A crise hídrica e os três macacos sábios

Colunista Nicole Verillo, do Congresso em Foco

Do que estamos falando?

Semana passada acabou a água em casa pela primeira vez. O problema na verdade era na caixa d’água, mas ao comentar com familiares e amigos muito me impressionou a reação de espanto deles, como se ficar sem água fosse algo impossível de acontecer, afinal cai do céu, não é mesmo?

Muita gente ainda não caiu na real do que estamos vivendo. Parece ser difícil acreditar que vai faltar água, ou melhor, que já está faltando. Todo mundo sabe da crise hídrica, mas ninguém parece acreditar de verdade, parece que queremos pagar para ver. Mas o assunto é gravíssimo e já passou da hora de entender o que estamos vivendo. A questão não é mais que vai faltar um pouco de água e sim que não teremos mais água.

A Sabesp anunciou alguns dias atrás o que já estava previsto por especialistas há anos: o Sistema Cantareira vai secar completamente. Se tivermos sorte, temos pouco mais de dois meses até lá. Depois disso, apesar de muitas cidades já terem suas periferias passando por enormes períodos ininterruptos sem água, não teremos mais uma gota de água em nossas casas.  E se enganam aqueles que moram no interior de São Paulo e acham que por este motivo não precisam se preocupar. Já pararam para pensar onde a capital e a região metropolitana irão buscar água? Para agravar ainda mais a situação os estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais vivem situações bem parecidas.

De quem é essa conta?

A catástrofe paulista foi anunciada há mais de dez anos e o culpado não foi São Pedro. Sim, os fatores climáticos contribuíram, porém, o que realmente faltou foi planejamento, liderança política e transparência para evitar cenário extremo que temos hoje. Desde 2003 a crise atual já era prevista e os gestores públicos foram alertados, como na reportagem da Folha de São Paulo, que além das causas, destacou as medidas que deveriam ser tomadas naquela época para que esse cenário de hoje fosse evitado. A Sabesp anunciou, na mesma época, planos de médio e longo prazo para buscar novas vias hídricas e reduzir a dependência do Sistema Cantareira. Hoje, dez anos depois, nenhuma obra foi concluída.

O governo do Estado de São Paulo, sob a gestão do PSDB há duas décadas, negou o problema durante muito tempo, atrasando a busca e soluções e confundindo as pessoas. Como se vivesse em um mundo paralelo, Geraldo Alckmin lidou com impropriedade, fazendo vista grossa, como fazem os três macacos sábios que, na interpretação budista, acreditam que não ouvir, ver ou falar de um problema faz com que sejamos poupados dele. O governador não viu a crise, não escutou os alertas, e não falou sobre a falta d’água. Porém, o mal não foi evitado.

Geraldo Alckmin terminou 2014 afirmando que “não falta e não irá faltar água em São Paulo”, “não há nenhuma possibilidade de racionamento” e “estamos preparados para a seca”. Quem estamos? Preparados como? Por que o problema não foi discutido com a população? Por que não se assumiu o racionamento durante tanto tempo?

Ao negar a crise e esconder informações, além de agravar o cenário, o governo não permitiu em nenhum momento que a sociedade tivesse noção clara da gravidade da crise, sem alertar de forma transparente as pessoas, levando ao que citei no começo desse artigo: muita gente ainda achando que é impossível ficar sem água. Essa postura, aliada a falta de visão estratégica durante todos esses anos, resultou no que temos hoje.

O direito de acesso à água é um direito humano, porém, não basta garanti-lo sem transparência e participação social. Faltam informações sobre os estoques de água, meios alternativos de abastecimento, horários de racionamento, riscos associados à seca, planos e medidas de emergência, planejamento de longo prazo, como economizar e se programar. Somente nesta quarta-feira, 28, que a Sabesp informou que irá informar os horários e locais que faltarão água a partir da próxima semana.

