Dois homens são presos em PE com 525 kg de lagosta

Dois homens foram presos com 525 kg de lagosta que foram pescados em período proibido na Ilha de Itamaracá, no Litoral Norte de Pernambuco. A prisão foi feita na operação Argos, deflagrada pela Polícia Federal de Pernambuco (PF/PE) e pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Os pescadores Mario Jonas Silva Amorim, 34 anos, residente em Brasília Teimosa, na Zona Sul do Recife, e Lucas Batista da Silva, 21 anos, morador de Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife, foram presos na tarde da última quinta-feira (9), durante fiscalização no mar da Ilha de Itamaracá.

Segundo a PF, ao serem abordados, os pescadores – ambos naturais do Rio Grande do Norte – informaram que estavam fazendo pescaria de linha, porém, ao entrarem na embarcação, os fiscais e policiais encontraram um cilindro de oxigênio, além de compressor, botijão de gás, apetrechos e mangueira de mergulho, materiais característicos de pesca submarina predatória.

Ao ser vistoriado, foram encontrados no porão da embarcação 525 kg de lagosta vermelha, espécie de pesca proibida durante o período de defeso, que começou em 1° de dezembro de 2018 e vai até o dia 31 de maio deste ano. Ainda de acordo com a PF, muitas delas estavam condicionadas em um isopor com gelo e fora das especificações legais (peso, tamanho e em fase de reprodução). A embarcação já estava há sete dias em alto mar, a cerca de 24 km da costa, e se preparava para retornar à área firme.

Os homens foram presos em flagrante e levados para a Polícia Federal, no Recife, e autuados por pesca em período proibido, com pena de detenção que varia de um a três anos, além de multa. Também foi determinada fiança no valor de R$ 5 mil, mas, como eles não tiveram condições de pagar, foram encaminhados à audiência de custódia e, de lá, para o Centro de Observação e Triagem (Cotel), em Abreu e Lima.

As lagostas foram doadas para a instituição Mesa Brasil, ligada ao Serviço Social do Comércio (Sesc), que trabalha com restaurante voltado ao público de baixa renda. A Polícia Federal e o Ibama alertam que, no período de defeso, nenhum pescador pode pescar lagosta, pois os crustáceos podem não se reproduzir, causando grandes prejuízos tanto para o meio ambiente quanto para os próprios trabalhadores, que vivem do pescado – todo pescador cadastrado tem direito a um seguro defeso de até um salário mínimo para suprir as suas necessidades no período em que a pesca é proibida.

Folhape

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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