelo Sistema Jucazinho, a exemplo dos municípios de Casinhas e Santa Maria do Cambucá, Vertentes e Vertente do Lério.