A busca de soluções deveria ter sido tratada com seriedade pelo governo do Estado juntamente com o governo federal, que também tem um papel a ser cumprido nessa história, através da Agência Nacional de Águas e do Ministério do Meio Ambiente, a quem compete organizar a Política Nacional de Recursos Hídricos. O pacote de medidas e obras anunciado após as eleições 2014 pela Dilma e pelo Alckmin é insuficiente, não resolve o problema no curto prazo e veio tarde demais.

E por que as grandes obras planejadas não foram executadas antes? Será que faltaram recursos? Ao que parece dinheiro não faltou e a Sabesp lucrou bastante nos últimos anos. O estatuto social da empresa define que os acionistas podem receber até 25% do lucro líquido anual da empresa. Durante o governo Alckmin essa distribuição bateu recorde. Em 2003, 60,5% do lucro foi para os acionistas. Entre 2003 e 2013, cerca de um terço do lucro líquido total foi repassado aos acionistas, um valor de aproximadamente R$4,3 bilhões, o dobro do que a Sabesp investe anualmente em saneamento básico.

E quem é o maior acionista da Sabesp? O próprio governo do Estado, que detém 51% da empresa. Ou seja, 51% do lucro dividido voltam para o governo. E de que forma esses dividendos tem sido reinvestidos na Sabesp e na garantia do acesso à água de qualidade? Foi priorizada a gestão correta dos recursos hídricos? Em 2012 e 2013 não foi tomada uma medida para proteger o Sistema Cantareira e foram os dois anos em que a Sabesp obteve os maiores lucros líquidos da história da companhia. Ou seja, o lucro dos acionistas foi colocado na frente do bem estar da sociedade.

Como sair dessa?

Óbvio que cada um de nós, cidadãos comuns, também temos nossa parcela de culpa nessa história. Usamos a água de forma errada, assim como todos os demais recursos naturais. Temos uma relação cultural totalmente equivocada com a água, acreditando que ela nunca irá faltar e que seca é coisa somente do Nordeste. Precisamos parar de desperdiçar. Há dez anos, um morador da Grande São Paulo gastava em média 150 litros de água por dia, hoje são 175 litros, 65 a mais que o recomendado pela OMS.

Há dois anos eu estive no sertão do Piauí, em uma das regiões mais secas do Brasil, onde há muito tempo a água já não chega. Tomei banho com menos da metade de um balde de água, andei para buscar água no poço e também tive que improvisar para escovar os dentes sem água. Desde então minha relação com a água nunca mais foi a mesma e aquelas práticas básicas, que aprendemos na escola, mas nunca levamos a sério, como por exemplo, desligar a torneira enquanto se ensaboa no banho, passaram a fazer parte da minha vida. Porém, apesar de básicas, são práticas que estão longe de serem hábitos da população e que eu mesma só passei a praticar depois de viver uma realidade extrema. É tudo questão de hábito e nós podemos, de fato, fazer muito mais do que fazemos hoje. A mudança é cultural e precisa ser permanente. Não se pode parar de usar racionalmente a agua só porque voltou a chover, por exemplo.

Mesmo reconhecendo nossa parcela de culpa, é preciso que outras parcelas (bem maiores que a nossa) sejam consideradas. É necessário repensar como a agricultura e a indústria usam a água e como esses setores estão sendo cobrados. 70% da nossa água é consumida pelo agronegócio e 22% pela indústria. Esse desperdício não é discutido a população é cobrada como se fosse a única culpada.

O que nos resta agora? Executar um forte plano de contingência, que deve ser liderado pelo governo estadual junto a sociedade. Nesta semana foi anunciada a medida do racionamento, onde toda a região metropolitana de São Paulo ficará em um sistema de rodízio com cinco dias sem e dois com água. Prefeitos da Grande SP cobraram o Estado, uma vez que foram informados das medidas, que afetam diretamente suas cidades, pela televisão. As consequências humanas, sociais, econômicas e ambientais serão as mais graves possíveis. A falta d’água afeta a dignidade humana, paralisa as atividades econômicas e interfere diretamente na saúde pública.

As linhas de ação daqui para frente devem ser claras e a população deve ser informada e orientada. Diversas organizações e especialistas da área já estão fazendo essa demanda, como a Aliança pela Água, que reúne 30 ONGs visando propor soluções e cobrar providências do poder público.

