Delcídio vai fazer delação e Governo liga alerta

Congresso em Foco

Preso há 13 dias, o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) decidiu fazer acordo de delação premiada após alegar abandono por parte de seu partido. Nesta terça (8), o parlamentar fechou contrato para condução de sua defesa com o advogado Antonio Augusto Figueiredo Basto, que advogou para mais de uma dezena de investigados pelaOperação Lava Jato que aderiram à colaboração premiada, incluindo o doleiro Alberto Youssef. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

Basto defenderá Delcídio em parceria com outro advogado, Adriano Bretas, que também conduziu outros acordos de delação com investigados pela força-tarefa. Na cartela de clientes estão o dono da UTC, Ricardo Pessoa, e o lobista Júlio Camargo.

Segundo reportagem, Delcídio não chegou a falar abertamente que fará o acordo. No entanto, o jornal diz que Basto foi procurado pela mulher do senador, Maika. Como ambos advogados atuam na defesa de delatores, o interesse pelos profissionais indica a disposição para também se tornar um colaborador das investigações.

A reportagem diz ainda que ouviu, na condição de anonimato, um dos advogados. A fonte sigilosa informou que os escritórios definirão a estratégia na manhã desta quarta-feir

Ministro do STF suspende criação de comissão 

Congresso em Foco
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin decidiu suspender, na noite desta terça-feira (8), a criação da comissão especial da Câmara que será responsável por analisar o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, posto emandamento pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na última quarta-feira (2). O grupo eleito é eminentemente formado poroposicionistas. Em sua decisão, de caráter liminar (provisório) urgente e provocada pelo PCdoB, Fachin determina a paralisação dos trabalhos referentes ao processo de afastamento presidencial até que o plenário da corte decida sobre a questão, em sessão marcada para a próxima semana (quarta, 16).
  
Na liminar (veja reprodução abaixo), Fachin alega querer evitar a invalidação, por parte do STF, de novos procedimentos legislativos capitaneados por Cunha (prazos, votações, indicação de representantes etc), opositor do governo Dilma, referentes ao processo de impeachment. “Ademais, solicito informações, no prazo de 24 horas, contados desta comunicação, sobre a forma de composição e eleição da Comissão Especial, objeto da decisão acima referida”, registra Fachin em seu despacho, endereçado a Cunha.

Mais cedo, como este site mostrou, Cunha conduziu uma votação secreta que culminou em brigas envolvendo parlamentares e seguranças, urnas eletrônicas destruídas e muita gritaria em plenário. Ao fim do procedimento, que não deu direito a manifestações da tribuna, o peemedebista anunciou o resultado que contrariou o governo: por 272 votos a 199, a oposição derrotava a base governista e emplacava sua chapa de deputados favoráveis ao impedimento presidencial, para a composição de parte do colegiado processante. Era a primeira vitória oposicionista na batalha do impeachment.

Depois de anunciar o resultado da votação, auferida em apenas uma urna (as demais foram destruídas na confusão), Cunha convocou nova sessão plenária para a tarde desta quarta-feira (9), com o objetivo de impor nova derrota ao governo e completar a composição da Comissão Especial do Impeachment – tarefa agora inviabilizada com a decisão de Fachin. A chapa oposicionista, com 39 nomes titulares, seria a base dominante no contexto de um colegiado composto por 65 membros titulares e igual número de suplentes.

Com sua liminar, que interrompe a ofensiva de Cunha e da oposição em ao menos uma semana, Fachin determina que fiquem igualmente suspensas ações como a definição dos nomes para o colegiado e a eleição de seu presidente, a escolha do relator do pedido de impeachment, a comunicação de tais decisões à Presidência da República e, consequentemente, a abertura de prazo de dez sessões plenárias deliberativas para que Dilma apresente sua defesa.

Na prática, Fachin acolheu o atendimento dos requisitos formais da demanda ajuizada pelo PCdoB, seguido pelo PT, sobre o fato de que a votação não respeitou a indicação de líderes partidários, mas sim foi imposta em uma lista fechada. Além disso, o partido reclamou do caráter secreto da votação, o que seria proibido pela Constituição, e da divisão do colegiado em blocos partidários, e não por partidos.

Para Fachin, o voto sigiloso nesse caso não tem respaldo na Constituição ou no Regimento Interno da Câmara. Segundo a assessoria de imprensa da Câmara, Cunha só se pronunciará sobre a decisão do ministro depois de formalmente comunicado pelo STF.

