O cancelamento, anunciado em uma rede social nesta terça (20), acontece dois dias após o republicano ter dito a jornalistas que ser proprietário da Groenlândia -um território autônomo da Dinamarca- “seria bacana” para os EUA do ponto de vista estratégico.
Trump deveria visitar Copenhague, a capital dinamarquesa, em setembro, e o Ártico seria uma das pautas durante reuniões com os primeiros-ministros da Dinamarca e da Groenlândia. Mas não havia indicações de que conversas sobre a compra do território estivessem na agenda.
Em seu post nesta terça, Trump disse que a Dinamarca é “um país muito especial com pessoas incríveis”, mas que adiaria a reunião com a primeira-ministra Mette Frederiksen já que ela não teria interesse em discutir a comercialização da Groenlândia.
O republicano agradeceu o fato de Frederiksen ter sido tão direta, dizendo que ela poupou esforços e gastos financeiros tanto para os EUA quanto para a Dinamarca. Trump afirmou que espera remarcar a viagem. No final de semana, Frederiksen havia visitado a ilha e dito que a ideia de Trump de comprá-la era “absurda”, depois que as autoridades da Dinamarca rechaçaram a ideia. “A Groenlândia não está à venda. A Groenlândia não é dinamarquesa.
A Groenlândia pertence à Groenlândia. Espero sinceramente que essa proposta não seja séria”, disse a primeira-ministra ao jornal Sermitsiaq.
O jornal The Wall Street Journal noticiou na quinta-feira (15) que Trump tinha expressado interesse por essa grande ilha dinamarquesa, ao consultar assessores se seria possível aos Estados Unidos adquirir o território situado entre o Ártico e o Atlântico Norte.
A Dinamarca colonizou a ilha, com área de dois milhões de quilômetros quadrados, no século 18. A população é de apenas 57 mil pessoas, a maioria pertencente à comunidade indígena inuit. Trata-se de uma das áreas habitadas mais frias do mundo. A ilha depende do apoio econômico da Dinamarca, que também cuida de sua defesa e política externa, mas tem autonomia para resolver seus assuntos internos.