Da mesma forma que a corrupção, a ineficiência e a má gestão dos recursos públicos, como nesse caso, condena não só as cidades, mas também o país ao subdesenvolvimento econômico e social crônicos. As perspectivas são as piores possíveis. Duas décadas de gestão e nenhuma ação para evitar uma crise como essa, é tão criminoso como qualquer desvio de recursos que vemos por ai. Gestão pública ineficiente mata.

Confiança do Setor de Serviços chega ao menor nível desde 2008, mostra FGV

A confiança do setor de serviços começou o ano de 2015 com recuo, divulgou hoje (30) o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). Em relação a dezembro do ano passado, o Índice de Confiança de Serviços (ICS) caiu 2%. A queda fez o indicador baixar de 101,1 para 99,1 pontos – o menor patamar desde junho de 2008, quando o índice começou a ser calculado.

A retração do índice foi composta por quedas em oito das 12 atividades pesquisadas, impactadas pela piora na avaliação sobre os meses seguintes. O Índice de Expectativas, que mede essa perspectiva, caiu 6,6% em janeiro, depois de ter apresentado alta de 0,6% em dezembro.

A piora nas expectativas se refletiu tanto no índice que mede a tendência de negócios, que caiu 6,8%, quanto no que mede a demanda prevista, que teve redução de 6,4%. O número de empresas que espera a piora na situação econômica aumentou de 8,9% para 14,1%, enquanto a que prevê melhora diminuiu de 34,1% para 30,8%.

Na divulgação do índice, o consultor da FGV Silvio Sales avaliou que a percepção do setor sobre os meses seguintes medidas no ICS foi impactada negativamente pela inflação e pelo contexto de política monetária mais restritiva.

Na contramão, o Índice da Situação Atual começou 2015 com um aumento maior que o do final do ano passado. O indicador variou de 2,5% em dezembro para 5,5% em janeiro. Apesar disso, o patamar em que o índice se encontra, de 82,5 pontos, é inferior ao que foi registrado no início de 2009.

A percepção sobre a situação atual dos negócios teve aumento de 2% em janeiro, enquanto o volume de demanda atual teve expansão de 9,7%. A proporção de empresas que avalia o nível de demanda atual como forte praticamente dobrou de 5,9% para 11,4%. A parcela que o classifica fraco caiu de 33,9% para 32,4%.

Estudantes embarcam rumo à Nova Zelândia através do Programa Ganhe o Mundo

E o saguão do Aeroporto Internacional dos Guararapes, no Recife, mais uma vez, se encheu de sorrisos e lágrimas de emoção. Foi mais uma ação do Programa Ganhe o Mundo (PGM), que embarcou nesta semana um grupo de 20 estudantes da rede estadual de ensino, com destino a Auckland, na Nova Zelândia.  O secretário de Educação, Fred Amancio, acompanhou o embarque e enalteceu a experiência do intercâmbio.

“Esperamos que os jovens aproveitem bastante e tragam boas experiências as quais devam ser compartilhadas com seus familiares e comunidades. É uma oportunidade dada tanto para o engrandecimento pessoal, como profissional dos estudantes. Esta vivência será um grande diferencial na vida deles”, registrou Amancio, aproveitando a oportunidade para saudar cada um dos intercambistas.

Leniel Machado, 17 anos, fez questão de cumprimentar o secretário. “Pretendo desfrutar bastante da viagem para adquirir o que puder de conhecimento. Desde que decidi participar o PGM, tirava, no mínimo, 15 minutos do meu dia para estudar inglês. Estou bastante focado e sei que esse intercâmbio será essencial para o meu futuro”, comentou.

A empregada doméstica Vilmeri Felix não conteve a emoção no portão de embarque. Com os olhos marejados, ela se despediu do filho, Erivelton Felix. “Estou com o coração apertado, mas muito feliz por essa vitória. É bem difícil nos separarmos de nossos filhos, mas sempre o encorajei a lutar por seus objetivos”, disse Vilmeri.