Confusão marca escola de comissão para atuar no impeachement 

A excessiva interferência do Planalto na composição da comissão processante do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Esta foi a principal razão alegada por congressistas que se rebelaram nesta terça-feira (8) e escolheram, em ação orquestrada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), nomes alternativos para a formação do grupo que vai dar o primeiro parecer sobre suposto descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal pelo governo.

Os vários encontros do líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), com o ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, para a escolha dos nomes do partido para a comissão processante provocou uma revolta na bancada. Na segunda-feira (7), Picciani tinha recebido sugestões para indicar proporcionalmente os oito representantes da bancada entre governistas e oposicionistas. Mas o líder optou pela prerrogativa do cargo e escolheu deputados de sua preferência. “Picciani terceirizou para o Planalto a indicação dos nomes do PMDB. Isso não admitimos”, disse o vice-líder do PMDB na Câmara, Lúcio Vieira Lima (BA).

Com a comissão excessivamente governista – inclusive com as indicações do PP e PR –, Cunha sugeriu à oposição formar uma chapa alternativa a ser escolhida em votação secreta no plenário. A manobra deu certo, mas gerou confusão, urnas quebradas e recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF), que se posicionou por meio do ministro Edson Fachin e acabou por suspender, provisoriamente, o resultado da sessão. O governo amargou sua primeira derrota no processo do impeachment com a escolha de um grupo que já tem maioria na comissão e é a favor da saída da presidente. “O Congresso não suporta mais a interferência do Planalto nas suas decisões. Isso nunca deu certo”, comentou o deputado Danilo Forte (PSB-CE), um dos principais aliados de Cunha.

O vazamento da carta do vice-presidente da República e presidente nacional do PMDB, Michel Temer, à presidente Dilma Rousseff foi outra senha que liberou a bancada do PMDB, a maior da Câmara, para votar contra a presidente. Agora, cabe ao STF decidir, em sessão plenária prevista para a próxima quarta-feira (16), se a eleição da chapa alternativa é válida. Caso venha a ser avalizada a atual composição preliminar do colegiado, com 39 parlamentares de oposição, dificilmente o pedido de impeachment será rejeitado nesta fase do processo de afastamento. A comissão processante contará com 65 membros

Bruno Lambreta comemora conclusão do Complexo Viário do bairro Centenário

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O vereador Bruno Lambreta (PSD), participou no fim da tarde de ontem (07), da solenidade de inauguração do Complexo Viário no bairro Centenário, que consiste na reestruturação do tráfego das ruas Maria Emília, Antônio Menino, Bahia e a do Convento.

A obra prevista no orçamento do município também contou com a solicitação do parlamentar através de requerimento na Câmara Municipal de Caruaru. “Desde que retornei ao Poder Legislativo um dos meus objetivos principais foi na reestruturação do Centenário, bairro este que vivo desde minha infância, e foi através deste pedido que, tanto eu, como todos os moradores do bairro e dos demais pôde ser contemplado com essa belíssima obra planejada pela prefeitura”, pontuou Bruno.

A localidade ganhou também uma nova praça que receberá o nome de Nivaldo Freitas Vidal, iluminação, arborização e calçadas acessíveis, como também asfalto no início da via. O muro do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) foi revitalizado e outro espaço ao lado do CRAS, às margens da BR 104, ganhou iluminação e paisagismo.

No início do binário também foram plantadas 30 árvores, que engloba canteiro central, o espaço de convivência Nivaldo Freitas e uma localidade ao lado do CRAS.

“Além de uma grandiosa obra, foi uma ação que beneficiará não só a questão do trânsito do bairro e dos arredores, mas também que visou o lazer dos moradores com a criação da praça e todos os recursos de paisagismo que foi utilizado. Só tenho a agradecer em nome de toda a comunidade pelo grande trabalho realizado no bairro”, finalizou o vereador.

Garanhuns realiza encerramento do projeto Maria da Penha vai à Escola

A Secretaria da Mulher de Garanhuns (Secmul) realiza, na próxima quinta-feira (10), das 9h às 12h, no auditório da Escola Professor Letácio Brito Pessoa, o encerramento das atividades do projeto “Maria da Penha vai à Escola 2015”. O momento contará com a apresentação das atividades realizadas pelas instituições que participaram ao longo do ano e com a palestra “Quem tem medo da Maria da Penha”, ministrada pelo professor doutorando em Literatura, Severino do Ramo Correia.

