ARTIGO — Integração temporal: uma nova realidade no transporte público

Por Jairon Pacheco

O Sistema de transportes público de passageiros tradicional é um conjunto de linhas independentes que têm como polo de origem de demanda a área central da cidade, foi concebido quando a área central era o único polo gerador de demanda, mas com o crescimento da cidade e a criação de novos polos de demanda na periferia ficou difícil manter este modelo e se pensou em realizar uma integração para permitir que as pessoas passassem a realizar vários deslocamentos com um único bilhete de passagem, para que isto ocorresse foi necessário criar terminais de integração que permitiam o transbordo das pessoas no ambiente fechado com segurança e sem evasão de receitas, modelo que ficou denominado como uma integração física por ser necessário a interligação das linhas, mas com o uso da informação da tecnologia , criou-se a integração temporal que veio tornar versátil a interligação de linhas com o pagamento de uma única passagem, cabendo ao usuário escolher o local desejado para realizar sua integração.

Diante desta nova proposta, podemos vislumbrar que a integração temporal veio fazer parte do contexto de mobilidade no momento importante, a fim de disseminar a acessibilidade para todos que venham utilizar o sistema de uma grande rede integrada de transportes, uma vez que passamos a ter neste novo modelo uma forma mais versátil de transporte, pois com a integração temporal todos foram contemplados, do usuário ao órgão gestor passando pelos operadores, proporcionando inúmeras vantagens:

• Minimizar custos operacionais com racionalização de linhas, evitando sobreposição em itinerários nas vias de entroncamentos.
• Minimizar o tempo de viagem no percurso de um ponto ao outro da cidade, quando se propõe uma rotatividade maior na periferia da cidade de linhas alimentadoras, que integram com linhas troncais nos corredores de transportes.
• Barateamento do deslocamento para o usuário que teria que pagar por dois deslocamentos para chegar aos seus polos geradores de demanda em pontos situados nas periferias das cidades.
• Versatilidade de se realizar a integração entre linhas sem gastar qualquer recurso para estruturar uma área operacional, realizando apenas a integração, a qual acontece em paradas simples, em pontos estratégicos da malha viária, onde se encontra dois ou mais serviços, dando a opção ao usuário de realizaro transbordo e integração do primeiro percurso com o segundo sem ônus.
• Possibilitar que o transporte público tenha uma maior visualização por pessoas que não utilizam, pois o mesmo fica mais atrativo com o advento da integração temporal, permitindo que pessoas que antes não utilizavam passem a realizar deslocamentos com mais facilidade e rapidez, na certeza de que com um único pagamento programarmos a melhor rota para se chegar ao nosso trabalho.
• O sistema evita a evasão de receitas, pois o uso da tecnologia elimina papel, e o processo é feito de forma intransferível para terceiros de forma totalmente eletrônica sem a interferência de outrem.
• O sistema passa a ter uma visão universal, pois deixa de ser uma operação de linhas independentes para se tornar uma grande rede integrada de deslocamentos que democratiza o ir e o vir.
• Uma política tarifária mais acessível para os usuários, tendo-se pessoas para ratear o custo de transporte, com mais pessoas utilizando o sistema com beneficiamento do processo de deslocamento diários.
• Maior humanização do trânsito que ofertará um melhor transporte e mais usuários utilizando o serviço e diminuindo o uso do veículo individual nas vias centrais das cidades, com menos emissão de poluentes dos escapamentos dos demais maios de transportes de passeio.

Com todo processo, no meu ponto de vista, vejo uma desvantagem, o desembarque de uma linha para outra, mas as vantagens são bem maiores se alinhadas a outras ações como faixas e vias exclusivas e eixos de transportes, os quais darão aos transportes a exclusividade no deslocamento onde teremos, realmente, uma revolução do bom transporte em favor de todos, operadores, gestores e usuários.

Diante do exposto estamos em um processo de mostrar com o passar do tempo que a integração temporal é o grande momento da bilhetagem eletrônica na contribuição da melhoria da mobilidade e da acessibilidade das pessoas para atender aos seus desejos de viagem.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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