“Me vejo como uma pessoa mais realizada do que já era. Essa experiência vai multiplicar tudo que minha mãe me ensinou. Queria dizer a todos aqueles que não tem boas condições financeiras, assim como eu, que não desistam de seus sonhos e se esforcem para realizá-los”, finalizou Erivelton.

Nesta quinta-feira (29), é a vez de um novo grupo desembarcar no Recife. Quarenta e dois alunos vindos de um semestre letivo no Canadá regressam em vôos que estão programados para as 17h56 e às 18h15.

População de Altinho realiza protesto contra o Prefeito da Cidade

Na última quinta-feira (29), o clima esquentou em Altinho. Centenas de pessoas foram às ruas da cidade pedir o afastamento do prefeito José Ailson de Oliveira, do PSD, do cargo. Um dos motivos alegados pela população é o atraso salarial dos servidores municipais. Desde o ano passado a Prefeitura não vem cumprindo, como deveria, com o pagamento dos funcionários, principalmente da Secretaria de Educação e mesmo com as recomendações do Ministério Público, alguns salários continuam atrasados. As reclamações aumentaram desde o fim de semana passado, quando por pouco a tradicional Festa de São Sebastião da cidade não é realizada por falta de recursos nos cofres da Prefeitura, como tentou explicar o Prefeito do Município.

No ato, os manifestantes percorreram as principais ruas de Altinho utilizando um trio elétrico para chamar a atenção de quem passava. Eles seguiram em direção a sede da prefeitura, onde fizeram mais barulheira. “Não estamos aqui levantando bandeira de nenhum partido, nem a favor de um ou outro grupo político, nós só somos contra a situação em que se encontra hoje o nosso Município, que tem enfrentado problemas principalmente na saúde e educação”, desabafou o autônomo Manoel da Silva.

Garanhuns Jazz Festival disponibiliza aplicativos para celulares

O Garanhuns Jazz Festival (GJF) está chegando a sua oitava edição. O evento, consagrado no calendário de eventos do município, acontece este ano de 14 a 17 de fevereiro. Com o intuito de facilitar o acesso aos detalhes da grade de programação e outras informações turísticas de Garanhuns, um aplicativo para celulares foi desenvolvimento. O app “Garanhuns Jazz Festival” foi desenvolvido pela empresa Arretada Comunicação pela terceira vez e conta com o apoio da Prefeitura de Garanhuns, por meio da Secretaria de Comunicação Social.

Entre as funções do aplicativo, é possível encontrar todas as atrações, saber quais são os estabelecimentos de comidas e bebidas em Garanhuns, onde comprar e ter acesso a serviços na cidade, informações sobre pontos turísticos, conferir as fotos do evento, ter dados sobre o que está acontecendo em tempo real e conferir todas as fotos de pessoas que usaram a hashtag #SelfieNoJazz. O lançamento do app aconteceu na quarta-feira (28) e terá versões para iOS, Android e Windows Phone.

Programação

Alguns dos nomes cotados para se apresentar na 8ª edição do Garanhuns Jazz & Blues Festival (GJF) já foram divulgados pelo Governo Municipal e pelo idealizador e produtor do evento, Giovanni Papaléo. Entre as atrações, destaque para o panamenho radicado nos EUA, Billy Cobham, John Macaluso. Da cena nacional, três nomes estão em destaque: o jovem brasiliense André Togni, Otávio Garcia e o alagoano Carlos Bala. A norte-americana Jennifer Batten também participará do evento, assim como Igor Prado (SP), Lancaster (MG), e Ricardo Lopes (AL).

O Festival também abre espaço para artistas da MPB e do rock com pegada de jazz e blues. Para 2015, um dos nomes mais aguardados é o do pianista, cantor e compositor Ivan Lins, acompanhado pelo uruguaio Leonardo Amuedo e o Ricardo Lopes Trio. Ainda dentro da grade do GJF, nomes internacionais como Raphael Wressnig, Demetria Taylor, Marquise Knox e Willie Walker também integram a programação.

