Já virou rotina: mais um motim é computado na Funase

Pedro Augusto

Devido à inoperância por parte do Governo do Estado, que parece fechar os “olhos” diante da realidade caótica, mais uma vez um princípio de motim foi contabilizado na Funase de Caruaru, o quinto somente neste ano, conforme apurou o Jornal VANGUARDA. Desta vez, o tumulto foi iniciado por volta das 19h da última terça-feira (6), levando efetivos da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros a comparecerem até o local a fim de conter a situação. Além de atearem fogo, os rebelados ainda fizeram um buraco num dos muros da unidade para conseguir escapar, entretanto acabaram sendo dominados rapidamente pela polícia e por agentes. Não houve feridos.

Ao todo, aproximadamente 60 reeducandos teriam participado da confusão. Nela, um princípio de incêndio foi provocado em um portão interno da unidade, mas as chamas acabaram sendo logo controladas pelo Corpo de Bombeiros. Em paralelo, a PM realizou um grande cerco em volta do espaço para não deixar que internos conseguissem escapar. “Não tem motivação prévia, ou seja, eles decidiram se rebelar tocando fogo em colchões e fazendo o buraco no muro. Juntamente com o auxílio do Corpo de Bombeiro, agimos rápido e controlamos a situação”, resumiu o tenente do 1º Biesp, Leal.

Devido à ausência total de investimentos, o Ministério Público de Pernambuco já solicitou junto à Justiça a interdição do espaço. “Na verdade, o que temos percebido é que o Governo do Estado não possui mais controle sobre a unidade. Esses casos de tumulto têm se tornado uma constância, tanto é que, hoje, a Funase de Caruaru encontra-se totalmente depredada. Os adolescentes não vêm estudando direito, têm sofrido tratamentos degradantes e até homicídios. Por não apresentar condições adequadas, o MP já solicitou a interdição do local”, comentou a promotora da Infância e Juventude, Sílvia Amélia.

Sobre a situação atual da Funase de Caruaru, o governo, através da direção da unidade, informou que irá fazer investimentos para reforçar a segurança com o emprego de mais policiais na portaria e nas guaritas. O aumento no volume de rondas no entorno do local também está previsto para ser aplicado. A Funase local possui capacidade para abrigar 100 reeducandos, mas atualmente vem comportando 122. Ela abrange, incluindo a Capital do Agreste, 42 cidades.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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