Interesse estadual se sobrepõe ao PT, diz petista

Do Congresso em Foco

A menos que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, retorne ao Senado com alguma carta na manga para negociar a revisão das dívidas de estados e municípios com a União, o governo Dilma Rousseff vai sofrer mais uma derrota no Congresso nesta terça-feira (7), quando a matéria entrar em votação no plenário. Trata-se do Projeto de Lei da Câmara (PLC) 15/2015, na pauta em regime de urgência, que obriga a União a assinar no prazo máximo de 30 dias novos contratos com os entes federativos, reduzindo o índice de correção das dívidas que eles pagam à administração federal. Nem o PT nem qualquer outro partido da base se mostra disposto a votar com o Planalto.

O impacto da medida é estimado em R$ 3 bilhões anuais, tudo o que Levy – e, principalmente, Dilma – não quer em tempos de ajuste fiscal. Como o Congresso mostrou em 26 de março, o socorro a estados e municípios levou à rara situação em que base aliada e oposição se uniram para votar contra o governo. Por se tratar de questões referentes aos redutos eleitorais dos parlamentares, com implicações que vão além das diferenças partidárias, o governo deixa de ter o controle da situação na hora do voto.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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