O GJF acontece em dois palcos. Durante o dia são dois shows e uma jam session no Parque Ruber Van Der Linden, o Pau Pombo. A cada noite, na Praça Mestre Dominguinhos, três grandes shows num espaço com área coberta, mesas e serviço de bar e restaurante. Vale lembrar que a programação do Garanhuns Jazz & Blues Festival é inteiramente gratuita.

Primeira oficina do Plano de Habitação acontece neste sábado (31)

As oficinas de discussão do Plano Local de Habitação de Interesse Social (PLHIS) começam neste sábado (31). No total, serão nove oficinas a serem realizadas na cidade e da zona rural, que devem contemplar todos os bairro e distritos de Caruaru. Nos encontros a população poderá ajudar a apresentar a realidade de moradia do bairro onde mora e sugerir melhorias para as condições de viva local.

Esta é a segunda etapa do Plano de Habitação, deste trabalho que iniciou há dois meses. Desde dezembro já foram realizados: o lançamento do PLHIS, a criação do Conselho de Habitação, capacitações das equipes técnicas e dos representantes de movimentos sociais e a definição da metodologia que será aplicada até o final dos trabalhos. As reuniões seguem até 12 de fevereiro.

O PHLIS é um instrumento do Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social (SNHIS), instituído pela Lei Federal n° 11.124/2005, e que tem como objetivo promover o planejamento das ações do setor habitacional de forma a garantir acesso à moradia digna. O PLHIS busca realizar um levantamento da situação habitacional do município e dar orientações e diretrizes para o planejamento do setor habitacional local.

Bloco Seu Quequé desfila neste sábado (31)

Neste sábado, 31 de janeiro, um dos blocos que já fez história nos carnavais de outrora volta à cena. Trata-se do Bloco Seu Quequé. Fundado no Carnaval de 1989, a agremiação teve como criador Paulo Roberto e amigos, que viam no carnaval uma boa oportunidade para diversão. Na programação do desfile, orquestra de frevo e banho com carro- pipa. A concentração acontece a partir das 10h, na Rua Maria Viturino, no bairro Centenário, com saída programada para às 14h.

O percurso entre os bairros Centenários e Divinópolis, promete ser regado a muito frevo e animação puxado por cerca de 20 componentes da Orquestra de Frevo Seu Quequé. O desfile também contará com a participação do Boi Tira-Teima e Boi Estrelado. Chegando no destino, os foliões serão recebidos com um show de axé da Pendrive. “Estamos esperando uma boa participação, já que trata-se de um bloco tradicional que voltou a desfilar na cidade”, afirma o atual presidente da agremiação, Felipe Ramon.

“Nossa intenção é enfraquecermos as drogas”

Pedro Augusto

O novo comandante do 4º Batalhão da Polícia Militar de Pernambuco, tenente-coronel Clenildo de Azevedo Nunes, realizou esta semana uma visita de cortesia à sede do Jornal Vanguarda, no bairro Maurício de Nassau, em Caruaru. Em entrevista ao semanário, o policial destacou as suas metas para a unidade – responsável por 15 municípios do Agreste – bem como ainda ressaltou a intenção de a Polícia Militar se aproximar cada vez mais da população.

Currículo

Exercemos a função de policial militar há 25 anos. Antes de assumirmos o comando do 4º BPM, gerimos o 7º Batalhão de Ouricuri, também no Sertão, bem como ainda passamos pelo comando da 8ª Companhia Independente da Polícia Militar, com sede em Pesqueira, no Agreste.

Metas

Primeiro, gostaríamos de aproveitar o espaço para agradecermos a oportunidade de termos assumido uma unidade tão importante como o 4º BPM. Para quem ainda desconhece, a unidade é responsável pela segurança de Caruaru e mais 14 municípios do Agreste e nossa principal meta será reduzir a criminalidade em toda a nossa área de atuação, ou seja, na AIS 14. Para isso, pretendemos intensificar as parcerias com as demais polícias bem como com o poder público e a população no sentido de fortalecermos ainda mais as ações no combate a violência.