A iniciativa contará, ainda, com a participação de professores, gestores, coordenadores e alunos das Escolas Municipais Jaime Luna, Professora Gabriela Mistral, Silvino Almeida de Oliveira, José Ferreira Sobrinho e Virgília Garcia Bessa. Cada escola contará com 20 minutos para apresentar um resumo das ações que foram vivenciadas.

Sobre o projeto – O projeto Maria da Penha vai à Escola é uma realização da Secmul, em parceria com a Secretaria de Educação e Esportes e tem o intuito de trabalhar os temas que envolvem questões de gênero, raça e etnia, dentro das salas de aula. A ação também apresenta reflexões acerca do tema para prevenir possíveis atos de violência, mudando o comportamento dos estudantes. Em 2016 – incluindo as escolas que já participaram -, todas as instituições de Ensino da Rede Municipal contarão com o projeto.

GPA realiza campanha de adoção de animais

A partir desta quarta-feira, 9, terá início mais uma Campanha de Adoção de Cães e Gatos. O evento, que será realizado pela Gerência de Proteção de Animais, segue até a sexta-feira, 11, sempre no horário de 9h às 13h, na hall da Prefeitura, situada na praça Teotônio Vilela, bairro Nossa Senhora das Dores.

Ao todo, serão expostos 60 animais, entre eles: machos e fêmeas, adultos e filhotes. Todos os animais do evento já se encontram vacinados e vermifugados, assim como os que se encontram em idade adulta estão castrados e microchipados.

Os interessados devem se dirigir ao local munidos de RG, CPF, comprovante de residência e caixa para transportar o animal adotado.

GPA – A Gerência de Proteção Animal fica na Rua Rádio Cultura, nº 1.000, Bairro Indianópolis. Para mais informações (81) 3724-0333.

Paróquias participam do processo de inscrições do Vestibular de Verão da Fafica

Já estão abertas as inscrições para o Vestibular de Verão 2016 da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Caruaru, Fafica. Este ano, uma das novidades é que os interessados poderão fazer as inscrições em nove paróquias ligadas à Diocese de Caruaru.

Depois de uma reunião realizada na sede da Instituição, as cidades de Altinho, Bezerros, Bonito, Cachoeirinha, Chã Grande, Gravatá, Santa Cruz do Capibaribe, Tacaimbó e Taquaritinga do Norte decidiram participar do processo de inscrições. Nestes locais, os interessados em fazer o Vestibular de Verão da Fafica devem se dirigir aos salões paroquiais.

A taxa é de R$ 25. Nas nove cidades que participam do processo, a taxa deve ser paga no local. Já para quem optar pela inscrição on-line, através do site fafica-pe.edu.br/vestibular, o pagamento deve ser feito, preferencialmente, em qualquer correspondente da Caixa Econômica Federal ou em casas lotéricas.

A prova, mais uma vez, será a Redação, assim como foi no Vestibular 2016 realizado no dia 15 de novembro. O exame será no próximo dia 10 de janeiro, na sede da Fafica, às 14h. A Faculdade oferece vagas para os cursos de História, Letras-Espanhol, Letras-Inglês, Pedagogia, Filosofia, Ciências Contábeis, Administração, Teologia, Analise e Desenvolvimento de Sistemas.

Combate ao Aedes aegypti chega ao Boa Vista 

A Secretaria de Saúde de Caruaru está preparando uma grande mobilização nesta próxima quarta-feira (09) no bairro Boa Vista II para alertar a população sobre a importância do controle e combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, febre chikungunya e zica. A 
A Secretaria de Saúde de Caruaru está preparando uma grande mobilização nesta próxima quarta-feira (09) no bairro Boa Vista II para alertar a população sobre a importância do controle e combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, febre chikungunya e zica. 
A ação contará com a participação de cerca de 80 agentes de endemias e outros trabalhadores ligados à Vigilância em Saúde que distribuirão panfletos e esclarecerão as diferenças dos vírus que estão circulando no Brasil por meio do mosquito Aedes.
O Departamento de Vigilância em Saúde pretende trabalhar em 2.258 imóveis. Durante toda a semana, a Secretaria de Saúde também deve atuar nos bairros circunvizinhos, intensificando as ações de controle do mosquito, visitando as residências, realizando tratamento focal e de difícil acesso, além de recolhimento de pneus, distribuição de peixes e tratamento perifocal em pontos estratégicos. 
A ação contará com a participação de cerca de 80 agentes de endemias e outros trabalhadores ligados à Vigilância em Saúde que distribuirão panfletos e esclarecerão as diferenças dos vírus que estão circulando no Brasil por meio do mosquito Aedes.

