Justiça condena envolvidos em chacina

Pedro Augusto

Os meus pais e a minha irmã não voltam mais, mas ao menos a justiça da terra foi feita. Estas foram as palavras de Geraldo José da Silva Júnior, o Geraldinho, de 23 anos, logo após a divulgação da sentença dos envolvidos nas mortes de seu pai Geraldo José da Silva, de 61 anos; da sua mãe Joselma Pereira da Silva, de 52 anos, e da sua irmã Maria Madalena Pereira da Silva, de 24. Os três familiares do jovem foram impiedosamente assassinados, no dia 21 de março deste ano, no Sítio Lagoa do Paulista, na zona rural de Caruaru.

Os responsáveis por tamanha crueldade foram João Anderson Gomes da Silva Pereira, de 23 anos; Rafael Sebastião da Silva, de 19 anos, e um adolescente de 17 anos. Com exceção deste último, que já se encontra cumprindo medida socioeducativa na Funase de Caruaru, a titular da 3ª Vara Criminal de Caruaru, juíza Ana Paula Viana Silva de Freitas, acabou condenando os demais envolvidos a penas altas.

João Anderson Gomes, que foi o responsável por efetuar os disparos contra a família, terá de cumprir 97 anos, 11 meses e 20 dias de prisão, além de 1.050 dias-multa, pelos três latrocínios consumados, um latrocínio tentado, associação criminosa, corrupção de menor e porte ilegal de arma.

Já o comparsa dele, Rafael, que auxilou o atirador no roubo das motocicletas das vítimas e ainda deu cobertura nas execuções, foi condenado a 93 anos, oito meses e 25 dias de prisão, além de 860 dias-multa, pelos três latrocínios consumados, um latrocínio tentado, associação criminosa e corrupção de menor.

Ambos, cumprirão as penas atribuídas na Penitenciária Juiz Plácido de Souza, em Caruaru. A sentença dos condenados foi publicada no último dia 22 de novembro e divulgada somente na manhã da última quinta-feira (7). “As penas foram as que toda a família, inclusive o Geraldinho, aguardava. Eles vão ter que cumprir pelo menos 30 anos de cadeia em regime fechado, porque foram crimes hediondos. Todos nós ficamos satisfeitos. A justiça foi realmente feita”, ressaltou o advogado das vítimas, Vladimir Almeida.

Relembre o caso

No dia da chacina, Geraldinho encontrava-se em casa na companhia do pai, da mãe e da irmã, quando foi surpreendido com a chegada dos três criminosos. De início, estes últimos tinham a intenção de roubar as motocicletas, porém acabaram sendo reconhecidos e decidiram dizimar a família a tiros. No dia 23 de março, ou seja, dois dias após a série de mortes, os veículos acabaram sendo encontrados totalmente carbonizados em Serra dos Cavalos, também na zona rural de Caruaru.

Atingido também na investida pelos criminosos, Geraldinho, atualmente, mora na casa dos tios depois de ter passado vários meses internado no Hospital da Restauração, no Recife.

Pedro Augusto é jornalista e repórter do Jornal VANGUARDA.

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