Por GABRIELA LÓPEZ
Do Jornal do Commercio
Com o anúncio oficial do governador Eduardo Campos (PSB) para saída do governo do Estado, no dia 4 de abril, para disputar o mandato de presidente da República, foi automaticamente marcada a data para início da gestão João Lyra Neto (PSB) no Estado. O vice-governador terá o desafio de dar continuidade à bem avaliada administração de Eduardo Campos, ao mesmo tempo em que será cobrado para deixar sua marca – fator que o poderá ajudar numa eventual candidatura a governador, em 2014, caso seja o nome do PSB, como deseja.
O futuro governador tem dito que sua gestão será de continuidade à do antecessor. A afirmação representa a postura ponderada e cautelosa que ele vem adotando. É um dos pré-candidatos do PSB ao Palácio das Princesas que se movimenta mais silenciosamente. Aguarda os comandos de Eduardo Campos, que avisou: iniciará as conversas sobre a escolha do postulante no próximo mês.
João Lyra já poderia ter começado a dar passos públicos rumo ao pleito de 2014. Tem 28 títulos de cidadão de municípios pernambucanos a receber, por exemplo, mas ainda não compareceu a um evento, diferente de outros que também desejam ser o escolhido do governador, a exemplo do ex-ministro Fernando Bezerra Coelho.
Segundo interlocutores, não faz parte da estratégia de João Lyra se antecipar. Candidatos tidos como independentes já receberam recados públicos do governador, criticando a pressa para decidir sobre 2014. Com isso, o ainda vice vem seguindo um script baseado em não ser o foco dos holofotes.
Sobre a transição, ele garante que será um processo “natural”, pela relação de “confiança e cumplicidade” que mantém com o governador. “Não tenho nenhuma preocupação. Vou concluir um mandato que é dele (de Eduardo Campos). Ele terá de sair do governo, tem direito de escolher uma data”, considerou, ontem, em entrevista ao JC, após uma reunião de aproximadamente cinco horas com Eduardo Campos sobre questões administrativas e políticas.
Desde 2006 João Lyra é vice-governador. Este ano, após uma série de desgastes internos com o PDT, ingressou no PSB.