O Departamento de Vigilância em Saúde pretende trabalhar em 2.258 imóveis. Durante toda a semana, a Secretaria de Saúde também deve atuar nos bairros circunvizinhos, intensificando as ações de controle do mosquito, visitando as residências, realizando tratamento focal e de difícil acesso, além de recolhimento de pneus, distribuição de peixes e tratamento perifocal em pontos estratégicos.

Quatro fatores irão decidir impeachement 

Congresso em Foco

Quatro fatores vão determinar o impeachment ou não da presidente Dilma Rousseff: o comportamento do PMDB ao longo do processo, a mobilização das ruas, a reação dos mercados e a eventual revelação de algo que ponha em dúvida a conduta ético-moral da petista.

Essa é a avaliação do analista político Antônio Augusto de Queiroz, diretor de Documentação do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap). “Dos quatro fatores, o governo não controla diretamente nenhum”, observa o jornalista em sua coluna publicada nesta terça-feira pelo Congresso em Foco. 
 
O destino da presidente começa a ser traçado nesta terça-feira (8), com a instalação da comissão que vai analisar o pedido de impeachment. Até ontem, mais de 60 nomes haviam sido indicados. O colegiado será composto por 65 titulares e igual número de suplentes. O PMDB, até o momento, indicou deputados que têm se manifestado contra o impedimento da presidente. Mas a ala oposicionista do partido resiste e promete lutar por assentos na comissão.

Para Antônio Augusto, o primeiro fator decisivo para Dilma será o comportamento dos aliados do vice-presidente Michel Temer. 
“Eventual movimentação, ainda que nos bastidores, de pessoas vinculadas ao partido na defesa do impeachment poderá atrair o apoio de atores políticos, econômicos e sociais, que se movem menos por lealdade e mais por perspectiva de poder”, escreveu o analista político ainda antes da divulgação da carta de Temer à presidente Dilma. No texto, o peemedebista reclama de ter perdido o protagonismo político, de ter virado um “vice decorativo” e de nunca ter tido a confiança da petista.

Carta de Temer à Dilma amplia crise 

Da Folha de S.Paulo – Valdo Cruz, Marina Dias e Daniela Lima

O vice-presidente Michel Temer (PMDB) enviou uma carta ao gabinete de Dilma Rousseff na qual afirma que sempre teve “ciência da absoluta desconfiança da senhora e do seu entorno em relação a mim e ao PMDB”. Ele afirma que passou os quatro primeiros anos sendo tratado como “vice decorativo”.

  

Temer começa com uma justificativa, dizendo que a palavra voa, mas o escrito fica. Por isso, diz, preferiu escrever. Ele avisa que está fazendo um “desabafo” que deveria ter feito há muito tempo.

Leia abaixo a íntegra da carta.
 
*
São Paulo, 07 de Dezembro de 2.015.
Senhora Presidente,
“Verba volant, scripta manent”. [As palavras voam, os escritos se mantêm]

Por isso lhe escrevo. Muito a propósito do intenso noticiário destes últimos dias e de tudo que me chega aos ouvidos das conversas no Palácio.

Esta é uma carta pessoal. É um desabafo que já deveria ter feito há muito tempo.

Desde logo lhe digo que não é preciso alardear publicamente a necessidade da minha lealdade. Tenho-a revelado ao longo destes cinco anos.

Lealdade institucional pautada pelo art. 79 da Constituição Federal. Sei quais são as funções do Vice. À minha natural discrição conectei aquela derivada daquele dispositivo constitucional.

Entretanto, sempre tive ciência da absoluta desconfiança da senhora e do seu entorno em relação a mim e ao PMDB. Desconfiança incompatível com o que fizemos para manter o apoio pessoal e partidário ao seu governo.

Basta ressaltar que na última convenção apenas 59,9% votaram pela aliança.

E só o fizeram, ouso registrar, por que era eu o candidato à reeleição à Vice.

Tenho mantido a unidade do PMDB apoiando seu governo usando o prestígio político que tenho advindo da credibilidade e do respeito que granjeei no partido.

Isso tudo não gerou confiança em mim, Gera desconfiança e menosprezo do governo.

Vamos aos fatos. Exemplifico alguns deles.