Números

Fizemos um diagnóstico a respeito dos números contabilizados em 2014 bem como já observamos algumas ocorrências registradas em janeiro, principalmente no que tange a prática de assaltos, e já traçamos uma linha de trabalho a qual pretendemos seguir. De antemão afirmamos que iremos nos esforçar para atingirmos as metas estabelecidas pelo Pacto pela Vida. Precisamos começar esse combate logo de início se quisermos a chegar ao término de 2015 com resultados positivos.

Combate ao Tráfico

Sabemos muito bem que o consumo e o tráfico de drogas vêm ocasionando vários outros crimes como os homicídios e roubos. Assim como fizemos no 7º Batalhão de Ouricuri, também não mediremos forças para combatermos estas duas práticas no Agreste. Inclusive, tivemos a oportunidade de participar recentemente de uma reunião com os delegados seccionais bem como com a diretoria da Dinter 1, onde traçamos novas diretrizes. Nossa intenção é enfraquecermos as drogas na AIS 14.

População

Não conseguimos imaginar o êxito da polícia sem o apoio maciço da população. A partir do momento em que ela denuncia bem como sugere novas ações poderemos traçar estratégias para chegarmos mais próximos do nosso principal desafio que é combatermos a criminalidade. Gostaríamos de ressaltar que o 4º BPM está aberto para atender as demandas de toda a população da AIS 14.

Lacerdão sediará 1º jogo de futebol americano

Pedro Augusto

O estádio Luiz Lacerda, em Caruaru, comportará neste sábado (31), a partir das 16h, o primeiro jogo de futebol americano disputado no interior de Pernambuco. O confronto será entre o Caruaru Wolves e o Mariners Recife. Ambas as equipes já iniciaram os preparativos para o primeiro estadual da categoria que está previsto para acontecer em março. A competição também contará com as participações de times de Arcoverde e de Olinda.

De acordo com o atleta do Caruaru Wolves Victor Souza, o evento deste fim de semana é ideal para quem quer conhecer um pouco mais sobre o esporte. “Para se ter idéia do crescimento do futebol americano na região, hoje nossa equipe possui 70 atletas com idades dos 16 aos 40 anos. Quem tiver interesse de entender como é disputa uma partida da categoria não pode deixar de comparecer ao Lacerdão”.

Ingressos para o evento estão sendo comercializados ao preço único de R$ 10 na loja The Dragon Shop e no CNA, ambos em Caruaru. Mais informações: 9658-3164 (Júnior Melo).

Suplicy encerra mandato sem ser recebido por Dilma

O primeiro senador eleito pelo PT deixará o Senado neste domingo 1º, após 24 anos de mandato, com a frustração de não ter sido recebido sequer uma vez pela presidente Dilma, sua companheira de partido. Há um ano e meio, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) aguarda ser chamado pela presidente. O pedido foi reiterado pessoalmente em dezembro, quando ele a cumprimentou durante a sua cerimônia de diplomação. Na última terça (27), Suplicy enviou uma carta a Dilma em que questiona se alguém do Palácio do Planalto quer impedir o encontro entre os dois. Novo e-mail foi encaminhado hoje (quinta, 29) ao gabinete de Dilma com o mesmo propósito. Nenhum retorno até o momento.

Prestes a assumir a Secretaria de Direitos Humanos da Prefeitura de São Paulo, Suplicy disse ao Congresso em Foco que não perdeu as esperanças – mesmo diante do fato de que seu mandato chega ao fim, na prática, amanhã (sexta, 30), e ele ainda terá compromissos acadêmicos no Nordeste (os novos senadores assumem no próximo domingo, 1º de fevereiro). O senador viajou para fazer palestras na Universidade Federal do Maranhão, mas ressalta que voa imediatamente para Brasília se Dilma chamá-lo para uma audiência.