1. passei os quatro primeiros anos de governo como vice decorativo. a senhora sabe disso. perdi todo protagonismo político que tivera no passado e que poderia ter sido usado pelo governo. só era chamado para resolver as votações do pmdb e as crises políticas.

2. Jamais eu ou o PMDB fomos chamados para discutir formulações econômicas ou políticas do país; éramos meros acessórios, secundários, subsidiários.

3. A senhora, no segundo mandato, à última hora, não renovou o Ministério da Aviação Civil onde o Moreira Franco fez belíssimo trabalho elogiado durante a Copa do Mundo. Sabia que ele era uma indicação minha. Quis, portanto, desvalorizar-me. Cheguei a registrar este fato no dia seguinte, ao telefone.

4. No episódio Eliseu Padilha, mais recente, ele deixou o Ministério em razão de muitas “desfeitas”, culminando com o que o governo fez a ele, Ministro, retirando sem nenhum aviso prévio, nome com perfil técnico que ele, Ministro da área, indicara para a ANAC.

Alardeou-se a) que fora retaliação a mim; b) que ele saiu porque faz parte de uma suposta “conspiração”.

5. Quando a senhora fez um apelo para que eu assumisse a coordenação política, no momento em que o governo estava muito desprestigiado, atendi e fizemos, eu e o Padilha, aprovar o ajuste fiscal.

Tema difícil porque dizia respeito aos trabalhadores e aos empresários.

Não titubeamos. Estava em jogo o país. Quando se aprovou o ajuste, nada mais do que fazíamos tinha sequencia no governo. Os acordos assumidos no Parlamento não foram cumpridos. Realizamos mais de 60 reuniões de lideres e bancadas ao longo do tempo solicitando apoio com a nossa credibilidade. Fomos obrigados a deixar aquela coordenação.

6. De qualquer forma, sou Presidente do PMDB e a senhora resolveu ignorar-me chamando o líder Picciani e seu pai para fazer um acordo sem nenhuma comunicação ao seu Vice e Presidente do Partido.

Os dois ministros, sabe a senhora, foram nomeados por ele. E a senhora não teve a menor preocupação em eliminar do governo o Deputado Edinho Araújo, deputado de São Paulo e a mim ligado.

7. Democrata que sou, converso, sim, senhora Presidente, com a oposição. Sempre o fiz, pelos 24 anos que passei no Parlamento.

Aliás, a primeira medida provisória do ajuste foi aprovada graças aos 8 (oito) votos do DEM, 6 (seis) do PSB e 3 do PV, recordando que foi aprovado por apenas 22 votos. Sou criticado por isso, numa visão equivocada do nosso sistema. E não foi sem razão que em duas oportunidades ressaltei que deveríamos reunificar o país. O Palácio resolveu difundir e criticar.

8. Recordo, ainda, que a senhora, na posse, manteve reunião de duas horas com o Vice Presidente Joe Biden – com quem construí boa amizade – sem convidar-me o que gerou em seus assessores a pergunta: o que é que houve que numa reunião com o Vice Presidente dos Estados Unidos, o do Brasil não se faz presente? Antes, no episódio da “espionagem” americana, quando as conversar começaram a ser retomadas, a senhora mandava o Ministro da Justiça, para conversar com o Vice Presidente dos Estados Unidos. Tudo isso tem significado absoluta falta de confiança.

9. Mais recentemente, conversa nossa (das duas maiores autoridades do país) foi divulgada e de maneira inverídica sem nenhuma conexão com o teor da conversa.

10. Até o programa “Uma Ponte para o Futuro”, aplaudido pela sociedade, cujas propostas poderiam ser utilizadas para recuperar a economia e resgatar a confiança foi tido como manobra desleal.

11. PMDB tem ciência de que o governo busca promover a sua divisão, o que já tentou no passado, sem sucesso.

A senhora sabe que, como Presidente do PMDB, devo manter cauteloso silencio com o objetivo de procurar o que sempre fiz: a unidade partidária.

Passados estes momentos críticos, tenho certeza de que o País terá tranquilidade para crescer e consolidar as conquistas sociais.

Finalmente, sei que a senhora não tem confiança em mim e no PMDB, hoje, e não terá amanhã.

Lamento, mas esta é a minha convicção.

Respeitosamente, L TEMER

A Sua Excelência a Senhora

Doutora DILMA ROUSSEFF

DO. Presidente da República do Brasil
Palácio do Planalto
Brasília, D.F.