“Se for da conveniência dela me receber no sábado, ou ao final da manhã ou de tarde, então pedi para me avisarem de hoje [quinta, 29] para amanhã. Eu gostaria muito, para que ela possa cumprir o que me disse”, declarou Suplicy à reportagem, por telefone, informando data e horário de voos que, ao primeiro sinal de Dilma, seriam alterados para permitir o encontro. “Eu disse a ela que há 24 anos sou senador do PT pelo estado de São Paulo, que ela sabe o quanto eu a tenho apoiado em praticamente todas as pautas discutidas, e sempre votado de acordo com o governo. E que seria justo que ela pudesse me receber. Estou nessa expectativa.”

Alckmin na agenda

Nada há definido na agenda presidencial sobre um encontro com Suplicy – o que não impede que a presidente o chame para uma reunião sem protocolos. Dilma, que acaba de participar da III Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos, na Costa Rica, volta a Brasília na noite desta quinta-feira (29). Segundo a assessoria da Presidência da República, Dilma deve chegar à capital no final desta noite. Amanhã, às 14h30, ela receberá no Palácio do Planalto o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), para tratar da crise hídrica que assola o estado.

Perguntado sobre a razão de Dilma não tê-lo recebido em mais de quatro de anos de mandato, Suplicy não tergiversou. “Você vai precisar perguntar para ela”, disse, bem- humorado. No dia 6 de janeiro, o senador enviou uma mensagem à presidente, lamentando o veto que ela impôs a um projeto de sua autoria que instituía a linha de pobreza oficial no país.

“Vamos marcar”

Na mais nova carta enviada à petista, Suplicy lembra que ela mesma assumiu o compromisso de recebê-lo ainda como senador. A declaração foi arrancada de Dilma por Suplicy em dezembro, quando a presidente foi diplomada para o seu segundo mandato presidencial.

Na ocasião, em meio aos cumprimentos, o senador perguntou à companheira de partido se não considerava justo o encontro, dada sua importância histórica como um dos fundadores do PT e de sua atuação fiel como membro da base no Parlamento. E dela ouviu: “Mais do que justo!”, disse-lhe Dilma, acrescentando: “Vamos marcar”.

Na véspera de enviar a carta a Dilma, ainda na segunda-feira (26), Suplicy consultou o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, para saber se alguém do Planalto queria impedir seu encontro com a presidente. Rossetto garantiu ao parlamentar que não havia qualquer objeção e que falaria com a própria Dilma para que o recebesse.

Papa e Evo Morales

A preocupação do senador é relatada na carta em que lembra a dificuldade que o presidente da Bolívia, Evo Morales, teve para ter uma audiência com o Papa Bento XVI no Vaticano. Segundo Suplicy, Evo passou dez anos em vão à espera de um encontro com o sumo pontífice que nunca se realizou. Coube ao Papa Francisco, argentino, realizar o desejo do presidente boliviano. “Ele [Evo] queria muito conversar, uma vez que justo na Igreja Católica da Bolívia havia forte oposição a ele. Souberam que todas as vezes que ele tentava, a Cúria na Bolívia se movimentava para que não acontecesse”, escreveu Suplicy, que conta ter sido aconselhado por petistas a se “postar no Palácio do Planalto até ser recebido”.

Os desencontros entre Suplicy e Dilma não são de hoje. Em 1º de novembro de 2010, um dia após a petista se tornar a primeira mulher a conquistar a Presidência da República, o senador levou orquídeas até a casa dela. Mas não pode entregar o presente. Aliás, não passou do portão: foi barrado por assessores de Dilma. “Disseram que ela está descansando. Na hora que ela quiser, voltarei para dar um abraço pessoalmente”, declarou a jornalistas, na ocasião, o senador.

Apesar das dificuldades na relação, o senador nunca se queixou da presidente. Em entrevista ao Congresso em Foco, ele disse que faltou sensibilidade e diálogo ao governo ao vetar o projeto que instituía a linha de pobreza. Os palacianos não teriam entendido, segundo o senador, as diretrizes da sua proposta. Na tão esperada audiência com Dilma, Suplicy pediria a constituição de uma comissão para discutir como será implementado o seu programa de Renda Básica de Cidadania, um complemento de renda a que cada cidadão terá direito, independentemente de classe social. Ele evita dizer se sente magoado com Dilma.